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Por Yan Slaviero Augusto
 Tutoria 
 Aula 4
Período 2 - Módulo 3 - Tutoria 4 por Yan Slaviero Augusto
Compreender a Síndrome Metabólica e associá-la à obesidade.
No mundo, sobrepeso e obesidade acometem cerca de dois bilhões de pessoas, e são considerados pandemia. O Brasil ocupa a 5aposição no ranking mundial, com cerca de 60 milhões acima do peso e 22 milhões de obesos, o que corresponde a 17% da população. Isto leva ao aumento da mortalidade em função do risco de outras doenças, como diabete melito tipo 2 (DM2), hipertensão arterial sistêmica (HAS), dislipidemia, apneia do sono, doenças cardiovasculares e certos tipos de cânceres. A elevação da prevalência de DM2, indica a necessidade de detecção precoce e controle adequado destas doenças.
A síndrome metabólica (SM) é complexo de fatores de risco interrelacionados para doença cardiovascular e DM2, representados por hiperglicemia, HAS, dislipidemia e obesidade abdominal. Estima-se que a SM acometa 20% a 25% da população adulta e essa prevalência vem aumentando, devido à obesidade e o estilo de vida sedentário, chegando a 42% em indivíduos com mais de 60 anos. Separadamente, os componentes da SM implicam risco aumentado para DM2, doença cardiovascular e mortalidade por todas as causas; contudo, ela de forma plena determina risco superior à soma dos riscos de cada componente. Tem sido relatado que a associação de SM com doença cardiovascular aumenta a mortalidade total em 1,5 vezes e a mortalidade cardiovascular em 2,5 vezes. As pessoas com ela apresentam risco cinco vezes maior para desenvolverem DM2. De fato, é encontrada em 42-64% dos indivíduos com pré-diabete e 78-84% dos com DM2. Nestes, a morbimortalidade cardiovascular é significativamente maior na presença de SM.
Apesar da sua importância no contexto das doenças metabólicas e cardiovasculares, poucos estudos no Brasil têm avaliado a prevalência e seus determinantes, restringindo a qualidade das informações disponíveis sobre a magnitude do problema no país. Em recente revisão sistemática de dez estudos - nenhum dos quais envolvendo adultos da região nordeste -, a prevalência de SM situou-se em torno de 29%.
A perda ponderal em obesos, com ou sem SM, é essencial; por isso, a prática de exercício físico e controle alimentar são de grande relevância para o tratamento. Os serviços de saúde devem incentivar à prática de hábitos saudáveis, tendo em conta o pouco investimento da rede pública em treinamentos com ênfase na educação em saúde, torna-se necessário estabelecer estratégias para bom desempenho e rastreio da obesidade e comorbidades, onde o papel da equipe multidisciplinar treinada é fundamental, minimizando custos no sistema público de saúde.
Pesquisa 2
O termo Síndrome Metabólica descreve um conjunto de fatores de risco que se manifestam num indivíduo e aumentam as chances de desenvolver doenças cardíacas, derrames e diabetes. A Síndrome Metabólica tem como base a resistência à ação da insulina (hormônio responsável pelo metabolismo da glicose), daí também ser conhecida como síndrome de resistência à insulina. Isto é: a insulina age menos nos tecidos, obrigando o pâncreas a produzir mais insulina e elevando o seu nível no sangue. Alguns fatores contribuem para o seu aparecimento: os genéticos, excesso de peso (principalmente na região abdominal) e a ausência de atividade física.
A síndrome metabólica é uma doença da civilização moderna, associada à obesidade, como resultado da alimentação inadequada e do sedentarismo.
Fatores de risco:
- grande quantidade de gordura abdominal: em homens, cintura com mais de 102 cm e nas mulheres, maior que 88 cm;
- baixo HDL ("bom colesterol"): em homens, menos que 40mg/dl e nas mulheres menos do que 50mg/dl;
- triglicerídeos elevados (nível de gordura no sangue): 150mg/dl ou superior;
- pressão sanguínea alta: 135/85 mmHg ou superior ou se está utilizando algum medicamento para reduzir a pressão;
- glicose elevada: 110mg/dl ou superior.
