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Victoria K. L. Cardoso Nefropatia obstrutiva ………….Introdução………... Características: ● A obstrução pode ocorrer em qualquer local do trato urinário, podendo ser aguda ou crônica, parcial ou completa e unilateral ou bilateral. ● Se não tratada, a UTO pode predispor infecções do trato urinário (ITU), ITU grave com sepse e doença renal em estágio terminal (ESRD). ● É mais comum entre crianças do que entre adultos que apresentam sintomas do trato urinário ou insuficiência renal. ○ Sendo mais prevalente entre homens do que em mulheres, principalmente com a idade, devido ao aumento da próstata. ● No geral, a UTO não é uma causa comum de insuficiência renal, mas é sempre uma causa importante de insuficiência renal em pacientes oncológicos. ………….Etiologias…………. As causas da UTO variam com base na localização da obstrução. Obstrução no rim: causa dilatação de cálices individuais ou caliectasias. ● Principais causas: cálculos renais, carcinoma de células transicionais, coágulos sanguíneos e papilas descamadas. Obstrução na pelve renal ou distal: causa caliectasia difusa ou hidronefrose. Obstrução uretral: cálculos, carcinoma de células transicionais, compressão externa (tumores, linfonodos aumentados, fibrose retroperitoneal), coágulos sanguíneos e bolas de fungo. ● Quando a obstrução é aliviada com um stent, a obstrução do stent pode levar a hidronefrose recorrente. ● Os tumores da bexiga podem obstruir um ou ambos os ureteres ou orifícios ureterais. Causas comuns de obstrução bilateral: obstrução da saída da bexiga (aumento da próstata ou das válvulas uretrais posteriores) e bexiga neurogênica. Nas mulheres: câncer uterino, cervical ou de ovário - devem ser considerados quando houver hidronefrose unilateral ou bilateral. Causas da UTO de acordo com a idade: ● Crianças: anormalidades anatômicas, incluindo válvulas uretrais ou estenose e estenose na junção ureterovesical ou ureteropélvica. ● Adultos jovens: cálculos. ● Pacientes mais velhos: hipertrofia prostática ou carcinoma, neoplasias retroperitoneais ou pélvicas e cálculos. Victoria K. L. Cardoso ……avaliação Clínica e exames……. ………….laboratoriais…………. Verificar: ● Presença ou ausência de dor. ● Local da obstrução. ● Grau de obstrução (parcial ou total). ● Rapidez com que a obstrução se desenvolve. Sintomatologia mais comum: ● Dor - pode estar ausente, mesmo na obstrução aguda. ○ Se presente, resulta da distensão da bexiga, infecção secundária, cálculos ou massas obstrutivas. ○ Dor relativamente forte - (cólica renal ou ureteral) geralmente trata-se de uma obstrução completa aguda (como com cálculo ureteral). ○ Obs: quando a compressão ureteral externa causa UTO, a dor costuma estar ausente, pelo lento e progressivo curso da obstrução. ● Hidronefrose. ○ Se isolada, costuma ser assintomática. ○ Caso haja dor, deve-se considerar diagnósticos adicionais, como cálculos, necrose papilar ou infecção. ● Mudança na produção de urina. ○ Lembrando que, a produção normal de urina não exclui UTO. ○ Pode variar desde anúria, com obstrução ureteral completa bilateral ou uretral completa, até oligúria, volume normal ou mesmo poliúria. ○ Poliúria - mesmo se a taxa de filtração glomerular (TFG) estiver reduzida, pode haver lesão tubular. ○ A obstrução uretral pode causar distensão da bexiga e incontinência por transbordamento, resultando em urgência urinária, noctúria e sensação de poliúria. ○ Em casos graves, pode haver distensão abdominal. ● Hipertensão. ○ Os pacientes também podem ser normotensos. ○ No caso da hipertensão, pode ocorrer por retenção de sal e água ou pela ativação do sistema renina-angiotensina-aldosterona. ■ Se a hipertensão for pela retenção de volume, ela responde imediatamente à restauração do fluxo urinário. ○ Se for pela ativação do sistema renina-angiotensina, isso pode ocorrer pela vasoconstrição dos capilares glomerulares aferentes no rim obstruído; sendo aliviada pela desobstrução. Victoria K. L. Cardoso ■ Na obstrução unilateral, há liberação de renina do rim obstruído e redução da liberação do rim não obstruído. ● Hematúria. Exames laboratoriais alterados: ● Aumento da creatinina sérica - pode ser a primeira indicação de obstrução. ● Urina com hematúria e piúria. ● Acidose tubular renal