Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
MECÂNICA TÉCNICA E RESISTÊNCIA DOS MATERIAIS Curso Técnico de Mecânica – IFC / Campus Blumenau Luciano Sena luciano.sena@ifc.edu.br Resumo Física aplicada, dilatação, solicitações mecânicas (tração, compressão, cisalhamento, flexão, torção, flambagem), cálculos de reações, diagrama de equilíbrio de força, centro de gravidade de figuras simples e compostas, diagrama tensão x deformação. Versão 27102021. 1 Sumário 1. INTRODUÇÃO ...................................................................................................................... 3 2. Termologia .......................................................................................................................... 4 2.1. Temperatura ............................................................................................................... 4 2.2. Escalas termométricas ................................................................................................ 4 2.3. Calor ............................................................................................................................ 5 2.3.1. Calor específico ..................................................................................................... 5 2.3.2. Considerações sobre o calor específico ................................................................ 5 2.3.3. Capacidade térmica ............................................................................................... 6 2.3.4. Mapa mental ......................................................................................................... 6 2.4. O calor sensível e o calor latente ................................................................................ 6 2.5. Dilatação térmica ........................................................................................................ 7 2.6. Exercícios exemplo de termologia .............................................................................. 8 2.7. Exercícios ..................................................................................................................... 8 3. Trigonometria ..................................................................................................................... 9 3.1.1. O que é a trigonometria? .................................................................................... 10 3.1.2. Trigonometria no triângulo retângulo ................................................................ 10 3.1.3. Círculo trigonométrico ........................................................................................ 11 3.1.4. Funções trigonométricas..................................................................................... 12 3.1.5. Identidades trigonométricas ............................................................................... 12 3.1.6. Funções reversas ................................................................................................. 13 3.1.7. Usos da trigonometria ........................................................................................ 13 3.1.8. Exercícios ............................................................................................................. 14 4. CLASSES DE SOLICITAÇÕES ................................................................................................ 17 5. Cálculo de reações ............................................................................................................ 20 5.1. Forças ........................................................................................................................ 20 5.2. Momento Estático ..................................................................................................... 22 5.3. Equilíbrio ................................................................................................................... 22 5.4. Alavancas .................................................................................................................. 23 5.5. Exercícios ................................................................................................................... 23 6. FLEXÃO .............................................................................................................................. 26 6.1. Compreensão do conceito ........................................................................................ 26 6.2. Vigas .......................................................................................................................... 27 6.3. Apoios ....................................................................................................................... 28 6.3.1. Classificação ........................................................................................................ 28 6.4. Cargas – concentradas e distribuídas ....................................................................... 28 6.5. Momento Fletor ........................................................................................................ 31 7. Diagrama momento fletor e esforço cortante .................................................................. 