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Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Ondas Propagação em Dielétricos Perfeitos e em Dissipativos 1 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Dielétricos Perfeitos • Considere-se agora a propagação em um meio dielétrico perfeito, ou seja, sem perdas. • Um dielétrico tem permeabilidade magnética e permis- sividade elétrica , é isotrópico e homogêneo. • Assim, a equação de onda pode ser obtida pela simples mudança desses parâmetros: que corresponde a uma onda propagando-se na direção mas não na velocidade da luz. Ex = E0 cos ! t " z µ#( )$% &' µ = µRµ0 ! = "! = "!R!0 !az 2 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Dielétricos Perfeitos • A velocidade de propagação é, então: que é inferior à velocidade da luz: pois v = 1 µ! v = 1 µ! = 1 µR "!R # 1 µ0!0 = c µR "!R < c µR ! 1 e "#R ! 1. 3 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Dielétricos Perfeitos • Da mesma forma, o comprimento de onda dentro do dielétrico é menor do que no vácuo, pois: Conclusão: Em um meio real, uma onda se propaga com menor velocidade e comprimento de onda mais curto do que teria ao se propagar no vácuo. • Adicionalmente, a impedância intrínseca do dielétrico é dada por: ! = vf = c f µR "#R = !0 µR "#R < !0 ! = µ " = µR #"R $ µ0 "0 = µR #"R $!0 4 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Dielétricos Perfeitos • Definindo-se a constante de fase como: • Logo, considerando o campo elétrico na direção , tem-se o fasor: • e as equações dos campos ficam dadas por: k = ! =" µ# = 2$ f 1v = 2$ % Exs = E0e! j"z !ax Ex = E0 cos !t " #z[ ] Hy = E0 $ cos !t " #z[ ] 5 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Exemplo • Considere-se uma onda propagando-se na frequência de 300 MHz em água fresca. Nesta frequência, a àgua tem parâmetros e . • Apesar de a àgua ser um meio dissipativo, por simplicidade, este efeito será desconsiderado. • A velocidade da onda na água é, então: • Já o comprimento de onda fica reduzido a: • A impedância intrínseca é, nesse caso: • enquanto a constante de fase fica: µR = 1 !"R = 78 v = c µR !"R = 3#108 78 = 0,340 #10 8m/s ! = vf = 0,340 "108 300 "106 = 0,113 m, enquanto no vácuo ! = 1 m. ! = µR "#R $!0 = 377 78 = 42,7 %, enquanto no vácuo ! = 377 %. k = ! = 2" # = 55,5 rad/m, enquanto no vácuo ! = 6,28 rad/m. 6 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Exercício • Uma onda plana uniforme propaga-se em polietileno ( ) na frequência de 9,4 GHz. Se a amplitude do campo magnético é de 7 mA/m e o material for considerado sem perdas, determine: a) a velocidade de propagação; b) o comprimento de onda no material; c) a constante de fase; d) a impedância intrínseca; e) a amplitude do campo elétrico. µR = 1, !"R = 2,26 7 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos • A propagação de uma onda por um dielétrico dissipativo, de condutividade !, produz uma corrente de condução e uma corrente de deslocamento (ou de polarização), responsáveis pelas perdas ôhmicas. • A descrição desse fenômeno pode ser desenvolvida a partir da Lei de Ampère: • usando-se a transformada de Fourier, no domínio da frequência tem-se: • Assim, pode-se assumir que a permissividade elétrica é complexa para dielétricos disssipativos: Dielétricos Dissipativos ! ! " ! H = ! J + #$ % ! E %t ! ! " ! Hs = ! Js + j# $% ! Es = & ! Es + j# $% ! Es = ! Js.cond + ! Js.desloc = & + j# $%( ) ! Es = j#% ! Es j!" = # + j! $"( ) % " = $" & j # ! ' () * +, = $" & j $$"( ) 8 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos • Similarmente, a partir da Lei de Faraday: • usando-se a transformada de Fourier, no domínio da frequência tem-se: • Recordando-se da Lei de Ampère no domínio da frequência: • Considerando o campo magnético na direção , e o campo elétrico na direção tem-se: e • Após derivar a primeira em relação a z, pode-se combiná-las, resultando em: Dielétricos Dissipativos ! ! " ! E = #µ $ ! H $t ! ! " ! Es = # j$µ ! Hs !ay !ax !Exs !z = " j#µHys !2Exs !z2 = "# 2µ$Exs ! ! " ! Hss = j#$ ! Es !Hys !z = j"#Exs 9 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos • Logo, sua solução é dada por: • Portanto, para dielétricos dissipativos, a constante de fase é: • ou seja, k é complexa, podendo ser escrita como jk = !