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Relatório de F́ısica Experimental 4 Experimento 5 Grupo 3 Interferômetro de Michelson Annie Gabrielle de Oliveira Silva Renato da Silva Viana Docente Maria das Graças Reis Martins 7 de novembro de 2021 1 Introdução O interferômetro de Michelson é um aparato que permite o controle e a ma- nipulação de feixes de luz monocromática para as mais diferentes finalidades f́ısicas, sendo utilizado para comprovar a inexistência de um meio de propagação para ondas eletromagnéticas (éter). Valendo-se de conhecimentos ópticos, como os fenômenos ondulatórios (refração, reflexão e principalmente a interferência), bem como de espelhos e lentes esféricas, esse instrumento nos permite determi- nar, precisamente, comprimentos de ondas e distâncias muito curtas. 2 Objetivo Neste experimento visamos calcular os ı́ndices de refração dos meios: ar e vidro, por intermédio das variações dos caminhos percorridos por trechos luminosos. Além de aferir o comprimento de onda do laser de He-Ne. 3 Materiais utilizados • Interferômetro de Michelson; • Laser, He-Ne com chave seletora de potência: 0,3− 0,9 mW; • Placa de vidro (espessura t = 4 mm); • Cubeta de vidro para vácuo (comprimento s = 41 mm); • Bomba de vácuo manual com manômetro. 4 Procedimento experimental 4.1 Ajustes iniciais - montagem padrão Todos os devidos ajustes na aparelhagem foram feitos previamente, dentre eles: a regulagem dos parafusos, o direcionamento correto dos espelhos, o posiciona- mento do laser para uma distribuição correta das imagens. 4.2 Medida de comprimento de onda do laser 1. Montamos interferômetro como o explicado no roteiro, porém sem a placa de vidro e sem a célula de vácuo. 2. O parafuso micrométrico foi girado até ± 25 mm e logo em seguida para ± 20 mm (para evitar as imprecisões ao mudar a direção de rotação). O micrômetro foi ajustado para que ficasse com uma franja escura (mı́nimo de interferência) no centro e anotamos o valor desta posição d0. 1 3. Giramos o micrômetro no sentido horário ao passo que contávamos o número N de franjas escuras que ”sáıam” do centro do padrão de in- terferência. Assim, em N = 30, 40 e 50 registramos os respectivos valores di mostrados no instrumento de medida. 4. Com isso, pudemos calcular o comprimento de onda por meio da fórmula: λi = 2· |dei − de0| Ni (1) Em que dei = di 1000 e de0 = d0 1000 correspondem ao deslocamento do espelho conectado ao micrômetro. 5. E então calculamos o desvio médio ∆λ. 4.3 Medição do ı́ndice de refração do vidro 1. Foi inserida a placa de vidro no interferômetro e a posicionamos na posição ϕ0 mais próxima de 0 ◦, de maneira a formar um mı́nimo no centro do padrão. Anotamos esse valor ϕ0. 2. Movemos o vidro e contamos a quantidade de mı́nimos que se forma no centro do padrão. Após 50 e 100 mı́nimos, anotamos os respectivos ângulos ϕm. Com isso pudemos utilizar a fórmula abaixo, a qual determina o ı́ndice de refração do vidro: n = (2t−Nλ)(1− cosϕ) + N2λ2 4t 2t(1− cosϕ)−Nλ (2) onde t = 4 mm é a espessura do vidro, ϕ = ϕm − ϕ0 e λ = 633 nm é o comprimento de onda do laser, conforme o roteiro. 4.4 Medição do ı́ndice de refração do ar • Foi colocada a célula de vácuo de modo que as faces do vidro ficassem paralelas ao espelho móvel. • Iniciando da pressão ambiente (p0 = 1004 mbar), diminuimos a pressão da célula, apertando lentamente o gatilho da bomba de vácuo ao mesmo tempo que contávamos o número (N) de mı́nimos que desapareciam do cen- tro do padrão. Quando o gatilho chegava ao fim de seu curso, soltávamos- no e anotávamos em uma tabela o valor da pressão final p′ e do número de mı́nimos. • Repetimos o item anterior, contudo, partindo da pressão final. 