31 7.1. Exercícios ................................................................................................................... 41 ANEXO A – PROPRIEDADES MECÂNICAS .................................................................................. 43 2 3 1. INTRODUÇÃO A Física aplicada é a Física entendida como suporte para uma tecnologia ou uso prático particular, como por exemplo em engenharia, ao contrário da investigação básica. Esta aproximação é semelhante à dada à matemática aplicada. A Física aplicada está enraizada nas verdades fundamentais e nos conceitos básicos das ciências físicas, mas está relacionada com uso de princípios científicos em aparelhos e sistemas práticos. A Física aplicada pode ser dividida em diversas áreas, dentre as quais, a termologia e a mecânica apresentam grande importância. A termologia é uma importante área de estudo da Física responsável por analisar os fenômenos relacionados ao calor e à temperatura. Dentro desta área, o estudo das dilatações térmicas é de relevante importância para a formação do técnico em mecânica, assunto que será visto na primeira parte deste curso. A mecânica é a área da física que estuda os corpos macroscópicos em movimento. Ela pode ser dividida em três sub áreas: a cinemática, a estática e a dinâmica. Neste curso, será feita uma análise introdutória aos conceitos de estática e suas aplicações. Esta será a segunda parte deste curso. Os cientistas da antiga Grécia já tinham o conhecimento do fundamento da estática, porém poucos sabiam do problema de deformações. O desenvolvimento da resistência dos materiais seguiu- se ao desenvolvimento das leis da estática. Galileu (1564-1642) foi o primeiro a tentar uma explicação para o comportamento de alguns membros submetidos a carregamentos e suas propriedades e aplicou este estudo, na época, para os materiais utilizados nas vigas dos cascos de navios para marinha italiana. Podemos definir que a estática considera os efeitos externos das forças que atuam num corpo e a resistência dos materiais, por sua vez, fornece uma explicação mais satisfatória, do comportamento dos sólidos submetidos à esforços externos, considerando o efeito interno. Na construção mecânica, as peças componentes de uma determinada estrutura devem ter dimensões e proporções adequadas para suportar esforços impostos sobre elas – Figura 1.1: Figura 1.1 -- a) O eixo de transmissão de uma máquina deve ter dimensões adequadas para resistir ao torque a ser aplicado; b) A asa de um avião deve suportar às cargas aerodinâmicas que aparecem durante o vôo; c) As paredes de um reservatório de pressão deve ter resistência apropriada para suportar a pressão interna, etc. O comportamento de um membro submetido as forças, não depende somente destas, mas também dascaracterísticas mecânicas dos materiais de fabricação dos membros. Estas informações provêm do laboratório de materiais onde estes são sujeitos a ação de forças conhecidas e então observados fenômenos como ruptura, deformação etc. 4 2. Termologia A Termologia é o estudo científico dos fenômenos relacionados ao calor e à temperatura, como transferência de calor, equilíbrio térmico, transformações sofridas por gases, mudanças de estado físico, etc. 2.1. Temperatura Temperatura é a medida do grau de agitação das partículas que constituem uma porção e matéria. A temperatura de um corpo é diretamente proporcional à velocidade com que seus átomos e moléculas vibram, rotacionam ou, até mesmo, transladam. A temperatura é uma das grandezas fundamentais da natureza, juntamente com o metro e com o segundo, por exemplo. No sistema internacional de unidades (SI), a unidade utilizada para a medida da temperatura é o Kelvin (K). Essa escala de temperatura é considerada absoluta, pois não admite valores negativos e pode ser determinada diretamente pela vibração térmica dos átomos. Por isso, dizemos que a menor temperatura possível é o 0 K, também conhecido como zero absoluto. Apesar da existência do Kelvin, outras escalas usuais, baseadas em outras substâncias, como Celsius e Fahrenheit, continuam sendo usadas no mundo. A figura abaixo mostra três termômetros graduados nas escalas mais comuns existentes: Celsius, Kelvin e Fahrenheit: 2.2. Escalas termométricas As escalas termométricas são usadas para medir a temperatura a partir de alguma referência. Geralmente, tomam-se dois pontos fixos para os quais o corpo ou a substância de referência apresentaria as mesmas propriedades, como volume, densidade, condutividade ou resistência elétrica, comprimento, etc. A escala Celsius é a termométrica mais usada no mundo. Trata-se de uma escala centígrada, isto é, apresenta 100 divisões de igual tamanho entre seus pontos fixos, 0 oC e 100 oC, chamados de graus. Por ser uma escala usual, admite temperaturas negativas: seu zero absoluto tem valor de aproximadamente -273,5 oC. A escala Fahrenheit, por sua vez, é usada em poucos países, como Estados Unidos e Inglaterra. Foi desenvolvida para que o ponto de fusão da água seja igual a 32 oF. Assim, mesmo atingindo baixas temperaturas, é improvável que se observem temperaturas negativas em países que utilizam essa escala. A temperatura de ebulição da água em Fahrenheit é de 212 oF. A escala Kelvin foi baseada na agitação térmica de átomos de hélio de forma que, ao