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Matéria: Direito Tributário Professor: Cadu Carrilho C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 2 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Essa é uma aula muito importante. Espero que gostem. Vamos tratar sobre o tema crédito tributário, bem como a constituição desse crédito tributário, que se dá pelo lançamento e as modalidades de lançamento. Além de aprendermos sobre os efeitos do lançamento. Sumário Sumário ..............................................................................................2 1 – Crédito Tributário ..........................................................................3 2 – Lançamento ...................................................................................5 2.1 – Legislação Aplicável ao Lançamento ...........................................8 2.2 – Alteração do Lançamento Notificado ......................................... 11 2.3 – Modificação dos Critérios Jurídicos Adotados no Lançamento ... 14 3 – Modalidades de Lançamento ........................................................ 15 3.1 – Lançamento de Ofício ............................................................... 16 3.2 – Lançamento por Declaração (ou misto) .................................... 18 3.3 – Lançamento por Homologação (ou “autolançamento”) ............. 20 3.4 – Tipo de Lançamento dos Impostos............................................ 23 4 – Questões Comentadas ................................................................. 24 5 – Lista de Exercícios ....................................................................... 62 6 – Gabarito ...................................................................................... 81 Aula – Crédito tributário: lançamento - efeitos e modalidades. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 3 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Precisamos visualizar bem a dinâmica para chegar até esse ponto. A CF atribui competência, o ente, por causa dessa competência, faz a lei que institui o tributo, essa lei prevê a hipótese de incidência, situações que, previstas abstratamente na lei, quando ocorrerem na vida real, caracterizam o fato gerador. A ocorrência do fato gerador, ou seja, a situação que acontece de fato e que está de acordo com a situação prevista na norma, faz com que surja a obrigação tributária. A obrigação tributária, portanto, surge desde o momento da ocorrência do fato gerador. A obrigação tributária precisa ser concretizada pelo crédito tributário, e isso ocorre por meio do lançamento. Então, o lançamento é o ato que constitui o crédito tributário. Crédito tributário é o direito que a Fazenda Pública tem de exigir o cumprimento da obrigação tributária principal do sujeito passivo. Ou seja, com a ocorrência o fato gerador, surge a obrigação tributária principal (o dever, o contribuinte ou o responsável pagar a prestação pecuniária). Contudo, somente após constituído o crédito tributário, é que essa obrigação será exigível pela Fazenda Pública. E como isso acontece? É pelo lançamento que se constitui o crédito tributário. O crédito tributário decorre, portanto, da obrigação tributária e, segundo o CTN, tem a mesma natureza que ela. O fato gerador faz surgir a obrigação tributária da qual decorrerá o crédito tributário. Art. 139. O crédito tributário decorre da obrigação principal e tem a mesma natureza desta. No entanto, as circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. Art. 140. As circunstâncias que modificam o crédito tributário, sua extensão ou seus efeitos, ou as garantias ou os privilégios a ele atribuídos, ou que excluem sua exigibilidade não afetam a obrigação tributária que lhe deu origem. FATO GERADOR OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA LANÇAMENTO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 1 – Crédito Tributário C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 4 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Perceba que, embora o art. 139 determine que o crédito tributário decorre da obrigação tributária e possui a mesma natureza desta, no art. 140, o CTN estabelece que a obrigação tributária apresenta natureza autônoma em relação ao crédito tributário dela decorrente. Conforme o art. 141 do CTN, a extinção, exclusão ou suspensão da exigibilidade do crédito tributário regularmente constituído – assuntos de nossa próxima aula – somente ocorrem nos casos previstos no CTN, fora dos quais não podem ser dispensadas a sua efetivação ou as respectivas garantias, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei. Art. 141. O crédito tributário regularmente constituído somente se modifica ou extingue, ou tem sua exigibilidade suspensa ou excluída, nos casos previstos nesta Lei, fora dos quais não podem ser dispensadas, sob pena de responsabilidade funcional na forma da lei, a sua efetivação ou as respectivas garantias. Importante também você conhecer a jurisprudência do STJ sobre o significado da expressão crédito tributário: "(...) do exame sistemático das normas insertas no Código Tributário Nacional (arts. 113, §§ 1º e 3º, e 139), observa-se que crédito tributário não diz respeito apenas a tributo em sentido estrito, mas alcança, também, as penalidades que incidam sobre ele" (EREsp 792.628-RS/2008) N ã o a fe ta m a o b r ig a ç ã o tr ib u tá r ia Circunstâncias que modificam o crédito tributário Circunstâncias que modificam a extensão do crédito tributário Circunstâncias que modificam os efeitos do crédito tributário As garantias ou privilégios atribuídos ao crédito tributário Causas de exclusão da exigibilidade do crédito tributário C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 5 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Conforme a literalidade do CTN, o lançamento apresenta natureza jurídica mista ou dúplice, pois é declaratória da obrigação tributária e constitutiva do crédito tributário. O que isso significa? Antes do lançamento já existia a obrigação tributária, por meio dele apenas é declarada sua existência. Já o crédito tributário nasce com o lançamento, é constituído por ele. Logo, lançamento tem natureza constitutiva, pois é por meio dele que se constitui o crédito tributário e lançamento tem natureza declaratóriano que tange à obrigação tributária, pois declara a situação que deu ensejo a obrigação tributária que é o fato gerador. Conforme disposição expressa do art. 142 do CTN, compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento. Ou seja, para efetuar o lançamento tem que ter competência funcional. Na verdade, trata-se não apenas de uma competência no sentido de ter poder para tal, mas também de um dever de efetuar o lançamento, lembre-se que na definição de tributo aprendemos que se trata de uma cobrança por meio de atividade administrativa plenamente vinculada. Conforme o parágrafo único do art. 142 do CTN, a atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. Isso significa que a autoridade fiscal não tem liberdade para escolher os elementos que influenciam na exigência do crédito tributário ao efetuar o lançamento. Em geral, essa atribuição e competência recai sobre os auditores fiscais dos entes da federação, ou cargos com nomenclaturas semelhantes, mas mesmas atribuições e competências. Art. 142 - Parágrafo único. A atividade administrativa de lançamento é vinculada e obrigatória, sob pena de responsabilidade funcional. O lançamento, de acordo com os dizeres do CTN, é um procedimento administrativo. Parte da doutrina concorda com essa colocação, diferente de outros que querem dizer que o lançamento é ato administrativo. Apesar da divergência doutrinária, o que mais cai em prova é a previsão do CTN. Lançamento, assim, é procedimento administrativo