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UROLOGIA INFERTILIDADE CONJUGAL FATORES MASCULINOS Reprodução No homem, a estimulação da reprodução se inicia no hipotálamo com a liberação de GnRH (Hormônio liberador de gonadotrofina). Esse hormônio, no hipotálamo, estimula a hipófise a liberar FSH (que estimula as células de Leyding a produzir testosterona) e LH (que atua nas células de Sertoli do testículo promovendo a espermatogênese) → esse é o eixo hormonal hipotálamo hipofisário gonadal do homem. Uma vez que estimula a espermatogênese no testiculo, o espermatozoide passa pelo epidídimo, onde é maturado e depois é ejaculado dos ductos ejaculatórios e prostáticos e se misturam com o líquido seminal para fecundar na mulher (trajeto de formação do espermatozoide). Túbulos seminíferos → Epidídimo → Ducto deferente → Verum montanum O eixo hipotálamo gonadal estimula a espermatogênese e a produção de testosterona → ocorre a espermatogênese nos túbulos seminíferos → esse espermatozoide vai sofrer maturação lá no epidídimo (migra pela rede testis) → é transportado pelo ducto deferente, que entra na porção anterior da próstata em um local chamado verumontanum até ser ejaculado em conjunto com o líquido seminal. Quando há falhas nesses processos, podemos dizer que há infertilidade masculina. INFERTILIDADE Quando falamos em infertilidade, é sempre do casal! Não é do homem e nem da mulher. · Primária → quando o homem nunca teve um filho; primeiro filho · Secundária → quando deseja nova gestação (2ª/3ª gestação), já tem um filho e não consegue ter outros · 30% fator feminino · 30% fator masculino · 40% fator misto · Múltiplas causas CAUSAS DE INFERTILIDADE (masculinas) · Criptorquidia: é quando não houve a deiscência do testiculo para a cavidade escrotal (quando o testículo não desceu até a bolsa escrotal). O testículo nasce no polo inferior do rim e ao longo da formação do feto ele entra no canal inguinal e se fixa na bolsa escrotal. · Quando isso não acontece, ele pode estar em locais ectópicos (inguinal, suprainguinal ou até intraabdominal), assim ele sofre as consequências de não estar no local correto · Criptorquidia: · → 30% unilateral · → 50% bilateral → nesses casos sempre investigar o hermafroditismo · Torção de testículo → a torção futuramente pode levar a uma infertilidade, ou porque perdeu o testículo ou porque o testículo sofreu uma isquemia e não produz mais adequadamente · Hipospádia → meato uretral fora do seu trajeto normal da uretra · Orquite → ex.: orqueite pós caxumba viral - gera um processo inflamatório que pode futuramente levar a uma infertilidade · Vasectomia → paciente operou para não ter filhos - infertilidade secundária · Fator ocupacional · Calor – aquecimento do testículo (produz espermatozoides defeituosos) · Radiação · Agrotóxicos · Medicamentos (cimetidina, bloqueador do canal de cálcio, sulfas) · Obesidade → causa isolada de infertilidade · Agenesia do ducto deferente (fibrose cística) · Varicocele → é a principal e mais comum causa! *Homem infertil → quando há um ano de tentativa sem métodos anticoncepcionais e não deu certo! Faz a análise através de um espermograma ANÁLISE SEMINAL · Espermograma – 2 amostras (intervalo de 15 a 20 dias entre uma amostra e outra) → consideramos o casal infertil após 1 ano de tentativa sem sucesso · Espermograma - 2 amostras. Deve ser colhido no laboratório, em ambiente saudável, não pode se em um ambiente muito quente nem muito frio (tem que ser agradável), deve ser armazenado corretamente e avaliado no máximo após 2 horas da amostra ser colhida · Coletado com 3-4 dias de abstinência (obrigatório) · Intervalo das amostras → 23 C a 37 C · Analisado até 60 minutos · Identificação imediata do paciente · Hipospermia: diminuição do volume (< 1,5 ml) · Aspermia: sem ejaculação - homem não consegue ejacular nada · Oligoespermia: < 15 milhões de espermatozóides/ml · Azoospermia: ausência de espermatozóides (nenhum sptz) · Astenozoospermia: ↓ da motilidade (A+B) < 32% · Necrospermia: diminuição de vivos: < 58% · Teratozoospermia: