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Matriz_ai_direito_societario_sociedade_anonima_Michel Levy da Silva Moraes

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ATIVIDADE INDIVIDUAL 
 
Matriz de atividade individual 
Disciplina: DIR. SOCIETÁRIO S. A Módulo: 5 
Aluno: MICHEL LEVY DA SILVA MORAES Turma:1 
Tarefa: SOCIEDADE ANÔNIMA DE CAPITAL ABERTO, CISÃO E AÇÕES DE FRUIÇÃO. 
Parecer 
 
EMENTA 
O conselho de administração de uma sociedade anônima de capital aberto, solicitou parecer com 
análise sobre os eventuais pontos de convergência e de divergência sobre o caso a seguir: a 
companhia de capital aberto, funcionou regularmente por determinado tempo, até se encontrar em 
uma situação econômica, financeira e patrimonial desgastada e em dado momento requereu a sua 
recuperação judicial. Após ver o encerramento formal da recuperação judicial com o reequilíbrio da 
atividade empresarial, o Conselho de Administração propôs uma cisão total da empresa, o que foi 
aprovado em assembleia geral extraordinária. O protocolo e a justificação previam uma conversão 
total do patrimônio em três pessoas jurídicas novas e distintas. Também informam, que a cisão 
acarretará redução patrimonial e que os acionistas serão reembolsados parcialmente. Nesse 
contexto, um dos acionistas se apresentou na condição de ter amortizado o investimento feito no 
passado, detendo no seu poder ações de fruição. Nesse contexto o Conselho questiona como deverá 
proceder em relação ao titular da ação de fruição. 
Esse parecer objetiva esclarecer os pontos relativos à cisão da companhia, informando ao conselho 
de administração e aos demais sócios, quais os procedimentos decorrentes da Lei das Sociedades 
Anônimas, para regular aplicação e desenvolvimento da cisão, bem como informar quais os efeitos 
da amortização total de ações e os direitos e deveres do acionista possuidor de ações de fruição. 
Para tanto, nos embasaremos no Decreto Lei nº 6.404/76 e demais legislações vigentes sobre a 
matéria, e nos ensinamentos da doutrina, descrevendo as características e os requisitos essenciais de 
uma sociedade de capital aberto com o objetivo de delimitar se os procedimentos adotados pela 
companhia estavam de acordo com que prevê o ordenamento. Posteriormente abordaremos o 
conceito de sociedade anônima, diferença entre as sociedades anônimas de capital aberto ou 
fechado, a classificação das ações com especial atenção as ações de fruição. Por fim, analisaremos a 
cisão da companhia, seu conceito, procedimento e efeitos. Quando então, em posse de todas as 
informações pertinentes poderemos nos posicionar sobre quais serão os direitos e deveres do 
acionista portador de ações de fruição, e sua eventual participação ou não no futuro de uma das 
companhias criadas para receber o capital da companhia cindida. 
 
INTRODUÇÃO 
No Brasil as sociedades anônimas são disciplinadas pela Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1.976. 
Tal regência é inclusive reforçada pelo Código Civil, Lei nº 10.406, de 10 de janeiro de 2.002, em seu 
art. 1.089, que inclusive, aduz que na hipótese de casos omissos da lei especial, deve aplicar 
subsidiariamente, os comandos do código civil. 
 
 
2 
 
O conceito de sociedade anônima, se obtém da leitura dos arts. 1.088, e 982, do CC/2.002, 
combinados com o art. 1º, e com o §1º, do art. 2º, da Lei n. 6.404/76, assim, sociedades anônimas 
são sociedades empresárias com personalidade jurídica própria, cujo capital social é dividido em 
ações, em que a responsabilidade dos sócios está limitada ao preço de emissão da fração do capital 
social subscritas ou adquiridas por cada sócio. Nas palavras de Gustavo Diniz (2.019, pg. 247): “a 
sociedade anônima é sociedade personificada e empresária, que tem por função organizar as 
atividades de sócios com limitação de responsabilidade ao preço das ações emitidas e 
integralizadas”. 
A criação desse modelo de sociedade foi desenvolvido para conciliar principalmente 2(dois) 
problemas cruciais na prática de negócios: o financiamento de empreendimentos de maior porte; e a 
participação de muitos investidores cuja responsabilidade é limitada ao preço de emissão das ações 
subscritas ou adquiridas. 
As companhias de capital aberto se instituem mediante autorização da CVM, nos termos 
determinados pela Lei nº 6.404/76 e pela Lei nº 6.385/76; e as companhias de capital fechado, 
mediante registro realizado no Registro Público de Empresas Mercantis (RPEM) a cargo das Juntas 
Comerciais, nos termos da Lei nº 8.934, 18 de novembro de 1994. 
 