Ter três ou mais dos fatores acima é um sinal da presença da resistência insulínica. Esta resistência significa que mais insulina do que a quantidade normal está sendo necessária para manter o organismo funcionando e a glicose em níveis normais.
A maioria das pessoas que tem a Síndrome Metabólica sente-se bem e não tem sintomas. Entretanto, elas estão na faixa de risco para o desenvolvimento de doenças graves, como as cardiovasculares e o diabetes.
Tratamento:
O aumento da atividade física e a perda de peso são as melhores formas de tratamento, mas pode ser necessário o uso de medicamentos para tratar os fatores de risco. Entre eles estão os chamados "sensibilizadores da insulina", que ajudam a baixar a açúcar no sangue, os medicamentos para pressão alta e os para baixar a gordura no sangue. Se você identificou em seu organismo alguns dos fatores, descritos acima, procure um profissional. O endocrinologista é o especialista em hormônios e metabolismo, que pode fazer o diagnóstico, o tratamento e o acompanhamento mais adequado se você tiver a síndrome.
Prevenção:
Perder peso e praticar alguma atividade física são as melhores formas de prevenir e tratar a Síndrome Metabólica. Detectar o problema pode reduzir o aparecimento de futuras doenças cardíacas. Além disso, você terá tempo de mudar seu estilo de vida, evitando o desenvolvimento de diversas complicações.
 
IMPORTANTE: Somente médicos e cirurgiões-dentistas devidamente habilitados podem diagnosticar doenças, indicar tratamentos e receitar remédios. As informações disponíveis em Dicas em Saúde possuem apenas caráter educativo.
Entender a fisiopatologia da obesidade (tipos,diagnóstico, tratamento).
Segundo Kumar, Abbas, Fausto et al., a obesidade é uma doença de desequilíbrio calórico que resulta do excesso de calorias ingeridas acima do consumo corporal. Foram identificados mecanismos humorais e neurais complexos que controlam o apetite e a saciedade. Esses mecanismos neuro-humorais podem ser subdivididos em três componentes:
· Sistema periférico ou aferente: seus componentes principais são leptina e adiponectina, produzidas pelas células gordurosas; grelina no estômago; peptídeo YY (PYY) no íleo e no cólon; e insulina no pâncreas;
· O núcleo arqueado no hipotálamo: tem a função de processar e integrar os sinais neuro-humorais periféricos e produzir sinais eferentes;
· O sistema eferente: tem a função de transportar os sinais produzidos nos neurônios de segunda ordem do hipotálamo para controlar a ingestão alimentar e o gasto energético.
Sabe-se que a obesidade ocorre em famílias, sugerindo um componente hereditário. Embora os fatores genéticos possam explicar algumas das variações individuais em termos de excesso de peso, as influências ambientais também contribuem de modo significativo. Essas influências incluem padrões alimentares familiares, falta de atividade em consequência de aparelhos que facilitam o trabalho, tempo gasto no computador e assistindo televisão, uso do automóvel para transporte, fácil acesso ao alimento, maior densidade energética do alimento, aumento do consumo de bebidas adoçadas com açúcar e tamanho crescente das porções.
Além dos fatores genéticos e dietéticos, pode-se citar também o estresse, devido ao aumento dos níveis de cortisol, que contribuem para o aumento da lipogênese, diminuição da lipólise, aumento da gliconeogênese e aumento da proteólise; uso de medicamentos de forma indiscriminada e a abstinência à utilização de álcool e outras drogas, uma vez que a maioria dos indivíduos buscam como mecanismo de fuga um alimento calórico, que contribuem para o aumento da obesidade.
No que tange os fatores hormonais, quando se tem um grande aumento no nível de glicose na corrente sanguínea, há uma liberação de insulina pelas células do pâncreas, que irá estimular a lipogênese e bloquear a lipólise, ou seja, leva ao aumento do armazenamento de gordura nas vesículaslipídicas (tecido adiposo), aumentando o tecido adiposo, ocasionando o aumento do tamanho das células presentes nesse tecido.
