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SEXUALIDADE FEMININA Existe esse livro “Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais” que é conhecido como DSM 5, neste livro existem lá as classificações das disfunções sexuais, disforias de gêneros e transtornos parafílicos. Os transtornos parafílicos são aquelas situações, por exemplo como a pedofilia (desejo sexual pelas crianças), a zoofilia (desejo sexual pelos animais), então são situações em que o indivíduo tem o desejo sexual voltado para algo que não é socialmente aceito, que não é socialmente saudável. As disforias de gêneros são as incongruências de gêneros, como por exemplo uma mulher que nasce no corpo feminino mas que ela não se sente condizente com aquele gênero, então ela gostaria de ser um homem, ela se sente como um homem, podendo ser o contrário também, então são os transsexuais, é a transsexualidade. Essas duas categorias são estudadas, orientadas e tratadas principalmente pela psiquiatria e pela psicologia. Já as disfunções sexuais podem ser estudadas e orientadas por vários profissionais, além dos psicólogos e psiquiatras, que são os profissionais da saúde da mulher, os da saúde do homem como a urologia, a fisioterapia com o profissional que trabalha com as queixas do assoalho pélvico. O que é disfunção sexual? Nas fases da resposta sexual temos desejo, excitação, orgasmo e a resolução. O desejo é ação do sistema nervoso central, se diz que o cérebro é o principal órgão sexual, pois é do cérebro que é partido o desejo, a libido. E quando falamos em desejo não é só o desejo sexual, nesse caso estamos falando, mas no indivíduo desejo significa função de vida, desejo de viver, prazer em viver, significa vários prazeres da vida que a pessoa pode ter, dentre eles o desejo sexual. Depois do desejo sexual que é a vontade, existe a excitação que é a preparação do corpo para isso, que vai ter a ação periférica e a reação genital, então a ação periférica no corpo inteiro você vai ter vasocongestão pélvica, então vai ter mais sangue sendo levado como essa resposta sexual do desejo e mais sangue vai sendo levado para a região pélvica fazendo essa vasocongestão pélvica. E a reação genital é a lubrificação, no caso dos homens tem a ereção e no caso das mulheres há a lubrificação. E a ação periférica você pode sentir aumento da FC, rubor na pele e a vasocongestão pélvica também. Essas modificações corporais são reações extragenitais. O orgasmo é o auge, é o máximo de congestão pélvica e as miotônias que acontecem no corpo da mulher que são contrações da musculaturas pélvica quando acontece essa sensação de orgasmo. Tem uma liberação súbita da tensão sexual, o clímax. A resolução é a sensação de relaxamento e bem estar, e retorno ao estado de repouso. Existe um modelo circular do ciclo de resposta sexual feminino proposto por uma pesquisadora canadense chamada Rosemary, ela percebeu que muitas vezes quando existe uma relação conjugal de longa duração, as mulheres entram no estado de neutralidade sexual, elas não são mais como no início do relacionamento que elas ficam tomando a iniciativa do ato sexual, aí elas ficam numa neutralidade dependendo de um estímulo sexual por exemplo, para que ela possa continuar essa relação sexual ela pode precisar ser estimulada e não ter necessariamente uma participação mais ativa ou então mais iniciativa. Com o passar dos anos de um casamento isso pode acontecer por causa da monotonia. Então eu coloco esse quadro porque é uma das principais queixas das pacientes, “eu não tenho desejo sexual”, “eu não tenho libido, não tenho mais vontade”. Isso é algo recorrente nas queixas femininas e nas masculinas também, só que o homem tem vergonha de falar, as vezes ele não tá nem com vontade mas ele se sente na obrigação cultural de procurar ter relação sexual. Ele vai ser a pessoa a tomar a iniciativa justamente por essa pressão cultural, e as mulheres vão ficar tendo relações por obrigação por que elas não têm desejo espontâneo, e muitas vezes elas não querem mais ter essa situação. Elas fazem por muitos motivos, pode ser dependência emocional, afetiva, financeira, então ela fica no relacionamento com medo de se separar por causa dos filhos, com isso acaba ficando mesmo se sentindo incomodada e muitas vezes nem sabendo organizar momentos mais criativos para continuar tendo uma vida sexual mais satisfatória para ela e não só para o outro. Existe o transtorno do interesse ou excitação sexual feminina que é o transtorno de desejo. Tem o transtorno do orgasmo feminino, a anorgasmia que é a dificuldade em ter orgasmo/prazer/clímax. E tem o transtorno da dor genito-pélvica ou penetração que antes era conhecido como vaginismo e dispareunia, hoje se juntou tudo nessa classificação por que fica muito difícil de se descobrir. A palavra vaginismo significava mais uma questão emocional, então isso aqui é dor na relação sexual. Enquanto o vaginismo era visto como um bloqueio emocional, a dispareunia era mais um bloqueio físico que impedia essa penetração tranquila. Então se colocou numa categoria só porque viu que o emocional está ligado com o físico, é difícil separar. Estudo da Carmita Abdo. Existe uma expectativa que a mulher tem quando vai ao ginecologista sobre o assunto, ela espera que você pergunte isso. A mulher fica muito mais feliz quando o profissional dá abertura para falar sobre. Síndrome pré menstrual pode ser um dificultador. A primeira menstruação é menarca, a última menstruação é menopausa, o período entre a primeira e a última é menáquine, quando a mulher está próximo da menopausa o período do climatério tem uma diminuição dos hormônios que causam uma mudança significativa no corpo e no estado emocional. Cada uma sente de forma diferente, mas pode acontecer ressecamento vaginal por diminuição do estrogênio e vai diminuir o trofismo e com isso causar dor pelo ressecamento. Além disso, a mulher pode sentir desconforto ao urinar que é chamado de disúria, e infecções do trato urinário por repetição. Como a pele está ressecada, pode haver lesão no momento da penetração. Oferectomia é a retirada dos ovários, com isso a mulher vai ter uma menopausa cirúrgica. A fonte de hormônios vai diminuir e ela vai ter impactos. A hiperprolactinemia pode diminuir o desejo, pois é um hormônio da lactação envolvido com a maternidade e nesse momento as mulheres não ficam muito receptivas ao ato sexual. A SOP influencia na autoestima e na infertilidade que é muito difícil para o casal, que muitas vezes vai precisar de coito programado. O uso de medicamentos como os recaptadores de serotonina podem diminuir o desejo. O câncer de próstata vai influenciar tanto na resposta masculina com a ereção, quanto na resposta feminina. É preciso ter bons hábitos, diagnóstico precoce, fazer autoexame. É preciso ter diálogo com as meninas desde muito cedo para que elas não tenham vergonha de tocar no seu próprio corpo. No diagnóstico, além do auto exame, vai ter ultrassonografia, e mamografia para ajudar nesse diagnóstico precoce e assim o tratamento não ser tão agressivo. Os medicamentos da hormonioterapia vão diminuir os níveis de estrogênio. O contexto é uma coisa sistêmica, vai além do biológico. A permissão é muito importante. Profissionais de saúde não devem fazer julgamento. Ao invés de perguntar a orientação é melhor perguntar quais as práticas sexuais por ser mais amplo. Aqui praticamente está falando as perguntas que devem ser feitas. Tratamento medicamentoso tem pouca efetividade, é a última coisa a ser pensada. Geralmente vai se pensar nessas coisas sistêmicas.
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