caracterizado por um conjunto de atos que acontecem organizadamente até que se chegue a um resultado. OBRIGAÇÃO TRIBUTÁRIA LANÇAMENTO CRÉDITO TRIBUTÁRIO 2 – Lançamento DECLARA CONSTITUI C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 6 de 81 www.exponencialconcursos.com.br O lançamento tem algumas finalidades ou funções, como verificar a ocorrência do fato gerador, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, nesse caso, analisando os aspectos e elementos quantitativos, identificar o sujeito passivo, ou seja, saber de quem será cobrado o crédito tributário e propor, se for o caso, a aplicação de penalidade. Art. 142. Compete privativamente à autoridade administrativa constituir o crédito tributário pelo lançamento, assim entendido o procedimento administrativo tendente a verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente, determinar a matéria tributável, calcular o montante do tributo devido, identificar o sujeito passivo e, sendo caso, propor a aplicação da penalidade cabível. A definição legal do lançamento (art. 142, CTN) está expressa no esquema a seguir: O STJ entende que em casos de tributos declarados - exemplo: ICMS, que mensalmente tem sua movimentação informada na Guia de Informação e Apuração (GIA) - a declaração configura uma confissão de dívida, sendo desse modo constituído o crédito tributário. Logo, havendo essa constituição e a posterior inadimplência, o crédito tributário estará apto a ser inscrito em dívida ativa. Nesse sentido, o STJ sumulou que a entrega de declaração pelo contribuinte constitui o crédito tributário, independentemente de qualquer providência do fisco. LANÇAMENTO é o procedimento administrativo tendente a (...) Verificar a ocorrência do fato gerador da obrigação correspondente Determinar a matéria tributável Calcular o montante do tributo devido Identificar o sujeito passivo sendo o caso, propor a aplicação da penalidade aplicável Compete privativamente à autoridade administrativa C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 7 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Súmula 436 - STJ - A entrega de declaração pelo contribuinte reconhecendo débito fiscal constitui o crédito tributário, dispensada qualquer outra providência por parte do fisco. Importante que você saiba que, segundo a jurisprudência, o lançamento aperfeiçoa-se com sua notificação ao sujeito passivo. A notificação é o ato de comunicação ao sujeito passivo de que o lançamento foi efetuado, é fundamental para que ele tenha ciência dessa cobrança e que possa, se for o caso, se defender de alguma arbitrariedade ou erro. A notificação é requisito essencial para que o crédito tributário seja líquido, certo e exigível, passando a contar, a partir dessa notificação, os prazos para pagamento, impugnação, decadencial e prescricional, conforme o caso. Existe a notificação pessoal, postal, por edital e hoje me dia eletrônica. Veja um trecho de decisão do STF: “A notificação ao sujeito passivo é condição para que o lançamento tenha eficácia. Trata-se de providência que aperfeiçoa o lançamento, demarcando, pois, a constituição do crédito que, assim, passa a ser exigível do contribuinte (...).” O STJ sumulou que, especificamente sobre o IPTU, o envio do carnê configura notificação de lançamento ao contribuinte. Há duras críticas doutrinárias sobre esse julgado. Súmula 397 – STJ - O contribuinte do IPTU é notificado do lançamento pelo envio do carnê ao seu endereço. Importante o disposto no art. 143 do CTN, segundo o qual, salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. Ou seja, a autoridade que vai calcular os valores de um lançamento de situação que está em moeda estrangeira, não deve usar o câmbio do dia do lançamento e sim o câmbio do dia em que ocorreu o fato gerador, situação muito comum no cálculo de imposto de importação. Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 8 de 81 www.exponencialconcursos.com.br ATENÇÃO! Conforme afirma o art. 144 do CTN, o lançamento reporta- se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Assim, no que tange aos efeitos do lançamento tributário, este possui efeitos ex tunc (retroativos), pois os efeitos retroagem para atingir a obrigação tributária, desde o momento de seu nascimento. Exemplo: hoje acontece o fato gerador do ITCMD, ocorre uma doação de um bem imóvel, o valor desse imóvel é de R$ 100.000,00, esse valor será a base de cálculo e o valor da alíquota será de 4%, mas mesmo que tenha ocorrido o fato gerador não houve lançamento na época do fato; passaram-se 4 anos e o fisco estadual constatou que ocorreu essa doaçãosem que o lançamento tenha sido feito, o fisco, então, por meio da autoridade competente, efetua o lançamento desse ITCMD. Porém, 3 anos após a ocorrência do fato gerador, esse imóvel valorizou e agora ele vale R$ 150.000,00 e a alíquota do imposto é de 5%, situação que perdura até o momento da constatação do fato pelo fisco. O fiscal lançador do imposto deve fazer lançamento utilizando as situações previstas na lei vigente à época da ocorrência do fato gerador, ou seja, apesar de a lei do dia do lançamento prever uma base de cálculo de R$ 150.000,00 e uma alíquota de 5%, o valor do imposto a ser lançado deve ser calculado usando a base de cálculo de R$ 100.000,00 e a alíquota de 4%. Trata-se do aspecto material do lançamento. Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, ainda que posteriormente modificada ou revogada. Há uma análise a ser feita em relação a aplicação do lançamento quanto aos aspectos formais que disciplinam o agir da autoridade durante o procedimento que vai culminar com o lançamento. Os critérios formais, como competência da autoridade administrativa e seus poderes de investigação, serão utilizados os previstos à época do lançamento e não do fato gerador. Valor tributário em moeda estrangeira Câmbio do dia da ocorrência do FG 2.1 – Legislação Aplicável ao Lançamento C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 9 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Quando o fato gerador ocorre existe uma norma procedimental, se posteriormente essa norma muda e depois disso o lançamento vai ser efetuado, deve ser aplicada essa nova norma que estiver valendo na época do lançamento. Esses aspectos formais não mudam a essência da obrigação tributária, mas sim critérios de apuração ou processos de fiscalização. Quanto aos aspectos formais descritos como novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, que aumentem os poderes de investigação dos fiscais ou dando ao crédito maiores privilégios e garantias, deve ser aplicada a norma vigente à época do lançamento. Em relação a maior garantia e privilégio do crédito tributário atente-se que não será feita se for para atribuir responsabilidade a terceiros. Exemplos: Uma lei deu acesso às autoridades fiscais a dados anteriormente protegidos por sigilo bancário. Então, à época da ocorrência do fato gerador o fiscal não tinha como saber se o contribuinte tinha recebido ou não um determinado valor de renda, então, surgiu uma lei, e permitiu ao fiscal ver que a pessoa recebeu rendimentos na conta bancária, essa nova situação da lei será aplicada pela autoridade no dia do lançamento, mesmo referindo-se a fatos gerados ocorridos anteriormente. Repare que essa situação não mudou o aspecto material do imposto, já que o fato gerador ocorreu e que o valor era devido, mas deu possibilidade de o fiscal descobrir que o fato gerador aconteceu. Outro exemplo, você passa em um concurso de auditor fiscal e a partir da posse a ter competência para lançar determinados tributos, na fiscalização você constatou determinados fatos geradores praticados pelo contribuinte há três anos, você tem competência para efetuar o lançamento pois a lei te dá essa competência, mas à época do fato gerador você não tinha competência, pois nem era fiscal, você poderá sim efetuar esse lançamento, pois trata-se de um aspecto formal em que se aplica a regra do momento do lançamento. 