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Infecções respiratórias agudas (IRAs) Década de 60: incluídas entre os três principais problemas de saúde pública da infância, junto com as doenças diarréicas e a desnutrição Causa de óbito de cerca de 70.000 crianças < 5 anos a cada ano no continente americano 15% de todas as mortes que ocorrem anualmente em crianças < 5 anos 23-50% das consultas dos postos de saúde e cerca de 2/3 dos atendimentos de emergência em hospitais no Brasil Porta de Entrada: Trato respiratório FACILIDADE DE TRANSMISSÃO Inúmeros vírus causam infecções respiratórias Coronavírus: Paramixovírus: • Vírus Parainfluenza • Vírus Respiratório Sincicial Adenovírus: Ortomixovírus: • Vírus Influenza Picornavírus: • Rinovírus • Enterovírus Figure 1. Sites of influenza entry in the respiratory tract. (A) The anatomical and functional structures of the human airways are shown. Influenza first infects the upper airway and the ciliated cells in the bronchus and bronchioli. Resulting clinical syndromes include tracheitis, bronchitis, bronchiolitis, and bronchopneumonia. The adaptive immune response is initiated in lymph nodes along the airways. (B) The respiratory epithelia is especially equipped to defend from incoming pathogens by a layer of mucus (bronchus), ciliated cells (bronchus and bronchioli), and alveolar macrophages (alveoli). Vírus Respiratório Sincicial (RSV) www.nature .com Família: Paramyxoviridae Gênero: Pneumovírus glicoproteína F: Fusão glicoproteína G: Adsorção Genoma: RNA ss (-) Transcriptase: L, P Proteína da matriz: M Nucleoproteína: N, NP Família: Paramyxoviridae Gênero: Pneumovírus Ac neutra- lizantes Vírus Respiratório Sincicial (RSV) O RSV é o principal agente causal de infecções do trato respiratório inferior (ITRI)- bronquiolite e pneumonia - em lactentes, infectando 70% dos bebês no 1º ano e 100% no 2º ano de vida. Ocorre em surtos anuais. No Rio de Janeiro a incidência começa a aumentar em Fevereiro/Março e o pico ocorre em Maio/Junho (final de outono início de inverno) Infecções repetidas no mesmo indivíduo variabilidade antigências: 2 grupos A e B Tratamento: - ribavirin - imunoglobulina intravenosa com altos títulos de Ac anti-RSV (RSV-IGIV) Os bronquíolos sofrem oclusão por restos celulares e mucina; bronco-constrição também ocorre. A resposta imune celular é responsável por algumas destas alterações patológicas Alterações celulares - RSV www. gsbs.utmb.edu Vírus Influenza Por volta do ano 2500 a.C., no Egito, o Faraó voltou de uma viagem com febre, corpo mole e dores por toda a parte. O padre-médico-tesoureiro aconselhou-o a passar o dia em repouso, tomando chá de flores de camomila ou uma garrafada misteriosa que continha extrato de plantas e outros ingredientes." Papiro médico grego com receitas, tratamentos e encantamentos mágicos e religiosos A História da Gripe cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/.../3096 - 412 a.C. na Grécia: Hipócrates: 1º relato científico de influenza: doença respiratória que durou alguma semanas, matou muitas pessoas e então, desapareceu Chá de artemísia, vitamina C e alface eram recomendados pelos gregos para quem apresentasse os sintomas da gripe. • Século XX: 3 grandes Pandemias 1918: Gripe Espanhola: “o maior holocausto médico já visto” commons.wikimedia.org Bonde circula por cidade brasileira carregado de caixões em 1918 cienciahoje.uol.com.br/controlPanel/materia/.../3096 - c 1918: Gripe Espanhola 1957: Gripe Asiática 1968: Gripe Hong Kong A História da Gripe • Século XX: 3 grandes pandemias 1918: Gripe Espanhola 1957: Gripe Asiática 1968: Gripe Hong Kong • Século XXI: 2009: Influenza A H1N1 (Gripe A) Família: Orthomyxoviridae • Vírus Influenza A: humanos suínos equinos aves focas • Vírus Influenza B • Vírus Influenza C humanos Virus Influenza : morfologia Hemaglutinina (HA) Neuraminidase (NE) • Vírus envelopados • Microscopia eletrônica: partículas pleomórficas diâmetro: 80-120nm Genoma: 8 segmentos de RNA fita simples (-) www.nature.com Proteína da Matriz- M1 (face interna do envelope) Nucleoproteína (NP): capsídeo Proteína transmembrana: Flu A Neuraminidase : envelope Hemaglutinina: envelope Ribonucleoproteína: RNA + + complexo RNA polimerase viral : + + Virus Influenza www.path.cam.ac.uk/ transcrição e replicação do RNA viral PB1 PB2 PANP Hemaglutinina Neuraminidase Vírus Influenza A Dividido em subtipos diferenças antigênicas na HA e NE Hemaglutinina = 16 Neuraminidase = 9 Glicoproteínas do Vírus Influenza Hemaglutinina: - Adsorção do vírus ao receptor celular (ácido siálico) - Penetração: fusão do envelope do vírus com a membrana do endosoma Neuraminidase: - Liberação do vírus da célula hospedeira (figura) - Disseminação do vírus no hospedeiro Representação esquemática da estrutura do trímero da HA inserido no envelope viral. Observe a posição dos sítios de ligação ao receptor e sítios antigênicos em HA1 e o peptídeo de fusão em HA2. www.academic.brooklyn.cuny.edu/ www.nature.com Clivagem de HA0 essencial para a infectividade do vírus Ciclo de replicação vírus influenza Influenza: Patogenia Transmissão: aerossóis/fômites Trato respiratório superior (cels epiteliais) Elementos de defesa: -Muco - Epitélio ciliado - IgA secretora Sintomas (início súbito): Febre, dor-de-garganta, tosse, calafrios, mialgia, dor-de-cabeça e prostação Infecção autolimitada: 3-7 dias + convalescência Invasão do TRI Complicações Infecção pelo vírus influenza: complicações - sinusite - infecção no ouvido - pneumonia viral ou causada por bactérias; - desidratação; - piora das doenças crônicas do tipo insuficiência cardíaca, asma - pneumonia primária por influenza pessoas com doenças cardiovasculares ou em mulheres grávidas. 24-72h Também há evidências de transmissão por mãos ou outras superfícies contaminadas A eficiência da transmissão por essas vias está na dependência da carga viral contaminante, de fatores ambientais como umidade e temperatura e do tempo transcorrido entre a contaminação e o contato com a superfície contaminada Variação genética do vírus influenza • Variação maior: shift antigênico Infecção simultânea de uma célula com 2 vírus influenza A com subtipos diferentes Geração de novas amostras virais Epidemias de Influenza A Influenza virus reassortment (rearranjo genético) Recombinação entre 2 amostras de Vírus Influenza A Variação genética do vírus influenza • Variação menor: shift antigênico Pequenas mudanças dos antígenos HA e NA (mutações pontuais, deleções) Vantagem seletiva sobre amostras circulantes Surtos localizados de Influenza A Representação esquemática da estrutura do trímero da HA inserido no envelope viral. Observe a posição dos sítios de ligação ao receptor e sítios antigênicos em HA1 e o peptídeo de fusão em HA2. www.academic.brooklyn.cuny.edu/ Pandemias do século XX: - 1818: Gripe Espanhola (H1N1) - 1957: Gripe Asiática (H2N2) - 1968: Gripe Hong Kong (H3N2) Virus Influenza Pandemia do século XXI: - 2009 : Gripe A (H1N1) Gripe espanhola commons.wikimedia.org Trecho de uma carta datada de 29/09/1918 escrita por um médico na época da gripe espanhola • “O campo Devens fica perto de Boston e tem cerca de 50.000 homens, ou melhor, tinha antes desta epidemia começar ... Cerca de 4 semanas atrás... Desenvolvendo-se tão rapidamamente que o campo está totalmente paralisado ... Estes homens começam com o que parece ser um simples ataque de LaGrippe ou Influenza e quando trazidos para o hospital, eles desenvolvem rapidamente o tipo mais viscoso de pneumonia que eu já tinha visto. Duas horas após serem internados, eles têm as manchas Mahogany sobre todo o peitoe algumas horas mais tarde, você pode começar a observar a cianose se extendendo a partir de seus ouvidos e se espalhando por toda a face, até que fica difícil distinguir os negros dos brancos. Em questão de somente poucas horas a morte chega, quando os pacientes terminam sua vida numa luta por ar até que ficam sufocados. É horrível ! A gente pode suportar presenciar a morte de um, dois ou 20 homens, mas ver estes pobres homens caindo como moscas arrasa com os nossos nervos. Nós temos tido uma média de 100 mortes por dia, o que vem se mantendo ...Por muitos dias não existem caixões e os corpos são empilhados em longas filas, uma visão chocante muito pior do que qualquer uma vista na França após a batalha ...” Gripe Espanhola 20-40 milhões de mortos H1N1 Gripe Asiática H2N2 H3N2 Gripe de Hong Kong H1N1 H5N1Gripe do Frango 1997 2003Século XX Século XXI: “ Are we ready for pandemic Influenza?” Influenza aviário