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Antibiticoprofilaxia e Infecção de Sítio Cirúrgico (ISC)

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1 ANTIBIOTICOPROFILAXIA E INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) 
Gizelle Felinto 
INTRODUÇÃO 
➢ INFECÇÃO DO SÍTIO CIRÚRGICO: 
• Definição → trata-se de uma infecção relacionada a um 
procedimento cirúrgico que ocorre na incisão ou próximo a 
ela, no período de 30 a 90 dias do pós-operatório 
✓ Até 30 dias para procedimentos que não coloquem 
corpos estranhos 
✓ Até 90 dias para cirurgias que tenham corpos 
estranhos (Ex: prótese de mama, tela nas 
hernioplastias...) 
• Diagnóstico → deve-se ter pelo menos um dos seguintes: 
▪ Saída de secreção purulenta do sítio cirúrgico 
▪ Cultura positiva 
▪ Deiscência (abertura) associada a flogose (sinais 
flogísticos) → ou seja, abertura da ferida operatória 
associada a rubor, calor, edema e dor 
▪ Avaliação do especialista → se o cirurgião afirma que 
tem infecção 
• Classificação: 
▪ Superficial → pele e tecido subcutâneo 
▪ Profunda → fáscia e planos musculares 
▪ Cavitaria (em relação à cavidade em que a cirurgia foi 
realizada) → exemplos: 
✓ Cirurgia abdominal (cavidade abdominal) 
✓ Cirurgia torácica (cavidade pleural) 
✓ Neurocirurgia (Ex: abscesso cerebral, meningite) 
CLASSIFICAÇÃO DOS PROCEDIMENTOS CIRURGICOS 
➢ Tem-se procedimentos cirúrgicos que variam de acordo com a 
chance de infecção 
➢ LIMPO: 
• É a que tem a menor taxa de infecção do sítio cirúrgico 
• Definição → procedimento sem acesso a vísceras e sem 
infecção 
▪ É uma cirurgia em que não se tem acesso às partes 
colonizadas do corpo, que são todas aquelas que se 
comunicam com o meio externo (Ex: tratos digestivo, 
urinário e respiratório) 
• Exemplos → Tireoidectomia, Implante de uma prótese de 
silicone 
➢ LIMPO-CONTAMINADO ou POTENCIALMENTE CONTAMINADO: 
• Definição → procedimento no qual se tem acesso visceral 
controlado na ausência de infecção 
• Exemplo → colecistectomia laparoscópica eletiva 
➢ CONTAMINADO: 
• Definição → quando se tem uma contaminação grosseira, 
aguda e sem formação de pus 
• Exemplos → apendicectomia por apendicite aguda, sem 
complicações, ressecção de intestino 
➢ INFECTADO: 
• Definição → contaminação crônica, presença de pus e 
tecidos desvitalizados, peritonite fecal 
• Exemplo → retossigmoidectomia por doença diverticular 
dos cólons 
ANTIBIOTICOPROFILAXIA 
➢ INTRODUÇÃO: 
• Definição → uso de antimicrobianos de forma a prevenir a 
infecção do sítio cirúrgico 
• Em cirurgias que apresentam uma maior chance de infecção, 
se for utilizada uma dose de antibiótico em tempo hábil para 
que se consiga a concentração inibitória mínima no 
momento do inicio da cirurgia, diminui-se essa chance de 
infecção 
• Não é para doentes que já tem a infecção estabelecida! → 
nesses casos, o ideal seria a terapia antimicrobiana 
▪ Assim, para cirurgias infectadas não se faz a 
antibioticoprofilaxia 
• Em casos em que se tem uma cirurgia completamente limpa, 
não se justifica o uso de antibioticoprofilaxia 
• Quando se deseja prevenir a infecção do sítio cirúrgico, 
deve-se ter antibiótico em nível adequado no sítio cirúrgico 
já no começo da cirurgia 
• Indicações: 
▪ Cirurgia limpa-contaminada 
▪ Cirurgia contaminada 
• Quando iniciar a antibioticoprofilaxia: 
▪ 30 minutos antes da incisão 
 ou 
▪ Ao início do ato anestésico 
• Como realizar a antibioticoterapia: 
▪ Após iniciada a profilaxia, deve-se repetir o antibiótico 
de acordo com a sua meia vida, pelo menor tempo 
possível (por no máximo 24 a 48h, mas o ideal é seu uso 
apenas no ato cirúrgico) 
✓ Essa repetição do antibiótico é para que a 
concentração inibitória mínima não caia e se 
tenha níveis séricos de antibiótico suficientes 
para inibir essa possível infecção 
✓ Ex: cirurgia com duração de 12h e o antibiótico 
com meia vida de 6h → deve-se repetir após 6h 
e após mais 6h, totalizando as 12h 
• Escolha do agente antimicrobiano: 
▪ Critérios para a escolha do antibiótico: 
✓ Não pode causar mal 
✓ Não pode induzir resistência bacteriana 
✓ Deve cobrir a flora do sítio cirúrgico e os germes 
mais prováveis de causar infecção 
➢ DE ACORDO COM O SÍTIO CIRÚRGICO: 
• Abdômen Superior → estômago, duodeno, pâncreas, fígado 
ATENÇÃO! 
Segundo a literatura brasileira, a determinação de 
infecção do sítio cirúrgico ocorre em um período de até 
1 ano dos pós-operatório 
 
