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DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA C IV I L TRANSPORTE PÚBL ICO PARCERIAS INSTITUCIONAIS PARA GESTÃO DO TRANSPORTE PÚBLICO BÁRBARA ADRIANY FREITAS JUNQUEIRA CAUANE SANTANA MIRANDA Tópicos para Abordar ∙ Concessões e Permissões ∙ Parceria Público Privada - PPP ∙ Consórcios ∙ Autoridade Metropolitana ∙ Estudo de caso Cidade de São Paulo. Crédito: divulgação Embratur Gestão Pública A definição para Gestão Pública em sentido estrito abrange, sob aspecto subjetivo, somente os órgãos administrativos, e, sob o aspecto objetivo, exclusivamente a função administrativa, no primeiro caso, os órgãos governamentais e, no segundo, a função política (DI PIETRO, 2012). A Gestão Pública, adotada em seu sentido subjetivo, associa-se às entidades, órgãos e agentes, pois, segundo Carvalho e Sampaio (2010), envolvem a Administração Direta e Indireta. Consórcio Concessões e Permissões Autoridade Metropolitana PPP PARCERIAS INSTITUCIONAIS CONCESSÕES E PERMISSÕES AS CONCESSÕES ACONTECEM QUANDO É DELEGADA A EXPLORAÇÃO E MANUTENÇÃO DAS ATIVIDADES DE CARÁTER PÚBLICO AO PRESTADOR DE SERVIÇO PRIVADO Lei 8987/95 EMENTA Permissão: a delegação, a título precário, mediante licitação, da prestação de serviços públicos, feita pelo poder concedente à pessoa física ou jurídica que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco. Concessão de serviço público: a delegação de sua prestação, feita pelo poder concedente, mediante licitação, na modalidade de concorrência, à pessoa jurídica ou consórcio de empresas que demonstre capacidade para seu desempenho, por sua conta e risco e por prazo determinado. Definições estabelecidas pela Lei: Licitações As concessões só permitem a modalidade concorrência, enquanto as permissões admitem qualquer modalidade. Personalidade Jurídica Tanto as pessoas físicas quanto as jurídicas podem ser concessionárias de execução de serviço público por permissão. Já na concessão, apenas pessoas jurídicas e consórcio de empresas são autorizadas a participarem. Contrato A concessão se dá por contrato bilateral e formal, ou seja, prevê os direitos e deveres de ambas as partes, em determinado período de tempo. Já as permissões são formalizadas por contrato de adesão, de caráter unilateral e discricionário. PARCERIA PÚBLICO PRIVADA CONTRATO DE PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS médio e longo prazo (de 5 a 35 anos) ADMINISTRAÇÃO PÚBLICA LEI Nº 11.079/2004 cujo valor não seja inferior a vinte milhões de reais Privatização PPP PPP X PRIVATIZAÇÃO As privatizações implicam a alienação de ativos públicos ao setor privado. Na PPP ocorre o inverso: ao término do contrato, a infraestrutura implementada é transferida ao setor público (BRITO; SILVEIRA, 2005). CONCESSÕES TRADICIONAIS Cobrança de tarifas é suficiente para remunerar o investimento PPPs Abre-se espaço para uma complementação de receitas por parte do setor público. PPPs Patrocinadas CONCESSÕES DE SERVIÇOS PÚBLICOS OU DE OBRAS PÚBLICAS DE QUE TRATAM A LEI 8.987/95 Envolvem, adicionalmente à tarifa cobrada dos usuários pela prestação de determinado serviço público, a contraprestação pecuniária do parceiro público ao parceiro privado. Visa complementar o pagamento necessário aos investimentos e à operação pelo parceiro privado, no período da concessão PPPs Administrativas PRESTAÇÃO DE SERVIÇOS, PELO PARCEIRO PRIVADO Em atividade em que a Administração Pública é a usuária direta ou indireta e envolve a execução de obra ou fornecimento e instalação de bens. Não há o pagamento de qualquer tarifa pública a ser paga pelos usuários dos serviços. O pagamento ao parceiro privado se dá 100% por contraprestações pelo período da concessão. Primeira PPP do Brasil foi a Linha 4-Amarela do Metrô São Paulo A linha é, ainda hoje, a única do estado a funcionar com gestão privada (no Brasil, são apenas quatro) 12 anos da parceria com a ViaQuatro Investiu R$ 1,64 bilhão em equipamentos e tecnologia. A linha é pioneira em automação total na América Latina e transporta