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HPV � NIC - Col� uterin� norma� � definiçõe� ÚTERO: ● Corpo → Porção superior do útero; ● Istmo → separa o corpo do colo; ● Colo → cilindro muscular que possui a função de sustentar a gestação; ANATOMIA E HISTOLOGIA DO COLO UTERINO: ● Orifício cervical interno → orifício que liga o istmo ao início do colo uterino. ● Orifício cervical externo → orifício que separa o colo do útero e a vagina. ● Endocérvice → canal de ligação para a cavidade uterina; epitélio simples colunar com glândulas produtoras de muco (proteger o meio e capacitação do espermatozoide) ● Ectocérvice → epitélio estratificado escamoso do colo do útero com contato direto à vagina. JEC (Junção escamocolunar)→ trecho de epitélio sofrendo metaplasia entre o endocérvice e o ectocérvice. Local mais propício para sofrer acometimentos neoplásicos. ROTINA PARA RASTREIO: ● Já realizou atividades sexuais: ○ 25 a 64 anos; ■ Faz o primeiro Papanicolau aos 25 e o segundo aos 26, após 2 anuais negativos fazer de 3 em 3 anos; ○ Não se rastreia antes dos 25 anos por recomendação do Ministério da Saúde, pois estima-se que nessa idade o vírus do HPV está estável no corpo, após um “clareamento” da infecção. ○ NICs podem surgir a partir dos 25 anos de idade, justamente após o período de “clareamento” da infecção do HPV. ○ A partir dos 30 anos, a incidência de cânceres invasores podem surgir com maior facilidade. ○ Além disso, existem grandes chances de sobrediagnóstico, com maior chance de regressão quando são adolescentes. ○ Após os 64 anos, a ocorrência dos cânceres de colo são muito baixas, mas é necessário que nos últimos 5 anos tenha apresentado 2 exames de Papanicolau negativo. ● Pacientes histerectomizadas: ○ Por patologia benigna → não precisa coletar; ○ Por patologia maligna → coleta-se, “seguimento pós-tratamento”; ● Paciente imunossuprimida: ○ Rastreio ligado com a relação sexual: ■ Semestral (1° ano). ■ Anual após o primeiro; ■ HIV com CD4 < 200, 6 em 6 meses; ADEQUABILIDADE DA AMOSTRA DO PAPANICOLAU → Células metaplásicas, escamosas e glandulares; Só repete o exame caso seja insatisfatória a amostra. PAPANICOLAU → Estratégia de prevenção secundária, pois faz diagnóstico precoce. Coilocitose → Presença de HPV nas células do colo uterino. NIC → NEOPLASIA INTRAEPITELIAL CERVICAL ● Papiloma vírus humano (HPV) ○ Oncogênicos → causam as NICs e os Cânceres de colo; ■ 16 e 18 são os principais; ■ 31, 33, 35, 45, 52 e 58 também são oncogênicos ○ Não oncogênicos →Causam os condilomas e verrugas genitais; ● NIC 1 ou neoplasia intraepitelial cervical grau 1, é uma lesão de baixo grau provocada no colo uterino pelo HPV, na qual um terço do colo do útero foi afetado. Não é uma lesão grave e tem 80 a 90% de desaparecer sem qualquer tratamento. A orientação é repetir o Papanicolaou em 6 meses sem necessidade inicial de colposcopia ou biópsia. ● NIC 2 → cerca de dois terços do colo do útero foi afetado. Talvez precise fazer uma cirurgia para retirar as células anormais. ● NIC 3 → Acomete todo o epitélio do colo uterino, carcinoma in situ que, se não tratado, pode vir a se tornar uma neoplasia invasora. DIAGNÓSTICO ● CITOLOGIA ONCÓTICA (PAPANICOLAU) [para rastreamento] → COLPOSCOPIA (verificar a lesão) → BIÓPSIA (para se ter a amostra histológica e o diagnóstico definitivo) COLPOSCOPIA: ● Faz-se para pacientes com Papanicolau alterado: ○ Ácido acético → vai coagular as proteínas de células lesadas ○ Alta sensibilidade (96%) [pouco falso negativo] ○ Baixa especificidade (48%) [muitos falsos positivos] ○ Orienta a biópsia ● Diagnóstico diferencial: ○ Ectopia de tecido; ○ Cistos de Naboth: Glândulas que se exteriorizam e com ductos obstruídos ○ Pólipo; LESÕES COLPOSCÓPICAS ● Epitélio aceto-branco ou aceto-reagente: Epitélio fica branco, sendo dividido em: ○ Epitélio grosseiro → a chance de ser NIC 2 ou NIC 3 é maior ○ Epitélio tênue → achado menor da colposcopia, a chance de NIC 1 é maior ● Pontilhado: ○ Grosseiro → chance de ser