atingirem o repouso total, atribui-se a esses átomos a temperatura de 0 K. Hoje em dia, sabemos que essa baixíssima temperatura é, na verdade, inalcançável. Para convertermos valores de temperatura expressos em uma das escalas citadas acima, podemos utilizar as seguintes equações: 5 Onde: TK – temperatura em Kelvin TF – temperatura em Fahrenheit TC – temperatura em Celsius 2.3. Calor Dizemos que calor é a energia térmica transferida entre corpos que se encontram em temperaturas diferentes, sendo, portanto, uma forma de energia. Além disso, o calor sempre transita do corpo de maior temperatura para os corpos de menor temperatura, até que se estabeleça o equilíbrio térmico. O calor pode ser transmitido por meio de três processos: Condução: transmissão de calor mediante o contato de superfícies; Convecção: transmissão de calor em razão da formação de correntes convectivas em um fluido. Note que um fluido pode estar no estado gasoso ou no líquido; Radiação: transmissão de calor por ondas eletromagnéticas. 2.3.1. Calor específico Para que se compreenda com maior contundência a fenomenologia da dilatação térmica, deve-se introduzir o conceito de calor específico. Trata-se da quantidade de calor necessária para que cada grama de uma substância sofra variação de temperatura de 1°C ou de 1 K. Calor específico é a quantidade de calor necessária para que cada grama de uma substância sofra uma variação de temperatura correspondente a 1°C. Essa grandeza é uma característica de cada substância e indica o comportamento do material quando exposto a uma fonte de calor. A tabela a seguir indica o calor específico de algumas substâncias. Substância Calor Específico (cal/g.oC) Água 1 Álcool Etílico 0,58 Alumínio 0,22 Ar 0,24 Areia 0,2 Carbono 0,12 Chumbo 0,03 Cobre 0,09 Ferro 0,11 Gelo 0,50 Hidrogênio 3,4 Madeira 0,42 Nitrogênio 0,25 Oxigênio 0,22 Vidro 0,16 2.3.2. Considerações sobre o calor específico No estudo da Calorimetria, o calor específico está presente na definição matemática do calor sensível e da capacidade térmica de um material. Alguns fenômenos cotidianos podem ser mais bem compreendidos a partir da definição de calor específico. Observe na tabela anterior que o calor específico da areia é cinco vezes menor que o da água. Enquanto cada grama de areia precisa de apenas 0,2 cal para variar a sua temperatura em 1°C, a água 6 precisa de 1 cal para executar a mesma tarefa. Compreendemos aqui a razão pela qual durante o dia a areia da praia apresenta-se em uma temperatura superior à da água. 2.3.3. Capacidade térmica Capacidade térmica é uma grandeza física utilizada para definir a quantidade de calor que um corpo deve receber, ou ceder, para que a sua temperatura varie em 1,0 ºC ou 1,0 K. Diferentemente do calor específico, essa grandeza está relacionada com o corpo como um todo, e não somente com cada grama de sua composição. Por essa razão, dizemos que calor específico é uma propriedade da substância, enquanto a capacidade térmica é uma propriedade do corpo em si. As duas fórmulas que podem ser utilizadas para calcular a capacidade térmica de um corpo são representadas a seguir: 𝐶 = 𝑄 ∆𝑡 𝑜𝑢 𝐶 = 𝑚 ∗ 𝑐 Onde: C – Capacidade térmica (cal/g ou J/kg) Quando algum corpo apresenta uma grande capacidade térmica, ele é chamado de reservatório térmico. Todo reservatório térmico precisa absorver ou ceder grandes quantidades de calor para ter a sua temperatura alterada. Um bom exemplo de reservatório térmico para a Terra são os mares, que são compostos majoritariamente por água, uma substância de alto calor específico. Essa característica torna os mares os grandes reguladores da temperatura global. 2.3.4. Mapa mental O mapa mental a seguir ajuda na sua compreensão dos conceitos vistos anteriormente. 2.4. O calor sensível e o calor latente O calor é a energia térmica em transito entre dois corpos que estejam a temperaturas diferentes. Neste troca de energia, o calor pode se manifestar através de duas possíveis formas: o calor sensível e o calor latente. Elas se diferenciam de acordo com o efeito que produzem, conforme detalhado a seguir: 7 Calor sensível: é a forma de calor responsável pela mudança de temperatura em um corpo. Quando um corpo recebe calor sensível, sua temperatura aumenta; quando o mesmo corpo cede calor sensível, sua temperatura cai. O efeito do calor sensível é, portanto, a variação da temperatura. Ele pode ser calculado pelo seguinte modelo matemático: 𝑄 = 𝑚 ∗ 𝑐 ∗ ∆𝑇 Onde: Q – calor sensível m – massa c – calor específico ΔT – variação de temperatura Calor latente: é a quantidade de calor que deve ser transferida para que um corpo ou uma substância mude de estado físico. Quando um corpo encontra-se na temperatura de ebulição ou de fusão, por exemplo, sua temperatura não varia, mesmo que ele continue exposto a uma fonte de calor. Não há mudanças de calor quando um corpo troca calor latente, apenas mudanças de estados físicos. Por isso, dizemos que ele recebe calor latente. O efeito do calor latente é, portanto, uma mudança de estado físico num corpo ou numa substância. O calor latente pode ser calculado pelo através do seguinte modelo matemático: 𝑄 = 𝑚 ∗ 𝐿 Onde: 𝑸𝑳 – calor latente m – massa L – calor latente 2.5. Dilatação térmica A dilatação térmica