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Doença Inflamatória Pélvica e DSTs

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Doença inflamatória pélvica (DIP) é uma condição que 
descreve a inflamação do trato genital superior feminino e 
suas estruturas adjacentes. 
A DIP começa com cervicite e é seguida por mudança no 
microambiente cervicovaginal, o que leva à vaginose e a 
ascensão das bactérias para o trato genital superior. 
50% dos casos não se identifica o agente causador. 
Os agentes etiológicos envolvidos na DIP são: 
os principais responsáveis por uretrites, cervicites e 
vulvovaginites como Neisseria gonorrhoeae e Chlamydia 
trachomatis, Mycoplasma hominis, Mycoplasma 
genitalium, Ureaplasma urealyticum, Gardnerella 
vaginalis, Bacteróides spp. 
FATORES DE RISCO 
Os mesmos riscos que para DST(s), procedimentos 
relacionados a procedimentos ou condições que alteram a 
barreira de proteção do colo uterino. O risco de DIP está 
aumentado nas 3 primeiras semanas após inserção do 
DIU. 
APRESENTAÇÃO CLÍNICA 
DIP ASSINTOMATICA: Acredita-se que 60% das DIP(s) são 
silenciosas, podem apresentar sintomas vagos que podem 
não se relacionar a DIP, como dispareunia, sangramento 
irregular, disúria ou sintomas gastrointestinais. 
DIP SINTOMÁTICA: Mulheres sexualmente ativas e 
apresentam dor pélvica recente associada ou não à 
dispareunia, ao corrimento vaginal e ao sangramento pós-
coital ou intermenstrual. Mulheres com casos mais graves 
de DIP apresentam febre, mal-estar, náuseas, vômitos, dor 
no hipocôndrio superior direito. 
DIAGNÓSTICO 
Dor pélvica recente com que apresenta um ou mais desses 
critérios: 
• Dor a mobilização do colo uterino. 
• Dor uterina. 
• Dor anexial. 
Em geral, durante exame pélvico bimanual, as mulheres 
com DIP aguda apresentam sensibilidade à palpação dos 
órgãos pélvicos. 
A peritonite pode ser identificada por palpação profunda 
seguida por liberação rápida da mão sobre o abdome - o 
teste de descompressão brusca. 
Exames laboratoriais: 
Nas pacientes com dor abdominal baixa, devem ser 
direcionados a exame gestacional para descartar 
complicações gestacionais. Hemograma completo é 
solicitado para contagem de leucócitos e identificação de 
desvios. Se corretamente coletado exame de urina 
afastará causas urinárias. Deve-se solicitar teste de N. 
gonorhoe e C. trachomatis. Também solicitar de outras 
DST(s). 
O diagnóstico de DIP pode ser definido com três critérios 
maiores mais um menor ou um critério elaborado, 
descritos a seguir: 
 
Ultrassonografia: 
Método de escolha para avaliação inicial de dor pélvica: 
• Espessamento da parede tubária maior que 5 mm. 
• Septos incompletos intratubários. 
• Sinal de roda dentada (corte transversal). 
• Espessamento do líquido tubário. 
• Abscesso tubo ovariano. 
Abscesso Tubo Ovariano: 
Nos casos com infecção, a tuba uterina inflamada e 
supurada pode aderir ao ovário. 
São caracteristicamente unilaterais e podem 
comprometer extruturas adjacentes como intestino, 
bexiga e anexos contralaterais. 
Pela ultrassonografia se observar massa cística complexa. 
Se quadro clínico for obscuro um TC pode agregar 
informações. 
 
 Síndrome Fitz-Hugh-Curtis 
Diagnostico Diferencial Dor Pélvica Aguda: 
Ginecológicas: 
• Dismenorreia. 
• Abortamento incompleto ou completo. 
• Doença inflamatória pélvica. 
• Torção de ovário. 
• Gravidez ectópica. 
• Abscesso tubo-ovariano. 
• Mittelschmerz (dor da ovulação). 
• Massa ovariana. 
• Prolapso de leiomioma. 
• Obstrução do trato genital inferior. 
 
 
 
Gastrointestinais: 
• Gastrenterite. 
• Colite. 
• Doença do intestino irritável. 
• Apendicite. 
• Diverticulite. 
• Doença inflamatória intestinal. 
• Constipação. 
• Obstrução do intestino delgado. 
• Isquemia mesentérica. 
• Cânceres gastrointestinais. 
Urológicas: 
• Cistite. 
• Pielonefrite. 
• Litíase urinária. 
• Abscesso perinéfrico. 
Musculoesqueléticas: 
• Hérnia. 
• Peritonite. 
• Trauma de parede abdominal. 
Outras: 
• Cetoacidose diabética. 
• Herpes-zoster. 
• Abstinência de opioide. 
• Hipercalcemia. 
• Crise falcêmica. 
• Vasculite. 
• Ruptura de aneurisma da aorta abdominal. 
• Dissecção de aneurisma da aorta abdominal. 
• Porfiria. 
• Toxicidade por metais pesados. 
 
