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Direito Tributário - Aula 10

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Matéria: Direito Tributário 
Professor: Cadu Carrilho 
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Essa é uma aula muito importante. Espero que gostem. Vamos tratar sobre 
o tema crédito tributário, bem como a constituição desse crédito tributário, que 
se dá pelo lançamento e as modalidades de lançamento. Além de aprendermos 
sobre os efeitos do lançamento. 
 
 
Sumário 
Sumário ..............................................................................................2 
1 – Crédito Tributário ..........................................................................3 
2 – Lançamento ...................................................................................5 
2.1 – Legislação Aplicável ao Lançamento ...........................................8 
2.2 – Alteração do Lançamento Notificado ......................................... 11 
2.3 – Modificação dos Critérios Jurídicos Adotados no Lançamento ... 14 
3 – Modalidades de Lançamento ........................................................ 15 
3.1 – Lançamento de Ofício ............................................................... 16 
3.2 – Lançamento por Declaração (ou misto) .................................... 18 
3.3 – Lançamento por Homologação (ou “autolançamento”) ............. 20 
3.4 – Tipo de Lançamento dos Impostos............................................ 23 
4 – Questões Comentadas ................................................................. 24 
5 – Lista de Exercícios ....................................................................... 62 
6 – Gabarito ...................................................................................... 81 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Aula – Crédito tributário: lançamento - efeitos e modalidades. 
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Precisamos visualizar bem a dinâmica para chegar até esse ponto. A CF 
atribui competência, o ente, por causa dessa competência, faz a lei que institui 
o tributo, essa lei prevê a hipótese de incidência, situações que, previstas 
abstratamente na lei, quando ocorrerem na vida real, caracterizam o fato 
gerador. A ocorrência do fato gerador, ou seja, a situação que acontece de fato 
e que está de acordo com a situação prevista na norma, faz com que surja a 
obrigação tributária. A obrigação tributária, portanto, surge desde o momento 
da ocorrência do fato gerador. A obrigação tributária precisa ser concretizada 
pelo crédito tributário, e isso ocorre por meio do lançamento. Então, o 
lançamento é o ato que constitui o crédito tributário. 
Crédito tributário é o direito que a Fazenda Pública tem de exigir o 
cumprimento da obrigação tributária principal do sujeito passivo. Ou seja, 
com a ocorrência o fato gerador, surge a obrigação tributária principal (o dever, 
o contribuinte ou o responsável pagar a prestação pecuniária). Contudo, 
somente após constituído o crédito tributário, é que essa obrigação será exigível 
pela Fazenda Pública. E como isso acontece? É pelo lançamento que se 
constitui o crédito tributário. 
 
O crédito tributário decorre, portanto, da obrigação tributária e, segundo 
o CTN, tem a mesma natureza que ela. O fato gerador faz surgir a obrigação 
tributária da qual decorrerá o crédito tributário. 
Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma 
natureza desta. 
 
No entanto, as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua 
extensão ou seus efeitos ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou 
que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe 
deu origem. 
Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua 
extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, 
ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe 
deu origem. 
 
 
FATO 
GERADOR
OBRIGAÇÃO 
TRIBUTÁRIA
LANÇAMENTO
CRÉDITO 
TRIBUTÁRIO
1 – Crédito Tributário 
 
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Perceba que, embora o art. 139 determine que o crédito tributário decorre 
da obrigação tributária e possui a mesma natureza desta, no art. 140, o CTN 
estabelece que a obrigação tributária apresenta natureza autônoma em 
relação ao crédito tributário dela decorrente. 
Conforme o art. 141 do CTN, a extinção, exclusão ou suspensão da 
exigibilidade do crédito tributário regularmente constituído – assuntos de 
nossa próxima aula – somente ocorrem nos casos previstos no CTN, fora 
dos quais não podem ser dispensadas a sua efetivação ou as respectivas 
garantias, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei. 
 Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se 
modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou 
excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser 
dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua 
efetivação ou as respectivas garantias. 
 
Importante também você conhecer a jurisprudência do STJ sobre o 
significado da expressão crédito tributário: "(...) do exame sistemático das 
normas insertas no Código Tributário Nacional (arts. 113, §§ 1º e 3º, e 139), 
observa-se que crédito tributário não diz respeito apenas a tributo em 
sentido estrito, mas alcança, também, as penalidades que incidam 
sobre ele" (EREsp 792.628-RS/2008) 
 
 
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Circunstâncias que modificam o 
crédito tributário
Circunstâncias que modificam a 
extensão do crédito tributário
Circunstâncias que modificam os 
efeitos do crédito tributário
As garantias ou privilégios
atribuídos ao crédito tributário
Causas de exclusão da 
exigibilidade do crédito tributário
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Conforme a literalidade do CTN, o lançamento apresenta natureza 
jurídica mista ou dúplice, pois é declaratória da obrigação tributária e 
constitutiva do crédito tributário. O que isso significa? Antes do lançamento já 
existia a obrigação tributária, por meio dele apenas é declarada sua existência. 
Já o crédito tributário nasce com o lançamento, é constituído por ele. Logo, 
lançamento tem natureza constitutiva, pois é por meio dele que se constitui 
o crédito tributário e lançamento tem natureza declaratóriano que tange à 
obrigação tributária, pois declara a situação que deu ensejo a obrigação 
tributária que é o fato gerador. 
 
 
Conforme disposição expressa do art. 142 do CTN, compete 
privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito 
tributário pelo lançamento. Ou seja, para efetuar o lançamento tem que ter 
competência funcional. Na verdade, trata-se não apenas de uma competência 
no sentido de ter poder para tal, mas também de um dever de efetuar o 
lançamento, lembre-se que na definição de tributo aprendemos que se trata de 
uma cobrança por meio de atividade administrativa plenamente vinculada. 
Conforme o parágrafo único do art. 142 do CTN, a atividade administrativa de 
lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade 
funcional. Isso significa que a autoridade fiscal não tem liberdade para escolher 
os elementos que influenciam na exigência do crédito tributário ao efetuar o 
lançamento. Em geral, essa atribuição e competência recai sobre os auditores 
fiscais dos entes da federação, ou cargos com nomenclaturas semelhantes, mas 
mesmas atribuições e competências. 
Art. 142 - Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é 
vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. 
O lançamento, de acordo com os dizeres do CTN, é um procedimento 
administrativo. Parte da doutrina concorda com essa colocação, diferente de 
outros que querem dizer que o lançamento é ato administrativo. Apesar da 
divergência doutrinária, o que mais cai em prova é a previsão do CTN. 
Lançamento, assim, é procedimento administrativo caracterizado por um 
conjunto de atos que acontecem organizadamente até que se chegue a um 
resultado. 
OBRIGAÇÃO
TRIBUTÁRIA
LANÇAMENTO
CRÉDITO
TRIBUTÁRIO
2 – Lançamento 
 
DECLARA CONSTITUI 
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O lançamento tem algumas finalidades ou funções, como verificar a 
ocorrência do fato gerador, determinar a matéria tributável, calcular o 
montante do tributo devido, nesse caso, analisando os aspectos e elementos 
quantitativos, identificar o sujeito passivo, ou seja, saber de quem será 
cobrado o crédito tributário e propor, se for o caso, a aplicação de penalidade. 
Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o 
crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento 
administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da 
obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o 
montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, 
propor a aplicação da penalidade cabível. 
 