NIC 2 ou 3 é maior; ○ Fino → Chance de ser NIC 1 maior; ● Mosaico: ○ Grosseiro → chance de ser NIC 2 ou 3 é maior; ○ Fino → Chance de ser NIC 1 maior; ● Vasos atípicos: Vasos tortuosos, irregulares ○ Sempre achados maiores e preditores de cânceres invasores. TESTE DE SCHILLER: ● Usa-se lugol (componente com iodo), para corar células com glicogênio (células do epitélio escamoso). Células neoplásicas não possuem glicogênio. ○ IODO + → Schiller - ○ IODO - → Schiller + ● Corou todo o epitélio escamoso e não corou o glandular: IODO +, Schiller - ● Trechos sem corar no epitélio escamoso → Pode ter presença de NIC Câncer d� Col� d� Úter� ● 2° tumor ginecológico mais comum, sendo o primeiro o de mama; ● Problema de saúde pública; ● Mais comum em mulher mais maduras; ● Mulheres mais jovens → Lesões intraepiteliais; Fatores de risco: ● HPV 16 e 18 são os mais oncogênicos (adquirido por meio de contato direto); ● Quanto maior exposição ao HPV, maior chance de ter câncer de colo: ○ Múltiplos parceiros; ○ Parceiro exposto; ○ 1° relação precoce; ○ Outras ISTs; ○ Imunossupressão (pacientes com HIV ou tomam algum medicamento imunossupressor); ● Não tem relação familiar; ● Tabagismo; ● Vários filhos (multiparidade); ● Baixo nível socioeconômico; Quadro clínico: ● A partir da colocação do espéculo, teremos um tumor friável, vegetante e sangrante (clássico); ● Início assintomático, mas quando começar a lacerar o colo do útero, pode tornar-se sintomático: ○ Sangramento pós-coito (sinusorragia); ○ Corrimento com mau cheiro (quando há necrose); ○ Fases mais avançadas: sintomas sistêmicos clássicos de câncer: emagrecimento... Diagnóstico: ● Papanicolau é para rastreamento com amostragem celular. Quando já está friável, vegetante e sangrante, o indicado é fazer a biópsia do colo. ● Diagnóstico diferencial: ○ Ectopia, condição benigna, quando há eversão do epitélio glandular. Tipos histológicos: ● Carcinoma epidermóide (70 a 80%): Carcinoma escamoso ou Carcinoma espinocelular ● Adenocarcinoma: Tumor que surge do epitélio glandular endocervical, com pior prognóstico. ESTADIAMENTO: ● Estadios: ○ I→ tumor restrito ao colo; ■ IA1→ até 3mm de invasão da membrana basal; ■ IA2→ 3 a 5mm de invasão e 7mm de extensão horizontal; ● IA1 e IA2 → lesões microinvasoras. ● A partir de lesões visíveis e macroscópicas, torna-se IB. ■ IB1 → < 2 cm de invasão; ■ IB2 → 2 a 4 cm de invasão; ■ IB3→ > 4 cm de invasão; ○ II→ tumor se alastra para a vizinhança: ■ IIA→ ⅔ superiores da vagina: ● IIA 1→ < 4 cm ● IIA 2→ > 4cm ■ IIB → acomete o paramétrio; não vai até o osso e não comprime o ureter a ponto de provocar hidronefrose ou rim não funcionante; ○ IIIA→ ⅓ inferior da vagina ○ IIIB → paramétrios até a parede pélvica, até o osso ou que já pode comprimir o ureter. ○ IIIC → acometimento de linfonodos pélvicos ou paraórticos. ○ IVA → acometimento da bexiga ou do reto ○ IVB →metástases à distância, como fígado, pulmão e intestino. TRATAMENTO: ● Feito de acordo com o estadiamento: ○ Tratamento cirúrgico: ■ PIVER I → Histerectomia simples total: Estágio IA1 ■ PIVER II → Histerectomia, retirada dos paramétrios até cruzamento do ureter, terço superior de vagina e linfadenectomia pélvica: Estágio IA2 ■ PIVER III (Wertheim-Meigs)→ Histerectomia radical (corpo e colo), paramétrio todo: Estágio IB1, IB2, IIA1 ■ Paciente sem filhos pode ser feito uma conização (A conização do colo do útero é um procedimento cirúrgico no qual um pedaço em formato de cone é retirado do órgão para a realização de uma biópsia) ○ Radioterapia + quimioterapia: ■ Estágio IB3, IIA 2 ○ A partir do acometimento do paramétrio (Estádio IIB), não se opera mais, apenas radio e quimioterapia. ● Tratamento clínico: Paciente chega ao consultório com dor e sangramento característicos e, antes do diagnóstico ser confirmado, faz-se o tamponamento vaginal, para diminuir o sangramento de forma aguda. ● Paciente sem condições cirúrgicas: Radioterapia + quimioterapia.
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