+j", tal que: Dielétricos Dissipativos k =! µ" =! µ #" $ j ##"( ) =! µ #" 1$ j ##" #" % &' ( )* =! µ #" 1$ j + ! #" % &' ( )* Exs = E0e! j" µ#z = E0e! jkz ! = Re jk[ ] =" µ #$2 1+ ##$ #$ % &' ( )* 2% &' ( )* +1 e , = Im jk[ ] =" µ #$2 1+ ##$ #$ % &' ( )* 2% &' ( )* +1 10 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos • Substituindo-se jk = !+j" na expressão do fasor campo elétrico, tem-se: • No domínio do tempo, o campo elétrico ao longo do dielétrico dissipativo é: • Aqui se observa o termo exponencial decrescente com a distância z, relativo à atenuação da amplitude do campo, ou seja, às perdas de potência à medida que a onda penetra no dielétrico. • Quanto maior o módulo de ", mais a onda se dissipa. Neste caso, " é conhecido por coeficiente de atenuação. • A profundidade de penetração do campo no dielétrico é definida como: • Há materiais usados em amplificadores de laser que ampliam o campo, ou seja, eles têm " negativo que, neste caso, é chamado coeficiente de ganho. Dielétricos Dissipativos Ex = E0e!" z cos #t ! $z( ) Exs = E0e! jkz = E0e! " + j#( )z = E0e!" ze! j#z z = ! = 1" 11 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos • A velocidade de fase da onda é dada por: • O comprimento de onda por: • Já o campo magnético, ortogonal ao campo elétrico, fica dado por: • tal que a impedância intrínseca do dielétrico dissipativo é complexa: • que em coordenadas polares fica: • onde Dielétricos Dissipativos v = ! " ! = 2" # Hy = E0 ! e"# z cos $t " %z( ) ! = µ " = µ #" $ j ##"( ) = µ #" 1 1$ j ##" #" ! = µ "# $ re j% 2 ! = tan"1 ##$ #$ % &' ( )* 12 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos • Definindo-se a tangente de perdas como: • Vê-se então que, no dielétrico dissipativo, o fasor campo magnético fica defasado do fasor campo elétrico por um ângulo #/2, tal que: Dielétricos Dissipativos tan! = ""# "# = $ % "# ! E ! H !az !ay !ax Hy = E0 µ !" # r e$% z cos &t $ 'z $( 2( ) 13 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos • Além disso, a tangente de perdas relaciona-se com a razão entre as densidades de corrente de condução e de deslocamento: • ou seja, apesar desse fasores apontarem para a mesma direção do espaço, estão defasados de 90o entre si. • Se a tangente de perdas for pequena (muito menor que um), tem-se um bom dielétrico e os coeficientes podem ser aproximados por: • e a impedância intrínseca por: Dielétricos Dissipativos Js.cond Js.desloc = ! j " # $% = ! j tan& ! " #2 µ $% e & " ' µ $% 1+ 18 $$% $% ( )* + ,- 2( )* + ,- " ' µ $% ! " µ #$ 1+ j ##$2 #$ % &' ( )* % &' ( )* 14 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Exemplo • Considere-se uma onda propagando-se na frequência de 2,5 GHz em água fresca . Nesta frequência, a àgua tem , e . • A tangente de perdas é: • Logo a constante de atenuação fica: • A impedância intrínseca é, nesse caso: • A profundidade de penetração é: µR = 1 !"R = 78 tan! = " # $% = " # $%R%0 = 0,01429 ! = 1 " = 1 3,3 = 0,3027 m # 30,27 cm. ! = µR "#R $!0 1 1% j tan& = 377 78 1 1% j0,01429 = 42,68'0,41 ! (. ! =" µ #$2 1+ tan%( ) 2( ) &1 = 2' .2,5 (10 9 3(108 . 78 2 . 1+ 0,01429( ) 2 &1 = 3,3 Np/m ! = 0,155 S/m 15 Prof.Dr. Rodrigo P. Lemos Exercício • Uma onda plana uniforme propaga-se num material dielétrico com perdas com na frequência de 1 MHz. Determine: a) a tangente de perdas; b) a constante de atenuação; c) a constante de fase; d) a impedância intrínseca; µR = 1, !"R = 2,5 e # = 4 $10%5 S/m 16 17 ! Obrigado!
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