A definição legal do lançamento (art. 142, CTN) está expressa no esquema 
a seguir: 
 
 
 
O STJ entende que em casos de tributos declarados - exemplo: ICMS, que 
mensalmente tem sua movimentação informada na Guia de Informação e 
Apuração (GIA) - a declaração configura uma confissão de dívida, sendo desse 
modo constituído o crédito tributário. Logo, havendo essa constituição e a 
posterior inadimplência, o crédito tributário estará apto a ser inscrito em dívida 
ativa. 
Nesse sentido, o STJ sumulou que a entrega de declaração pelo 
contribuinte constitui o crédito tributário, independentemente de qualquer 
providência do fisco. 
LANÇAMENTO é o
procedimento 
administrativo 
tendente a (...)
Verificar a ocorrência do fato 
gerador da obrigação correspondente
Determinar a matéria tributável
Calcular o montante
do tributo devido
Identificar o sujeito passivo
sendo o caso, propor a aplicação da 
penalidade aplicável
Compete privativamente 
à autoridade 
administrativa 
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Súmula 436 - STJ - A entrega de declaração pelo contribuinte 
reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada 
qualquer outra providência por parte do fisco. 
 
Importante que você saiba que, segundo a jurisprudência, o lançamento 
aperfeiçoa-se com sua notificação ao sujeito passivo. A notificação é o ato 
de comunicação ao sujeito passivo de que o lançamento foi efetuado, é 
fundamental para que ele tenha ciência dessa cobrança e que possa, se for o 
caso, se defender de alguma arbitrariedade ou erro. A notificação é requisito 
essencial para que o crédito tributário seja líquido, certo e exigível, passando a 
contar, a partir dessa notificação, os prazos para pagamento, impugnação, 
decadencial e prescricional, conforme o caso. Existe a notificação pessoal, 
postal, por edital e hoje me dia eletrônica. 
Veja um trecho de decisão do STF: “A notificação ao sujeito passivo é 
condição para que o lançamento tenha eficácia. Trata-se de providência que 
aperfeiçoa o lançamento, demarcando, pois, a constituição do crédito que, 
assim, passa a ser exigível do contribuinte (...).” 
O STJ sumulou que, especificamente sobre o IPTU, o envio do carnê 
configura notificação de lançamento ao contribuinte. Há duras críticas 
doutrinárias sobre esse julgado. 
Súmula 397 – STJ - O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo 
envio do carnê ao seu endereço. 
 
Importante o disposto no art. 143 do CTN, segundo o qual, salvo disposição 
de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda 
estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao 
câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. Ou seja, a 
autoridade que vai calcular os valores de um lançamento de situação que está 
em moeda estrangeira, não deve usar o câmbio do dia do lançamento e sim o 
câmbio do dia em que ocorreu o fato gerador, situação muito comum no cálculo 
de imposto de importação. 
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário 
esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua 
conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato 
gerador da obrigação. 
 
 
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ATENÇÃO! Conforme afirma o art. 144 do CTN, o lançamento reporta-
se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei 
então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Assim, no 
que tange aos efeitos do lançamento tributário, este possui efeitos ex tunc 
(retroativos), pois os efeitos retroagem para atingir a obrigação tributária, 
desde o momento de seu nascimento. 
Exemplo: hoje acontece o fato gerador do ITCMD, ocorre uma doação de um 
bem imóvel, o valor desse imóvel é de R$ 100.000,00, esse valor será a base 
de cálculo e o valor da alíquota será de 4%, mas mesmo que tenha ocorrido o 
fato gerador não houve lançamento na época do fato; passaram-se 4 anos e o 
fisco estadual constatou que ocorreu essa doaçãosem que o lançamento tenha 
sido feito, o fisco, então, por meio da autoridade competente, efetua o 
lançamento desse ITCMD. Porém, 3 anos após a ocorrência do fato gerador, 
esse imóvel valorizou e agora ele vale R$ 150.000,00 e a alíquota do imposto é 
de 5%, situação que perdura até o momento da constatação do fato pelo fisco. 
O fiscal lançador do imposto deve fazer lançamento utilizando as situações 
previstas na lei vigente à época da ocorrência do fato gerador, ou seja, apesar 
de a lei do dia do lançamento prever uma base de cálculo de R$ 150.000,00 e 
uma alíquota de 5%, o valor do imposto a ser lançado deve ser calculado usando 
a base de cálculo de R$ 100.000,00 e a alíquota de 4%. 
Trata-se do aspecto material do lançamento. 
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da 
obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente 
modificada ou revogada. 
 
Há uma análise a ser feita em relação a aplicação do lançamento quanto 
aos aspectos formais que disciplinam o agir da autoridade durante o 
procedimento que vai culminar com o lançamento. 
Os critérios formais, como competência da autoridade administrativa e 
seus poderes de investigação, serão utilizados os previstos à época do 
lançamento e não do fato gerador. 
Valor tributário 
em moeda 
estrangeira
Câmbio do dia
da ocorrência 
do FG
2.1 – Legislação Aplicável ao Lançamento 
 
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Quando o fato gerador ocorre existe uma norma procedimental, se 
posteriormente essa norma muda e depois disso o lançamento vai ser efetuado, 
deve ser aplicada essa nova norma que estiver valendo na época do lançamento. 
Esses aspectos formais não mudam a essência da obrigação tributária, mas sim 
critérios de apuração ou processos de fiscalização. 
Quanto aos aspectos formais descritos como novos critérios de apuração 
ou processos de fiscalização, que aumentem os poderes de investigação dos 
fiscais ou dando ao crédito maiores privilégios e garantias, deve ser aplicada a 
norma vigente à época do lançamento. Em relação a maior garantia e privilégio 
do crédito tributário atente-se que não será feita se for para atribuir 
responsabilidade a terceiros. 
Exemplos: Uma lei deu acesso às autoridades fiscais a dados anteriormente 
protegidos por sigilo bancário. Então, à época da ocorrência do fato gerador o 
fiscal não tinha como saber se o contribuinte tinha recebido ou não um 
determinado valor de renda, então, surgiu uma lei, e permitiu ao fiscal ver que 
a pessoa recebeu rendimentos na conta bancária, essa nova situação da lei será 
aplicada pela autoridade no dia do lançamento, mesmo referindo-se a fatos 
gerados ocorridos anteriormente. Repare que essa situação não mudou o 
aspecto material do imposto, já que o fato gerador ocorreu e que o valor era 
devido, mas deu possibilidade de o fiscal descobrir que o fato gerador 
aconteceu. Outro exemplo, você passa em um concurso de auditor fiscal e a 
partir da posse a ter competência para lançar determinados tributos, na 
fiscalização você constatou determinados fatos geradores praticados pelo 
contribuinte há três anos, você tem competência para efetuar o lançamento pois 
a lei te dá essa competência, mas à época do fato gerador você não tinha 
competência, pois nem era fiscal, você poderá sim efetuar esse lançamento, 
pois trata-se de um aspecto formal em que se aplica a regra do momento do 
lançamento. 
144§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à 
ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios 
de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de 
investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito 
maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito 
de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. 
 
