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Fatores Interferentes nos Exames Laboratoriais

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2 0 2 1 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 1 
 
PATOLOGIA CLÍNICA I 
AULA 5 
Fatores Interferentes 
 INTRODUÇÃO 
• Substâncias presentes na amostra que promovem 
alterações nos valores ou intervalos de referência 
laboratorial por ação anterior no organismo ou em 
procedimentos analíticos, principalmente fármacos. 
 
PRINCIPAIS FATORES 
• Hemólise: Eritrólise anormal. 
• Hiperlipemia: Alta concentração de lipídeos na 
amostra. 
• Hiperbilirrubinemia: Alta concentração de 
bilirrubina na amostra. 
• Medicamentos. 
 
 HEMÓLISE 
• Eritrólise anormal liberando elementos constituintes 
dos glóbulos vermelhos. 
• Aspecto: Soro e plasma avermelhados. 
• Níveis de intensidade: Leve e intensa. 
• Principais analitos afetados: Glicose, fosfatase 
ácida, albumina, eletrólitos, enzimas cardíacas e 
insulina. 
• Causa mais frequente para rejeição das amostras de 
sangue. 
• Paciente: Fragilidade capilar. 
• Coleta: Técnica aplicada, erro durante a coleta. 
• Ambiente: Temperatura e tempo de transporte. 
 
 
 
 HIPERLIPEMIA 
• Turvação excessiva devido à alta concentração de 
triglicerídeos. 
• Aspecto: Soro e plasma esbranquiçados. 
• Causa mais comum: Jejum inadequado. 
• Principais analitos afetados: Colesterol, 
triglicerídeos, bilirrubina, fosfatase alcalina, enzimas 
hepáticas, creatinina, amilase e lipase. 
 
 
 
 HIPERBILIRRUBINEMIA 
• Concentração excessiva de bilirrubina 
(2,5mg/dL). 
• Aspecto: Soro e plasma alaranjados. 
• Principais analitos afetados: 
Creatinina, lactato, fósforo e ácido 
úrico. 
 
 
 
 
 
INFLUÊNCIA DO MÉTODO 
A influência dos fatores interferentes mais 
comuns e medicamentos em exames laboratoriais 
pode variar com a metodologia. 
Como exemplo, temos a quantificação do analito 
creatinina. A análise da creatinina sérica é utilizada 
para avaliação de doenças renais, sua dosagem 
oferece melhor índice da função renal do que a 
ureia, pois é pouca afetada pela dieta, taxa 
metabólica e volume urinário. 
Na utilização da Reação de Jaffé podem ocorrem 
interferência por hemólise, lipemia e 
hiperbilirrubinemia. Entretanto, quando usado o 
método cinético-química, pode ocorrer interferência 
por dipirona ou N-acetilcisteína. 
HIPERLIPEMIA 
HEMÓLISE 
HIPERBILIRRUBINEMIA 
2 0 2 1 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 2 
 
 MEDICAMENTOS 
• Qualquer medicamento, independente das vias de 
administração (oral, IV, IM) ou de absorção pode 
interferir em métodos analíticos. 
• Pessoas submetidas a exame costumam ter algum 
tipo de enfermidade e utilizam medicamentos com 
maior frequência. 
• 12% das pessoas utilizam um ou mais medicamentos 
interferentes. 
• AACC – American Association Clinical Chemistry. 
• A dose excessiva ocupa a posição de destaque nas 
causas primárias mais comuns para que ocorre a 
interferência medicamentosa. 
• Qualquer medicamento tem potencial para gerar 
interferência, por isso, devemos considerar a 
concentração: terapêutica, subterapêutica e 
supraterapêutica. 
• Pode causar interferência pré-analítica e analítica. 
 
 MECANISMOS DA INTERFERÊNCIA 
FARMACOLÓGICO 
• Farmacocinética: Estudo do destino dos fármacos 
no organismo pós-administração. Engloba os 
processos de absorção, biodisponibilidade, 
distribuição, biotransformação e excreção. 
Movimentação os fármacos por diferentes sítios 
orgânicos. 
• Farmacodinâmica: Efeitos bioquímicos e 
fisiológicos dos fármacos e seus mecanismos de 
ação. 
 
METABÓLICOS 
• Fármacos sofrem alterações no organismo como 
pulmão, intestino, plasma e fígado, principalmente 
derivando substâncias que podem interferir em 
processos analíticos. 
• No fígado encontra-se o grupo de isoenzimas 
responsáveis por grande parte do metabolismo 
farmacológico, chamado de Sistema Citocromal ou 
Mono-oxigenase P450. 
• Biotransformação hepática: Oxidação, redução, 
conjugação etc. 
• Metabólitos e derivados: Compostos iônicos e 
diferentes polaridades. 
 
FÍSICOS E QUÍMICOS 
• Ocorrem no laboratório. 
 