144§ 1º Aplica-se ao lançamento a legislação que, posteriormente à ocorrência do fato gerador da obrigação, tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliado os poderes de investigação das autoridades administrativas, ou outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, neste último caso, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. Em síntese, temos que o aspecto material do lançamento está relacionado à própria dívida tributária e a seus elementos como fato gerador, hipótese de incidência, valor da dívida e sujeito passivo. Em relação a esses aspectos, vale a regra da irretroatividade da lei. Já os aspectos formais são aqueles procedimentais do lançamento como a competência e os poderes de investigação da autoridade fiscal. São eles regulados pela lei vigente na época da realização do lançamento. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 10 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Vejamos as situações em que se aplica a legislação posterior ao FG: 1) Legislação que tenha instituído novos critérios de apuração ou processos de fiscalização, ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas Exemplo: lei ampliando os poderes relativos à possibilidade da quebra de sigilo fiscal. 2) Lei que tenha outorgado ao crédito maiores garantias ou privilégios, exceto, para o efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. Exemplo: lei ampliando o prazo decadencial do lançamento tributário, aumentando o tempo em que o Fisco pode realizá-lo. A doutrina e a jurisprudência denominam as duas hipóteses acima de leis de caráter formal ou de caráter processual, por se relacionarem apenas a critérios formais do lançamento, e não ao próprio tributo em si. Por sua relevância, destacamos um trecho de uma decisão do STJ: “O STJ possui entendimento consolidado no sentido de que a legislação que institui novos procedimentos fiscalizatórios pode ser aplicada na constituição de créditos tributários cujo fato gerador tenha ocorrido antes da sua entrada em vigor.” (REsp 1212780-SP/2010). O objetivo dessa regra seria evitar a ocorrência de dúvidas sobre a aplicação da legislação alterada no meio do exercício. Ocorre que, normalmente é definido pela lei instituidora desses impostos que o fato gerador ocorre no dia 1º de janeiro. Desse modo, a legislação alterada no transcorrer do exercício somente poderá ser aplicada ao fato gerador do exercício seguinte, quando então a legislação estará em vigor na data da ocorrência do fato gerador. LANÇAMENTO Aspecto Material Rege-se pela legislação vigente na época do fato gerador, ainda que posteriormente modificada ou revogada Aspecto Formal Aplica-se legislação que, posteriormente ao fato gerador, tenha instituído novos critérios de apuração ou processo de fiscalização, ampliando os poderes de investigação das autoridades administrativas ou outorgando ao crédito maiores garantias e privilégios, exceto, neste último caso, para efeito de atribuir responsabilidade tributária a terceiros. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 11 de 81 www.exponencialconcursos.com.br O lançamento é um ato administrativo e como tal tem a presunção de legitimidade, apósfeito pela autoridade administrativa, deve ser feita a notificação do sujeito passivo. Realizado o lançamento, o Fisco necessita informar o débito oficialmente ao sujeito passivo, para que este possa efetuar o pagamento ou, caso entenda cabível, proceder à impugnação. Assim, é a notificação que confere efeitos ao lançamento, iniciando a contagem do prazo para pagamento ou impugnação. Com a notificação, o lançamento se presume definitivo, pois, em regra, não mais será alterado. E, como todo ato administrativo, o lançamento também goza de presunção de legitimidade. Contudo, ATENÇÃO: a presunção definitividade de lançamento regularmente notificado é relativa (não é absoluta), pois ainda existe possibilidade de alteração, no caso de demonstração de eventual irregularidade por parte do sujeito passivo ou da Administração. O lançamento que foi notificado regularmente só poderá ser alterado nos casos previstos no CTN, a lei prevê essa possibilidade de alteração nas situações em que o sujeito passivo impugna o lançamento, ou quando há recurso de ofício (também há o de recurso voluntário), essas duas possibilidades de alteração ocorrem em litígio entre o sujeito passivo e a fazenda pública. Pode ser alterado também por iniciativa de ofício da autoridade administrativa nos casos previstos em outro artigo mais à frente do CTN (Art. 149), nesse caso não há litígio, a própria autoridade administrativa age em função de rever o lançamento já feito. O art. 145 do CTN elenca as hipóteses de alteração do lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo: Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: I - impugnação do sujeito passivo; II - recurso de ofício; III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no artigo 149. Impugnação do Sujeito Passivo O sujeito passivo devidamente notificado pelo lançamento, recebe esse lançamento e, apesar de ser um ato com presunção de legitimidade, essa presunção não é absoluta. O sujeito passivo pode não concordar com esse lançamento e demonstra essa inconformidade por meio de um instrumento que lhe cabe legalmente, dentro de um prazo, que é o de impugnar o lançamento. Também conhecida como defesa ou reclamação administrativa. 2.2 – Alteração do Lançamento Notificado C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 12 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Por isso, a importância da notificação do lançamento, para que o sujeito passivo tome ciência do que está sendo cobrado dele e para que seja aberta a contagem do prazo para a impugnação. A possibilidade da impugnação é a aplicação do princípio de nosso ordenamento jurídico da ampla defesa e do contraditório. Essa impugnação dá início ao litígio administrativo ou fase contenciosa, já que, geralmente, essa disputa será decidida por meio de algum julgamento feito por órgão administrativo. A decisão tomada pelo órgão julgador pode dar razão aos argumentos levantados pelo contribuinte, ensejando a modificação do lançamento inicialmente efetuado. Essa é a primeira situação prevista em lei de possibilidade de alteração do lançamento. Já que o sujeito passivo impugnou exatamente porque não concorda com o lançamento efetuado, desejando anular, desconstituir ou pelo menos diminuir o crédito tributário. Esse desenrolar do julgamento de lançamento impugnado está previsto no que chamamos de processo administrativo tributário (PAT), cada ente da federação pode ter uma lei específica sobre PAT. Recurso de Ofício Há casos em que o sujeito passivo consegue sucesso na impugnação do lançamento e ocorre a anulação ou modificação desse. Ou seja, a decisão foi desfavorável à Fazenda Pública, ocorre, então, o chamado recurso de ofício, também dito por alguns de remessa necessária, duplo grau de jurisdição. O recurso de ofício é aquele feito pela própria Fazenda Pública contra a decisão de primeira instância ao órgão julgador de segunda instância, o termo “de ofício” vem bem a calhar, porque a autoridade que interpõe esse tipo de recurso não tem opção ou discricionariedade, a lei impõe a ele que faça esse recurso. As vezes essa autoridade que faz o recurso é a própria que fez o lançamento, ou pode ser o próprio órgão julgador, ou ainda algum representante da Fazenda Pública. Haverá um novo julgamento, que pode acarretar também na alteração do lançamento de acordo com a decisão tomada pelo colegiado de segunda instância. O CTN não previu a possibilidade expressa de o próprio sujeito passivo perder o litígio em primeira instância e também poder protocolar um recurso voluntário, tentado ainda, alterar o lançamento feito, mesmo assim as leis do PAT pelo Brasil preveem essa possibilidade sim de interposição de recurso voluntário pelo sujeito passivo. Outro detalhe, o recurso de ofício só será manejado se tiver havido impugnação do sujeito passivo na primeira instância, então, o recurso de ofício só alterará lançamento se tiver havido primeiramente a impugnação e, dessa decorrer decisão desfavorável à fazenda pública total ou parcialmente. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 13 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Iniciativa de Ofício da Autoridade Administrativa Essa situação que enseja a possiblidade de alteração de lançamento nada tem a ver com litígio ou discordância do sujeito passivo, mas tem relação com o princípio da autotutela aplicável aos atos administrativos. Ocorre quando a própria autoridade que efetuou o lançamento ou o seu superior hierárquico detectam que houve um erro ou vício no lançamento e por iniciativa própria fazem a revisão do lançamento para corrigir erros ou ilegalidades. Se for detectado o erro ou a irregularidade, a alteração de ofício deve ser feita, não há necessidade de manifestação do sujeito passivo para isso. O artigo 149 do CTN prevê as situações em que a modalidade de lançamento será de ofício e as possibilidades desse artigo também abarcam a possibilidade de revisão de ofício do lançamento pela autoridade administrativa. O parágrafo único do art. 149 prevê que a revisão de lançamento SÓ pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. Em outras palavras, dentro do prazo decadencial (a ser estudado em aula posterior), o lançamento pode ser revisado de ofício. A revisão do lançamento que resulte em ampliação do valor da dívida somente pode ser efetuada antes que ocorra a decadência do direito de efetuar o lançamento quanto ao fato gerador relacionado. 149 Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública. Hipóteses de alteração do lançamento IMPUGNAÇÃO DO SUJEITO PASSIVO Reclamação em âmbito administratrivo, insatura a fase litigiosa. RECURSO DE OFÍCIO Interposto pela autoridade ou órgão julgador de 1ª instância em caso de decisão desfavorável à Fazenda Pública. INICIATIVA DE OFÍCIO DA AUTORIDADE ADMINISTRATIVA Decorre do princípio da autotutela: Administração DEVE corrigir ato que eventualmente contrarie a lei. Pode resultarem elevação ou redução do crédito lançado C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 14 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Perceba que, exceto nos casos previstos no art. 145 do CTN, o lançamento rege-se pelo princípio da imutabilidade, que proíbe sua alteração fora das hipóteses previstas em lei. O art. 146 estabelece uma limitação ao poder de revisão por iniciativa da autoridade fiscal: a modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. Essa é uma situação bastante controversa e de complicada interpretação. Chama-se de irreversibilidade do lançamento quanto a fatos geradores ocorridos antes da mudança de critério jurídico. Outro diz que é a vedação para alterar lançamento por mudança de entendimento. Vimos que a autoridade fiscal pode alterar lançamento de ofício, porém essa possibilidade existe para corrigir erros ou vícios quanto a questões legais do lançamento. Esse artigo trata da situação em que houve uma nova interpretação jurídica, mudando-se critérios para fazer lançamento, nesse caso, não se faz alteração de lançamento já efetuado, mas aplica-se os novos critérios aos lançamentos a partir desse novo entendimento. Não se altera o lançamento anteriormente feito, pois isso traria grande insegurança jurídica. Modificar entendimento de critério jurídico é basicamente a interpretação adotada pela autoridade lançadora do tributo na aplicação da lei ao caso concreto. Entende o STJ que o referido dispositivo visa a evitar a revisão de lançamentos já realizados com embasamento no chamado “erro de direito”. Ocorre que algumas normas deixam margem para mais de uma interpretação acerca de determinada matéria. Quando o Fisco realiza o lançamento utilizando determinada interpretação, esta interpretação consiste em um critério jurídico, tornando-se imutável com relação ao lançamento já realizado. 2.3 – Modificação dos Critérios Jurídicos Adotados no Lançamento C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 15 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Por fim, não confunda o “erro de direito” com o “erro de fato”, o qual consiste no incorreto enquadramento das circunstâncias objetivas que não dependem de interpretação normativa para sua verificação. Perceba que o erro de fato não tem nada a ver com o disposto no art. 146 do CTN e deve sim ensejar a revisão de lançamento já realizado. Exemplo: erro de fato ocorre quando o contribuinte envia declaração de isento quando na verdade é imune. Erro de direito com base em interpretação jurídica seria o caso de circulação de uma mercadoria com muitos componentes químicos e que o fisco classifica essa mercadoria como aquela que estará sujeita à substituição tributária, e faz os lançamentos com esse entendimento, porém, passado um tempo, entende-se que na verdade esse produto deve ser enquadrado em outro tipo de classificação e que nessa nova interpretação as mercadorias não estariam sujeitas à substituição, os novos lançamento serão feitos com base nessa nova interpretação, porém os lançamento já efetuados não poderão ser alterados com base nessa nova interpretação ou também chamado erro de direito. No entanto, se na circulação da mercadoria a nota fiscal foi emitida com circulação de uma quantidade menor do que a correta, houve erro de fato e esse lançamento feito com base em um valor errado pode ser sim retificado. O texto do CTN prevê três modalidades de lançamento do crédito tributário, sendo classificadas de acordo com o grau de participação do sujeito passivo nas atividades que antecedem ao lançamento. O CTN adota lançamento de ofício, lançamento por declaração ou lançamento por homologação. No lançamento de ofício praticamente não há participação do contribuinte, apenas o fisco se manifesta e lança o tributo. No lançamento por declaração o contribuinte declara a situação ao fisco que, com base nessa declaração, faz o lançamento do tributo. Lançamento por homologação é aquele em que o contribuinte faz praticamente tudo, apura, declara e paga o tributo, e só após isso, pode haver homologação expressa ou tácita do fisco em relação ao que o contribuinte fez. 3 – Modalidades de Lançamento Grau de participação do contribuinte Lançamento de ofício (ou direto) Lançamento por declaração (ou misto) Lançamento por homologação (ou autolançamento) C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 16 de 81 www.exponencialconcursos.com.br É a modalidade em que a participação do sujeito passivo na atividade privativa da autoridade fiscal é nula ou quase nula, sendo o lançamento realizado com quase nenhuma participação prévia do sujeito passivo. O Fisco efetua o lançamento sem que haja qualquer ação ou prestação de informação por parte do sujeito passivo. Exemplo clássico de tributo lançado diretamente é o IPTU. Outros exemplos de tributos sujeitos a lançamento de ofício: IPVA; Taxas; Contribuição de melhoria; Contribuições corporativas; Contribuição para o Serviço de Iluminação Pública (COSIP). Existe uma polêmica sobre o IPVA, pois o próprio STJ foi vacilante por um tempo, hoje está consolidado o entendimento desse mesmo tribunal de que o IPVA é lançado de ofício. São casos em que, em geral, a autoridade fiscal já dispõe de todos os dados a respeito do