Em síntese, temos que o aspecto material do lançamento está 
relacionado à própria dívida tributária e a seus elementos como fato gerador, 
hipótese de incidência, valor da dívida e sujeito passivo. Em relação a esses 
aspectos, vale a regra da irretroatividade da lei. 
Já os aspectos formais são aqueles procedimentais do lançamento como 
a competência e os poderes de investigação da autoridade fiscal. São eles 
regulados pela lei vigente na época da realização do lançamento. 
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Vejamos as situações em que se aplica a legislação posterior ao FG: 
1) Legislação que tenha instituído novos critérios de apuração ou processos 
de fiscalização, ampliando os poderes de investigação das autoridades 
administrativas 
Exemplo: lei ampliando os poderes relativos à possibilidade da quebra 
de sigilo fiscal. 
2) Lei que tenha outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, 
exceto, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. 
Exemplo: lei ampliando o prazo decadencial do lançamento tributário, 
aumentando o tempo em que o Fisco pode realizá-lo. 
A doutrina e a jurisprudência denominam as duas hipóteses acima de leis 
de caráter formal ou de caráter processual, por se relacionarem 
apenas a critérios formais do lançamento, e não ao próprio tributo em si. 
Por sua relevância, destacamos um trecho de uma decisão do STJ: “O STJ 
possui entendimento consolidado no sentido de que a legislação que institui 
novos procedimentos fiscalizatórios pode ser aplicada na constituição de 
créditos tributários cujo fato gerador tenha ocorrido antes da sua entrada em 
vigor.” (REsp 1212780-SP/2010). 
O objetivo dessa regra seria evitar a ocorrência de dúvidas sobre a 
aplicação da legislação alterada no meio do exercício. Ocorre que, normalmente 
é definido pela lei instituidora desses impostos que o fato gerador ocorre no dia 
1º de janeiro. Desse modo, a legislação alterada no transcorrer do exercício 
somente poderá ser aplicada ao fato gerador do exercício seguinte, quando 
então a legislação estará em vigor na data da ocorrência do fato gerador. 
LANÇAMENTO
Aspecto 
Material
Rege-se pela legislação vigente na 
época do fato gerador, ainda que 
posteriormente modificada ou revogada
Aspecto 
Formal
Aplica-se legislação que, posteriormente 
ao fato gerador, tenha instituído novos 
critérios de apuração ou processo 
de fiscalização, ampliando os 
poderes de investigação das 
autoridades administrativas ou 
outorgando ao crédito maiores
garantias e privilégios, exceto, neste 
último caso, para efeito de atribuir 
responsabilidade tributária a 
terceiros.
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O lançamento é um ato administrativo e como tal tem a presunção de 
legitimidade, apósfeito pela autoridade administrativa, deve ser feita a 
notificação do sujeito passivo. Realizado o lançamento, o Fisco necessita 
informar o débito oficialmente ao sujeito passivo, para que este possa efetuar 
o pagamento ou, caso entenda cabível, proceder à impugnação. Assim, é a 
notificação que confere efeitos ao lançamento, iniciando a contagem do prazo 
para pagamento ou impugnação. 
Com a notificação, o lançamento se presume definitivo, pois, em regra, 
não mais será alterado. E, como todo ato administrativo, o lançamento também 
goza de presunção de legitimidade. Contudo, ATENÇÃO: a presunção 
definitividade de lançamento regularmente notificado é relativa (não é 
absoluta), pois ainda existe possibilidade de alteração, no caso de demonstração 
de eventual irregularidade por parte do sujeito passivo ou da Administração. 
O lançamento que foi notificado regularmente só poderá ser alterado nos 
casos previstos no CTN, a lei prevê essa possibilidade de alteração nas situações 
em que o sujeito passivo impugna o lançamento, ou quando há recurso de 
ofício (também há o de recurso voluntário), essas duas possibilidades de 
alteração ocorrem em litígio entre o sujeito passivo e a fazenda pública. Pode 
ser alterado também por iniciativa de ofício da autoridade administrativa 
nos casos previstos em outro artigo mais à frente do CTN (Art. 149), nesse caso 
não há litígio, a própria autoridade administrativa age em função de rever o 
lançamento já feito. O art. 145 do CTN elenca as hipóteses de alteração do 
lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo: 
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode 
ser alterado em virtude de: 
I - impugnação do sujeito passivo; 
II - recurso de ofício; 
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos 
no artigo 149. 
 
Impugnação do Sujeito Passivo 
O sujeito passivo devidamente notificado pelo lançamento, recebe esse 
lançamento e, apesar de ser um ato com presunção de legitimidade, essa 
presunção não é absoluta. O sujeito passivo pode não concordar com esse 
lançamento e demonstra essa inconformidade por meio de um instrumento que 
lhe cabe legalmente, dentro de um prazo, que é o de impugnar o lançamento. 
Também conhecida como defesa ou reclamação administrativa. 
2.2 – Alteração do Lançamento Notificado 
 
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Por isso, a importância da notificação do lançamento, para que o sujeito 
passivo tome ciência do que está sendo cobrado dele e para que seja aberta a 
contagem do prazo para a impugnação. A possibilidade da impugnação é a 
aplicação do princípio de nosso ordenamento jurídico da ampla defesa e do 
contraditório. Essa impugnação dá início ao litígio administrativo ou fase 
contenciosa, já que, geralmente, essa disputa será decidida por meio de algum 
julgamento feito por órgão administrativo. 
A decisão tomada pelo órgão julgador pode dar razão aos argumentos 
levantados pelo contribuinte, ensejando a modificação do lançamento 
inicialmente efetuado. Essa é a primeira situação prevista em lei de possibilidade 
de alteração do lançamento. Já que o sujeito passivo impugnou exatamente 
porque não concorda com o lançamento efetuado, desejando anular, 
desconstituir ou pelo menos diminuir o crédito tributário. Esse desenrolar do 
julgamento de lançamento impugnado está previsto no que chamamos de 
processo administrativo tributário (PAT), cada ente da federação pode ter uma 
lei específica sobre PAT. 
 