SOCIEDADES ANÔNIMAS DE CAPITAL ABERTO OU FECHADO 
Segundo ensina o doutrinador Spencer Vampré, a sociedade anônima é “a sociedade, sem firma 
social, onde todos os sócios respondem somente pelo valor das ações, que subscrevem, ou que lhes 
são cedidas, as quais, por sua vez, podem ceder-se livremente” 
Conforme o artigo 4º da Lei 6.404/76, a Sociedade Anônima pode ter seu capital aberto ou fechado, 
sua sociedade é constituída por ações tendo o seu capital dividido por estas e a companhia é aberta 
ou fechada conforme os valores mobiliários de sua emissão estejam ou não negociados em bolsa de 
valores ou mercado de balcão. 
A Sociedade Anônima de capital fechado é aquela que pertence a um grupo restrito de acionistas, 
não oferecendo participações societárias aos investidores na forma de ações negociadas na bolsa de 
valores. Neste tipo de empresa, um novo sócio só entra se um dos proprietários decidir vender a sua 
parte a algum investidor. 
Companhia de capital aberto é aquela que capta recursos financeiros junto ao público, por meio da 
emissão pública de valores mobiliários(ações), que são negociados mercado de valores mobiliários, 
essas ações estão para livre compra e venda na bolsa de valores e quem estiver de posse torna-se 
proprietário de parte da empresa conforme a quantidade adquirida. 
 
AÇÕES 
As ações são os títulos representativos do capital social das sociedades anônimas, dando aos seus 
titulares o direito de participar dos resultados da atividade das companhias, além e outras vantagens 
de natureza diversas, as ações são caracterizadas como valores mobiliários (art. 2º, lei 6.385/76). 
Tomazette (2.020, pg. 478), ensina que “as ações são títulos livremente negociáveis, que asseguram 
a condição de acionista aos seus titulares com todos os direitos e obrigações inerentes a tal 
condição. Representam, por outro lado, frações do capital social da companhia”. 
A lei das S.A. aborda sobre o tema entre seus artigos 11 e 19 sobre número, valor nominal, preço de 
emissão, espécies e classes, vantagens políticas, entre outros. 
Quanto a classificação em espécies, estas são: 
Ordinárias: ações comuns, não oferecem qualquer vantagem ou restrições e os detentores dessas 
ações têm o direito de exercício de voto nas assembleias e de receber dividendos. 
Preferenciais: esse tipo de ação fornece algumas preferências previstas no artigo 17 da Lei 6.404/76 
as quais são: prioridade na distribuição de dividendo, prioridade no reembolso do capital e 
acumulação das preferências e vantagens de distribuição e reembolso. 
Fruição: Nesse tipo de ação o acionista em caso de liquidação da companhia recebe a sua quantia 
antecipadamente, tornando-se as ações amortizadas, ou seja, em caso de uma eventual liquidação 
da empresa o valor devido a esse acionista já foi pago antecipadamente. Existem algumas restrições 
na ação de fruição, pois elas ficam sujeitas as restrições estatutárias, as quais são: perda do direito 
de voto, perda do direito do dividendo preferencial e restrições legais e em caso a liquidação da 
companhia as ações amortizadas serão liquidadas somente após a quitação das ações não 
amortizadas. Por fim os valores que as ações amortizadas receberem após a liquidação deverá ser 
compensada. Essas ações têm origem de ações comuns amortizadas e podem ser ordinárias ou 
preferenciais, integrais ou parciais. Essa operação pode ocorrer somente com autorização através do 
estatuo social ou de uma assembleia geral extraordinária, onde vão deliberar sobre tal amortização, 
conforme dispõe o artigo 44,parágrafo 5º da Lei 6.404/76. 
 
