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Crime continuado (continuidade delitiva), art. 71 Requisitos: · Pluralidade de crimes da mesma espécie (ex: mesmo tipo penal que atinja o mesmo bem jurídico / crimes que possuam características comuns: art. 157 e art. 158). · Pluralidade de condutas · Elo de continuidade -> ligados por uma linha cronológica, lugar e etc. 1. Tempo (conexão temporal): segundo o STF, o primeiro e o último crime não pode ultrapassar o limite de 30 dias (entre eles, no total), já para Cláudio Masson, não se pode ultrapassar 30 dias entre um crime e outro, o que passa a se chamar de crimes parcelares. Entretanto, se for crimes quanto a ordem tributária, o período passa a ser maior: de 3 a 5 anos (exceção). 2. Lugar (conexão espacial): necessário cometer a infração no mesmo município (cidades limítrofes/contíguas) 3. Maneira de execução (conexão modal): semelhança no modo ou forma de praticar o crime. 4. Outras semelhantes: outras "características" que podem ser adicionadas pelo juiz 5. Crimes subsequentes havidos como continuação do primeiro (conexão ocasional) 6. Critério subjetivo (desígnios autônomos) Consequência: fixação da pena -> exasperação aumentada de ⅙ a ⅔ Adendos: · criado para se proteger o criminoso eventual · tem como natureza jurídica a ficção jurídica, ou seja, tratar o criminoso como se ele tivesse cometido um crime (e não vários). Abaixo estão alguns itens presentes na natureza jurídica além desse citado: 1. Unidade real: as várias condutas cometidas são aceitas como crime único (não é aceita pelo Brasil já que há aumento de pena) 2. Ficção jurídica: as várias condutas que já se caracterizam como crime são reunidas fictamente e consideradas crime único, havendo portanto aumento de pena porque houveram mais de um crime. Essa é a teoria adotada pelo Brasil. 3. Teoria mista: reconhece como um terceiro crime o crime continuado. · É possível haver continuidade delitiva em crimes contra a vida, vide o art. 71 (parágrafo único) que anula a súmula 605. Tratamento (reconhecimento) do crime continuado · Teoria puramente objetiva: teoria alemã onde exige que exista apenas os critérios objetivos, ou seja, tempo, lugar, maneira de execução e outras semelhantes (que podem ser exigidas pelo juiz) e subsequentes havidos em continuação do primeiro (elo de continuidade). · Teoria objetivo-subjetiva: teoria espanhola, onde se faz necessário ter os critérios objetivos e subjetivos (desígnios autônomos, ou seja, o dolo, a vontade de se praticar o ato ilícito). Ressalta-se que quando se ocorre uma lesão culposa não será possível usar essa teoria, já que ela só se aplica quando há presença dos desígnios autônomos. Há uma crítica em relação a adoção dessa teoria, já que não pode ser usada quando a ação é culposa, mas pode ser adotada quando há dolo.
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