Recurso de Ofício 
Há casos em que o sujeito passivo consegue sucesso na impugnação do 
lançamento e ocorre a anulação ou modificação desse. Ou seja, a decisão foi 
desfavorável à Fazenda Pública, ocorre, então, o chamado recurso de ofício, 
também dito por alguns de remessa necessária, duplo grau de jurisdição. O 
recurso de ofício é aquele feito pela própria Fazenda Pública contra a decisão de 
primeira instância ao órgão julgador de segunda instância, o termo “de ofício” 
vem bem a calhar, porque a autoridade que interpõe esse tipo de recurso não 
tem opção ou discricionariedade, a lei impõe a ele que faça esse recurso. 
As vezes essa autoridade que faz o recurso é a própria que fez o 
lançamento, ou pode ser o próprio órgão julgador, ou ainda algum 
representante da Fazenda Pública. Haverá um novo julgamento, que pode 
acarretar também na alteração do lançamento de acordo com a decisão 
tomada pelo colegiado de segunda instância. 
O CTN não previu a possibilidade expressa de o próprio sujeito passivo 
perder o litígio em primeira instância e também poder protocolar um recurso 
voluntário, tentado ainda, alterar o lançamento feito, mesmo assim as leis do 
PAT pelo Brasil preveem essa possibilidade sim de interposição de recurso 
voluntário pelo sujeito passivo. 
Outro detalhe, o recurso de ofício só será manejado se tiver havido 
impugnação do sujeito passivo na primeira instância, então, o recurso de ofício 
só alterará lançamento se tiver havido primeiramente a impugnação e, dessa 
decorrer decisão desfavorável à fazenda pública total ou parcialmente. 
 
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Iniciativa de Ofício da Autoridade Administrativa 
Essa situação que enseja a possiblidade de alteração de lançamento nada 
tem a ver com litígio ou discordância do sujeito passivo, mas tem relação com 
o princípio da autotutela aplicável aos atos administrativos. Ocorre quando a 
própria autoridade que efetuou o lançamento ou o seu superior hierárquico 
detectam que houve um erro ou vício no lançamento e por iniciativa 
própria fazem a revisão do lançamento para corrigir erros ou ilegalidades. Se 
for detectado o erro ou a irregularidade, a alteração de ofício deve ser feita, não 
há necessidade de manifestação do sujeito passivo para isso. O artigo 149 do 
CTN prevê as situações em que a modalidade de lançamento será de ofício e as 
possibilidades desse artigo também abarcam a possibilidade de revisão de 
ofício do lançamento pela autoridade administrativa. 
O parágrafo único do art. 149 prevê que a revisão de lançamento SÓ pode 
ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. Em outras 
palavras, dentro do prazo decadencial (a ser estudado em aula posterior), o 
lançamento pode ser revisado de ofício. 
A revisão do lançamento que resulte em ampliação do valor da dívida 
somente pode ser efetuada antes que ocorra a decadência do direito de 
efetuar o lançamento quanto ao fato gerador relacionado. 
 149 Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada 
enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. 
 
 
 
 
 
 
Hipóteses de alteração do 
lançamento
IMPUGNAÇÃO DO 
SUJEITO PASSIVO
Reclamação em 
âmbito 
administratrivo, 
insatura a fase 
litigiosa.
RECURSO DE 
OFÍCIO
Interposto pela 
autoridade ou órgão 
julgador de 1ª 
instância em caso de 
decisão desfavorável à 
Fazenda Pública.
INICIATIVA DE OFÍCIO
DA AUTORIDADE 
ADMINISTRATIVA
Decorre do princípio 
da autotutela: 
Administração DEVE 
corrigir ato que 
eventualmente 
contrarie a lei.
Pode resultarem elevação ou 
redução do crédito lançado 
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Perceba que, exceto nos casos previstos no art. 145 do CTN, o 
lançamento rege-se pelo princípio da imutabilidade, que proíbe sua alteração 
fora das hipóteses previstas em lei. 
 
 
O art. 146 estabelece uma limitação ao poder de revisão por iniciativa da 
autoridade fiscal: a modificação introduzida, de ofício ou em consequência de 
decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela 
autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser 
efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador 
ocorrido posteriormente à sua introdução. 
Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de 
decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela 
autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser 
efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador 
ocorrido posteriormente à sua introdução. 
 
Essa é uma situação bastante controversa e de complicada interpretação. 
Chama-se de irreversibilidade do lançamento quanto a fatos geradores 
ocorridos antes da mudança de critério jurídico. Outro diz que é a vedação para 
alterar lançamento por mudança de entendimento. Vimos que a autoridade 
fiscal pode alterar lançamento de ofício, porém essa possibilidade existe para 
corrigir erros ou vícios quanto a questões legais do lançamento. 
Esse artigo trata da situação em que houve uma nova interpretação 
jurídica, mudando-se critérios para fazer lançamento, nesse caso, não se faz 
alteração de lançamento já efetuado, mas aplica-se os novos critérios aos 
lançamentos a partir desse novo entendimento. Não se altera o lançamento 
anteriormente feito, pois isso traria grande insegurança jurídica. Modificar 
entendimento de critério jurídico é basicamente a interpretação adotada pela 
autoridade lançadora do tributo na aplicação da lei ao caso concreto. 
Entende o STJ que o referido dispositivo visa a evitar a revisão de 
lançamentos já realizados com embasamento no chamado “erro de direito”. 
Ocorre que algumas normas deixam margem para mais de uma interpretação 
acerca de determinada matéria. Quando o Fisco realiza o lançamento utilizando 
determinada interpretação, esta interpretação consiste em um critério jurídico, 
tornando-se imutável com relação ao lançamento já realizado. 
 
2.3 – Modificação dos Critérios Jurídicos Adotados no 
Lançamento 
 
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Por fim, não confunda o “erro de direito” com o “erro de fato”, o qual 
consiste no incorreto enquadramento das circunstâncias objetivas que não 
dependem de interpretação normativa para sua verificação. Perceba que o erro 
de fato não tem nada a ver com o disposto no art. 146 do CTN e deve sim 
ensejar a revisão de lançamento já realizado. 
Exemplo: erro de fato ocorre quando o contribuinte envia declaração de isento 
quando na verdade é imune. Erro de direito com base em interpretação jurídica 
seria o caso de circulação de uma mercadoria com muitos componentes 
químicos e que o fisco classifica essa mercadoria como aquela que estará sujeita 
à substituição tributária, e faz os lançamentos com esse entendimento, porém, 
passado um tempo, entende-se que na verdade esse produto deve ser 
enquadrado em outro tipo de classificação e que nessa nova interpretação as 
mercadorias não estariam sujeitas à substituição, os novos lançamento serão 
feitos com base nessa nova interpretação, porém os lançamento já efetuados 
não poderão ser alterados com base nessa nova interpretação ou também 
chamado erro de direito. No entanto, se na circulação da mercadoria a nota 
fiscal foi emitida com circulação de uma quantidade menor do que a correta, 
houve erro de fato e esse lançamento feito com base em um valor errado pode 
ser sim retificado. 
 
 
O texto do CTN prevê três modalidades de lançamento do crédito 
tributário, sendo classificadas de acordo com o grau de participação do sujeito 
passivo nas atividades que antecedem ao lançamento. O CTN adota lançamento 
de ofício, lançamento por declaração ou lançamento por homologação. 
No lançamento de ofício praticamente não há participação do contribuinte, 
apenas o fisco se manifesta e lança o tributo. 
No lançamento por declaração o contribuinte declara a situação ao fisco 
que, com base nessa declaração, faz o lançamento do tributo. 
Lançamento por homologação é aquele em que o contribuinte faz 
praticamente tudo, apura, declara e paga o tributo, e só após isso, pode haver 
homologação expressa ou tácita do fisco em relação ao que o contribuinte fez. 
 
