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Esôfago Chagásico

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Esôfago Chagásico - Acalásia
Acalásia - o termo significa  não relaxamento. É o distúrbio motor primário mais comum do esôfago. Há déficit de relaxamento fisiológico do esfíncter esofagiano inferior.
As alterações encontradas na acalásia são consequência da degeneração de neurônios do plexo de Auerbach (mioentérico) presente na parede esofagiana, o grande responsável pela coordenação motora do esôfago.
Tem relação com a Doença de Chagas (acalásia secundária).
O protozoário flagelado Trypanosoma cruzi causa disfunção e posterior necrose dos interneurônios responsáveis pelo relaxamento do esfíncter esofágico inferior, ao mesmo tempo que lesa neurônios importantes para o peristaltismo.
O esfíncter esofágico inferior fica fechado, abrindo-se para a passagem do bolo alimentar. O relaxamento do esfíncter é regulado pelo SNE (plexos submucoso e mioentérico), ou seja, caso haja lesão nesses plexos, ocorre disfunção na abertura e fechamento do esfíncter.
· Histologia do esôfago:
Acalásia - distúrbio de motilidade onde temos o tônus aumentado do esfíncter esofágico inferior (EEI), ou seja está mais contraído / fechado. Ocorre com maior frequência em pacientes de 20 a 60 anos.
Pode ser primária ou secundária:
O T.cruzi possui tropismo pelo plexo mioentérico.
· Tríade da Acalásia:
Aperistalse - ausência de contrações eficazes.
O alimento fica acumulado no esôfago, dilatando o órgão → megaesôfago.
· Doença de Chagas:
Doença tropical negligenciada. É a principal causa de acalásia no Brasil.
Transmissão: picada + defecação do barbeiro; via oral (alimentos contaminados com as fezes do barbeiro); transfusão sanguínea; via transplacentária. 
Fases da doença:
Fase Aguda - sinal de Romanã, geralmente assintomática, ou apresentar febre, cefaléia, taquicardia.
Fase Crônica - pode ser digestória (10-20%) ou cardíaca (20-30%).
A acalásia pode ser bem variável, depende do grau de comprometimento dos plexos.
· Sintomatologia/ Quadro clínico da Acalásia:
Disfagia, regurgitação, dor torácica, tosse crônica (especialmente durante a noite ou ao deitar), perda de peso nos últimos meses.
OBS:
O megaesôfago é uma consequência da acalásia. 
OBS: Esofagograma e esofagomanometria - exames de diagnóstico, sendo a esofagomenometria o padrão ouro.
· Classificação da Acalásia:
· Diagnóstico Diferencial: 
Tumor de mediastino;
Neoplasia de pulmão;
Divertículo de Zenker: trata-se de disfunção do músculo cricofaríngeo, constituinte do
esfíncter esofágico superior que se apresenta hipertônico e com relaxamento incompleto;
É necessário uma boa anamnese para verificar a acalásia, pois outros diagnósticos apresentam sintomatologia parecida e também podem ser possíveis.
· Abordagens de tratamento:
Acalásia Grau I - aplicação de botox no esfíncter esofágico inferior. Pode ocorrer refluxo, então é necessário que haja o controle do refluxo, com mudanças de comportamento do paciente, evitando comer tão tarde...
Acalásia Grau II - dilatação com balão pneumático, na tentativa de abrir o esfíncter.
Acalásia Grau III - Cirurgia - miotomia de Heller → corta fibras musculares que estão com tônus aumentado e construção de uma nova válvula para evitar o refluxo.
Acalásia Grau IV - Esofagectomia - religa uma parte do esôfago ao estômago, construindo uma nova válvula.
 OBS: “Os pacientes com acalásia comem devagar, bebem grandes quantidades de água para empurrar o alimento para o estômago e podem até contorcer o corpo (inclinando a parte superior do tronco, elevando o queixo e estendendo o pescoço), para ajudar o alimento a ‘descer’. Conforme mais água é deglutida, o peso da coluna líquida do esôfago aumenta, assim como a sensação de plenitude retroesternal, até que o EEI seja forçado a se abrir e um alívio repentino seja sentido à medida que o esôfago esvazia”. A obstrução à passagem do bolo alimentar faz com que o esôfago retenha material não digerido, podendo sobrevir graus variados de dilatação em seu corpo – o paciente geralmente desenvolve, em associação às queixas de disfagia, sintomas de regurgitação e broncoaspiração desse material. A maioria dos pacientes com acalásia em estágios avançados desenvolve halitose.

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