mais de 700 mil passageiros por dia. AUTORIDADE METROPOLITANA Congregar Passariam a ser conjuntamente responsáveis pelo planejamento, planos de expansão e execução dos serviços de transporte metropolitano. OBJETIVO PL 2221/20 EMENTA O Projeto de Lei 2221/20 que visa promover alterações no marco legal da mobilidade urbana. Dentre os pontos importantes levantados pelo PL está a criação da autoridade metropolitana. A criação da autoridade metropolitana é a pedra de toque do PL, com vistas a promover a governança e integrar o planejamento, a gestão e a política tarifária entre municípios dessas áreas. INSTITUÍDA POR LEI ESTADUAL Estados e municípios inclusos em região metropolitana ou na aglomeração urbana AUTORIDADE METROPOLITANA DE TRANSPORTES Regiões metropolitanas ou aglomerações urbanas IMPEDIDOS DE RECEBER RECURSOS ORÇAMENTÁRIOS FEDERAIS Destinados à mobilidade urbana até que a respectiva autoridade metropolitana tenha sido instituída. A criação de uma autoridade metropolitana Nos daria a oportunidade de transformar a realidade atual, chamando todos a participar de um único projeto, incluindo a necessária substituição da matriz energética e a evolução tecnológica dos veículos (em particular dos ônibus). COORDENAÇÃO VERTICAL COOPERAÇÃO VOLUNTÁRIA AGÊNCIA REGULADORA GOVERNANÇA METROPOLITANA Características em comum Nível intermediário de poder situado entre governo e municípios Planejamento econômico e territorial para a região conurbada Integração modal e tarifária Análise de desempenho e regulação da operação Coordenação dos meios de pagamento Canalização dos recursos financeiros. Principais diferenças CONSÓRCIO Gerir Viabilizar a gestão pública nos espaços metropolitanos, em que a solução de problemas comuns só pode se dar por meio de políticas e ações conjuntas. OBJETIVO Lei 11.107/2005 Art. 1º § 1º O consórcio público constituirá associação pública ou pessoa jurídica de direito privado. Art. 2º Os objetivos dos consórcios públicos serão determinados pelos entes da Federação que se consorciam, observados os limites constitucionais. § 1º Para o cumprimento de seus objetivos, o consórcio público poderá: I – Firmar convênios, contratos, acordos de qualquer natureza, receber auxílios, contribuições e subvenções sociais ou econômicas de outras entidades e órgãos do governo; II – Nos termos do contrato de consórcio de direito público, promover desapropriações e instituir servidões nos termos de declaração de utilidade ou necessidade pública, ou interesse social, realizada pelo Poder Público; e III – ser contratado pela administração direta ou indireta dos entes da Federação consorciados, dispensada a licitação. LEI DOS CONSÓRCIOS PÚBLICOS DIVIDE AS RESPONSABILIDADES ENTRE O ESTADO E O MUNICÍPIO FORTALECE O PAPEL DO MUNICÍPIO NA GESTÃO DO STPP COORDENA AS AÇÕES FACILITANDO A OBTENÇÃO DE RECURSOS FINANCEIROS ESTABELECE NOVA RELAÇÃO COM OS OPERADOS ATRAVÉS DE PROCESSO LICITATÓRIO ÚNICO DE LINHAS MUNICIPAIS E INTERMUNICIPAIS DEFINIÇÃO DE UM MODELO DE CONSÓRCIO APROVAÇÃO PELO GOVERNADOR E PREFEITOS ASSINATURA DO PROTOCOLO DE INTENÇÕES RATIFICAÇÃO DO PROTOCOLO FORMALIZAÇÃO DO CONSÓRCIO INCLUSÃO DOS DEMAIS MUNICÍPIOS NO CONSÓRCIO CRIAÇÃO DE UM CONSÓRCIO INSTRUMENTOS JURÍDICOS, ASSEMBLÉIAS, ESTRUTURAÇÃO DA NOVA EMPRESA PARA INTEGRAR OS SISTEMAS MUNICIPAIS E METROPOLITANOS Consórcio Público de Recife "O CTM tem como objetivo social a gestão associada plena do STPP/RMR, incluindo atividades de planejamento, fiscalização, regulação e outorga dos serviços a terceiros." Fonte: Grande Recife Consórcio de Transporte ESTUDO DE CASO “ANÁLISE DO IMPACTO DAS INCERTEZAS EM PARCERIAS PÚBLICO-PRIVADAS: UM CASO REAL NA ÁREA DE TRANSPORTE PÚBLICO Analisou o impacto das incertezas na viabilidade econômico-financeira deum projeto real na área de transporte público de Parceria Público-Privada ESTUDO DE CONCEITOS (PPP, SENSIBILIDADE E RISCOS) COLETA DE DADOS PARA ELABORAÇÃO DO FLUXO DE CAIXA FLUXO DE CAIXA DESCONTADO WACC VPL TIR ANÁLISE DETERMINISTICA ANÁLISE DE SENSIBILIDADE ANÁLISE DE RISCO COLETA