Além disso, a insulina também estimula a lipoproteína-lipase no sangue, que estimula a quebra de triacilgliceróis e a produção de ácidos graxos livres circulantes no sangue, na qual, 75% retorna para o tecido adiposo, onde serão convertidos em triacilglicerol novamente. Em contrapartida, a insulina bloqueia a enzima lipase hormônio sensível (HSL) dentro das células adiposas, bloqueando a degradação dos diacilgliceróis nas vesículas de gordura.
É importante ressaltar também que a resistência à leptina é um dos principais fatores presentes na obesidade, uma vez que o indivíduo acometido não vai usufruir de 100% da ação exercida pela leptina, que é de promover a saciedade.
A partir das células que aumentam de tamanho em decorrência da ação da insulina, têm-se a ampliação da inflamação celular, com redução do controle metabólico e consequente hipóxia tecidual, que leva ao aparecimento de macrófagos do tipo M1, definidos como pró-inflamatórios, para uma consequente formação da chamada Crown-like, caracterizando um estado aumentado de inflamação dos adipócitos, possibilitando, futuramente, a resistência à insulina.
De maneira geral, em um quadro de obesidade, quando há um excesso de gordura no tecido adiposo e em outros órgãos como fígado, músculo e pâncreas, ocorre um fenômeno chamado de lipotoxicidade, que leva a uma produção de espécies reativas ruins, de origem lipídica, causando, por exemplo, a disfunção de células beta pancreáticas.
Como identificar a pessoa obesa?
Para identificar se uma pessoa está obesa, na maioria das vezes, utiliza-se índice de massa corpórea (IMC). Esse cálculo analisa o peso que a pessoa apresenta em relação à sua altura. O resultado é obtido por meio da fórmula: peso ÷ (altura × altura).
· Peso normal: IMC entre 18.0 a 24,9 kg/m2
· Sobrepeso: IMC entre 25.0 a 29,9kg/m2
· Obesidade grau 1: IMC entre 30.0 - 34.9 kg/m2;
· Grau 2: IMC entre 35.0 - 39.9 kg/m2;
· Obesidade grau 3 / obesidade mórbida: IMC igual ou superior a 40 kg/m2.
Tipos de obesidade 
A obesidade também varia de acordo com a localização e distribuição da gordura pelo corpo. Existem três tipos, cada um deles afeta a saúde de forma diferente, mas todas são preocupantes.
1. Obesidade abdominal 
A obesidade abdominal também é conhecida como andróide, central ou "forma de maçã", devido à semelhança da forma que o corpo da pessoa alcança com a fruta. Nesse tipo, a gordura se deposita principalmente no abdômen e na cintura, podendo também se distribuir pelo peito e rosto. Ela é mais comum em homens, mas mulheres também podem desenvolver. 
Esse tipo de obesidade aumenta o risco de desenvolver problemas cardiovasculares, diabetes tipo 2, síndrome metabólica e da apneia do sono, doenças cardíacas, infarto, inflamação e trombose.
2. Obesidade periférica 
A obesidade periférica pode ser identificada como ginóide ou "forma de pera", também pela semelhança com o formato da fruta. Ela é mais comum em mulheres, pois tem relação com o perfil estrogênio (hormônio feminino). A gordura se localiza mais nas coxas, quadris e nádegas. 
A condição pode estar associada a problemas circulatórios, como insuficiência venosa e varizes, e osteoartrite nos joelhos, devido à sobrecarga do peso nestas articulações. Há, também, aumento do risco das complicações citadas para a obesidade abdominal, mas em menores proporções.
3. Obesidade homogênea
No caso da obesidade homogênea, pode demorar mais para causar preocupação no paciente, por não haver um impacto tão grande na aparência física como nos outros tipos, embora também apresente consequências para a saúde. Isso porque, não há uma predominância da gordura em uma área localizada, pois o excesso de peso está distribuído pelo corpo.
Entender o Programa de Prevenção e Controle da Obesidade.
A Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade norteia as ações do governo brasileiro e tem por objetivo promover a reflexão e fomentar a implementação da Estratégia pelos diversos setores que compõe a Câmara Intersetorial de Segurança Alimentar (CAISAN), tanto em nível federal quanto estadual, ratificando a necessidade de elaboração de diretrizes para o enfrentamento deste cenário epidemiológico, configurado como um problema social com dimensões morais e repercussões na saúde e na qualidade de vida do indivíduo. A Estratégia Intersetorial de Prevenção e Controle da Obesidade: recomendações para estados e municípios tem por objetivo orientar estados e municípios na articulação de ações intersetoriais locais com o intuito de prevenir e controlar a obesidade na população, sendo pautada em seis grandes eixos de ação:
1. Disponibilidade e acesso a alimentos adequados e saudáveis;
2. Ações de educação, comunicação e informação;
3. Promoção de modos de vida saudáveis em ambientes específicos;
4. Vigilância Alimentar e Nutricional;
5. Atenção integral à saúde do indivíduo com sobrepeso/obesidade na rede de saúde; e
6. Regulação e controle da qualidade e inocuidade de alimentos.
Durante os últimos anos, observou-se grande avanço na discussão do enfrentamento e prevenção da obesidade no país, efetivando uma Estratégia que organizasse e estruturasse as diversas ações – muitas em vigor há bastante tempo – de diversos setores da sociedade. A elaboração da Estratégia busca articular ações que atuam sobre as causas sociais, ambientais, econômicas e políticas da obesidade/sobrepeso, contribuindo para a superação da perspectiva fragmentada e setorial do enfrentamento dessa situação.
· No que concerne ao setor saúde, diversas ações são preconizadas no contexto da Estratégia, que contribuem para a redução e manejo da obesidade, tais como:
· Programa Saúde na Escola (PSE);
· Programa Academia da Saúde;
· Discussão da regulação da publicidade, práticas de marketing e comercialização de alimentos, especialmente voltado para o público infantil;
· Renovação de acordo com Associação Brasileira das Indústrias de Alimentação – ABIA para redução e eliminação de gordura trans;
· Discussão sobre a redução de açúcar em alimentos processados, prevendo pactuação das primeiras metas em 2015;
· Ações de promoção da alimentação adequada e saudável para crianças, por meio da divulgação e utilização do Guia Alimentar para População Brasileira, do Guia Alimentar para Crianças Menores de 2 anos e dos Alimentos Regionais Brasileiros;
· Discussão junto ao Ministério do Trabalho para atualização das Portarias que regulamentam o Programa de Alimentação do Trabalhador (PAT);
· Renovação de Acordo de Cooperação entre o Ministério da Saúde e a Federação Nacional das Escolas Particulares (FENEP) para promoção da alimentação saudável nas escolas, com enfoque nas cantinas;
· Ações de Vigilância Alimentar e Nutricional (VAN) para monitoramento de práticas alimentares e estado nutricional da população.
Vale destacar que a elaboração de uma Estratégia, que agrega os diversos setores governamentais, bem como representantes da sociedade civil, reafirma a importância da participação social na formulação de políticas e iniciativas no qual o Estado assume o compromisso com a universalidade, integralidade e equidade no acesso à alimentação adequada e saudável, preservação da autonomia e respeito à dignidade das pessoas, transparência no uso de recursos públicos, compromisso social, sustentabilidade e ética na relação entre público e privado.
No âmbito do setor saúde, cabe ao SUS realizar a vigilância alimentar e nutricional, realizar ações de promoção da saúde, como promoção da alimentação adequada e saudável e atividade física, garantir atenção integral à saúde dos indivíduos com sobrepeso e obesidade e atuar no controle e regulação da qualidade dos alimentos.
Entender o mecanismo da fome e da saciedade.
→ A leptina junto com a insulina, respondem pelo controle da fome. Quanto maior a massa gorda, maior a produção de leptina, na tentativa do organismo de reestabelecer o peso, causando saciedade.
→ Do outro lado do campo,há a grelina, que aumenta a fome e aumenta significativamente no jejum ou conforme seu peso vai caindo. Quando você sai do jejum e se alimenta, a grelina diminui temporariamente, aumentando hormônios anorexígenos (diminuem a fome), como CCK, PYY, GLP1, atuando junto com a insulina para que cesse sua ingestão calórica.