alteração da morfologia - cabeça ou cauda defeituosa (são os fatores de Kruger < 4%) · Leucozoospermia: presença de > 1 milhão de neutrófilos AVALIAÇÃO HORMONAL · FSH · LH · Testosterona · Prolactina · Estradiol · SHBG (proteína carreadora da testosterona) A avaliação hormonal visa olhar possíveis alterações no eixo que “dita” as regras da reprodução AVALIAÇÃO GENÉTICA · Avaliar quando tem azoospermia não obstrutiva (ou seja, ele ejaculou > 1,5 ml) · Avaliar a microdelação do cromossomo Y → Nesses casos pensamos em SÍNDROME DE KLINEFELTER · Clínica: testículos pequenos → principalmente se o diagnóstico for tardio · Estrogênio > testosterona · Perda de pelos corporais · Obesidade central · Aumento das mamas (ginecomastia) · Homens altos · Podem ter bacia ginecóide · 2/3 → cariótipo alterado · Adição cromossomo X (daí tem suas modalidades) VARICOCELE · Principal causa de infertilidade masculina · Corresponde a 40% dos casos de infertilidade masculina · Dilatação das veias do plexo pampiliforme (varizes nos testículos) · 80% mais comum a esquerda → pois as veias do plexo pampiliforme que drenam para a veia gonadal, essa veia gonadal no lado esquerdo drena para a veia renal esquerda em um ângulo de 90 graus, o que pode gerar um fluxo sanguíneo inadequado, dificulta o retorno venoso. · Teoria: aquecimento do testículo → essas veias fazem o sangue ficar represado no testículo, o que aumenta a temperatura testicular; além disso, as varizes aumentam o volume do testículo e ele tende a ficar mais baixo, mais distante do corpo, perdendo sua capacidade regulatória de subir e descer, dificultando a manutenção da temperatura. *muita veia dilatada aumenta a temperatura · Atualmente o tratamento de varicocele só é indicado em pacientes inférteis. Pacientes com dor não são mais operados, porque muitas vezes a dor não melhora. A única indicação atual é para casos de infertilidade. Às vezes o paciente não está querendo engravidar, então tem que analisar se tem o espermograma muito ruim, aí acabamos operando para que no futuro ele não tenha problemas de fertilização. São indicações específicas GRAU DE VARICOCELE · Grau I: palpável com manobra de Valsalva (“estufar” as veias do testículo) · Grau II: palpável sem manobra · Grau III: visível · Subclínica: apenas ao USG doppler do testículo → irá demonstrar veias grandes e dilatadas (sendo que o normal é elas serem pequenininhas) TRATAMENTO DA VARICOCELE · É cirúrgico → ligadura das veias do plexo pampiliforme · Na grande maioria das vezes é feita por microcirurgia. Vai isolando veia por veia e artéria por artéria · Ocorre 33-39% de gravidez natural após a cirurgia · Se microcirurgia: pode aumentar até 52% · Principal técnica: MARMAR (subinguinal) Obs.: Não vai operar todo paciente que tem varicocele, só vai operar aquele que tem desejo de engravidar, que quer ter filhos. TÉCNICA DE CAPTAÇÃO DE ESPERMATOZÓIDES - para fecundar o óvulo · PESA: aspiração percutânea do epidídimo → lembrando que o epidídimo é o melhor local, porque lá os espermatozoides já foram maturados · MESA: aspiração microcirúrgica do epidídimo → faz incisão, tira o epidídimo para fora e coleta os espermatozoides · TESA: aspiração do testículo → pega espermatozoides um pouco menos maturados, de pior qualidade · TESE: extração cirúrgica do testículo (exemplo: quem precisa fazer orquiectomia) · Micro TESE: extração microcirurgia do testículo TÉCNICAS DE FERTILIZAÇÃO · IIU (inseminação intrauterina) → “coloca o esperma dentro do útero” - isso é bom quando o fator é feminino · Indicações: oligoovulação, endometriose, incompatibilidade muco-semen, semen do doador · FIV (fertilização in vitro) · Indicações: fator feminino · ICSI (injeção citoplasmática de espermatozóide) · Indicações: fator masculino grave, < 1 milhão de espermatozóides e qualidade do sptz ruim · Técnica muito utilizada atualmente e cara · IMSI (injeção citoplasmática de espermatozóide SELECIONADOS)· Indicações: aborto de repetição, fator infertilidades graves
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