 
2 ANTIBIOTICOPROFILAXIA E INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) 
Gizelle Felinto 
▪ É feita principalmente para gram-positivos e gram-
negativos 
▪ Antibiótico → Cefalosporina de 1ª geração 
 CEFAZOLINA 
• Abdômen Inferior: 
▪ Quanto mais distal no aparelho digestivo, mais gram-
negativo e anaeróbio 
▪ Antibiótico → Cefalosporina de 2ª geração + 
anaeróbios 
 CEFOXITIMA (para gram-negativo) + 
METRONIDAZOL (para anaeróbio) 
• Parede abdominal: 
▪ Como é na parede abdominal, não há contato com 
vísceras 
▪ Cobre-se apenas os germes de pele, que são os gram-
positivos 
▪ Antibiótico → Cefalosporina de 1ª geração 
 CEFAZOLINA 
 Abdome 
Superior 
Abdome 
Inferior 
Parede 
abdominal 
 
Microrganismos 
Gram + 
e 
Gram - 
Gram – 
e 
Anaeróbios 
 
Gram + 
 
Antibiótico 
 
Cefazolina 
Cefoxitima 
+ 
Metronidazol 
 
Cefazolina 
 
➢ DE ACORDO COM O TIPO DE CIRURGIA: 
• Cirurgia Limpa: 
▪ Deve-se lembrar principalmente dos germes de pele: 
✓ Cocos gram-positivos: 
o Staphylococcus aureus 
o Streptococcus 
• Cirurgia Limpa-Contaminada: 
▪ Deve-se ampliar o espectro para: 
✓ Enterococo 
✓ Gram-negativos 
• Cirurgia Contaminada: 
▪ Deve-se acrescentar a cobertura de acordo com a 
flora visceral → exemplos: 
✓ Cirurgia de Cólon: 
o Escherichia coli 
o Bacterioidis fragilis (principal anaeróbio) 
✓ Cabeça e pescoço: 
o Gram-positivos e Anaeróbios → uma droga 
muito boa que cobre esse espectro é a: 
 CLINDAMICINA → é uma escolha 
principalmente em paciente com alergia 
a cefalosporinas e penicilinas 
• Cirurgia Infectada: 
▪ Não se faz antibioticoprofilaxia! Pois a ferida já está 
infectada 
▪ Deve-se fazer Antibioticoterapia 
➢ EXCEÇÕES: 
• Cirurgias Limpas: 
▪ Deve-se fazer a antibioticoprofilaxia quando se tem: 
✓ Corpo estranho (Ex: tela, prótese) → pois, se 
esse corpo estranho for colonizado haverão 
complicações 
• Risco Elevado → se a infecção pode ser catastrófica em 
relação ao tipo de cirurgia, deve-se indicar 
antibioticoprofilaxia nas seguintes: 
▪ Neurocirurgia → pois a infecção pode ser um 
abscesso cerebral ou uma meningite 
▪ Cirurgia Cardíaca → complicações possíveis são 
endocardite e miocardite 
▪ Cirurgias Estéticas → se foi realizada uma cirurgia 
com o único intuito de corrigir um “defeito” estético, se 
essa ferida infecciona perde-se a cirurgia 
• Cirurgias Contaminadas: 
▪ Se as cirurgias contaminadas tiverem um meio de 
drenagem natural, não é necessário fazer a 
antibioticoprofilaxia em cirurgias orificiais 
▪ Ex: Cirurgia Orificial → vai-se realizar a operação de 
uma hemorroida, não se tem infeção inicialmente e se 
posteriormente se houver uma infecção dessa ferida, 
como ela já se encontra drenada para o meio externo, 
nesse caso trata-se de uma cirurgia contaminada em 
que não se faz profilaxia 
COMPLICAÇÕES QUE PODEM OCORRER NA FERIDA OPERATÓRIA 
➢ Elas podem ser em decorrências das complicações mecânicas, 
das infecções e das deiscências 
➢ As complicações mais comuns das feridas são acúmulos de 
secreções, principalmente secreções serosas (transudato) ou 
secreções hemáticas 
➢ SEROMA (Secreção Serosa): 
• O Seroma é o acúmulo de secreção serosa em uma cavidade 
fechada, em baixo da pele 
• Coleção serosa, de transudato 
• Pode ocorrer em grandes dissecções, espaço morto: 
▪ Exemplo: cirurgia de uma grande hérnia abdominal → 
nessa cirurgia é necessário soltar muito tecido, 
gerando muito espaço morto. Em todo esse tecido, pela 
REMIT, pela inflamação e pelo aumento da 
permeabilidade capilar, quando ocorre lesão de vasos 
sanguíneos e/ou linfáticos eles irãotransudar, 
constituindo uma secreção serosa 
• Tratamento: 
ATENÇÃO! 
CEFALOSPORINAS → quanto mais se vai crescendo as gerações 
das cefalosporinas (1ª, 2ª,3ª) mais se melhora a cobertura para 
microrganismos gram-negativos. Assim uma cefalosporina de: 
- 1ª geração → cobre bem um gram-positivo de comunidade 
- 2ª geração → amplia o espectro para gram-negativos 
 