 
 
 
 
 
 
 
TRATAMENTO 
 
Critérios de Internação Hospitalar: 
• Gravidez. 
• Clinicamente instável. 
• Presença de abscesso. 
• Peritonismo. 
• Dúvida diagnóstica. 
• Comorbidades. 
• Ruptura de abscesso (tratamento + cirurgia). 
 
 
 
 
 
PROTOCOLO BRASILEIRO PARA INFECÇÕES 
SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS (2020) 
 
DOENÇAS SEXUALMENTE TRANSMISSÍVEIS 
Sífilis: 
Também denominada lues é uma patologia 
infectocontagiosa específica do homem. 
Fácil detecção e tratamento simples. 
Geralmente adquirida por contato sexual, pode ocorrer 
por transfusão sanguínea ou transplacentária. 
Agente etiológico: É o Treponema pallidum, gram-
negativa. Período de incubação de 10 a 90 dias. 
Quadro Clínico: 
Classificação por tempo de infecção: 
• Sífilis adquirida recente (menos de 1 anos e 
evolução). 
• Sífilis adquirida tardia (mais de 1 ano de evolução). 
De acordo com manifestações clínicas: 
• Sífilis Primária. 
• Sífilis Secudária. 
• Sífilis Latente. 
• Sífilis Terciária. 
Sífilis Primária: 
Cancro duro ou protosfiloma. Surge 1 a 3 semanas. 
Presença de úlcera única, indolor, endurecida, circular, 1 a 
2 cm de diâmetro, com fundo liso e limpo. 
Persistem 6 a 7 semanas e desaparecem 
espontaneamente. 
 
Sífilis secundária: 
Lesões Polimorfas, com roséolas (pápulas ou lesões planas 
eritematosase que acometem principalmente o tronco) e 
a sifilides (lesões papuloerosivas, pustulosas e 
hipertróficas), que acometem as cavidades oral e genital, 
as palmas e as plantas dos pés. 
 Sintomas sistêmicos como mialgia, mal-estar e febrícula 
são frequentes. 
Latente: Ausência de sinais ou sintomas. 
Sífilis Terciária: As lesões goma (15%), sífilis cardiovascular 
(10%) e a neurossífilis (8-10%). 
 
Diagnóstico: 
Sorologia: Reações não treponêmicas - VDRL. 
• Treponêmicos- teste de absorção fluorescente 
contra treponema (FTA- ABS). 
VDRL: baixo custo, torna-se positivo 30 a 50 dias após 
inoculação. Teste negativo não descarta sífilis primária. 
FTA – ABS é considerado o teste padrão-ouro entre os 
treponêmicos. Geralmente é o primeiro teste a ficar 
positivo após infecção. 
Tratamento: 
Sífilis primária, sífilis secundária e latente recente (até um 
ano de duração): 
• Penicilina G benzatina, 2,4 milhões UI, IM, dose 
única (1,2 milhão UI em cada glúteo). 
• Como drogas alternativas, pode-se utilizar a 
Doxiciclina 100 mg, VO, 2xdia, por 15 dias (exceto 
para gestantes); e a Ceftriaxona 1g, IV ou IM, 
1xdia, por 8 a 10 dias para gestantes e não 
gestantes. 
 
Sífilis latente tardia (mais de um ano de duração) ou 
latente com duração ignorada e sífilis terciária. 
• Penicilina G benzatina, 2,4 milhões UI, IM, (1,2 
milhão UI em cada glúteo), 1x/semana, por três 
semanas. Dose total de 7,2 milhões UI. 
• Como drogas alternativas pode-se utilizar 
Doxiciclina 100mg, VO, 2xdia, por 30 dias (exceto 
para gestantes); Ceftriaxona 1g, IV ou IM, 1xdia, 
por 8 a 10 dias para gestantes e não gestantes. 
 Neurossífilis: 
• Penicilina cristalina, 18-24 milhões UI/dia, IV, 
administrada em doses de 3-4 milhões UI, a cada 
4 horas ou por infusão contínua, por 14 dias. 
Gonococcia: 
Blenorragia, gonorreia. 
Agente etiológico: Neisseria gonorrhoeae 
Quadro Clínico: é assintomática 60 a 80% dos casos. Nos 
casos sintomáticos é caracterizado por dor pélvica, 
dispareunia, hiperemia vaginal, disúria, polaciúria, sinais e 
sintomas de acordo com o estágio da DIP. A cervicite é 
caracterizada por secreção purulenta visível no canal 
cervical. 
Diagnostico deve incluir cultura endovervical. 
 
Tratamento: esquemas combinados com a Azitromicina: 
• Ciprofloxacino 500mg + azitromicina 1 g VO em 
dose única. 
• Ceftriaxona 500mg + azitromicina 1 gVO. 
• Monoterapia de 2 g azitromicina mostrou-se 
eficaz, porém deve-se evitar. 
 
