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Tosse A tosse é a principal queixa respiratória que fazem com que os pacientes procurem assistência médica. TOSSE AGUDA: até 3 semanas CAUSAS: Exacerbação de quadro alérgico (asma, DPOC) IVAS: rinossinusites, resfriados comuns Pneumonia Geralmente, os quadros agudos de tosse tem poucas consequências. Porém, pode ocasionar um sinal de doença potencialmente fatal: embolismo pulmonar, pneumonia, IC. TOSSE CRÔNICA: >3 semanas CAUSAS: infecções crônica (TB) Tríade: asma, DRGE, gotejamento pós nasal (>90% dos casos de tosse crônica) Bronquiectasia, IECA (captopril, enalapril etc), doenças do parênquima pulmonar, doenças cardiovasculares Tabagismo (DPOC, Ca pulmão) DIAGNÓSTICO DA TOSSE CRÔNICA : RX de TX deve ser realizada em todos os pacientes, pois as características e padrão da tosse não auxiliam o diagnóstico Outros testes não devem ser solicitados em pacientes fumando ou que usem IECA até que o tabaco ou fármaco tenham sido descontinuado. Radiografias de seios paranasais esofagografia com bário, broncoprovocação com metacolina, pH esofágico e broncoscopia podem ser solicitados como parte da avaliação inicial, quando não for possível o diagnóstico exclusivamente clínico. COMPLICAÇÕES DA TOSSE CRÔNICA Mudança do estilo de vida, sensação de esgotamento, insônia, rouquidão, cefaleia, dores musculares, sudorese excessiva, distúrbios urinários, síncope É a 5ª causa mais comum de procura de assistência medica no mundo (em adultos não tabagistas) Gotejamento pós nasal (GPN) Sinônimo: rinorreia posterior Principal causa de tosse crônica História clínica: sensação de algo escorrendo na garganta, congestão nasal ou rinorreia. A minoria é assintomática Exame físico: mucosa nasal (enantema – vermelhidão da mucosa; congestão ou áreas de palidez), faringe com ou sem secreção. Exames complementares: radiografia, nasofibroscopia Avaliação da resposta frente a terapêutica instituída (padrão ouro) As causas mais comuns de tosse secundária ao GPN são rinites: rinite alérgica, rinite vasomotora, rinite pós viral, sinusites, rinite medicamentosa e rinites secundária a agentes irritativos do ambiente. As sinusites representam 30% das causas de tosse não produtiva e 60% das produtivas. A radiografia está indicada na avaliação inicial quando não for possível o diagnóstico baseado nos sintomas clínicos, quando houver resposta insatisfatória ao tratamento ou nos casos de suspeita de comprometimento de estruturas adjacentes. RADIOGRAFIA Tem maior utilidade na avaliação dos seios maxilares, esfenoidal e frontal Achados sugestivos de sinusite: Opacidade ou velamento do interior da cavidade paranasal Níveis hidroaéreos Espessamento mucoso superior a 6mm (crianças) e 8mm (adultos) As incidências são importantes para identificar as estruturas que você quer! TOMOGRAFIA A TC com cortes coronais de 3 a 4mm é o método de escolha para fazer uma avaliação crítica das cavidades paranasais – pedir quando há DIFICULDADE DE DIAGNÓSTICO ENDOSCOPIA (NASOFIBROSCOPIA) Endoscopia da cavidade nasal, faringe e laringe é importante em pacientes com sintomatologia crônica, para determinar causas anatômicas, bem como definir a extensão das doenças que cursam com obstrução nasal, drenagem de secreções e outros processos inflamatórios Asma, variante tussígena É a 2ª causa mais comum de tosse crônica Pode ser aguda quando em quadros de exacerbação História clínica: sibilos, dispneia, sensação de aperto no peito, piora com betabloqueador – propranolol – paciente HAS) Diagnóstico da asma: história clínica + reversão brônquica com b2 agonista (salbutamol) Bronquite eosinofílica Confundida com asma Difere da asma por ausência de obstrução variável ao fluxo aéreo, ausência de hiperresponsividade das vias aéreas (resposta menos intensa) e ausência de infiltrado mastocitario no musculo liso das vias aéreas A bronquite eosinofílica represente 13% dos pacientes com tosse crônica Não melhor com broncodilatador! A melhora clínica da bronquite eosinofilica com corticosteroide oral ou inalatório A resposta sintomática após utilização de