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Contracepção na adolescência

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Contracepção na adolescência 
× A idade de forma isolada não representa nenhuma 
contraindicação a qualquer método contraceptivo, exceto as 
opções definitivas >> É justamente o contrário tendo em 
vista que adolescentes possuem maior número de opções 
contraceptivas em virtude das condições de saúde devido a 
idade 
× As formas mais populares de contracepção em 
adolescentes são os preservativos e o coito 
interrompido, seguido de pílulas combinadas 
× Métodos que dependem do uso correto por parte das 
adolescentes, como as pílulas, apresentam maior número de 
falhas quando comparado às mulheres adultas >> Por isso, 
recentemente tem-se adotado estratégias que aumentem a 
disponibilidade de métodos reversíveis de longa ação, como 
dispositivos intrauterinos e implantes, para adolescentes 
× A escolha do método contraceptivo baseia-se na decisão 
individual, orientada por particularidades que envolvem 
aspectos clínicos (idade, fatores de risco e doenças 
associadas) 
× A adolescente possui direito à educação sexual, acesso à 
informação sobre contracepção, confidencialidade e ao 
sigilo sobre a sua atividade sexual e sobre a prescrição de 
métodos anticoncepcionais 
× A sociedade brasileira de pediatria em conjunto com a 
FEBRASGO determina que a prescrição de métodos 
anticoncepcionais deverá levar em conta a solicitação dos 
adolescentes, respeitando os critérios médicos de 
elegibilidade, independente de idade >> Além disso, 
prescrição de métodos anticoncepcionais para menores de 
14 anos, desde que os critérios sejam respeitados, não é 
considerado ato ilícito 
× Quando se orienta a adolescente quanto à contracepção, é 
necessário que se apresente todos os métodos disponíveis 
>> Isso inclui o DIU e implantes, os quais são denominados 
de LARCS ((Long Acting Reversible Contraceptives) 
• Porém, ainda há muitos médicos que não se 
sentem seguros em inserir DIU’s e implantes em 
adolescente 
× Existem diversas barreiras que impedem o uso consistente 
e correto dos contraceptivos entre os adolescentes: 
• Falta de conhecimento 
• Aconselhamento inadequado 
• Tabus socioculturais 
• Restrições legais 
• Atitudes moralistas 
× Embora os LARCs sejam priorizados por algumas entidades 
médicas, dificuldades no acesso e na aceitabilidade pela 
adolescente mostram que métodos tradicionais, como os 
contraceptivos orais combinados (COC) e preservativos, 
devem ser foco de aconselhamento por profissionais de 
saúde 
× Além disso, ainda existem muitos mitos em relação à 
anticoncepção na adolescência dificultando assim o seu uso 
por parte dos adolescentes 
 
× Alguns aspectos são extremamente relevantes na consulta 
de adolescentes que buscam orientação contraceptiva, tais 
como: 
• Acolhimento: é importante reforçar a 
confidencialidade e privacidade, reconhecer a 
individualidade da adolescente, informar que não 
há necessidade de exame ginecológico inicial. Além 
disso, é importante criar um ambiente aberto e 
empático 
Métodos contraceptivos na adolescência 
• Perguntar acerca do histórico sexual, uso prévio 
de contraceptivos, história médica, 
relacionamento atual, expectativa do método 
contraceptivo, opinião sobre métodos injetáveis e 
LARC, se há apoio em casa ou do parceiro 
• É fundamental checar o conhecimento do método 
e preferência, a qualidade do conhecimento, se há 
necessidade de screening para DST e se o método 
é adequado para necessidade e expectativas 
• Informar sobre os mecanismos de ação, eficácia, 
uso correto e como iniciar o método, sobre o 
impacto do método sobre o ciclo menstrual, 
potenciais eventos adversos, consultas de 
seguimento 
• Tranquilizar a paciente >> Reforçar que os 
benefícios superam os riscos, sobre o uso 
consistente, ou seja, não é necessário interromper 
o método sem contato com médico, que a 
anticoncepção é a primeira etapa da vida sexual 
segura e etc 
Particularidades do uso de métodos contraceptivos na 
adolescência 
× Uso de pílulas antes da menarca: Não se recomenda os 
métodos hormonais antes da menarca, preconizando-se 
nessa situação a utilização do preservativo após a adequada 
orientação >> O uso antes da menarca pode aumentar a 
interferência dos esteroides sexuais sobre o eixo HHO 
× Densidade mineral óssea: os métodos hormonais possuem 
como característica a supressão gonadotrófica, a qual 
determina a redução dos níveis estrogênicos endógenos >> 
Porém, contraceptivos hormonais contendo estrogênios 
possuem efeito positivo na densidade mineral óssea, não 
havendo assim restrições ao seu uso e podem ser usados 
na adolescência 
× Ganho de peso: não há evidências suficientes que suportem 
a relação causal entre o ganho de peso e contraceptivos 
hormonais em qualquer faixa etária 
× Acne: o uso de contraceptivos orais combinados no 
tratamento de acne baseia-se na possibilidade de haver 
redução da oferta androgênica à unidade pilossebácea e 
bloqueio da atividade androgênica nessa unidade, 
• A administração oral do etinilestradiol é seguida 
por um aumento da SBHG (Globulina ligadora de 
hormônios sexuais), determinando maior captação 
de androgênios livres. Além disso, a supressão 
gonadotrófica relacionada ao progestagênio 
propicia menor produção androgênica ovariana >> 
A somatória desses efeitos caracteriza o efeito 
antiandrogênico comum a todos os 
anticoncepcionais orais 
× Progestagênios isolados: inclui as minipílulas, pílula de 
progestagenio (desogestrel), acetato de 
medroxiprogesterona injetável (AMPd) e implante de 
etonogestrel, sendo todos com uso ininterrupto e o padrão 
menstrual imprevisível, tendendo a amenorreia com o tempo 
de uso 
• O mecanismo de ação principal das minipílulas é a 
alteração no muco cervical e tendem a ter menor 
eficácia quando comparadas a outros 
progestagênios 
• Já desogestrel isolado oral propicia bloqueio 
gonadotrófico, sendo tão eficaz quanto as pílulas 
combinadas, da mesma forma que a AMPd e o 
implante. 
• Deve ser dado uma atenção especial a 
possibilidade de esquecimento ao considerar a 
opção de progestagênios orais >> Porém, não há 
restrição de uso de progestagênios isolados na 
adolescência 
• Existe uma preocupação com o uso da AMPd em 
adolescentes com histórico familiar ou fatores de 
risco para osteoporose pois estudos mostram 
redução na DMO com esse contraceptivo, que 
tende a normalizar-se após a suspensão do 
método 
× Dispositivos intrauterinos: os benefícios dos métodos 
intrauterinos superam os riscos, podendo ser utilizados em 
adolescentes >> Porém, deve-se considerar a maior 
propensão à expulsão devido à nuliparidade 
× Condom/preservativo: recomenda-se para adolescentes 
o uso concomitante do condom, independentemente do 
método contraceptivo escolhido, visando à proteção contra 
as DSTs >> O uso isolado desse método de barreira visando 
à contracepção relaciona- -se à elevada taxa de falha.