 
3 ANTIBIOTICOPROFILAXIA E INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) 
Gizelle Felinto 
▪ Aspiração → pode ser feita apenas com a aspiração, 
pois ele tende a não coletar 
✓ Como fazer → aspira-se o seroma e faz-se um 
curativo com pressão positiva (apertando mais 
um pouco). Assim, diminui-se o espaço morto e ele 
tende a não recoletar 
▪ Drenagem → faz-se a drenagem e o seroma vai sair 
e o que for recoletado também 
➢ HEMATOMA: 
• É uma coleção de secreção hemática/sanguinolenta 
• Ocorre principalmente por falha na hemostasia, que pode 
ser devido a: 
▪ Técnica cirúrgica 
▪ Alterações metabólicas (Ex: alterações na cascata de 
coagulação) 
• Tratamento: 
▪ Não se deve aspirar! 
▪ Exploração: 
✓ Deve-se abrir a ferida e olhar/explorar o 
hematoma, pois pode-se ter um vaso sangrando 
o Caso não haja nada grave pode-se fechar 
novamente a ferida 
➢ Como prevenir o surgimento do Seroma e do Hematoma: 
• Avaliar o uso de drenos → se for sabido que a cirurgia 
realizada vai coletar secreção (ex: cirurgia grande, com um 
grande espaço morto e que tem uma maior probabilidade de 
sangramentos), pode-se orientar essa secreção, colocando-
se um dreno que irá permitir que essa secreção acumulada 
saia para o meio externo, tratando-se a complicação antes 
de ela acontecer 
▪ Atualmente, preconiza-se cada vez menos o uso de 
dreno, sendo indicado apenas quando for 
extremamente necessário 
▪ Lembrete → só se utiliza dispositivos quando for 
realmente necessário 
➢ Seroma e hematoma são fatores de risco para infecção de 
ferida operatória: 
• Em toda coleção, todo tecido que se junta serve de meio de 
cultura. Assim, quando se tem um seroma ou um hematoma 
há certo tempo ele pode ser colonizado, predispondo a 
infecção 
INFECÇÕES DE SÍTIO CIRÚRGICO 
➢ De acordo com a região: 
 