hipercalêmica. ………….Diagnóstico…………. O diagnóstico de UTO é feito por imagem, e deve ser realizada em todos os pacientes que apresentam lesão renal aguda (LRA) de causa desconhecida. ● Mas, a imagem não é útil em pacientes em que outra causa de IRA é provável. ● A UTO oculta deve ser descartada por exames de imagem em todos os pacientes com doença renal crônica (DRC). Ultrassom: é o exame de imagem preferido para a maioria dos pacientes. ● Lado negativo: está associada a uma alta taxa de falso-positivos. ● O ultrassom é principalmente para descartar a obstrução. ○ A ultrassonografia da bexiga também pode diagnosticar ou excluir a retenção urinária. ● Achados: dilatação do sistema coletor em um ou ambos os rins. Cateterismo vesical: usado para diagnosticar e aliviar a obstrução. ● Vantagem do ultrassom em relação ao cateterismo: caso o ultrassom seja negativo, elimina a necessidade de cateterismo e o desconforto do paciente ao procedimento. Tomografia computadorizada: não se usa como teste diagnóstico inicial, pois expõe o paciente à radiação, mas deve ser o exame inicial na suspeita de um cálculo obstrutivo. ● Suspeita de cálculo obstrutivo: dor intensa no flanco, náusea, vômito, disúria, urgência e hematúria macroscópica; além de fatores de risco como história prévia ou história familiar de nefrolitíase. ○ Aqui usa-se a TC sem contraste. ● Outros motivos para realizar a TC: ○ Após uma USG em que os rins não podem ser visualizados adequadamente. ○ Na doença renal policística autossômica dominante, pois os cálculos e a hidronefrose podem ser difíceis de detectar por ultrassonografia. ● Achados: ○ Com contraste, o parênquima é mais brilhante do que o espaço urinário até a fase excretora. ○ A partir da fase excretora, o contraste preenche o sistema coletor. ○ Dilatação dos cálices menores e maiores e da pelve renal. Victoria K. L. Cardoso Ressonância magnética (RNM): ● Pode ser uma alternativa à TC, pois não expõe os pacientes à radiação e tem um rendimento diagnóstico semelhante. Diagnósticos diferenciais: ● Causas menos comuns de anúria: síndrome hemolítico-urêmica, necrose cortical renal, obstrução arterial renal bilateral e glomerulonefrite crescente ou rapidamente progressiva. ● Pacientes com achados ultrassonográficos de UTO: cistos peripélvicos, pelve extra-renal e veias renais dilatadas. ....Hidronefrose sem obstrução…. Nem sempre indica obstrução urinária, uma grande diurese pode distender o sistema coletor intrarrenal, principalmente em diabetes insípido nefrogênico e doença congênita. A maioria das outras hidronefroses não obstrutivas são apenas leves ou moderadas, sendo o mais notável a gravidez, pois há dilatação do sistema coletor e dos ureteres desde o primeiro trimestre e persiste por algumas semanas após o parto. ……Obstrução urinária em rins….. ………...transplantados………... É muito comum a lesão renal aguda (IRA) em rins transplantados em comparação com rins nativos. ● Usa-se o ultrassom para o diagnóstico. Principais causas de UTO no rim transplantado: ● Estenose ureteral secundária a trauma ou isquemia, compressão externa por linfocele e disfunção da bexiga. …...Prognóstico e recuperação…. A UTO parcial completa ou prolongada pode levar à atrofia tubular, fibrose intersticial e, eventualmente, lesão renal irreversível. Prognóstico renal: ● Obstrução ureteral total: recuperação relativamente completa da taxa de filtração glomerular, se a obstrução for aliviada em uma semana, mas pode não haver recuperação se a obstrução for aliviada após 12 semanas. ● Obstrução parcial: é menos previsível, depende da gravidade e da duração da obstrução e das complicações, se presentes, como hipertensão, infecção ou doença renal preexistente. Mecanismo que a UTOcausa lesão renal irreversível: ● Após o início da obstrução, há um aumento inicial da pressão proximal à obstrução devido à filtração glomerular contínua, então esse aumento da pressão causa dilatação dos sistemas coletores. ● A elevação da pressão também é transmitida de volta ao túbulo proximal, diminuindo a taxa de filtração ao neutralizar a alta pressão intraglomerular. ● No entanto, o aumento da pressão intratubular causa vasoconstrição renal secundária e uma redução acentuada no fluxo sanguíneo glomerular.
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