 
3 – Modalidades de Lançamento 
 
Grau de participação do contribuinte 
Lançamento de 
ofício 
(ou direto) 
Lançamento por 
declaração 
(ou misto) 
Lançamento por 
homologação 
(ou autolançamento) 
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É a modalidade em que a participação do sujeito passivo na atividade 
privativa da autoridade fiscal é nula ou quase nula, sendo o lançamento 
realizado com quase nenhuma participação prévia do sujeito passivo. O 
Fisco efetua o lançamento sem que haja qualquer ação ou prestação de 
informação por parte do sujeito passivo. 
Exemplo clássico de tributo lançado diretamente é o IPTU. Outros exemplos 
de tributos sujeitos a lançamento de ofício: IPVA; Taxas; Contribuição de 
melhoria; Contribuições corporativas; Contribuição para o Serviço de 
Iluminação Pública (COSIP). Existe uma polêmica sobre o IPVA, pois o próprio 
STJ foi vacilante por um tempo, hoje está consolidado o entendimento desse 
mesmo tribunal de que o IPVA é lançado de ofício. 
São casos em que, em geral, a autoridade fiscal já dispõe de todos os 
dados a respeito do sujeito passivo necessários para realizar o lançamento. O 
art. 149 do CTN determina os casos em que o lançamento é realizado ou revisto 
de ofício: 
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade 
administrativa nos seguintes casos: 
I - quando a lei assim o determine; 
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo 
e na forma da legislação tributária; 
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado 
declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na 
forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela 
autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste 
satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; 
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer 
elemento definido na legislação tributária como sendo de declaraçãoobrigatória; 
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa 
legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo 
seguinte; 
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de 
terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade 
pecuniária; 
VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício 
daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; 
3.1 – Lançamento de Ofício 
 
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VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por 
ocasião do lançamento anterior; 
IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou 
falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma 
autoridade, de ato ou formalidade especial. 
 
Repare que o inciso I beira a obviedade, já que lançamento de ofício 
decorre da lei, ou seja, a lei que institui o tributo pode determinar que o 
lançamento será feito diretamente pela administração. Porém, é importante 
salientar que os outros incisos, a partir do II até o IX, estão relacionados a 
situações que ensejam omissões, erros ou fraudes cometidas pelo sujeito 
passivo ou por alguma autoridade fiscal e que precisam ser corrigidos ou 
substituídos pelo lançamento de ofício. Ou seja, de alguma maneira todos os 
tributos podem acabar sendo lançados de ofício, já que pode ser feito 
lançamento de ofício para corrigir um lançamento por declaração ou 
homologação. Utiliza-se o lançamento de ofício também para cobrar multas 
tributárias por meio do chamado auto de infração, aplicando-se a penalidade 
devida. 
Os casos do Artigo 149, portanto, são situações que ensejam lançamento 
de ofício ou revisão de ofício de lançamento já efetuado. 
Abaixo segue um esquema sobre esse artigo: 
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Sabemos que esse artigo é um pesadelo, em virtude de sua extensão. 
Contudo salientamos que muitas questões já se resolvem se você tiver em 
mente a lógica do art. 149. Em síntese: deve ocorrer lançamento de ofício 
quando a lei determinar, ou quando alguém pisar na bola, seja este alguém o 
sujeito passivo ou o próprio fisco. ☺ 
 
 
Nessa modalidade, o lançamento é realizado pelo Fisco com base em 
informações fornecidas previamente pelo sujeito passivo ou terceiro. Por ter um 
grau intermediário de participação do contribuinte ou responsável é 
também conhecido como lançamento misto. 
Lançamento 
efetuado e revisto 
de ofício pela 
autoridade 
administrativa 
quando:
A lei assim o determine
A declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo 
e na forma da legislação tributária
A pessoa legalmente obrigada deixe de atender, no prazo e na 
forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento 
formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-
lo ou não o preste satisfatoriamente
Se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer 
elemento definido na legislação tributária como sendo de 
declaração obrigatória
Se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa 
legalmente obrigada a realizar pagamento antecipado de tributo 
sujeito a lançamento por homologação
Se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de 
terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de 
penalidade pecuniária
Se comprove que o sujeito passivo, ou
terceiro em benefício daquele, agiu com
dolo, fraude ou simulação
Deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por 
ocasião do lançamento anterior
Se comprove que, no lançamento anterior, 
ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade 
que o efetuou, ou omissão, pela mesma 
autoridade, de ato ou formalidade especial.
3.2 – Lançamento por Declaração (ou misto) 
 
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Exemplo: caso do ITBI, quando o contribuinte informa a venda de um imóvel 
e o valor da operação. Com base nisso, a Administração municipal promove o 
lançamento e notifica o sujeito passivo para que realize o pagamento. 
Conforme o art. 147 do CTN, o lançamento por declaração será feito da 
seguinte maneira: 
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito 
passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação 
tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria 
de fato, indispensáveis à sua efetivação. 
 
De acordo com o art. 148 do CTN, sempre que sejam omissos ou não 
mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os 
documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente 
obrigado, a autoridade lançadora, mediante processo regular, ARBITRARÁ 
o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos que sejam 
considerados para o cálculo de tributo. 
Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em 
consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos 
jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará 
aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as 
declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos 
pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em 
caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. 
 
CUIDADO 1! A doutrina majoritária entende que o arbitramento não é 
uma quarta modalidade de lançamento, mas sim um critério substitutivo, a ser 
utilizado em circunstâncias excepcionais. Contudo, boa parte dos estudiosos 
insere o arbitramento no âmbito do lançamento por declaração. Na prática, o 
arbitramento é realizado previamente ao lançamento, permitindo que o Fisco 
desconsidere os valores declarados pelo sujeito passivo (em virtude de 
inidoneidade ou de omissão), sendo posteriormente realizado o lançamento (de 
ofício). 
CUIDADO 2! O arbitramento não pode ser utilizado indistintamente pelo 
Fisco, mas somente nos casos previstos no art. 148 do CTN. O resultado do 
procedimento de arbitramento deve ser um valor arbitrado, e não um “valor 
arbitrário”. 
De acordo com o § 1º do art. 147, a retificação da declaração por 
iniciativa do próprio declarante, quando vise a REDUZIR ou a EXCLUIR 
tributo, só é admissível mediante COMPROVAÇÃO DO ERRO em que se 
funde, e antes de notificado o lançamento. 
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147 § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, 
quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante 
comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. 
Assim, após a apresentação da declaração, só será admissível que o sujeito 
passivo a retifique visando a reduzir ou excluir tributo se obedecer a duas 
condições: (1) comprovação de erro e que se funde; (2) antes de notificado o 
lançamento. Já, nos termos do § 2º do art. 147, os erros contidos na declaração 
e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade 
administrativa a que competir a revisão daquela (revisão da declaração). 
147 § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão 
retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a 
revisão daquela. 
 