sujeito passivo necessários para realizar o lançamento. O art. 149 do CTN determina os casos em que o lançamento é realizado ou revisto de ofício: Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa nos seguintes casos: I - quando a lei assim o determine; II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaraçãoobrigatória; V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; VII - quando se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação; 3.1 – Lançamento de Ofício C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 17 de 81 www.exponencialconcursos.com.br VIII - quando deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior; IX - quando se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. Repare que o inciso I beira a obviedade, já que lançamento de ofício decorre da lei, ou seja, a lei que institui o tributo pode determinar que o lançamento será feito diretamente pela administração. Porém, é importante salientar que os outros incisos, a partir do II até o IX, estão relacionados a situações que ensejam omissões, erros ou fraudes cometidas pelo sujeito passivo ou por alguma autoridade fiscal e que precisam ser corrigidos ou substituídos pelo lançamento de ofício. Ou seja, de alguma maneira todos os tributos podem acabar sendo lançados de ofício, já que pode ser feito lançamento de ofício para corrigir um lançamento por declaração ou homologação. Utiliza-se o lançamento de ofício também para cobrar multas tributárias por meio do chamado auto de infração, aplicando-se a penalidade devida. Os casos do Artigo 149, portanto, são situações que ensejam lançamento de ofício ou revisão de ofício de lançamento já efetuado. Abaixo segue um esquema sobre esse artigo: C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 18 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Sabemos que esse artigo é um pesadelo, em virtude de sua extensão. Contudo salientamos que muitas questões já se resolvem se você tiver em mente a lógica do art. 149. Em síntese: deve ocorrer lançamento de ofício quando a lei determinar, ou quando alguém pisar na bola, seja este alguém o sujeito passivo ou o próprio fisco. ☺ Nessa modalidade, o lançamento é realizado pelo Fisco com base em informações fornecidas previamente pelo sujeito passivo ou terceiro. Por ter um grau intermediário de participação do contribuinte ou responsável é também conhecido como lançamento misto. Lançamento efetuado e revisto de ofício pela autoridade administrativa quando: A lei assim o determine A declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária A pessoa legalmente obrigada deixe de atender, no prazo e na forma da legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá- lo ou não o preste satisfatoriamente Se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória Se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada a realizar pagamento antecipado de tributo sujeito a lançamento por homologação Se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária Se comprove que o sujeito passivo, ou terceiro em benefício daquele, agiu com dolo, fraude ou simulação Deva ser apreciado fato não conhecido ou não provado por ocasião do lançamento anterior Se comprove que, no lançamento anterior, ocorreu fraude ou falta funcional da autoridade que o efetuou, ou omissão, pela mesma autoridade, de ato ou formalidade especial. 3.2 – Lançamento por Declaração (ou misto) C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 19 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Exemplo: caso do ITBI, quando o contribuinte informa a venda de um imóvel e o valor da operação. Com base nisso, a Administração municipal promove o lançamento e notifica o sujeito passivo para que realize o pagamento. Conforme o art. 147 do CTN, o lançamento por declaração será feito da seguinte maneira: Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. De acordo com o art. 148 do CTN, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, a autoridade lançadora, mediante processo regular, ARBITRARÁ o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos que sejam considerados para o cálculo de tributo. Art. 148. Quando o cálculo do tributo tenha por base, ou tome em consideração, o valor ou o preço de bens, direitos, serviços ou atos jurídicos, a autoridade lançadora, mediante processo regular, arbitrará aquele valor ou preço, sempre que sejam omissos ou não mereçam fé as declarações ou os esclarecimentos prestados, ou os documentos expedidos pelo sujeito passivo ou pelo terceiro legalmente obrigado, ressalvada, em caso de contestação, avaliação contraditória, administrativa ou judicial. CUIDADO 1! A doutrina majoritária entende que o arbitramento não é uma quarta modalidade de lançamento, mas sim um critério substitutivo, a ser utilizado em circunstâncias excepcionais. Contudo, boa parte dos estudiosos insere o arbitramento no âmbito do lançamento por declaração. Na prática, o arbitramento é realizado previamente ao lançamento, permitindo que o Fisco desconsidere os valores declarados pelo sujeito passivo (em virtude de inidoneidade ou de omissão), sendo posteriormente realizado o lançamento (de ofício). CUIDADO 2! O arbitramento não pode ser utilizado indistintamente pelo Fisco, mas somente nos casos previstos no art. 148 do CTN. O resultado do procedimento de arbitramento deve ser um valor arbitrado, e não um “valor arbitrário”. De acordo com o § 1º do art. 147, a retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a REDUZIR ou a EXCLUIR tributo, só é admissível mediante COMPROVAÇÃO DO ERRO em que se funde, e antes de notificado o lançamento. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu CarrilhoProf. Cadu Carrilho 20 de 81 www.exponencialconcursos.com.br 147 § 1º A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e antes de notificado o lançamento. Assim, após a apresentação da declaração, só será admissível que o sujeito passivo a retifique visando a reduzir ou excluir tributo se obedecer a duas condições: (1) comprovação de erro e que se funde; (2) antes de notificado o lançamento. Já, nos termos do § 2º do art. 147, os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela (revisão da declaração). 147 § 2º Os erros contidos na declaração e apuráveis pelo seu exame serão retificados de ofício pela autoridade administrativa a que competir a revisão daquela. Nessa modalidade, o sujeito passivo deve promover recolhimento do tributo ANTES do lançamento, sem prévio exame da autoridade administrativa, sendo realizado um controle posterior do pagamento efetuado. A maior parte dos tributos está sujeito a lançamento por homologação. Exemplo: casos do ICMS, IPI, IR, PIS, COFINS, Empréstimo compulsório. O lançamento por declaração e o lançamento por homologação se assemelham em virtude de ambos serem de iniciativa do sujeito passivo. Entretanto, fique atento para não se confundir: pelo simples fato de fazermos uma “declaração de IR”, não significa que esse tributo seja lançado por declaração! IR é um tributo de lançamento por homologação: o sujeito passivo declara a matéria de fato (rendimentos e fontes pagadoras), faz o enquadramento em tributáveis, isentos etc., aplica o Direito, recolhe o tributo, tudo sem exame prévio do Fisco. Embora seja utilizado na doutrina também o termo “autolançamento”, é importante frisar que o contribuinte NÃO promove o lançamento, o qual consiste em ato privativo de autoridade administrativa nos termos do art. 142 do CTN. De acordo com a redação do art. 150, o momento de ocorrência dessa modalidade de lançamento é o da homologação realizada pela referida autoridade: Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. 