2 • Tendo em vista que a pressão indicada no manômetro tem como referência a pressão ambiente, calculamos as pressões ”absolutas” p de cada medida através da relação p = p0 + p ′. • Calculamos o ı́ndice de refração do ar, dado pelas fórmulas: n(p) = 1 + ∆n ∆p ·p onde ∆n ∆p = λ 2s · ∣∣∣∣∆N∆p ∣∣∣∣ (3) • Fizemos um gráfico de N×p e calculamos seu coeficiente angular ∆N/∆p. 5 Tratamento de dados 5.1 Medida de comprimento de onda do laser 5.1.1 Comprimentos de onda do laser de He-Ne Partindo de d0 = 19,621 mm, obtemos a tabela 1. N d(mm) λ(nm) 30 10,560 604,067 40 7,741 594,000 50 5,350 570,840 Tabela 1: Comprimentos de onda obtidos 5.1.2 Cálculo do desvio padrão (∆λ) A média dos comprimentos de onda obtidos é: λ = λ30 + λ40 + λ50 3 ≈ 589,636 nm Com isso, o desvio padrão pode ser calculado: ∆λ = √√√√√√ 3∑ i=1 ∣∣λi − λ∣∣2 3 ≈ 13,911 nm Por fim, de acordo com os dados obtidos, temos o comprimento de onda do He-Ne com valores majorados: λ = λ±∆λ = (5,9± 0,2)·102 nm 3 5.1.3 Cálculo da discrepância relativa (∆λ) A discrepância relativa é dada pela fórmula abaixo, onde xteo e xexp são, respec- tivamente, o valor dado teoricamente e o valor encontrado experimentalmente. ∆λ = ∣∣∣∣xteo − xexpxexp ∣∣∣∣ · 100 (4) ∆λ = ∣∣∣∣633− 589,636589,636 ∣∣∣∣ · 100 ≈ 7,4% 5.2 Medidas de ı́ndice de refração do vidro Com referência em ϕ0 = 0,9 ◦, temos a tabela 2. N ϕm ϕ nvidro 50 8,2 7,3 1,948 100 12,0 11,1 1,722 Tabela 2: Índices de refração. 5.2.1 Cálculo do desvio padrão (∆nvidro) A média dos ı́ndices de refração obtidos é: n = n50 + n100 2 ≈ 1,835. Com isso, o desvio padrão pôde ser calculado: ∆nv = √√√√√√ 2∑ i=1 |ni − n|2 2 ≈ 0,159 Por fim, de acordo com os dados obtidos, temos o ı́ndice de refração do vidro com valores majorados: nv = n±∆n = 1,8± 0,2 5.2.2 Cálculo da discrepância relativa (∆nvidro) ∆nvidro = ∣∣∣∣xteo − xexpxexp ∣∣∣∣ · 100 (5) ∆nvidro = ∣∣∣∣1,500− 1,8351,500 ∣∣∣∣ · 100 ≈ 22,1% 4 5.3 Medidas de ı́ndice de refração do ar 5.3.1 Relação pressão x interferência Dada a pressão ambiente p0 = 1004 mbar = 1,004 bar, relacionamos N com p. N p’(bar) p(bar) 3 -0,42 0,58 7 -0,52 0,48 9 -0,60 0,40 11 -0,69 0,31 13 -0,70 0,30 15 -0,75 0,25 16 -0,77 0,23 17 -0,80 0,20 5.3.2 Cálculo do coeficiente angular Calculamos a taxa de variação ∆N/∆p utilizando o método dos mı́nimos qua- drados para linearização de curvas. Dessa forma, temos que: ∆N ∆p = [ ∑ pi]·[ ∑ Ni]− 8·[ ∑ pi ·Ni] [ ∑ pi] 2 − 8·[ ∑ p2i ] ≈ −36,11 bar−1 Por conseguinte, obtemos o coeficiente angular ∆n/∆p: ∆n ∆p = λ 2s · ∣∣∣∣∆N∆p ∣∣∣∣ ≈ 2,79·10−7 mbar−1 5.3.3 Índice de refração do ar em função da pressão Aplicando a equação, para p em mbar: n(p) = 1 + ∆n ∆p ·p ≈ 1 + 2,79·10−7 ·p Através dessa equação, temos que o ı́ndice de refração do ar é: n(p0) ≈ 1,000280 5 5.3.4 Discrepância relativa do ı́ndice de refração do ar (∆nar ) ∆nar = ∣∣∣∣xexp − xteoxexp ∣∣∣∣·100 ∆nar = ∣∣∣∣1,000280− 1,0002931,000293 ∣∣∣∣ · 100 ≈ 0,0013% 6 Conclusão Embora a discrepância do ı́ndice de refração do vidro tenha divergido em 21,1% em relação ao valor teórico considerado, ressaltamos que as variadas concen- trações de elementos qúımicos entre cerâmicas v́ıtreas geram diferentes ı́ndices de refração para o vidro. Portanto, apesar da propagação de erros e imprecisão nos dados obtidos e utilizados, podemos concluir que o valor calculado para o ı́ndice de refração do vidro, bem como para o ı́ndice de refração do ar e o com- primento de onda do He-Ne, situam-se numa margem relativamente próxima dos valores mais precisos conhecidos. Referências G. J. Biscuola, R. H. Doca, and N. V. Boas. Tópicos de F́ısica 2: Termologia, Ondulatória e Óptica. Saraiva S.A, São Paulo, eighth edition, 2012a. ISBN 9788502178144. G. J. Biscuola, R. H. Doca, and N. V. Boas. Tópicos de F́ısica 3:Eletricidade. Saraiva S.A, São Paulo, eighth edition, 2012b. ISBN 9788502178144. Halliday, Resnick, and J. Walker. Fundamentos de f́ısica,volume 3: eletromag- netismo. Cleveland State University, Rio de Janeiro, eighth edition, 2009. ISBN 9788521616078. Sears, Zemansky, Young, and Freedman. F́ısica IV: ótica e f́ısicamoderna. Pearson, São Paulo, tenth edition, 2004. ISBN 8588639041. 6
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