 
Nessa modalidade, o sujeito passivo deve promover recolhimento do 
tributo ANTES do lançamento, sem prévio exame da autoridade 
administrativa, sendo realizado um controle posterior do pagamento 
efetuado. A maior parte dos tributos está sujeito a lançamento por 
homologação. Exemplo: casos do ICMS, IPI, IR, PIS, COFINS, Empréstimo 
compulsório. 
O lançamento por declaração e o lançamento por homologação se 
assemelham em virtude de ambos serem de iniciativa do sujeito passivo. 
Entretanto, fique atento para não se confundir: pelo simples fato de fazermos 
uma “declaração de IR”, não significa que esse tributo seja lançado por 
declaração! IR é um tributo de lançamento por homologação: o sujeito passivo 
declara a matéria de fato (rendimentos e fontes pagadoras), faz o 
enquadramento em tributáveis, isentos etc., aplica o Direito, recolhe o tributo, 
tudo sem exame prévio do Fisco. 
Embora seja utilizado na doutrina também o termo “autolançamento”, é 
importante frisar que o contribuinte NÃO promove o lançamento, o qual 
consiste em ato privativo de autoridade administrativa nos termos do art. 142 
do CTN. De acordo com a redação do art. 150, o momento de ocorrência dessa 
modalidade de lançamento é o da homologação realizada pela referida 
autoridade: 
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos 
cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento 
sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que 
a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida 
pelo obrigado, expressamente a homologa. 
3.3 – Lançamento por Homologação (ou “autolançamento”) 
 
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Conforme disposto no § 1º do art. 150 do CTN, o pagamento antecipado 
realizado pelo sujeito passivo EXTINGUE o crédito, sob condição resolutória 
da ulterior homologação ao lançamento. Em outras palavras, é com a 
homologação que a autoridade administrativa manifesta sua concordância com 
a exatidão dos atos praticados pelo sujeito passivo. 
150 § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo 
extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao 
lançamento. 
 
Nos termos do § 2º do art. 150, o CTN afirma que a obrigação tributária 
continuará a existir até a homologação do lançamento, expressa ou tácita, 
realizada pelo Fisco. Ou seja, a obrigação permanece intacta e, se o Fisco 
entender necessário lançar de ofício alguma diferença, poderá fazê-lo. 
150 § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores 
à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à 
extinção total ou parcial do crédito. 
 
Assim, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, somente 
com a homologação o crédito tributário pode ser considerado 
definitivamente extinto. 
Por fim, o § 3º do art. 150 do CTN relaciona-se com o que consta no § 2º: 
embora não possam influir na obrigação tributária, nada impede que o 
contribuinte se antecipe e pratique atos tentando adimplir corretamente a 
obrigação (fazendo pagamentos suplementares, por exemplo). Nesse caso, os 
atos praticados pelo sujeito passivo ou por terceiros, visando à extinção total 
ou parcial do crédito, anteriores à homologação, serão considerados na 
apuração do saldo porventura ainda devido e, sendo o caso, na imposição de 
penalidade, ou sua graduação. 
150 § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, 
considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na 
imposição de penalidade, ou sua graduação. 
 
A homologação pode ser expressa ou tácita. Esse último caso ocorre 
quando a Fazenda Pública não se manifesta sobre o pagamento efetuado pelo 
sujeito passivo e decorre o prazo decadencial (prazo para a realização do 
lançamento). Se a lei não fixar prazo para homologação, será ele de cinco 
anos, contados da ocorrência do fato gerador, sendo que não haverá 
homologação tácita em caso de comprovada ocorrência de dolo, fraude ou 
simulação (art. 150, § 4º, CTN). 
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150 § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a 
contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a 
Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o 
lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a 
ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 
 
Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, deve ser entregue 
uma declaração por parte do sujeito passivo com o valor do tributo devido. No 
caso do ICMS, essa declaração é a Guia de Informação e Apuração (GIA). 
Entende a Jurisprudência que em relação aos valores dos tributos assim 
declarados, em caso de inadimplemento por parte do contribuinte, não há 
necessidade de lançamento de ofício. Nesse sentido é a Súmula 436 do STJ já 
mencionada no item 2 dessa aula: “A entrega de declaração pelo contribuinte, 
reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada 
qualquer providência por parte do fisco”. 
 (FCC/ISS SP/2012) Um determinado tributo, cuja legislação 
de regência determine aos seus contribuintes a emissão do correspondente 
documento fiscal, com sua posterior escrituração no livro fiscal próprio, seguida 
da apuração do valor devido no final de cada período de competência e, 
finalmente, do subsequente recolhimento do valor apurado junto à rede 
bancária, tudo sem a prévia conferência do fisco, ficando essa atividade 
desenvolvida pelo contribuinte sujeita à posterior análise e exame pelo agente 
do fisco, que poderá considerá-la exata ou não, caracteriza a forma de 
lançamento denominada 
a) extemporâneo. 
b) de ofício. 
c) por homologação. 
d) por declaração. 
e) misto. 
Comentários: 
A descrição do enunciado está relacionada ao lançamento por homologação, 
previsto no art. 150 do CTN: “O lançamento por homologação, que ocorre 
quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de 
antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-
se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimentoda atividade 
assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa”. 
Gabarito: C 
 
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A lei complementar 118 de 2005 veio trazer um esclarecimento sobre a 
importância do pagamento e da extinção do crédito tributário lançado por 
homologação. Tem um artigo da lei dizendo que a extinção do crédito tributário 
de lançamento feito por homologação ocorre no momento do pagamento 
antecipado. 
Art. 3o Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, 
de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do 
crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por 
homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1o 
do art. 150 da referida Lei. 
 
 
 
TIPO DE LANÇAMENTO 
Por ofício Por declaração Por homologação 
IPTU ITBI ISS 
IPVA II* ICMS 
 IE* ITCMD* 
 IPI 
 IR 
 ITR 
 IOF 
*A doutrina não é unânime em relação às modalidades de lançamento do II, IE e ITCMD. Tais 
impostos ficam numa “zona cinzenta” entre lançamento por declaração ou homologação. 
Apresentamos aqui a classificação predominante na doutrina. 
 