 
Chlamydia trachomatis: 
2 a 3 x mais frequente do que o gonococo, mais prevalente 
em jovens sexualmente ativos. 
Mais de 1/3 desenvolvem quadro de DIP. 
1/5 torna-se infértil. 
1/10 gestação ectópica. 
Agente etiológico: é um bacilo gram-negativo. 
Quadro clínico: 
• Uretrite – sintomas urinários. 
• Endocervicite. 
Diagnóstico: a cultura é exame padrão. 
Tratamento: doxiciclina 100 mg 2 x dia 7 dias ou 
azitrtomicina 1 g dose única. 
Linfogranuloma Venéreo: 
Agente etiológico: Chlamydia trachomatis com sorotipos 
invasivos. 
Quadro Clínico: 
1. Primeira fase: ponto de inoculação, pequena 
úlcera ou pápula indolor. 
2. Segunda fase: Há invasão de vasos linfáticos e 
comprometimento de linfonodos regionais. 
3. Terceira fase: Instala-se gradualmente após 
alguns meses processo supurativo linfonodal, 
associado a áreas de fibroses cicatricial com focos 
de abscesso e fistualização. 
 
Tratamento: Doxiciclina 100mg 12/12h por 3 semanas, 
eritromicina 500mg VO 6/6h 3 semanas, azitromicina 1 g 
VO por semana por 3 semanas. 
 
 
Cancro Mole: 
Agente causador: Haemophilus ducreyi. 
Quadro Clínico: uma pápula ou vesícula que progride para 
úlcera que pode ser única ou múltipla, dolorosa, com base 
amolecida e bordos 
escavados com fundo 
purulento e fétido. 
Na maioria das lesões 
localizam na genitália 
externa. 
Tratamento: 
Dose única: azitromicina 1 g 
ou ceftriaxona 250mg IM. 
Doses múltiplas: ciprofloxacino 500mg 12/12h 3 dias ou 
eritromicina 500mg 6/6h 7 dias. 
Donovanose: 
Agente Etiológico: Calymmatobacterium granulomatis, 
bacilo gram-negativo. 
Quadro clínico: lesão nodular, única ou múltipla, de 
localização subcutânea, que pode erosar, produzindo 
ulteração bem definida, de crescimento lento e sangrante. 
Tratamento: 
• Azitromicina 1 g 1 x semana 3 semanas. 
• Doxiciclina 100mg vo 12/12h por 21 dias. 
• Ciprofloxacino 750mg 2 x dia 21 dias. 
• Eritromicina 500mg 6/6h 21 dias. 
Micoplasma: 
Agente etiológico: Mycoplasma hominis e Ureoplasma 
Urealyticum. 
São considerados parasitas de superfície, aderindo 
firmemente a mucosa e ao epitélio urogenital. 
Quadro Clínico: 
• Uretrite: pode ser relacionado a piúria assépticas, 
cistites e cistite hemorrágica. 
• Vaginite e cervicite: Associação de mycoplasma e 
gardnerella. 
• Doença Inflamatória Pélvica: é isolado de tubas 
inflamadas em 13 a 15 % dos casos. 
Diagnóstico: A cultura possibilita diagnóstico definitivo. 
Tratamento: Doxiciclina 100mg 12;12h 7 dias ou 
Azitromicina 1 g dose única. 
HSV-1 e HSV-2: 
Herpes-vírus simples 1 e 2 são DNA de localização 
mucocutânea e dos núcleos neuronais de gânglios 
sensoriais. 
É DST ulcerativa mais frequente. A maioria causada pelo 
HSV-2. 
A maioria dos indivíduos que adquirem a infecção nunca 
desenvolvem manifestações. 
Em HIV positivos, episódios podem ser mais graves. 
É recorrente e incurável. 
Quadro Clínico: 
No episódio inicial estão presentes lesões bilaterias e 
múltiplas dor local moderada a intensa e linfadenopatia 
inguinal dolorosa. As lesões incluem vesículas, pústula, 
úlcera e crosta. Ocorre disúria, parestesia sacra, febre, 
mal-estar e mialgia. 
 
Diagnóstico: clínico, colposcopia, sorologias IGM tipo 1 e 
2 e IgG. 
Tratamento: é destinado para encurtar o curso da doença, 
diminuir intensidade e sintomas. 
• Aciclovir 400mg VO 3x/dia por 7 a 10 dias ou 200 
mg VO 5x /dia 7 a 10 dias 
• Fanciclovir 250mg VO 3 x/dia 7 a 10 dias. 
• Valaciclovir 1000 mg VO 2 x dia 7 a 10 dias. 
Pacientes com recidivas frequentes: 
• Aciclovir 400 mg 2 x dia por 6 a 12 meses. 
• Valacivlovir 500mg 6 a 12 meses (menos eficaz). 
• Fanciclovir 250mg 2 x dia 6 a 12 meses. 
 
 
Molusco Contagioso: 
 
É uma doença viral causada pelo maior vírus causador de 
doença humana, poxvírus. Ocorre por contato direto com 
pessoas contaminadas. 
O início ocorre com aparecimento de pápulas minúsculas 
que atigem 3 a 6 mm de diâmetro 
Semiesféricas, isoladas e bem-delimitadas, geralmente 
agrupadas. 
É facilmente removido dando a saída de material 
esbranquiçado que contém as partículas virais. 
O tratamento consiste em destruição das lesões.

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