ocorre quando um corporecebe ou cede uma quantidade de calor. Além da mudança de temperatura ou de uma variação do seu estado de agregação (estado físico), a passagem de calor para um corpo ocasiona mudanças em suas dimensões. O grau de dilatação térmica depende da variação de temperatura sofrida pelo corpo e do seu coeficiente de dilatação linear, superficial e volumétrico. De acordo com o formato do corpo, pode-se determinar qual de suas dimensões é mais favorecida. Por exemplo, uma agulha tem formato alongado, por isso, a dilatação mais importante, nesse caso, é a linear. Ao todo, existem três formas de dilatação térmica: Dilatação linear: mudança no comprimento de um corpo. Depende do seu coeficiente de dilatação linear (α). Matematicamente, pode ser estimada através do seguinte modelo: 𝐿 = 𝐿 + 𝐿 ∗ 𝛼 ∗ ∆ L – comprimento final L0 – comprimento inicial ΔT – variação de temperatura – coeficiente de dilatação linear 8 Dilatação superficial: mudança sofrida pela área de um corpo. Depende do coeficiente de dilatação superficial (β). Matematicamente, pode ser estimada através do seguinte modelo: 𝑆 = 𝑆 + 𝑆 ∗ 𝛽 ∗ ∆ S – área final S0 – área inicial ΔT – variação de temperatura – coeficiente de dilatação linear Dilatação volumétrica: mudança ocorrida no volume de um corpo. Depende do coeficiente de dilatação volumétrica (γ). Matematicamente, pode ser estimada através do seguinte modelo: 𝑉 = 𝑉 + 𝑉 ∗ 𝛾 ∗ ∆ V – volume final V0 – volume inicial ΔT – variação de temperatura – coeficiente de dilatação linear 2.6. Exercícios exemplo de termologia 1) Um termômetro calibrado na escala Fahrenheit indica uma temperatura de 68oF. a. Qual é o valor dessa temperatura na escala Celsius? (Resposta: 20oC) b. E na escala absoluta? c. Em qual temperatura as escalas Celsius e Fahrenheit marcam o mesmo valor. 2) Um corpo de 10 g de calor específico igual a 1,2 cal/goC é submetido a uma variação de temperatura de 25oC. Determine a quantidade de calor transferida para esse corpo durante o processo. (Resposta: 300 cal) 3) Em um processo termodinâmico, são necessárias 500 cal para fundir um corpo de massa igual a 10 g, que se encontra no estado sólido, em sua temperatura de fusão. Determine o calor latente de fusão desse corpo. (Resposta: L = 50 cal/g) 4) Assinale a alternativa que apresenta o nome do processo de transmissão de calor por ondas eletromagnéticas: a. Condução b. Convecção c. Transmissão d. Radiação e. Dilatação 5) Uma barra metálica homogênea de comprimento igual a 1,5 m é aquecida até que sua temperatura de 25oC atinja 150oC. Considerando que o coeficiente de dilatação linear dessa barra é de 1,2.10-5 oC-¹, determine o comprimento final da barra após o aquecimento. (Resposta: L=1,50225 m) 2.7. Exercícios 1. Um corpo se encontra à temperatura de 27oC. Determine o valor dessa temperatura na escala Kelvin. 2. Um doente está com febre de 42oC. Qual sua temperatura expressa na escala Kelvin? 9 3. Uma pessoa tirou sua temperatura com um termômetro graduado na escala Kelvin e encontrou 312 K. Qual o valor de sua temperatura na escala Celsius? 4. Um gás solidifica-se na temperatura de 25 K. Qual o valor desse ponto de solidificação na escala Celsius? 5. Um cano de cobre de 4 m a 20oC é aquecido até 80oC. Dado do cobre igual a 17.10-6 oC-1 , de quanto aumentou o comprimento do cano? 6. O comprimento de um fio de alumínio é de 30 m, a 20oC. Sabendo-se que o fio é aquecido até 60 oC e que o coeficiente de dilatação linear do alumínio é de 24.10-6 oC-1 , determine a variação no comprimento do fio. 7. Uma chapa de zinco tem área de 8 cm2 a 20oC. Calcule a sua área a 120oC. Dado: zinco = 52. 10-6 oC-1. 8. Uma chapa de chumbo tem área de 900 cm2 a 10oC. Determine a área de sua superfície a 6oC. O coeficiente de dilatação superficial do chumbo vale 54. 10-6 oC 9. (MACK SP/2010) Uma chapa metálica de área 1 m2 , ao sofrer certo aquecimento, dilata de 0,36 mm2 Com a mesma variação de temperatura, um cubo de mesmo material, com volume inicial de 1 dm3 , dilatará a. 0,72 mm3 b. 0,54 mm3 c. 0,36 mm3 d. 0,27 mm3 e. 0,18 mm3 10. (MACK SP/2010) Uma placa de alumínio (coeficiente de dilatação linear do alumínio = 2.10–5 oC–1), com 2,4 m2 de área à temperatura de – 20oC , foi aquecido à 176oF. O aumento de área da placa foi de: a. 24 cm2 b. 48 cm2 c. 96 cm2 d. 120 cm2 e. 144 cm2 3. Trigonometria A trigonometria é a área da matemática que estuda a relação entre a medida dos lados de um triângulo e seus ângulos. Temos como principais razões trigonométricas o seno, o cosseno e a tangente, estudados também nos ciclos trigonométricos. Figura 3.1 - Razões trigonométricas no triângulo retângulo e ângulos notáveis. 10 Há as identidades trigonométricas, que relacionam as razões trigonométricas entre si. O estudo da trigonometria, quando feito de forma mais aprofundada, ocorre com base nas funções trigonométricas. 3.1.1. O que é a trigonometria? Ainda que o triângulo seja o polígono mais simples, ele é amplamente estudado. A trigonometria é a área da matemática que estuda e analisa a relação entre os lados dos triângulos e os seus ângulos. A trigonometria é comumente usada para encontrar valores desconhecidos de um triângulo retângulo, sendo aplicável em problemas no cotidiano. 