CISÃO 
A cisão é uma forma de reorganização societária conceituada pelo ato em que se realiza 
modificações na estrutura de determinada sociedade. Tal alteração objetiva atender aos interesses 
dos acionistas e investidores para que esses possam lucrar mais, entrar em um novo nicho ou até 
mesmo reerguer uma organização, além de alterar e adaptar a companhia a novas formas de atuar 
dentro do mercado. Por conseguinte, as reorganizações societárias materializam-se através de 
modificações tanto na estrutura, quanto no tipo ou composição de uma sociedade empresária, por 
meio de, dentre outros, da transformação (operação pela qual a legislação permite que a sociedade 
passe, independentemente de dissolução e liquidação, de um tipo societário para outro), a 
incorporação(uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os 
direitos e obrigações), a fusão(unem-se duas ou mais sociedades para formar uma sociedade 
nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações) e a cisão. 
A cisão é uma forma de reorganização societária em que a companhia transfere parcelas do seu 
patrimônio para uma ou mais sociedades, que foram constituídas para este fim ou que já eram 
existentes, levando a consequente extinção da companhia cindida na hipótese de versão integral do 
patrimônio, ou divisão do seu capital, no caso de cisão parcial, conforme disposto no art. 229, LSA. 
De acordo com o art. 233, da LSA, quando houver a extinção da companhia cindida, as sociedades 
que receberam parcialmente ou integralmente o patrimônio da cindida responderão solidariamente 
pelas responsabilidades da Cindida. E no caso da sociedade cindida que subsistir e as que 
absorverem parcelas do seu patrimônio, essas responderão solidariamente pelas obrigações da 
primeira, desde que anteriores à cisão. 
 
CONCLUSÃO 
Este parecer tem por objetivo dar maior enfoque a ação de fruição. As companhias podem decidir 
através de assembleia geral extraordinária ou quando previsto em estatuto social, quando haverá a 
quitação por meio da amortização das ações de alguns sócios investidores. Ressaltando que, a 
amortização reduz a dívida societária através do pagamento parcial ou gradual do valor liquidado das 
ações, ou seja, a companhia procede com a análise dos valores das ações naquela data caso a 
empresa fosse liquidada naquele momento, devolvendo, assim, ao acionista o valor de seu 
investimento. 
 
 
4 
 
Nesse sentido dispôs o doutrinador Gladston Mamede: 
 “A ação de fruição é o resultado do procedimento de amortização. Seus titulares, embora detenham 
títulos de participação na sociedade, já foram reembolsados pelo investimento que fizeram na 
companhia, vale dizer, pelos valores desembolsados para a realização daquelas ações. (...) Na 
amortização, sem que haja redução do capital social (capital registrado), antecipa-se a distribuição 
aos acionistas dos valores que lhes poderiam tocar em caso de liquidação da companhia. Essa 
amortização pode ser integral ou parcial, podendo abranger todas as classes de ações ou só uma 
delas, sendo que as ações integralmente amortizadas podem ser substituídas por ações de fruição.” 
 
O que nos leva a concluir relativamente as dúvidas a serem esclarecidas através desse parecer é que 
o acionista de fruição não mais tem investimento na sociedade, pois, o valor que havia sido entregue 
por ele na integralização do capital social já lhe foi devolvido. E ainda, conforme verifica-se, a 
companhia de capital aberto passou por processo de recuperação judicial, tendo sido encerrado tal 
processo de maneira formal com o reequilíbrio da atividade empresarial, nos termos do que dispõe o 
art. 63, da lei 11.101/2005. 
Assim, conclui-se que, em razão da cisão total da sociedade anônima analisada, o acionista das ações 
de fruição não terá direito ao reembolso parcial dos acionistas, pois, já recebeu anteriormente o 
valor correspondente ao investimento realizado quando da amortização de suas ações, ou seja, já 
recebeu antecipadamente o valor patrimonial correspondente às suas ações. 
 
BIBLIOGRAFIA 
 
ATLAS, Equipe. Lei das Sociedades por Ações, (V. 28), 12ª edição. Grupo GEN, 2015. 
9788522494736. Disponível em: 
https://integrada.minhabiblioteca.com.br/#/books/9788522494736/. Acesso em: 08 out. 2021. 
 
CAMPINHO, Sérgio. Curso de Direito Comercial, Sociedade Anônima, 4ª edição, 2018, fls. 
413. 
 
BRASIL. Lei nº 6.404, de 15 de dezembro de 1976. Dispõe sobre as Sociedades por Ações. 
Disponível em: http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm. Acesso em 
15/01/2020. 
 
GONÇAVES, Pablo e MENDONÇA, Bichara Saulo. Direito Societário Sociedade Anônima. São 
Paulo FGV 2020. 
 
MARTINS, Fran. Curso de Direito Comercial, Sociedade Anônima, Ed. Ver. E atual, 2005. 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm.%20Acesso%20em%2015/01/2020
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/l6404compilada.htm.%20Acesso%20em%2015/01/2020

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