 → No jejum ou falta de energia, neurônios como NPY/AgRP são ativados, aumentando a fome. Já em períodos pós-prandiais, entra em cena os a-MSH/CART (estimulados pela leptina através do fator de transcrição STAT3), diminuindo a fome. 
→ Porém, na obesidade e diabetes T2, há uma resistência aos efeitos anorexígenos da leptina e insulina no hipotálamo, por uma elevada produção de SOCS3, que bloqueia os receptores, além de maior inflamação, ativando enzimas JNK e IKK que também diminuem os efeitos anorexígenos. 
→ Resumindo: Seu corpo tenta se adaptar ao excesso de calorias, mas chega uma hora que a inflamação causada (dentre outros processos) piora as respostas desse mesmo excesso, inibindo sinais redutores de fome que te auxiliariam a manter seu peso. Com essa resistência, fica ainda mais difícil perder peso, já que a própria redução aumenta a grelina, que continua ali estimulando você a comer. Esse é um dos fatores que impedem você de continuar perdendo gordura, além de manter o peso perdido. Uma das principais abordagens então é aumentar de forma fracionada, o volume de atividades e exercícios físicos, abordagem encontrada nos estudos onde ex obesos conseguiram manter o peso após dietas.
→ A fome: Apesar do termo também conotar uma problemática social, trataremos a fome como sendo a sensação fisiológica que nos faz procurar e ingerir alimento para satisfazer as necessidades diárias de nutrientes. O ato de ingerir alimentos é causado por uma série de estímulos (ou sinais). Entre eles está a diminuição, no organismo, da quantidade de nutrientes como glicose, aminoácidos, gordura ou mesmo a diminuição da temperatura interna. Fica claro fazer a ligação: se uma pessoa come para obter nutrientes (e energia) para o organismo, então sua falta deve levá-la a procurar o que comer. Porém, surge uma dúvida: será que é preciso diminuir totalmente o estoque de nutrientes do organismo para que uma pessoa ou um animal sinta fome? A resposta é não. Na verdade, o organismo é capaz de detectar diminuições mínimas na concentração de nutrientes e, em consequência, gerar sinais que vão desencadear a ingestão de alimentos. Mas, será que só comemos quando temos fome? Não, a ingestão de alimentos também pode ser estimulada pela hora do dia, a visão e o cheiro dos alimentos, além de reuniões sociais (daí o ditado “Comer e coçar é só começar”). Todos nós temos experiência que fatores emocionais, facilitação social e condicionamento (uma forma de aprendizagem) afetam a ingestão de alimentos. Quando se come sem ter fome (e essa energia não é gasta), os nutrientes ingeridos além da necessidade serão estocados em forma de gordura, ou seja, engordamos. 
→ Saciedade: O processo inverso da fome, chamado saciedade, também é causado por vários estímulos. Um deles é a distensão da parede gástrica, causada pelo armazenamento do alimento ingerido no estômago. O tempo de permanência do alimento no estômago depende principalmente da sua composição e não simplesmente da quantidade. Quanto mais gordura for contida no alimento, maior o tempo necessário para o esvaziamento gástrico. Quando o alimento passa do estômago para o intestino, um outro sinal de saciedade é produzido, dessa vez, químico: o intestino libera um hormônio (substância endócrina) para o sangue, chamado de colecistocinina, em resposta à presença de proteínas e de gorduras no alimento que chega intestino. Os mecanismos que acabamos de descrever se aplicam ao controle da ingestão durante ou imediatamente após uma refeição. Mas existem outros mecanismos que explicam o controle da ingestão por períodos mais longos e que estão diretamente envolvidos na regulação do peso corpóreo. O que poderia indicar para o organismo que ele deve aumentar ou diminuir a quantidade de alimentos que normalmente ele come? Como a gordura é a forma de estoque de energia,
Relacionar a obesidade com outras comorbidades.