3.4 – Tipo de Lançamento dos Impostos 
 
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1. (FCC/TRF-5/Analista/2017) Em fevereiro do corrente ano, 2017, um 
Município nordestino efetuou o lançamento de ofício do IPTU, cujo fato gerador 
ocorreu no dia 1º de janeiro do mesmo exercício. O referido lançamento foi feito 
em nome do Sr. Aníbal de Oliveira, que, segundo informações constantes do 
cadastro municipal, seria o proprietário do referido imóvel, na data da 
ocorrência do fato gerador. 
Em março de 2017, depois de devidamente notificado do lançamento realizado, 
o Sr. Aníbal de Oliveira apresentou, tempestivamente, no órgão municipal 
competente, impugnação contra o lançamento efetuado, alegando que, em 15 
de dezembro de 2016, havia formalizado a doação do referido imóvel a seu filho, 
Sérgio de Oliveira, e que, em razão disso, não seria devedor do crédito tributário 
referente ao IPTU 2017. A impugnação estava instruída com cópia da escritura 
de doação e de seu respectivo registro, ainda em 2016, no Cartório de Registro 
de Imóveis competente. O doador esclareceu, ainda, na referida impugnação, 
que o órgão municipal competente não foi comunicado, nem por ele, nem pelo 
donatário, da transmissão da propriedade do referido imóvel, pois a legislação 
local não os obrigava a prestar tal informação. 
Sérgio de Oliveira, a seu turno, foi corretamente identificado como contribuinte 
do ITCMD devido em razão da doação por ele recebida, e pagou crédito 
tributário devido. 
Considerando os dados acima, bem como as regras do Código Tributário 
Nacional e da Constituição Federal acerca do lançamento tributário, constata-se 
que 
a) não poderá ser feito lançamento de IPTU contra Sérgio de Oliveira, em 2017, 
por ele já ter sido identificado, no ano anterior, como contribuinte do ITCMD 
incidente sobre a doação recebida. 
b) o princípio constitucional da anterioridade nonagesimal (noventena) impede 
o lançamento e a cobrança do IPTU antes de transcorridos 90 (noventa) da 
ocorrência de fato gerador do ITBI ou do ITCMD. 
c) o lançamento do IPTU, antes de decorrido um ano do lançamento do ITCMD, 
constitui bitributação, bem como violação do princípio do não confisco e da 
anterioridade nonagesimal (noventena). 
d) o lançamento de ofício do IPTU poderá ser revisto pelo Município, ainda em 
2017, pois, embora a doação tenha ocorrido antes de 1º de janeiro de 2017, a 
Fazenda Pública não teve conhecimento de tal fato antes de o contribuinte 
apresentar sua impugnação. 
e) o lançamento de ofício do IPTU poderá ser revisto, mas por órgão competente 
do Estado em que se localiza o referido Município, em obediência ao princípio 
4 – Questões Comentadas 
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constitucional da duplicidade instâncias de lançamento, e desde que obedecido 
o prazo prescricional. 
Comentários: 
a) Errada – O fato de ter sido identificado como contribuinte do ITCMD em nada 
influencia a não cobrança do IPTU sobre ele. 
b) Errada – A anterioridade nonagesimal não te relação com a sujeição passiva 
do IPTU e sim com a instituição ou majoração do imposto. 
c) Errada – Não há relação do ITCMD e o IPTU em relação à bitributação, pois 
são impostos com fato gerador diferentes. 
d) Correta – O CTN prevê as possibilidades de revisão do lançamento, e essa 
revisão pode ser feita antes de extinto o direito da Fazenda Pública e nessa 
situação de identificação equivocada do sujeito passivo pode ser feita a revisão. 
Art. 149 Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada 
enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública 
e) Errada – A revisão do lançamento só pode ser feita pelo ente que tem 
competência, no caso em tela, apenas o Município tem competência para lançar 
IPTU e rever esse lançamento. 
Gabarito 1: D 
 
2. (FCC/TJ-SC/Juiz/2017) Tendo em conta as normas gerais de Direito 
Tributário, é INCORRETO afirmar: 
a) A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores 
pendentes e futuros. 
b) A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto 
o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária, extinguindo-se com o crédito 
dela decorrente. 
c) O lançamento por homologação não admite homologação tácita. 
d) A denúncia espontânea acompanhada, quando o caso, de pagamento do 
tributo devido com consectários cabíveis, exclui a responsabilidade por infração. 
e) O parcelamento suspende a exigibilidade do crédito tributário. 
Comentários: 
a) Errada – Exatamente como na lei, é o princípio da irretroatividade. Essa é a 
regra geral, apesar de sabermos que existem exceções. 
Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos 
geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja 
ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 
116. 
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b) Errada – A obrigação tributária principal tem como objeto o tributo ou a 
penalidade tributária. 
Art. 113 - § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato 
gerador, tem por objeto opagamento de tributo ou penalidade pecuniária 
e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. 
c) Correta – É possível sim que haja homologação tácita dos tributos sujeitos à 
lançamento por homologação. Se passado o prazo legal, a Fazenda Pública não 
se pronunciar, considera-se homologado o tributo. 
Art. 150 - § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco 
anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que 
a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o 
lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a 
ocorrência de dolo, fraude ou simulação. 
d) Errada – Esse é o objetivo da denúncia espontânea, não ser punido. 
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da 
infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e 
dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade 
administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. 
e) Errada – O parcelamento é sim hipótese de suspensão da exigibilidade do 
crédito tributário. 
Gabarito 2: C 
 
3. (FCC/PGE-MT/Procurador/2016) Considere: 
I. A modalidade de lançamento a ser aplicada pelo fisco por ocasião da 
constituição do crédito tributário é a que impõe o menor ônus ao contribuinte, 
inclusive quanto às opções fiscais relativas a regimes de apuração, créditos 
presumidos ou outorgados e demais benefícios fiscais que o contribuinte 
porventura não tenha aproveitado. 
II. A modalidade de lançamento por declaração é aquela na qual o contribuinte, 
tendo efetivado o cálculo e recolhimento do tributo devido com base na 
legislação, apresenta à autoridade fazendária a declaração dos valores 
correspondentes à base de cálculo, alíquota, tributo devido e recolhimento 
efetuado. 
III. O pagamento antecipado efetivado pelo contribuinte poderá ser efetuado 
mediante guia de recolhimentos, compensação ou depósito judicial. 
IV. O lançamento de ofício é o formalizado quando a autoridade fazendária 
identifica diferenças no crédito tributário constituído espontaneamente pelo 
contribuinte. 
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Está correto o que se afirma APENAS em 
a) IV. 
b) II e III. 
c) III e IV. 
d) I. 
e) I e II. 
Comentários: 
I - Errada – A modalidade de lançamento a ser aplicada pelo fisco é conhecida 
como de ofício. O lançamento á ato administrativo que constitui o crédito 
tributário e não se pode afirmar qual a modalidade que terá menos ônus ao 
contribuinte em termos de valores a serem cobrados. Na verdade, a questão 
não disse especificamente a qual modalidade se refere. 
II - Errada – No lançamento por declaração o contribuinte declara, mas não 
recolhe o tributo. Com base na declaração do contribuinte o fisco efetua o 
lançamento. 
Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito 
passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação 
tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria 
de fato, indispensáveis à sua efetivação. 
III - Errada – O pagamento antecipado é aquele característico do lançamento 
por homologação, pode sim ser efetuado por guia de recolhimento, mas 
compensação é outra forma de extinção do crédito tributário. 
Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos 
cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento 
sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que 
a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida 
pelo obrigado, expressamente a homologa. 
Art. 162. O pagamento é efetuado: 
I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; 
II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por 
processo mecânico. 
IV – Correta – O lançamento de ofício acontece nos termos previstos no CTN, 
dentre eles temos a previsão de lançamento de ofício quando o contribuinte tem 
que declarar e pagar o tributo e faz isso erradamente, ou seja, calcula e paga 
um valor menor do que o devido. 
Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de oficio pela autoridade 
administrativa nos seguintes casos: 
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I - quando a lei assim o determine; 
II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo 
e na forma da legislação tributária; 
III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado 
declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na 
formada legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela 
autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste 
satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; 
IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer 
elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração 
obrigatória; 
V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa 
legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo 
seguinte; 
VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de 
terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade 
pecuniária; 
Gabarito 3: A 
 