 INTERFERENTES PRÉ-ANALÍTICOS 
• Efeito esperado (direto): 
→ Exemplo: Antiglicêmicos, hipolipemiantes 
(estatinas), imunossupressor, mielossupressores. 
 
• Efeito alteração de função: 
→ Exemplo: Drogas atuantes sobre enzimas, como 
a fenitoína (antiepilético) que provoca alterações 
na gamaglutamil transferase (GGT). 
• Efeito lesional: 
→ Exemplo: Isoniazida pode promover hepatite ou 
anti-inflamatórios que podem levar a 
nefrotoxicidade. 
 
 INTERFERENTES ANALÍTICOS 
• Substâncias presentes na amostra podem reagir ou 
sofrer reação. 
• Ação direta no analito, através de efeitos físico ou 
químicos. 
• Similaridade: O fármaco apresenta propriedades 
químicas similares ao analito. 
→ Exemplo: Paracetamol (acetaminogeno) em 
dosagens do ácido úrico. 
• Absorbância: Refere a quantificação matemática da 
absorção. O fármaco é absorvido no mesmo 
comprimento de onda do analito. 
→ Exemplo: Quimioterápico metotrexato interfere 
em metodologias baseadas em determinadas 
absorbâncias. 
• Cromóforo: É a parte ou conjunto de átomos 
responsável por sua cor, possuindo diversos elétrons 
excitáveis. Reação do fármaco com o reagente 
laboratorial produzindo cromóforo. 
→ Exemplo: Antibiótico cefoxitina (cefamicina) na 
determinação do analito creatinina. 
 
 SITUAÇÕES 
FOSFATASE ALCALINA 
• Interferência Medicamentosa Pré-Analítica: O 
uso de fenitoína induz enzimas hepáticas, as quais 
aumentam os níveis de fosfatase alcalina, fazendo 
com a amostra chegue alterada no laboratório. 
• Interferência Medicamentosa Analítica: A amostra 
chega inalterada ao laboratório, mas a presença de 
metabólitos do medicamento teofilina inibe a FA na 
metodologia/equipamento, diminuindo os níveis de 
fosfatase alcalina. 
 
BILIRRUBINA 
• Interferência Medicamentosa Pré-Analítica: O 
uso de fenobarbital aumenta o metabolismo de 
bilirrubina por indução enzimática, diminuindo o 
nível de bilirrubina e fazendo a amostra chegar 
alterada ao laboratório. 
• Interferência Medicamentosa Analítica: A amostra 
chega inalterada ao laboratório, mas o ácido 
ascórbico interfere em propriedades químicas na 
metodologia/equipamento, diminuindo os níveis de 
bilirrubina. 
2 0 2 1 . 1 J Ú L I A M O R A I S 1 4 3 ( 2 0 1 9 . 2 ) | 3 
 
GLICOSE 
• Interferência Medicamentosa Pré-Analítica: O 
uso de fenitoína inibe a liberação de insulina 
(insulinorresistência), aumentando os níveis de 
glicose e fazendo a amostra chegar alterada ao 
laboratório. 
• Interferência Medicamentosa Analítica: A amostra 
chega inalterada ao laboratório, mas a presença de 
metabólitos do ácido ascórbico interfere na 
metodologia/equipamento, aumentando os níveis 
de glicose. 
 
 ÁCIDO ASCÓRBICO 
• O ácido ascórbico é um complexo vitamínico, que 
pode causar interferência medicamentosa 
analítica. 
• Ele pode alterar os resultados do dipstick (teste 
qualitativo da fita) principalmente na detecção de 
hemoglobina, glicose, nitritos, bilirrubina e cetonas. 
 
 
 
 GLICOSE NA URINA 
• Medicamentos interferentes analíticos da glicose 
na urina. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 CAUSAS DE ERROS DIAGNÓSTICOS 
• Exame inapropriado é solicitado. 
• Exame apropriado não é solicitado. 
• Resultado de exame apropriado é mal utilizado. 
• Exameapropriado é solicitado, mas uma demora 
ocorre no processo laboratorial. 
• Erro de interpretação do resultado de exame 
apropriado na assistência primário e/ou seguimento. 
• O resultado do exame apropriadamente solicito está 
errado (inexato. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
EXAME LABORATORIAL É CONFIÁVEL? 
Sim, pois as fontes de variabilidade 
metodológica podem ser minimizadas e os fatores 
de interferência conhecido são corrigidos na fase 
analítica. 
MEDICAMENTOS DEVEM SER SUSPENSOS? 
Depende da situação, eles podem ser sim 
suspensos antes da coleta caso tenha uma restrição 
solicitada. Caso não haja restrição, eles não devem 
ser suspensos, já que os resultados avaliam o estado 
do organismo em tratamento ou não. 
Alguns exames avaliam justamente o efeito da 
medicação. Além disso, é importante que o médico 
declare ou cite o uso de remédios na solicitação do 
exame.

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