3.1.2. Trigonometria no triângulo retângulo A trigonometria teve seus primeiros estudos relacionados ao triângulo retângulo, e só posteriormente foi estudada no círculo trigonométrico e aplicada em outras situações. As razões trigonométricas no triângulo retângulo são conhecidas como cosseno, seno e tangente, sendo que cada uma deve ser aplicada em determinada situação, relacionando os lados do triângulo retângulo. Na trigonometria é essencial lembrar que os lados do triângulo são nomeados, o lado de frente ao ângulo de 90º é sempre a hipotenusa, ou seja, o maior lado do triângulo. Note que, na imagem, a hipotenusa é o lado c. Já os lados a e b são conhecidos como catetos, quando analisamos as posições desses lados em relação aos ângulos β e α, eles recebem nomes especiais. Quando um lado está em frente ao ângulo, ele é conhecido como cateto oposto, na imagem, o lado b é cateto oposto em relação ao ângulo β, e o lado a é oposto ao ângulo α, então, ser oposto ou não depende do ângulo que estamos estudando. O cateto que, junto à hipotenusa, forma o ângulo é conhecido como cateto adjacente. Note que o ângulo α é formado pela hipotenusa e pelo cateto b, logo, b é cateto adjacente ao ângulo α. Analogamente, o lado a é cateto adjacente do ângulo β. Conhecendo cada um dos lados do triângulo, as razões trigonométricas são: 11 Assim, para resolver problemas envolvendo a trigonometria, é necessário sempre identificar qual das razões deve ser aplicada naquele contexto, para isso, basta analisar quais são os dois lados envolvidos em relação ao ângulo. Durante o estudo dessas razões trigonométricas, surge o que chamamos de ângulos notáveis. Os ângulos notáveis são ângulos comuns em problemas matemáticos, e os valores do seno, cosseno e tangente devem ser conhecidos. É preciso entender que os lados de um triângulo retângulo sempre serão proporcionais aos valores da tabela quando trabalhamos com ângulos notáveis. Quando o problema envolve um ângulo que não seja um dos três ângulos notáveis, podemos consultar a tabela trigonométrica para resolvê- lo. 3.1.3. Círculo trigonométrico Utilizamos o plano para representar os valores de seno e cosseno para determinados ângulos. O círculo ou ciclo trigonométrico auxilia no trabalho com ângulos maiores que 90º. O desenvolvimento da trigonometria no ciclo permitiu perceber que existem ângulos simétricos aos ângulos do primeiro quadrante, o que alavancou os estudos da área, e, inclusive, a análise de uma função trigonométrica só é possível por conta da trigonometria no círculo. Para construir-se o círculo trigonométrico,basta um círculo de raio 1. No eixo horizontal, temos os valores do cosseno do ângulo, já no eixo vertical, temos os valores do seno do ângulo. Note então que os valores do seno e do cosseno para os ângulos notáveis e os ângulos simétricos a eles são representados como um par ordenado (cosseno, seno). 12 3.1.4. Funções trigonométricas Temos como principais funções trigonométricas: seno e cosseno. Elas são conhecidas como funções periódicas porque, de período em período, o gráfico comporta-se de forma simétrica. Quando construímos o ciclo trigonométrico, é possível, para todo valor de x no intervalo [0, 2π], encontrar um ponto que represente esse valor. Sendo assim, cada número é associado a um ponto no plano trigonométrico. Função seno Dado um número x pertencente ao conjunto dos números reais e A como o ponto que representa sua imagem no ciclo trigonométrico, definimos como função seno a função descrita pela lei de formação f(x) = sen (x), com domínio e contradomínio em R. O valor de x é o ângulo, podendo ser trabalhado em radianos ou em graus. O gráfico da função seno é conhecido como senoide. Analisando o gráfico, note que a imagem da função está sempre contida no intervalo [-1,1], já que o valor do seno nunca ultrapassa 1. Isso se deve ao fato da construção do círculo trigonométrico ter raio 1. Note que, após 2π, o gráfico volta ao mesmo comportamento. Função cosseno A função cosseno está definida nos mesmos parâmetros que a função seno, é uma função de R em R, cuja lei de formação é f (x) = cos (x). A diferença está somente nas imagens para os valores de x, e, ainda, a função cosseno tem um comportamento cíclico muito parecido com a função seno, com imagem limitada ao intervalo [-1, 1]. Seu gráfico é conhecido como cossenoide. 3.1.5. Identidades trigonométricas As identidades trigonométricas são fórmulas que relacionam as razões trigonométricas. Essas identidades são utilizadas para resolução de problemas envolvendo trigonometria. Relação fundamental da trigonometria Relaciona os valores do seno e do cosseno dado um mesmo ângulo, com base no teorema de Pitágoras. sen²x + cos² x = 1 13 Funções inversas São conhecidas, respectivamente, como cossecante, secante e cotangente e são identidades importantes da trigonometria. Identidades associadas à simetria Devido à simetria das funções, temos que: sen ( -x) = -sen (x) cos (-x) = cos (x) tan (-x) = -tan (x) 3.1.6. Funções reversas São as funções que permitem o cálculo do ângulo correspondente ao valor de uma função trigonométrica. Exemplos: sin 1/2 = 30 Estas funções permitem os cálculos dos ângulos correspondentes aos valores das razões entre os lados do triângulo retângulo. 