4. (FCC/PGE-MT/Analista/2016) Relativamente às penalidades 
pecuniárias por descumprimento da legislação tributária que podem ser 
impostas aos contribuintes, o Código Tributário Nacional estabelece que 
a) elas constituem obrigação principal, e decorrem de inobservância de uma 
obrigação acessória. 
b) a denúncia espontânea da infração é elemento suficiente para excluir a 
responsabilidade pelo seu pagamento, mesmo quando há tributo devido em 
razão do cometimento da infração. 
c) elas são sanções pela prática de atos ilícitos e, por causa disso, são tributos. 
d) seu lançamento tributário pode ocorrer tanto por homologação, como de 
ofício. 
e) elas devem obedecer ao princípio da anterioridade e da anterioridade 
nonagesimal (noventena). 
Comentários: 
a) Correta – As penalidades pecuniárias por descumprimento de obrigação 
acessória é obrigação principal. 
Art. 113 § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua 
inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à 
penalidade pecuniária. 
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b) Errada – A denúncia espontânea deve ser acompanhada do pagamento do 
tributo, senão nem tem efeito. Além disso, a denúncia espontânea não se aplica 
às obrigações acessórias. 
Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da 
infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo 
devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada 
pela autoridade administrativa,quando o montante do tributo dependa de 
apuração. 
c) Errada – Tributo, por definição, não é sanção de ato ilícito. 
Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo 
valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, 
instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente 
vinculada. 
d) Errada – Lançamento por penalidade tributária será de ofício e nas hipóteses 
previstas no Artigo 149 do CTN. 
e) Errada – Não há que se falar em aplicação dos princípios da anterioridade em 
relação a aplicação da penalidade. 
Gabarito 4: A 
 
5. (FCC/AL-MS/Assistente Jurídico/2016) Sobre o lançamento 
tributário, é correto afirmar: 
a) Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário estiver 
expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em 
moeda nacional ao câmbio da data em que o contribuinte tomou ciência do 
lançamento. 
b) O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação 
e rege-se pela lei então vigente, salvo quando essa lei for posteriormente 
modificada ou revogada. 
c) A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise 
a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro 
em que se funde, e somente após o contribuinte ter sido notificado o 
lançamento. 
d) A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão 
administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade 
administrativa no exercício do lançamento, somente pode ser efetivada, em 
relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido 
posteriormente à sua introdução. 
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e) O lançamento não pode ser alterado em virtude de impugnação do sujeito 
passivo, de iniciativa de ofício da autoridade administrativa ou de recurso de 
ofício. 
Comentários: 
a) Errada – A conversão será feita de acordo com o câmbio do dia do fato 
gerador e não do dia do lançamento e muito menos o dia da ciência. 
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário 
esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua 
conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato 
gerador da obrigação. 
b) Errada – O lançamento deve ser efetuado de acordo com a lei vigente à época 
da ocorrência do fato gerador, mesmo que essa lei seja modificada 
posteriormente. 
Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da 
obrigação e rege-se pela lei então vigente, AINDA que 
posteriormente modificada ou revogada. 
c) Errada – A retificação da declaração só pode ser feita se for comprovado o 
erro e tem que ser antes da notificação do lançamento. 
Art. 147 - § 1º A retificação da declaração por iniciativa do PRÓPRIO 
DECLARANTE, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, SÓ É 
ADMISSÍVEL mediante comprovação do erro em que se funde, 
e ANTES de notificado o lançamento. 
d) Correta – Mudança de entendimento jurídico sobre legislação tributária em 
relação ao lançamento do tributo só pode ser efetivada para fatos geradores 
que surjam a partir dessa mudança. 
Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de 
decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela 
autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser 
efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador 
ocorrido posteriormente à sua introdução. 
e) Errada – Essas são as três hipóteses legais que permitem alteração do 
lançamento. 
Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode 
ser alterado em virtude de: 
I - impugnação do sujeito passivo; 
II - recurso de ofício; 
III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos 
no art. 149. 
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Gabarito 5: D 
 
6. (FCC/SEFAZ-MA/Auditor Fiscal/2016) A empresa de Marcelo está 
considerando a hipótese de importar cestas de natal do exterior, para revendê-
las por ocasião das festas de fim de ano. Se ela efetivamente realizar essas 
importações, terá de recolher todos os tributos incidentes sobre a mercadoria 
importada. Não havendo disposição de lei em contrário, e considerando que 
essa importação será feita em dólares americanos, o valor tributário dessa 
transação, em reais, de acordo com o CTN, será apurado mediante 
a) a aplicação da alíquota do imposto correspondente, diretamente sobre o valor 
tributário expresso em dólares americanos, tratando-se de incidência de 
imposto federal ou estadual que deva ser pago pelo importador, em moeda 
conversível. 
b) sua conversão em moeda nacional, ao câmbio do dia da notificação da 
efetivação do lançamento tributário, apenas quando se tratar de impostos 
estaduais e municipais. 
c) sua conversão em moeda nacional, ao câmbio do dia da ocorrência do fato 
gerador da obrigação, salvo disposição de lei em contrário. 
d) a aplicação da alíquota do tributo correspondente, diretamente sobre o valor 
tributário expresso em moeda estrangeira, tratando-se de incidência de tributo 
federal que deva ser pago pelo importador em moeda conversível. 
e) sua conversão em moeda nacional, ao câmbio do dia da efetivação do 
lançamento tributário. 
Comentários: 
A operação ocorreu em moeda estrangeira, mas para cobrar o tributo devido o 
valor deve estar em moeda nacional. O lançamento deve ser feito com a 
conversão da moeda estrangeira para a nacional utilizando-se o câmbio do dia 
em que ocorrer o fato gerador, a não ser que a lei disponha de maneira 
diferente. 
Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário 
esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua 
conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato 
gerador da obrigação. 
Gabarito 6: C 
 
7. (FCC/SEFAZ-MA/Técnico da Receita/2016) O lançamento tributário 
regularmente notificado ao sujeito passivo, em regra, não pode mais ser 
alterado. Essa regra, porém, comporta exceções. De acordo com o CTN, o 
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lançamento tributário, quando regularmente notificado ao sujeito passivo, pode 
ser alterado em razão de 
a) iminência de configuração de decadência; de recurso de ofício; de 
impugnação de pessoa interessada. 
b) impugnação do sujeito passivo; de comprovação inequívoca de que foi 
cometido erro de fato pela autoridade administrativa que procedeu ao 
lançamento; de recurso de ofício. 
c) comprovação inequívoca de que foi cometido erro de fato pela autoridade 
administrativa que procedeu ao lançamento; de impugnação

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