3.3 – Lançamento por Homologação (ou “autolançamento”) C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 21 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Conforme disposto no § 1º do art. 150 do CTN, o pagamento antecipado realizado pelo sujeito passivo EXTINGUE o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. Em outras palavras, é com a homologação que a autoridade administrativa manifesta sua concordância com a exatidão dos atos praticados pelo sujeito passivo. 150 § 1º O pagamento antecipado pelo obrigado nos termos deste artigo extingue o crédito, sob condição resolutória da ulterior homologação ao lançamento. Nos termos do § 2º do art. 150, o CTN afirma que a obrigação tributária continuará a existir até a homologação do lançamento, expressa ou tácita, realizada pelo Fisco. Ou seja, a obrigação permanece intacta e, se o Fisco entender necessário lançar de ofício alguma diferença, poderá fazê-lo. 150 § 2º Não influem sobre a obrigação tributária quaisquer atos anteriores à homologação, praticados pelo sujeito passivo ou por terceiro, visando à extinção total ou parcial do crédito. Assim, nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, somente com a homologação o crédito tributário pode ser considerado definitivamente extinto. Por fim, o § 3º do art. 150 do CTN relaciona-se com o que consta no § 2º: embora não possam influir na obrigação tributária, nada impede que o contribuinte se antecipe e pratique atos tentando adimplir corretamente a obrigação (fazendo pagamentos suplementares, por exemplo). Nesse caso, os atos praticados pelo sujeito passivo ou por terceiros, visando à extinção total ou parcial do crédito, anteriores à homologação, serão considerados na apuração do saldo porventura ainda devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. 150 § 3º Os atos a que se refere o parágrafo anterior serão, porém, considerados na apuração do saldo porventura devido e, sendo o caso, na imposição de penalidade, ou sua graduação. A homologação pode ser expressa ou tácita. Esse último caso ocorre quando a Fazenda Pública não se manifesta sobre o pagamento efetuado pelo sujeito passivo e decorre o prazo decadencial (prazo para a realização do lançamento). Se a lei não fixar prazo para homologação, será ele de cinco anos, contados da ocorrência do fato gerador, sendo que não haverá homologação tácita em caso de comprovada ocorrência de dolo, fraude ou simulação (art. 150, § 4º, CTN). C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 22 de 81 www.exponencialconcursos.com.br 150 § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. Nos tributos sujeitos a lançamento por homologação, deve ser entregue uma declaração por parte do sujeito passivo com o valor do tributo devido. No caso do ICMS, essa declaração é a Guia de Informação e Apuração (GIA). Entende a Jurisprudência que em relação aos valores dos tributos assim declarados, em caso de inadimplemento por parte do contribuinte, não há necessidade de lançamento de ofício. Nesse sentido é a Súmula 436 do STJ já mencionada no item 2 dessa aula: “A entrega de declaração pelo contribuinte, reconhecendo o débito fiscal, constitui o crédito tributário, dispensada qualquer providência por parte do fisco”. (FCC/ISS SP/2012) Um determinado tributo, cuja legislação de regência determine aos seus contribuintes a emissão do correspondente documento fiscal, com sua posterior escrituração no livro fiscal próprio, seguida da apuração do valor devido no final de cada período de competência e, finalmente, do subsequente recolhimento do valor apurado junto à rede bancária, tudo sem a prévia conferência do fisco, ficando essa atividade desenvolvida pelo contribuinte sujeita à posterior análise e exame pelo agente do fisco, que poderá considerá-la exata ou não, caracteriza a forma de lançamento denominada a) extemporâneo. b) de ofício. c) por homologação. d) por declaração. e) misto. Comentários: A descrição do enunciado está relacionada ao lançamento por homologação, previsto no art. 150 do CTN: “O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera- se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimentoda atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa”. Gabarito: C C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 23 de 81 www.exponencialconcursos.com.br A lei complementar 118 de 2005 veio trazer um esclarecimento sobre a importância do pagamento e da extinção do crédito tributário lançado por homologação. Tem um artigo da lei dizendo que a extinção do crédito tributário de lançamento feito por homologação ocorre no momento do pagamento antecipado. Art. 3o Para efeito de interpretação do inciso I do art. 168 da Lei no 5.172, de 25 de outubro de 1966 – Código Tributário Nacional, a extinção do crédito tributário ocorre, no caso de tributo sujeito a lançamento por homologação, no momento do pagamento antecipado de que trata o § 1o do art. 150 da referida Lei. TIPO DE LANÇAMENTO Por ofício Por declaração Por homologação IPTU ITBI ISS IPVA II* ICMS IE* ITCMD* IPI IR ITR IOF *A doutrina não é unânime em relação às modalidades de lançamento do II, IE e ITCMD. Tais impostos ficam numa “zona cinzenta” entre lançamento por declaração ou homologação. Apresentamos aqui a classificação predominante na doutrina. 3.4 – Tipo de Lançamento dos Impostos C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 24 de 81 www.exponencialconcursos.com.br 1. (FCC/TRF-5/Analista/2017) Em fevereiro do corrente ano, 2017, um Município nordestino efetuou o lançamento de ofício do IPTU, cujo fato gerador ocorreu no dia 1º de janeiro do mesmo exercício. O referido lançamento foi feito em nome do Sr. Aníbal de Oliveira, que, segundo informações constantes do cadastro municipal, seria o proprietário do referido imóvel, na data da ocorrência do fato gerador. Em março de 2017, depois de devidamente notificado do lançamento realizado, o Sr. Aníbal de Oliveira apresentou, tempestivamente, no órgão municipal competente, impugnação contra o lançamento efetuado, alegando que, em 15 de dezembro de 2016, havia formalizado a doação do referido imóvel a seu filho, Sérgio de Oliveira, e que, em razão disso, não seria devedor do crédito tributário referente ao IPTU 2017. A impugnação estava instruída com cópia da escritura de doação e de seu respectivo registro, ainda em 2016, no Cartório de Registro de Imóveis competente. O doador esclareceu, ainda, na referida impugnação, que o órgão municipal competente não foi comunicado, nem por ele, nem pelo donatário, da transmissão da propriedade do referido imóvel, pois a legislação local não os obrigava a prestar tal informação. Sérgio de Oliveira, a seu turno, foi corretamente identificado como contribuinte do ITCMD devido em razão da doação por ele recebida, e pagou crédito tributário devido. Considerando os dados acima, bem como as regras do Código Tributário Nacional e da Constituição Federal acerca do lançamento tributário, constata-se que a) não poderá ser feito lançamento de IPTU contra Sérgio de Oliveira, em 2017, por ele já ter sido identificado, no ano anterior, como contribuinte do ITCMD incidente sobre a doação recebida. b) o princípio constitucional da anterioridade nonagesimal (noventena) impede o lançamento e a cobrança do IPTU antes de transcorridos 90 (noventa) da ocorrência de fato gerador do ITBI ou do ITCMD. c) o lançamento do IPTU, antes de decorrido um ano do lançamento do ITCMD, constitui bitributação, bem como violação do princípio do não confisco e da anterioridade nonagesimal (noventena). d) o lançamento de ofício do IPTU poderá ser revisto pelo Município, ainda em 2017, pois, embora a doação tenha ocorrido antes de 1º de janeiro de 2017, a Fazenda Pública não teve conhecimento de tal fato antes de o contribuinte apresentar sua impugnação. e) o lançamento de ofício do IPTU poderá ser revisto, mas por órgão competente do Estado em que se