3.1.7. Usos da trigonometria A trigonometria pode ser aplicada em qualquer situação que envolva triângulos, retângulos ou não. Nos triângulos não retângulos, utilizamos o que conhecemos como lei dos senos e lei dos cossenos. Há aplicações em diversas situações de cálculo de distâncias inacessíveis, e aplicações para o estudo de ondas utilizando-se as funções seno e cosseno. Ao longo da história, as primeiras aplicações da trigonometria que se destacam foram nas navegações e também na astronomia. Hoje existem aplicações dela nas engenharias, arquitetura, programação, no estudo de movimentos na física (como movimento inclinado, força de atrito, e qualquer situação que envolva vetores), entre outras áreas. Na física, a trigonometria é essencial para o estabelecimento de diversos modelos matemáticos. 14 3.1.8. Exercícios 15 16 17 4. CLASSES DE SOLICITAÇÕES Quando um sistema de forças atua sobre um corpo, o efeito produzido é diferente segundo a direção e sentido e ponto de aplicação destas forças. Os efeitos provocados neste corpo podem ser classificados em esforços normais ou axiais, que atuam no sentido do eixo de um corpo, e em esforços transversais, atuam na direção perpendicular ao eixo de um corpo. Entre os esforços axiais temos a tração, a compressão e a flexão, e entre os transversais, o cisalhamento e a torção. Quando as forças agem para fora do corpo, tendendo a alongá-lo no sentido da sua linha de aplicação, a solicitação é chamada de TRAÇÃO; se as forças agem para dentro, tendendo a encurtá-lo no sentido da carga aplicada, a solicitação é chamada de COMPRESSÃO - Figura 4.1. 18 Figura 4.1- a) Pés da mesa estão submetidos à compressão; b) Cabo de sustentação submetido à tração. A FLAMBAGEM é um fenômeno que ocorre quando um corpo considerado esbeldo é sujeito a um esforço de compressão. A flambagem acontece quando a peça sofre flexão transversalmente devido à compressão axial. A flambagem é considerada uma instabilidade elástica, assim, a peça pode perder sua estabilidade sem que o material já tenha atingido a sua tensão de escoamento. A FLEXÃO é uma solicitação transversal em que o corpo sofre uma deformação que tende a modificar seu eixo longitudinal – Figura 4.2 . Figura 4.2 - - Viga submetida à flexão. A solicitação de CISALHAMENTO é aquela que ocorre quando um corpo tende a resistir a ação de duas forças agindo próxima e paralelamente, mas em sentidos contrários – Figura 4.3. 19 Figura 4.3 - Rebite submetido ao cisalhamento. A TORÇÃO é um tipo de solicitação que tende a girar as seções de um corpo, uma em relação à outra – Figura 4.4 . Figura 4.4- Ponta de eixo submetida à torção. Um corpo é submetido a SOLICITAÇÕES COMPOSTAS quando atuam sobre eles duas ou mais solicitações simples – Figura 4.5 . Figura 4.5- Árvore de transmissão: Flexão-torção. 20 5. Cálculo de reações A determinação do comportamento de sistemas mecânicos que estejam sob a ação de esforços mecânicos depende da determinação das reações a estes esforços, observadas nos apoios do sistema. Esta parte do curso trata deste procedimento. Para tanto, será primeiramente realizada uma revisão dos conceitos chave, necessários para o bom entendimento dos procedimentos adotados. 5.1. Forças O conceito de força é introduzido na mecânica em geral. As forças mais conhecidas são os pesos, que tem sempre sentido vertical para baixo, como por exemplo, o peso próprio de uma viga, ou o peso de uma laje sobre esta mesma viga. As forças podem ser classificadas em concentradas e distribuídas. Na realidade todas as forças encontradas são distribuídas, ou seja, forças que atuam ao longo de um trecho, como os exemplos citados anteriormente e ainda em barragens, comportas, tanques, hélices etc. Quando um carregamento distribuído atua numa região de área desprezível, é chamado de força concentrada. A força concentrada, tratada como um vetor, é uma idealização, que em inúmeros casos nos traz resultados com precisão satisfatória. No estudo de tipos de carregamentos, mais a diante, retornaremos a este assunto. No sistema internacional (SI) as forças concentradas são expressas em Newton [N]. As forças distribuídas ao longo de um comprimento são expressas com as unidades de força pelo comprimento [N/m], [N/cm], [N/mm] etc. A força é uma grandeza vetorial que necessita para sua definição, além da intensidade, da direção, do sentido e da indicação do ponto de aplicação – Figura 5.1. Figura 5.1 – Representação de uma força Duas ou mais forças constituem um sistema de forças, sendo que cada uma delas é chamada de componente. Todo sistema de forças pode ser substituído por uma única força chamada resultante, que produz o mesmo efeito das componentes. Quando as forças agem numa mesma linha de ação são chamadas de coincidentes. A resultante destas forças terá a mesma linha de ação das componentes, com intensidade e sentido igual à soma algébrica das componentes. Exemplo 3.1 Calcular a resultante das forças F1 = 50N, F2 = 80 N e F3 = 70 N aplicadas no bloco da figura abaixo 21 Sendo dada uma força F num plano “xy”, é possível decompô-laem duas outras forças Fx e Fy, como no exemplo abaixo: Da trigonometria sabemos que: então, para o exemplo acima, temos: portanto: Exemplo 3.2 Calcular as componentes horizontal e vertical da força de 200N aplicada na viga conforme figura abaixo. 