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EP IV - NPJ Aluno:Amanda Vianna de Sousa Matricula: 201703101634 AO DOUTO JUÍZO DA VARA ÚNICA DA COMARCA DE SILVA JARDIM -RJ ASSOCIAÇÃO DE DEFESA AMBIENTAL DO ESTADO DO RIO DE JANEIRO, pessoa jurídica de direito privado, portadora CNPJ nº, com sua sede localizada à Rua, Bairro, Município, UF, CEP, com o endereço eletronico, vem por seu advogado infra-assinado, com o endereço profissional, à Rua, Bairro, Município, UF, CEP, com endereço eletrônico, vem, respeitosamente, à presença de Vossa Excelência, na forma da lei 7.347 de 1985, propor AÇÃO CIVIL PÚBLICA (Meio Ambiente) em face de AGROPECUÁRIA IRMÃOS SILVA LTDA., pessoa juridica de direito privado, portadora do CNPJ nº, com sua sede localizada à Rua, Bairro, Município, UF, CEP, com endereço eletrônico, pelos fatos e fundamentos a seguir expostos I- DA LEGITIMIDADE ATIVA É importante argumentar sobre a legitimidade da parte autora para a propositura desta ação, tendo em vista a sua presença, no rol taxativo do artigo 5º, V da lei 7.347/ 85, sendo associação que busca a proteção do meio ambiente no estado do Rio de Janeiro, cumprindo os requisitos da alínea do artigo e inciso supra mencionado. II- DOS FATOS Fora constatado que a fazenda da Ré invandiu cinco hectares de uma área destinada a uma resevar ambiental, tendo como finalidade a preservação da fauna e flora, localizada no município de Silva Jardim no Estado do Rio de Janeiro. Neste diapasão, essa flora é o hábitat natural do mico leão Dourado, espécie nativa do Rio de janeiro, que se encontra ameaçada de extinção. No mais, fora averiguado que a parte ré desmatou parte dessa área invadida para a construção de um pasto, com intuito para a criação de Gado, ocorrendo intervenção direta na fauna e flora local, prejudicando a proteção do Mico Leão Dourado. Por fim, tentou meios para que a ré repara-se o dano causado à sociedade, notificando-a extrajudicialmente, com a intenção de ser recuperada a área desmatada, sem êxito, mantendo-se a ré inerte, informando que só iria agir se fosse compelida judicialmente. III- DOS FUNDAMENTOS Inicialmente, quanto ao cabimento desta ação, é notório a utilização desta para responsabilizar danos causados, ao meio ambiente e a interesses difusos. Tendo em vista a previsão legal do artigo 1º, I e IV da lei nº 7.347/85. Adentrando no mérito, fica evidenciado que a conduta da parte ré viola a Carta Magna, em seu artigo 225, principalmente em seus §1º inciso I, III e VII , § 4º e §5º, isto é, impedindo o poder público de garantir um meio ambiente equilibrado, in verbis : Art. 225. Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo- se ao Poder Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá- lo para as presentes e futuras gerações. § 1º Para assegurar a efetividade desse direito, incumbe ao Poder Público: I - preservar e restaurar os processos ecológicos essenciais e prover o manejo ecológico das espécies e ecossistemas; III - definir, em todas as unidades da Federação, espaços territoriais e seus componentes a serem especialmente protegidos, sendo a alteração e a supressão permitidas somente através de lei, vedada qualquer utilização que comprometa a integridade dos atributos que justifiquem sua proteção; VII - proteger a fauna e a flora, vedadas, na forma da lei, as práticas que coloquem em risco sua função ecológica, provoquem a extinção de espécies ou submetam os animais a crueldade. § 3º As condutas e atividades consideradas lesivas ao meio ambiente sujeitarão os infratores, pessoas físicas ou jurídicas, a sanções penais e administrativas, independentemente da obrigação de reparar os danos causados. § 4º A Floresta Amazônica brasileira, a Mata Atlântica, a Serra do Mar, o Pantanal Mato-Grossense e a Zona Costeira são patrimônio nacional, e sua utilização far-se-á, na forma da lei, dentro de condições que assegurem a preservação do meio ambiente, inclusive quanto ao uso dos recursos naturais. § 5º São indisponíveis as terras devolutas ou arrecadadas pelos Estados, por ações discriminatórias, necessárias à proteção dos ecossistemas naturais. Ainda, essa invasão se dá em área de preservação permanente, que se enquadra nas caracteristica elencadas no artigo 6º, inciso III, do Código Florestal, por se tratar de uma reserva ambiental de proteção de uma especie da fauna ameaçada de extinção, sendo assim, o artigo 