Reservatórios do vírus na natureza (LPAIV): Aves selvagens: ordem Anseriformes (patos e gansos) ordem Charadriiformes (gaivotas, aves costeiras) Aves domésticas: galinha peru galinha-d´angola codorna faisão mais vulneráveis à infecção www.biologycorner.com Influenza em aves: - Infecção no trato respiratório - infecção no epitélio intestinal vírus eliminado nas fezes por 3-4 semanas www.iowadnr.gov Virus Influenza A - Distribuição dos subtipos de HA Especificidade de receptor dos Vírus influenza restringem o espectro de hospedeiro Influenza humano: HA reconhece ácido siálico ligado a galactose com ligações -2,6 Influenza aviário: HA reconhece ácido siálico ligado a galactose com ligações -2,3 porco hospedeiro intermediário Células do epitélio respiratório com ácido siálico ligado a galactose com ligações -2,3 e -2,6 www.hsph.harvard.edu Como explicar a infecção do vírus H5 da Ave Homem? - células pulmonares do homem com ácido siálico ligado a galactose com ligações -2,3 www.vadscorner.com Desde 1997 : 400 casos H5N1 em humanos em 14 países mortalidade de 60% graphics.jsonline.com 10/04/2009 : casos de gripe suína no México 21/04/2009: CDC confirma casos de gripe suína na California. 25/04/2009: WHO eleva alerta de pandemia para nível 4 08/05/2009: Brasil relata 4 casos 11/06/2009: WHO eleva o risco de pandemia para fase 6 (pandemia: + 6 países) Em 9 semanas: todas as regiões no mundo notificaram casos da nova gripe para a OMS (2 meses para disseminar) http://www.nature.com/news/ Gripe A H1N1: Cronologia http://www.who.int/csr/don/2009_06_12/en/index.html Fases 1-3: novo vírus surge por reassortment mas ainda não adquiriu a capacidade de disseminar homem a homem Fase 4: surtos potencial pandêmico Fase 5: casos clínicos em 2 países uma pandemia é eminente Fase 6: pandemia global http://www.cdc.gov/h1n1flu/ X X “Every influenza outbreak or pandemic is unique” Swine-origin influenza A (H1N1) Virus (S-OIV) H1N1: triplo rearranjo Avian Avian Human H3N2 Classical swine H1N1 Classical swine H1N1 Eurasian avian-like swine H1N1 lineage Virus Influenza: Diagnóstico laboratorial Amostras clínicas: humanos suínos equinos Aspirado de nasofaringe Detecção direta de antígenos virais: www.abcam.co.jp Secreção de nasofaringe processada por IF Secreção de nasofaringe processada por Elisa Detecção direta do genoma viral: RT-PCR www.nih.go.jp Na pandemia de gripe A: sequenciamento dos genes H e M por amostragem Virus Influenza Isolamento em Cultura de Células Isolamento em ovos embrionados Inoculação na cavidade amniótica: vírus influenza humano www.defra.gov.uk Inoculação na cavidade alantóica Detecção: reação de HA Virus Influenza Tratamento (para infecções humanas) • Profilático: Amantadina e Rimantadina (Influenza A) • Específico: Inibidores de Neuraminidase (Influenza A e B) Zanamivir (Relenza®) e Oseltamivir (Tamiflu®) www.ff.up.pt Imunização Vacina inativada polivalente: Influenza A (H1N1 e H3N2) + Influenza B Preparadas anualmente 1. Marque a alternativa correta: a) Os vírus Influenza A possuem alguns subtipos humanos e é o responsável pelas pandemias de gripe b) Os vírus Influenza B e C não possuem variação de subtipos humanos e infectam apenas o homem c) Ambas estão corretas 2. São fatores relacionados ao vírus influenza responsáveis pela ocorrência de epidemias globais periódicas de infecção por este vírus, exceto: a) Genoma DNA com alta taxa de mutação b) Genoma segmentado c) Grande variedade de animais reservatórios 3. “Para a partícula do vírus influenza ser infecciosa, a glicoproteína HA deve ser clivada em duas moléculas, sendo a clivagem mediada por uma enzima viral”. A sentença está: a) Certa b) Errada 4. Representa um aspecto necessário para a ocorrência do “shift” antigênico do vírus Infuenza A e geração de um novo subtipo viral: a) Infecção simultânea de uma célula com dois vírus influenza diferentes b) Troca de qualquer gene entre os dois vírus influenza durante o processo de replicação c) Ambas afirmativas estão corretas 5. “Os “drifts” antigênicos dos vírus influenza A e B levam ao surgimento de surtos localizados de gripe, sendo gerados a partir de rearranjos no genoma RNA destes vírus”. A sentença está: a) Certa b) Errada
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