DE DADOS Em um contrato de Parceria Público-Privada para investimento e operação de uma linha de metrô de uma cidade brasileira. A entidade privada deve implantar obras civis e sistemas, fornecer material rodante, operação, manutenção e conservação da linha de metrô por um prazo de 35 anos A remuneração provém das tarifas cobradas dos usuários do metrô e uma contraprestação anual de R$30 milhões paga pelo órgão público Investimentos previstos dos parceiros Fonte: Fonseca, 2018. Análise de Sensibilidade FONTE: FONSECA, 2018. Análise de risco Com base nas três variáveis mais críticas da análise anterior: demanda, investimentos e tarifa, a simulação de Monte Carlo, por meio do software CrystalBall®, demonstra que a probabilidade de viabilidade, no primeiro caso, é de 52,09% ao contrário do segundo caso, em que a probabilidade é de 27,06%, ou seja, ao assumir uma tarifa inferior a R$2,53 os riscos do projeto aumentam substancialmente. FONTE: FONSECA, 2018. CONSIDERAÇÕES FINAIS Baseado nos resultados obtidos, a pesquisa sugere que o projeto é viável e, portanto, recomenda-se investir na Parceria Público-Privada. Além disso, entende-se que abaixar o valor da tarifa poderia causar a inviabilidade do projeto. Conclui-se, então, que em sua maioria, as parcerias institucionais para a gestão do transporte público urbano são viáveis e tendem a fornecer sistemas mais eficientes, deixando assim, o órgão público cumpra suas obrigações na prestação de serviço de transporte público coletivo sem a necessidade de criar uma estrutura ou realizar um grande investimento para a operação. Dessa maneira, fica responsável apenas pelo planejamento e gestão da qualidade dos serviços. REFERÊNCIAS DOS SANTOS, Cleiton Oliveira; DUARTE, Patrícia Costa. Fatores caracterizadores da qualidade no sistema de transporte coletivo: um estudo de caso no município de Bagé/RS. Anais do Salão Internacional de Ensino, Pesquisa e Extensão, v. 4, n. 2, 2012. EFICIÊNCIA. In: DICIO, Dicionário Online de Português. Porto: 7Graus, 2020. Disponível em: https://www.dicio.com.br/eficiencia/. Acesso em: 25/04/2021. FERRAZ, Antonio Clóvis Pinto; TORRES, Isaac Guillermo Espinosa. Transporte público urbano. RiMa Editora, 2001. INTEGRAÇÃO do Transporte Público é Solução para Grandes Cidades. ESTADÃO, 09 de abr. de 2020. Disponível em: https://summitmobilidade.estadao.com.br/compartilhando-o-caminho/integracao- do-transporte-publico-e-solucao-para-grandes-cidades/. Acesso em: 25/04/2021. https://summitmobilidade.estadao.com.br/compartilhando-o-caminho/integracao-do-transporte-publico-e-solucao-para-grandes-cidades/ REFERÊNCIAS AMINISTÉRIO AGUARDA “JANELA” PARA VOTAR PL SOBRE AUTORIDADE METROPOLITANA DE TRANSPORTE. Ministério aguarda “janela” para votar PL sobre autoridade metropolitana de transporte. ABDIB. Disponível em: . Acesso em: 19 May 2021. MINISTÉRIO DAS CIDADES. Caderno Técnico de Referência Gestão do Sistema de transporte público coletivo. Disponível em: Acesso em: 19 May 2021. RODRIGUES, Juliana de Souza. Gestão do transporte público do município de São Paulo: implementação da política nacional de mobilidade urbana. 2014. ROJAS PARRA, Fernando. Aportes para a melhoria da gestão do transporte público por ônibus de Bogotá, a partir das experiências de Belo Horizonte e Curitiba. Papel político, v. 11, n. 2, p. 557-594, 2006. REFERÊNCIAS SOUSA JÚNIOR, Antônio Ressa Rodrigues de. Et al. Papel da Gestão Pública e a qualidade no transporte coletivo. Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 05, Ed. 12, Vol. 14, pp. 32-50. Dezembro de 2020. ISSN: 2448- 0959, Link de acesso: https://www.nucleodoconhecimento.com.br/administracao/qualidade-no-transporte, DOI: 10.32749/nucleodoconhecimento.com.br/administracao/qualidade-notransporte TELES, Maria de Fátima Carvalho de Sampaio et al. Metodologia de análise de um sistema metropolitano de transportes: o caso da Autoridade Metropolitana de Transportes do Porto (AMTP). 2007. PREFEITURA MUNICIPAL DE UBERABA. Sobre as PPPs. 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