7º, §1º, da referida lei, obriga o ocupante a recompor a vegetação, in verbis: Art. 6º Consideram-se, ainda, de preservação permanente, quando declaradas de interesse social por ato do Chefe do Poder Executivo, as áreas cobertas com florestas ou outras formas de vegetação destinadas a uma ou mais das seguintes finalidades: IV - abrigar exemplares da fauna ou da flora ameaçados de extinção; Art. 7º A vegetação situada em Área de Preservação Permanente deverá ser mantida pelo proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título, pessoa física ou jurídica, de direito público ou privado. § 1º Tendo ocorrido supressão de vegetação situada em Área de Preservação Permanente, o proprietário da área, possuidor ou ocupante a qualquer título é obrigado a promover a recomposição da vegetação, ressalvados os usos autorizados previstos nesta Lei. Ao observar que, quando a ré invade uma área destinada a proteção de uma fauna em ameaça de extinção e provocando o desmatamento de uma flora pertencente a Mata Atlântica, cometendo um dano ao pratimonio Nacional, ferindo um direito difuso e violando uma garantia Constitucuional de um meio ambiente equilibrado. Sendo assim, com fucro no artigo 14 da lei 6938/81 c/c artigo 927, §Ú do Código Civil, rogo pela condenção da ré, à reparação do dano ao patrimônio público, nestes termos. Art 14 - Sem prejuízo das penalidades definidas pela legislação federal, estadual e municipal, o não cumprimento das medidas necessárias à preservação ou correção dos inconvenientes e danos causados pela degradação da qualidade ambiental sujeitará os transgressores: I - à multa simples ou diária, nos valores correspondentes, no mínimo, a 10 (dez) e, no máximo, a 1.000 (mil) Obrigações Reajustáveis do Tesouro Nacional - ORTNs, agravada em casos de reincidência específica, conforme dispuser o regulamento, vedada a sua cobrança pela União se já tiver sido aplicada pelo Estado, Distrito Federal, Territórios ou pelos Municípios. II - à perda ou restrição de incentivos e benefícios fiscais concedidos pelo Poder Público; III - à perda ou suspensão de participação em linhas de financiamento em estabelecimentos oficiais de crédito; IV - à suspensão de sua atividade. § 1º - Sem obstar a aplicação das penalidades previstas neste artigo, é o poluidor obrigado, independentemente da existência de culpa, a indenizar ou reparar os danos causados ao meio ambiente e a terceiros, afetados por sua atividade. O Ministério Público da União e dos Estados terá legitimidade para propor ação de responsabilidade civil e criminal, por danos causados ao meio ambiente. § 2º - No caso de omissão da autoridade estadual ou municipal, caberá ao Secretário do Meio Ambiente a aplicação das penalidades pecuniárias previstas neste artigo. § 3º - Nos casos previstos nos incisos II e III deste artigo, o ato declaratório da perda, restrição ou suspensão será atribuição da autoridade administrativa ou financeira que concedeu os benefícios, incentivos ou financiamento, cumprindo resolução do CONAMA. § 5o A execução das garantias exigidas do poluidor não impede a aplicação das obrigações de indenização e reparação de danos previstas no § 1o deste artigo. Art. 927. Aquele que, por ato ilícito (arts. 186 e 187), causar dano a outrem, fica obrigado a repará-lo. Parágrafoúnico. Haverá obrigação de reparar o dano, independentemente de culpa, nos casos especificados em lei, ou quando a atividade normalmente desenvolvida pelo autor do dano implicar, por sua natureza, risco para os direitos de outrem. IV- PEDIDOS Isto posto, requer, respeitosamente, a V.Exa.: a) remessa dos Autos ao Parquet para que, o representante do mesmo, atue como custo legis, com base no artigo 5, § 1º da lei 7.347/ 85; b) a citação da ré, para, querendo, apresente defesa, sob pena de revelia e confissão; c) a condenação da ré na desapropriação da área de preservação ambiental; d) a condenação de ré em recompor a área desmatada, sob pena de perdas e danos; e) a condenação da ré a pagar as custas processuais e honorários sucumbenciais. V- DA PROVAS Pugna pela produção de provas por todos os meios legais admitidos em nosso ordenamento jurídico, na forma do artigo 369 e seguintes do CPC, em especial prova documental. Dá-se à causa o valor de R$ 1.100,00 (hum mil e cem reais). Nestes termos, Pede o Deferimento. Duque de Caxias, 25 de setembro de 2021. Advogado OAB/UF