22 Analisando-se a figura acima, pode-se notar que a força F pode ser decomposta em duas componentes, aqui denominadas Fx e Fy, as quais, se somadas vetorialmente, resultarão na própria força F. Este caminho de decomposição de uma força em componentes pode ser feito com qualquer valor de inclinação em relação a uma dada direção de referência. No caso acima, a direção de referência é a horizontal, mas poderia ser a vertical ou outra qualquer. Ainda com relação ao dado exemplo, a inclinação é o próprio ângulo de 60o. Para concluir a análise, cita-se ainda que o processo de decomposição pode ser invertido, isto é, conhecendo-se as componentes, pode-se chegar ao módulo, direção, sentido e ponto de aplicação de uma determinada resultante. Este tipo de análise é válido para toda e qualquer grandeza vetorial e está intimamente ao uso da trigonometria. Daí a grande importância do domínio desta ferramenta matemática. 5.2. Momento Estático Seja F uma força constante aplicada em um corpo, d a distância entre o ponto de aplicação desta força e um ponto qualquer P. Por definição, o momento “M” realizado pela força F em relação ao ponto P é dado pelo seguinte produto vetorial: Exemplo 3.3 Calcular o momento provocado na alavanca da morsa, durante a fixação da peça conforme indicado na figura abaixo: 5.3. Equilíbrio Para que um corpo esteja em equilíbrio é necessário que o somatório das forças atuantes e o somatório dos momentos em relação a um ponto qualquer sejam nulos. Exemplo 3.4 23 Calcular a carga nos cabos que sustentam o peso de 4 kN, como indicado nas figuras: 5.4. Alavancas De acordo com a posição do apoio, aplicação da força motriz (FM) e da força resistente (FR), as alavancas podem ser classificadas como: A relação entre estas forças e os braços (motriz e resistente) das alavancas apresentadas, de acordo com a terceira equação de equilíbrio apresentada no item anterior é: 5.5. Exercícios 1. Calcular a carga nos cabos que sustentam os pesos nas figuras abaixo: A – 24 B – C – D – 2. A ilustração abaixo mostra um sistema configurado para erguer dutos de grande porte, sabendo que cada duto pesa em média F Kg e o ângulo θ mede aproximadamente 45º, calcule a força nos cabos BA e CA. 3. Calcule as reações nos apoios A e B mostrados no esquema abaixo, sabendo que o corpo está em equilíbrio. 25 4. A figura abaixo mostra uma junta rebitada, composta por dois rebites do mesmo diâmetro. Determine as forças horizontais e verticais atuantes nos rebites. 5. Classifique o tipo de alavanca e calcule a força necessária para mantê-las em equilíbrio. A – B – C – D – 26 6. Determine as cargas axiais atuantes nas barras das construções apresentadas a seguir. Carga P=30kN. Calcule também as componentes vertical e horizontal das reações nos pontos A e B. a. b. 6. FLEXÃO A flexão é uma combinação de esforços de tração e compressão, que envolve o conceito de linha ou plano neutro. Seu conceito é visto a seguir. 6.1. Compreensão do conceito Definimos como flexão a solicitação que provoca, ou tende a provocar, curvatura nas peças. O esforço solicitante responsável por este comportamento é chamado de momento fletor, podendo ou não ser acompanhado de esforço cortante e força normal – Figura 6.1. Figura 6.1 – Viga em flexão. A flexão é provavelmente o tipo mais comum de solicitação produzida em componentes de máquinas, os quais atuam como vigas quando, em funcionamento, transmitem ou recebem esforços. 27 6.2. Vigas Estrutura linear que trabalha em posição horizontal ou inclinada, assentada em um ou mais apoios e que tem a função de suportar os carregamentos normais à sua direção (se a direção da viga é horizontal, os carregamentos são verticais). Muitos problemas envolvendo componentes sujeitos à flexão podem ser resolvidos aproximando-os de um modelo de viga, como mostra o exemplo abaixo – Figura 6.2: Figura 6.2- (a) Talha transportadora; (b) o problema representado por um modelo de viga. A Figura 6.2 mostra que um modelo de viga apresenta elementos que a definem, tais como os apoios e carregamento suportado. Estes elementos podem variar a cada modelo, e por isso são classificados quanto: Posição , Formato e Seção transversal Figura 6.3 – Vigas na posição (a) horizontal, (b) inclinada e (c) vertical Figura 6.4 – Vigas (a) reta, (b) angular e (c) curva. 28 Figura 6.5 – Perfis estruturais: (a) perfil T, tubular, perfil C ou U e perfil L ou cantoneira; (b) Perfil I ou duplo T, retangular e quadrado vazado. Em (c) perfil composto e em (d) treliça. 6.3. Apoios São componentes ou partes de uma mesma peça que impedem movimento em uma ou mais direções. Existem três possibilidades de movimento: lateral, vertical e rotação. E as reações nos apoios vão depender justamente do grau de liberdade que cada apoio oferece. Veja tabela abaixo com a classificação dos apoios: 6.3.1. Classificação Os apoios são classificados em: móvel, fixo ou engaste. A ilustra a simbologia, os gráus de liberdade e as reações associadas. Figura 6.6 – Tipos de apoio, simbologia e graus de liberdade associados. 