b2 agonista é fator chave no diagnóstico de asma como causa de tosse. A utilização de corticoides não pode ser assim considerada, pois outras doenças como bronquite crônica, bronquite eosinofilica, tosse pós-infecciosa e rinite podem apresentar melhora sintomática. Refluxo Gastroesofágico 3ª causa mais frequente de tosse crônica TEORIAS DA FISIOPATOLOGIA: Reflexo esôfago-traqueobrônquico Estímulos de ácido e de enzimas à faringe e à laringe Síndrome de aspiração pulmonar Ausência de sintomas dispépticos em até 70% dos casos O exame contrastado do esôfago com bário pode ser normal – o ácido pode ainda não ter danificado o esôfago A endoscopia do esôfago pode ser um método inicial de avaliação, tendo grande utilidade na graduação da esofagite, mas o exame normal não exclui o diagnóstico Monitorização ambulatorial do pH esofágico em 24h tem sensibilidade e especificidade elevadas, mas resultado falso negativos podem ocorrer pHmetria – útil para: documentar o refluxo em pacientes com endoscopia normal, refratários a tratamento, ou que serão submetidos a cirurgia anti-refluxo, ou que apresentam dor torácica em investigação (após avaliação cardíaca) avaliar recidiva de refluxo após tratamento cirúrgico avaliar pacientes com manifestações de faringite, laringite ou tosse crônica, refratários ao tratamento anti-refluxo especifico documentar a presença de refluxo em adultos com asma de início recente, quando houver suspeita de asma induzida por refluxo a pHmetria não tem indicação na avaliação de refluxo alcalino e esofagite SINTOMAS: Rouquidão, engasgos, espasmos, dores, queimação na faringe, pigarro frequente, globus faríngeo LARINGOSCOPIA: detecta alterações inflamatórias agudas e cronicas, que comprometem, em geral estruturas mais posteriores da larginge. Alterações da laringoscopia: edema, enantema, hipertrofia, espessamento da mucosa, granuloma de contato, alterações estruturais e funcionais Mesmo com resultado positivo de refluxo por qualquer desses métodos, melhora sintomática frente ao tratamento anti refluxo, nos pacientes com tosse crônica, é que estabelece o diagnóstico causal. Bronquite crônica Tosse produtiva na maioria dos dias, por um período de 3 meses, pelo menos 2 anos consecutivos Representa 5% das causas de procura médica por tosse crônica A maioria dos pacientes são tabagistas, atribui a causa da tosse ao cigarro. Bronquiectasia 4ª causa de tosse crônica Tosse com expectoração, podendo estar associada com dispneia A ausculta: crepitações, roncos e sibilos TC TX tem sensibilidade de 60% a 100% e especificidade de 92% a 100% A broncoscopia não tem utilidade no diagnóstico. Mas pode ser utilizado para localizar pontos de sangramento, investigar infecções associadas, investigar corpos estranhos. Carcinoma broncogênico Tumor pode produzir tosse em até 90% no curso da doença Investigação inicial: RX TX, exame de escarro, broncoscopia Quando o RX TX é normal, o diagnóstico diferencial é GPN e bronquites (pouco provável o carcinoma) O escarro é feito quando há hipótese de doenças inflamatórias ou neoplásicas quando é contraindicado a broncoscopia A broncoscopia pode ser usada pra dar sequencia na investigação, quando houver dúvida no diagnostico IECA Qualquer tipo de ieca: captopril, enalapril, ramipril etc. Tosse em até 20% dos pacientes Horas a meses após introduzir o fármacoColapso traqueobrônquico Tosse com sensação de sufocamento 5ª causa mais frequente Endoscopia: vê-se colapso brônquico na respiração Outras causas... Pós-infecciosa: infecção + RX TX normal Normalmente após infecção por mycoplasma pneumoniae, chlamydia pneumoniae e bordetella pertussis; infecção viral também é gatilho; rinite traqueobronquite, hiperreatividade brônquica ou complicações infecciosas pós sinusite bacteriana Corpo estranho: aspiração de conteúdo alimentar; pode-se notar mudança na voz Tosse + dispneia progressiva: insuficiência ventricular esquerda Tosse + hemoptise, derrame pleural, dispneia e dor torácica: embolia pulmonar Tosse de origem psicogênica considerada em último caso
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