De acordo com a revisão da literatura utilizada como embasamento para esta pesquisa, o Brasil apresenta atualmente 40% da população com sobrepeso e obesidade, com predomínio da doença no sexo feminino. Após avaliação de 400 indivíduos por meio da análise de seus prontuários, revelou-se neste estudo um percentual de 48,5% de sobrepeso e obesidade na amostra estudada, número superior ao revelado na literatura. Quando comparado o sexo, entretanto, o estudo demonstrou a mesma tendência observada nos artigos estudados, com predomínio do sexo feminino nos grupos “sobrepeso”, “obesidade grau I” e “obesidade grau II”. Embora tenham sido encontrados dois pacientes com obesidade grau III, com disposição de um indivíduo para cada sexo, o tamanho diminuto da amostra não revelou importância estatística e impediu traçar conclusões referentes a esse grupo. Quando excluído o grupo “sobrepeso” e comparados somente os grupos obesidade graus I, II e III, o estudo demonstrou incidência da doença em 13,5% da amostra, número também compatível com a literatura estudada. 
No que toca à relação entre faixa etária e IMC, o grupo que apresentou maior porcentagem de peso adequado foi o composto por indivíduos entre 16 e 30 anos, com 67,4%. Já o grupo etário que apresentou maior índice de peso inadequado foi aquele entre >50 e66 anos, com 64,0% dos indivíduos acima do peso esperado. Essa também foi a faixa etária que apresentou o predomínio das comorbidades estudadas, sendo que seis das dez doenças investigadas apareceram com maior frequência percentual nesse grupo (hipertensão arterial, diabetes Mellitus, dislipidemia, osteopatia, cardiopatia e vasculopatia). Apneia do sono e tabagismo predominaram na faixa etária entre >40 e50 anos, porém com pequena diferença percentual do grupo entre >50 e66 anos. Síndrome do ovário policístico teve maior frequência na faixa etária entre u16 e30 anos, fato compreensível, uma vez que essa é considerada uma doença de mulheres em idade fértil. Tal observação permitiu traçar uma importante relação entre peso inadequado e comorbidades, uma das hipóteses buscadas por este estudo e fartamente citada na literatura. 
Analisando-se a relação entre peso inadequado e sexo, esperar-se-ia que o sexo feminino apresentasse maior número de comorbidades, como de fato foi comprovado no presente estudo, que mostrou osteopatia e vasculopatia amplamente superiores entre as mulheres. Já hipertensão, diabetes Mellitus, dislipidemia, síndrome do ovário policístico (doença existente somente no sexo feminino) e cardiopatias também tiveram predomínio feminino, porém com discreta diferença em relação ao sexo oposto. Por sua vez, apneia do sono, etilismo e tabagismo foram as únicas comorbidades estudadas que apresentaram maior frequência no sexo masculino, sendo que a única porcentagem significamente superior encontrada foi o etilismo. 
Ainda, quando relacionados o IMC e a presença de comorbidades, a pesquisa revelou que o grupo “peso adequado” não apresentou frequência de comorbidades superior a nenhum dos outros grupos estudados, sendo que as comorbidades se distribuíram em sua grande maioria pelos grupos “obesidade graus I e II”, sendo desconsiderado o grupo “obesidade grau III”, pelo pequeno número de indivíduos. 
Assim, este estudo vem corroborar os demais artigos científicos, comprovando a relação entre aumento de índice de massa corpórea e hipertensão arterial, diabetes, pneumopatias, doenças cardiovasculares, desordens ortopédicas, tabagismo, etilismo, podendo servir de informação e embasamento literário para convencer da necessidade de medidas que levem ao tratamento e, mais importante, à prevenção da obesidade, a fim de evitar todas as outras doenças que vêm associadas ao excesso de peso.
Compreender os exames necessários para o diagnóstico da Síndrome Metabólica.
A síndrome metabólicaé um conjunto de fatores de risco que inclui obesidade abdominal, diminuição da capacidade de processar a glicose (resistência à insulina e aumento da glicemia), dislipidemia e hipertensão arterial. Pessoas com essas alterações têm um risco maior de apresentar doença cardiovascular e diabetes do tipo 2.
A síndrome metabólica é bastante comum e afeta principalmente pessoas com obesidade abdominal e estilo de vida sedentário. Alguns especialistas questionam o valor do diagnóstico, considerando que o conjunto de alterações não é melhor que cada fator de risco isolado para a avaliação do risco de doença cardiovascular.

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