localiza o referido Município, em obediência ao princípio 4 – Questões Comentadas C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 25 de 81 www.exponencialconcursos.com.br constitucional da duplicidade instâncias de lançamento, e desde que obedecido o prazo prescricional. Comentários: a) Errada – O fato de ter sido identificado como contribuinte do ITCMD em nada influencia a não cobrança do IPTU sobre ele. b) Errada – A anterioridade nonagesimal não te relação com a sujeição passiva do IPTU e sim com a instituição ou majoração do imposto. c) Errada – Não há relação do ITCMD e o IPTU em relação à bitributação, pois são impostos com fato gerador diferentes. d) Correta – O CTN prevê as possibilidades de revisão do lançamento, e essa revisão pode ser feita antes de extinto o direito da Fazenda Pública e nessa situação de identificação equivocada do sujeito passivo pode ser feita a revisão. Art. 149 Parágrafo único. A revisão do lançamento só pode ser iniciada enquanto não extinto o direito da Fazenda Pública e) Errada – A revisão do lançamento só pode ser feita pelo ente que tem competência, no caso em tela, apenas o Município tem competência para lançar IPTU e rever esse lançamento. Gabarito 1: D 2. (FCC/TJ-SC/Juiz/2017) Tendo em conta as normas gerais de Direito Tributário, é INCORRETO afirmar: a) A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores pendentes e futuros. b) A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador e tem por objeto o pagamento de tributo ou penalidade pecuniária, extinguindo-se com o crédito dela decorrente. c) O lançamento por homologação não admite homologação tácita. d) A denúncia espontânea acompanhada, quando o caso, de pagamento do tributo devido com consectários cabíveis, exclui a responsabilidade por infração. e) O parcelamento suspende a exigibilidade do crédito tributário. Comentários: a) Errada – Exatamente como na lei, é o princípio da irretroatividade. Essa é a regra geral, apesar de sabermos que existem exceções. Art. 105. A legislação tributária aplica-se imediatamente aos fatos geradores futuros e aos pendentes, assim entendidos aqueles cuja ocorrência tenha tido início mas não esteja completa nos termos do artigo 116. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 26 de 81 www.exponencialconcursos.com.br b) Errada – A obrigação tributária principal tem como objeto o tributo ou a penalidade tributária. Art. 113 - § 1º A obrigação principal surge com a ocorrência do fato gerador, tem por objeto opagamento de tributo ou penalidade pecuniária e extingue-se juntamente com o crédito dela decorrente. c) Correta – É possível sim que haja homologação tácita dos tributos sujeitos à lançamento por homologação. Se passado o prazo legal, a Fazenda Pública não se pronunciar, considera-se homologado o tributo. Art. 150 - § 4º Se a lei não fixar prazo a homologação, será ele de cinco anos, a contar da ocorrência do fato gerador; expirado esse prazo sem que a Fazenda Pública se tenha pronunciado, considera-se homologado o lançamento e definitivamente extinto o crédito, salvo se comprovada a ocorrência de dolo, fraude ou simulação. d) Errada – Esse é o objetivo da denúncia espontânea, não ser punido. Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa, quando o montante do tributo dependa de apuração. e) Errada – O parcelamento é sim hipótese de suspensão da exigibilidade do crédito tributário. Gabarito 2: C 3. (FCC/PGE-MT/Procurador/2016) Considere: I. A modalidade de lançamento a ser aplicada pelo fisco por ocasião da constituição do crédito tributário é a que impõe o menor ônus ao contribuinte, inclusive quanto às opções fiscais relativas a regimes de apuração, créditos presumidos ou outorgados e demais benefícios fiscais que o contribuinte porventura não tenha aproveitado. II. A modalidade de lançamento por declaração é aquela na qual o contribuinte, tendo efetivado o cálculo e recolhimento do tributo devido com base na legislação, apresenta à autoridade fazendária a declaração dos valores correspondentes à base de cálculo, alíquota, tributo devido e recolhimento efetuado. III. O pagamento antecipado efetivado pelo contribuinte poderá ser efetuado mediante guia de recolhimentos, compensação ou depósito judicial. IV. O lançamento de ofício é o formalizado quando a autoridade fazendária identifica diferenças no crédito tributário constituído espontaneamente pelo contribuinte. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 27 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Está correto o que se afirma APENAS em a) IV. b) II e III. c) III e IV. d) I. e) I e II. Comentários: I - Errada – A modalidade de lançamento a ser aplicada pelo fisco é conhecida como de ofício. O lançamento á ato administrativo que constitui o crédito tributário e não se pode afirmar qual a modalidade que terá menos ônus ao contribuinte em termos de valores a serem cobrados. Na verdade, a questão não disse especificamente a qual modalidade se refere. II - Errada – No lançamento por declaração o contribuinte declara, mas não recolhe o tributo. Com base na declaração do contribuinte o fisco efetua o lançamento. Art. 147. O lançamento é efetuado com base na declaração do sujeito passivo ou de terceiro, quando um ou outro, na forma da legislação tributária, presta à autoridade administrativa informações sobre matéria de fato, indispensáveis à sua efetivação. III - Errada – O pagamento antecipado é aquele característico do lançamento por homologação, pode sim ser efetuado por guia de recolhimento, mas compensação é outra forma de extinção do crédito tributário. Art. 150. O lançamento por homologação, que ocorre quanto aos tributos cuja legislação atribua ao sujeito passivo o dever de antecipar o pagamento sem prévio exame da autoridade administrativa, opera-se pelo ato em que a referida autoridade, tomando conhecimento da atividade assim exercida pelo obrigado, expressamente a homologa. Art. 162. O pagamento é efetuado: I - em moeda corrente, cheque ou vale postal; II - nos casos previstos em lei, em estampilha, em papel selado, ou por processo mecânico. IV – Correta – O lançamento de ofício acontece nos termos previstos no CTN, dentre eles temos a previsão de lançamento de ofício quando o contribuinte tem que declarar e pagar o tributo e faz isso erradamente, ou seja, calcula e paga um valor menor do que o devido. Art. 149. O lançamento é efetuado e revisto de oficio pela autoridade administrativa nos seguintes casos: C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 28 de 81 www.exponencialconcursos.com.br I - quando a lei assim o determine; II - quando a declaração não seja prestada, por quem de direito, no prazo e na forma da legislação tributária; III - quando a pessoa legalmente obrigada, embora tenha prestado declaração nos termos do inciso anterior, deixe de atender, no prazo e na formada legislação tributária, a pedido de esclarecimento formulado pela autoridade administrativa, recuse-se a prestá-lo ou não o preste satisfatoriamente, a juízo daquela autoridade; IV - quando se comprove falsidade, erro ou omissão quanto a qualquer elemento definido na legislação tributária como sendo de declaração obrigatória; V - quando se comprove omissão ou inexatidão, por parte da pessoa legalmente obrigada, no exercício da atividade a que se refere o artigo seguinte; VI - quando se comprove ação ou omissão do sujeito passivo, ou de terceiro legalmente obrigado, que dê lugar à aplicação de penalidade pecuniária; Gabarito 3: A 4. (FCC/PGE-MT/Analista/2016) Relativamente às penalidades pecuniárias por descumprimento da legislação tributária que podem ser impostas aos contribuintes, o Código Tributário Nacional estabelece que a) elas constituem obrigação principal, e decorrem de inobservância de uma obrigação acessória. b) a denúncia espontânea da infração é elemento suficiente para excluir a responsabilidade pelo seu pagamento, mesmo quando há tributo devido em razão do cometimento da infração. c) elas são sanções pela prática de atos ilícitos e, por causa disso, são tributos. d) seu lançamento tributário pode ocorrer tanto por homologação, como de ofício. e) elas devem obedecer ao princípio da anterioridade e da anterioridade nonagesimal (noventena). Comentários: a) Correta – As penalidades pecuniárias por descumprimento de obrigação acessória é obrigação principal. Art. 113 § 3º A obrigação acessória, pelo simples fato da sua inobservância, converte-se em obrigação principal relativamente à penalidade pecuniária. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 29 de 81 www.exponencialconcursos.com.br b) Errada – A denúncia espontânea deve ser acompanhada do pagamento do tributo, senão nem tem efeito. Além disso, a denúncia espontânea não se aplica às obrigações acessórias. Art. 138. A responsabilidade é excluída pela denúncia espontânea da infração, acompanhada, se for o caso, do pagamento do tributo devido e dos juros de mora, ou do depósito da importância arbitrada pela autoridade administrativa,quando o montante do tributo dependa de apuração. c) Errada – Tributo, por definição, não é sanção de ato ilícito. Art. 3º Tributo é toda prestação pecuniária compulsória, em moeda ou cujo valor nela se possa exprimir, que não constitua sanção de ato ilícito, instituída em lei e cobrada mediante atividade administrativa plenamente vinculada. d) Errada – Lançamento por penalidade tributária será de ofício e nas hipóteses previstas no Artigo 149 do CTN. e) Errada – Não há que se falar em aplicação dos princípios da anterioridade em relação a aplicação da penalidade. Gabarito 4: A 5. (FCC/AL-MS/Assistente Jurídico/2016) Sobre o lançamento tributário, é correto afirmar: a) Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário estiver expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio da data em que o contribuinte tomou ciência do lançamento. b) O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, salvo quando essa lei for posteriormente modificada ou revogada. c) A retificação da declaração por iniciativa do próprio declarante, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, só é admissível mediante comprovação do erro em que se funde, e somente após o contribuinte ter sido notificado o lançamento. d) A modificação introduzida, de ofício ou em consequência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento, somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 30 de 81 www.exponencialconcursos.com.br e) O lançamento não pode ser alterado em virtude de impugnação do sujeito passivo, de iniciativa de ofício da autoridade administrativa ou de recurso de ofício. Comentários: a) Errada – A conversão será feita de acordo com o câmbio do dia do fato gerador e não do dia do lançamento e muito menos o dia da ciência. Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. b) Errada – O lançamento deve ser efetuado de acordo com a lei vigente à época da ocorrência do fato gerador, mesmo que essa lei seja modificada posteriormente. Art. 144. O lançamento reporta-se à data da ocorrência do fato gerador da obrigação e rege-se pela lei então vigente, AINDA que posteriormente modificada ou revogada. c) Errada – A retificação da declaração só pode ser feita se for comprovado o erro e tem que ser antes da notificação do lançamento. Art. 147 - § 1º A retificação da declaração por iniciativa do PRÓPRIO DECLARANTE, quando vise a reduzir ou a excluir tributo, SÓ É ADMISSÍVEL mediante comprovação do erro em que se funde, e ANTES de notificado o lançamento. d) Correta – Mudança de entendimento jurídico sobre legislação tributária em relação ao lançamento do tributo só pode ser efetivada para fatos geradores que surjam a partir dessa mudança. Art. 146. A modificação introduzida, de ofício ou em conseqüência de decisão administrativa ou judicial, nos critérios jurídicos adotados pela autoridade administrativa no exercício do lançamento somente pode ser efetivada, em relação a um mesmo sujeito passivo, quanto a fato gerador ocorrido posteriormente à sua introdução. e) Errada – Essas são as três hipóteses legais que permitem alteração do lançamento. Art. 145. O lançamento regularmente notificado ao sujeito passivo só pode ser alterado em virtude de: I - impugnação do sujeito passivo; II - recurso de ofício; III - iniciativa de ofício da autoridade administrativa, nos casos previstos no art. 149. C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 31 de 81 www.exponencialconcursos.com.br Gabarito 5: D 6. (FCC/SEFAZ-MA/Auditor Fiscal/2016) A empresa de Marcelo está considerando a hipótese de importar cestas de natal do exterior, para revendê- las por ocasião das festas de fim de ano. Se ela efetivamente realizar essas importações, terá de recolher todos os tributos incidentes sobre a mercadoria importada. Não havendo disposição de lei em contrário, e considerando que essa importação será feita em dólares americanos, o valor tributário dessa transação, em reais, de acordo com o CTN, será apurado mediante a) a aplicação da alíquota do imposto correspondente, diretamente sobre o valor tributário expresso em dólares americanos, tratando-se de incidência de imposto federal ou estadual que deva ser pago pelo importador, em moeda conversível. b) sua conversão em moeda nacional, ao câmbio do dia da notificação da efetivação do lançamento tributário, apenas quando se tratar de impostos estaduais e municipais. c) sua conversão em moeda nacional, ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação, salvo disposição de lei em contrário. d) a aplicação da alíquota do tributo correspondente, diretamente sobre o valor tributário expresso em moeda estrangeira, tratando-se de incidência de tributo federal que deva ser pago pelo importador em moeda conversível. e) sua conversão em moeda nacional, ao câmbio do dia da efetivação do lançamento tributário. Comentários: A operação ocorreu em moeda estrangeira, mas para cobrar o tributo devido o valor deve estar em moeda nacional. O lançamento deve ser feito com a conversão da moeda estrangeira para a nacional utilizando-se o câmbio do dia em que ocorrer o fato gerador, a não ser que a lei disponha de maneira diferente. Art. 143. Salvo disposição de lei em contrário, quando o valor tributário esteja expresso em moeda estrangeira, no lançamento far-se-á sua conversão em moeda nacional ao câmbio do dia da ocorrência do fato gerador da obrigação. Gabarito 6: C 7. (FCC/SEFAZ-MA/Técnico da Receita/2016) O lançamento tributário regularmente notificado ao sujeito passivo, em regra, não pode mais ser alterado. Essa regra, porém, comporta exceções. De acordo com o CTN, o C óp ia r eg is tr ad a pa ra J ef fe rs on F er na nd es ( C P F : 3 32 .3 70 .2 08 -5 0) D ire ito s au to ra is r es er va do s (L ei 9 61 0/ 98 ). P ro ib id a a re pr od uç ão , v en da o u co m pa rt ilh am en to d es te a rq ui vo . U so in di vi du al . Direito Tributário Teoria e Questões comentadas Prof. Cadu Carrilho Prof. Cadu Carrilho 32 de 81 www.exponencialconcursos.com.br lançamento tributário, quando regularmente notificado ao sujeito passivo, pode ser alterado em razão de a) iminência de configuração de decadência; de recurso de ofício; de impugnação de pessoa interessada. b) impugnação do sujeito passivo; de comprovação inequívoca de que foi cometido erro de fato pela autoridade administrativa que procedeu ao lançamento; de recurso de ofício. c) comprovação inequívoca de que foi cometido erro de fato pela autoridade administrativa que procedeu ao lançamento; de impugnação
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