6.4. Cargas – concentradas e distribuídas Podem existir carregamentos concentrados ou distribuídos. No primeiro caso, a força aplicada a uma parcela desprezível é idealizada e se considera um carregamento concentrado num dado ponto. No segundo caso, a força é aplicada sobre uma porção considerável da viga (ex.: mercadorias empilhadas sobre uma viga). Para fins de cálculo de reações, um carregamento distribuído pode ser 29 substituído por uma força concentrada equivalente, doravante chamada “resultante”. A carga distribuída pode ser associada a uma área representativa. O valor desta área equivale à magnitude da força concentrada equivalente e essa resultante atua no Centro de Gravidade da referida área. O centro de gravidade ou baricentro de um corpo é o ponto sobre o qual age a força de gravidade de todo o corpo formado por um conjunto de partículas. Para corpos que formam figuras simétricas e uniformes, coincide com o centro geométrico, podendo estar dentro ou fora da massa do corpo. É muito importante em operações de içamento, por exemplo, nas quais o cabo ou apoio deve agir numa direção que contenha o C.G., não necessariamente agindo sobre o mesmo, de forma direta. A Figura 6.7 ilustra auxilia na localização do centro de gravidade para as principais figuras planas. As coordenadas (xg, yg) correspondem a localização do centro de gravidade em relação ao sistema de coordenadas mostrado. Figura 6.7 – Centro de gravidade de figuras conhecidas. No exemplo a seguir – Figura 6.8 – é mostrada uma carga distribuída de valor constante e igual a q. Esta carga atua ao longo de um comprimento l. Logo, de acordo com o que foi aqui colocado, esta carga distribuída pode ser substituída por uma carga concentrada equivalente, que atuará no centro de gravidade de figura. Figura 6.8 – Carregamento distribuído. Na Figura 6.9, é mostrado que o valor da intensidade será, portanto, o produto q*l e o ponto de aplicação, estará em l/2. Por análise simples desta figura, pode-se verificar que a resultante terá direção vertical e sentido para baixo. Note que, à direita, é mostrada a convenção de sinais, a qual não precisa ser necessariamente representada, neste momento. Esta figura é chamada Diagrama de Corpo Livre – DCL – e é de grande importância para a resolução dos problemas relacionados à resistência dos materiais. 30 Figura 6.9 – Resultante e cálculo das reações nos apoios.Na Figura 6.9 são também mostradas as reações nos apoios, que podem ser facilmente calculadas com a aplicação das leis do equilíbrio, como mostrado a seguir: O mesmo raciocínio pode ser seguido para analisar a Figura 6.10. Neste caso, a área representativa tem seu valor equivalente à metade do retângulo, isto é, q*l/2. Figura 6.10 – Carga distribuída não uniforme. Note-se que, agora, a posição do ponto de aplicação se dá numa posição que difere do centro, como no exemplo anterior, que apresentava carga distribuída de modo uniforme. A posição do centro de gravidade, neste caso, é de 1/3 do comprimento l, da direita para a esquerda – Figura 6.9. Note-se que estes valores do centro de gravidade, são bem conhecidos - Figura 6.7. Da mesma forma que no exemplo anterior, pode=se agora calcular as reações – Figura 6.11 Figura 6.11 – Reações nos apoios com carga distribuída não uniforme. Da mesma maneira que no exemplo anterior, as resultantes podem ser finalmente calculadas, empregando-se as equações de equilíbrio, como mostrado a seguir: 31 6.5. Momento Fletor O momento é definido como o produto vetorial da força aplicada em um sistema rotacional pela distância até o eixo de rotação. Imagine uma linha reta e paralela a força considerada e que passe pelo centro de giro do sistema - Figura 6.12. Agora, imagine uma outra linha reta, que contenha o vetor força considerado. A distância a ser levada em consideração no cálculo da intensidade do momento é ortogonal a estas duas linhas retas. Note, além disto, que estas linhas apresentam a mesma direção. Figura 6.12 – F1 e F2 são forças que causam um momento resultante M. Note-se que M é o resultante dos momentos M1, causado por F1 com M2, causado por M2. Se for possível a rotação, o sistema descrito rotacionará ao redor do eixo de giro. Caso não seja, qual será o efeito? A resposta é a flexão, isto é a formação de uma “barriga”, que deve sumir se cessados os esforços. O momento fletor é um tipo de momento que causa a flexão em sistemas rígidos. A deflexão é o nome da deformação causada. O deslocamento vertical causado é chamado de flecha. A flecha, por sua vez, aumenta de zero, nos locais de apoio, para os valores máximos, normalmente distantes dos pontos de apoio. No caso da Figura 6.13, uma viga simétrica bi apoiada, os valores da flecha variam de zero, nas bordas, para o valor máximo, no centro Figura 6.13 – A deflexao em viga bi apoiada. 7. Diagrama momento fletor e esforço cortante Os diagramas de esforço cortante e de momento fletor são utilizados para identificação da seção crítica, numa barra. Uma ver conhecida esta seção, pode-se partir para o dimensionamento da mesma. É um método simples, porém trabalhoso e repetitivo. Por isto, deve ser analisado e treinado com atenção. Veja o exemplo abaixo 32 33 34 35 36 37 38 39 40 41 7.1. Exercícios 1) Determinar as reações na viga a seguir a) 42 b) c) d) 2) Determinar os esforços solicitantes M e V para a viga. 43 ANEXO A – PROPRIEDADES MECÂNICAS 44
Compartilhar