• Infecção superficial → na pele e tecido celular subcutâneo 
• Infecção profunda → na camada muscular e fascia 
• Infecção cavitaria (ou de espaço) → dentro da cavidade 
em que foi realizada a cirurgia (cavidade abdominal, 
cavidade pleural...) 
➢ INFECÇÕES SUPERFICIAIS: 
• Precisam apenas de Drenagem Ampla 
▪ Se houver infecção, abre-se uma parte da ferida e 
drena-se essa secreção → depois disso não haverá 
mais acumulo de secreção purulenta nem bactérias em 
estase, resolvendo-se a infecção apenas com a 
drenagem 
• Não há necessidade de tratar com Antibiótico → pois 
quando se retira a secreção purulenta dessa infecção 
superficial, não se terá mais meio para que essa infecção se 
perpetue 
➢ INFECÇÕES PROFUNDAS: 
• Quando se tem apenas Sinais de Celulite (sinais flogísticos 
no local) → realizar Antibioticoterapia 
• Avaliar a presença de Coleções → se estiverem presentes, 
deve-se drenar 
▪ Ex: se no pós-operatório faz-se um ultrassom 
abdominal e vê-se que há um acumulo de pus, deve-se 
drená-lo, seja por punção ou por cirurgia 
• Quando se tem Envolvimento de Fáscia (aponeurose muito 
comprometida, necrose de fáscia, tecido desvitalizado) → 
realizar Desbridamento em centro cirúrgico 
➢ INFECÇÕES CAVITÁRIAS: 
• Sempre realizar Antibioticoterapia + Drenagem 
• Drenagem → deve-se abordar pela via menos invasiva 
possível, desde que seja factível/realizável 
▪ Coleção única → drenagem percutânea 
✓ Ex: tem-se apenas um abscesso, consegue-se ver 
onde ele está e alcançá-lo com a agulha 
▪ Múltiplas coleções → realizar cirurgia 
✓ Faz-se essa drenagem mais agressiva, pois tem-
se que lavar e resolver essas coleções 
PREVENÇÃO DAS INFECÇÕES DE FERIDAS OPERATÓRIAS 
➢ Deve-se realizar medidas que vão diminuir as chances de ter uma 
infecção de ferida 
 
 
Infecção Profunda 
Paciente com uma infecção 
da ferida operatória e com 
a aponeurose aberta, o que 
significa que ele se 
encontra eventrado, sendo 
precisa a realização de um 
procedimento em centro 
cirúrgico 
 
 
4 ANTIBIOTICOPROFILAXIA E INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) 
Gizelle Felinto 
➢ Orientar o paciente a não realizar tricotomia no pré-
operatório: 
• Ao se retirar os pelos antes de realizar a cirurgia acaba-se 
lesionando a pele, quebrando a sua barreira. Assim, no dia 
da cirurgia a pele já tem uma chance considerável de já 
estar colonizada onde não deveria estar 
• Se tiver que realizar, essa tricotomia deve ser feita dentro 
do centro cirúrgico, da maneira adequada, para evitar a 
colonização precoce ou a porta de entrada para uma 
colonização precoce 
• Ex: paciente que vai realizar uma cirurgia abdominal ou 
torácica e que tem muito pelo 
➢ Antibioticoprofilaxia 
➢ Assepsia e Antissepsia adequadas: 
• Higienização das mãos 
• Capotes estéreis 
• Usar o melhor método de assepsia disponível → o método 
preferencial é o Uso de Clorexidina Alcoólica, mas pode ser 
feito o uso de outras soluções de clorexidina e de outras 
soluções a base de iodo 
• O campo cirúrgico deve ser estéril! 
➢ Técnica cirúrgica adequada: 
• Se não for deixado algo sangrando e se não for deixado 
espaço morto, diminui-se a chance de formação de 
hematomas e de seromas, o que, por si só, já reduz os riscos 
de infecção 
• Se for possível a realização de uma cirurgia limpa e que 
contamina pouco, isso também diminui as chances de 
infecção 
• Cirurgia minimamente invasiva também rediz os riscos de 
infecções (Ex: cirurgia endoscópica) 
➢ Correção ou compensação de fatores predisponentes → 
fatores que alteram a cicatrização de feridas: 
• Diabetes Mellitus 
• Uso de corticoide 
• Obesidade: 
▪ A obesidade é fator de risco para infecção de feridas, 
pois o tecido adiposo é um tecido pouco vascularizado 
e que leva a um grande espaço morto, tendo-se uma 
chance maior de formação de seroma, de penetração 
inadequada de antibiótico e de infecção de sítio 
cirúrgico 
▪ Assim, se o paciente puder perder peso no pré-
operatório, diminui-se a chance de infecção 
• Desnutrição 
• Idade avançada 
• Quimioterapia e radioterapia 
FASCEÍTE NECROTIZANTE 
➢ Definição → é a destruição, por uma flora polimicrobiana, de 
todos os tecidos profundos 
➢ Por ser uma infecção polimicrobiana, ela evolui de maneira 
grave e rápida para a sepse 
➢ Achados sugestivos de Flogose + Enfisema Subcutâneo próximo 
à ferida cirúrgica 
• Enfisema subcutâneo → presença de gás em baixo da pele, 
devido ao metabolismo anaeróbio das bactérias que é 
produtor de gás 
➢ TRATAMENTO: 
• Desbridamento amplo de tecidos desvitalizados: 
▪ Pois se for deixado tecido necrótico no local, as 
bactérias vão colonizar e cada vez mais haverá perda 
de mais tecido e a infecção irá persistir 
• Antibioticoterapia de amplo espectro 
➢ Síndrome de Fournier → fasceíte necrotizante da região 
perineal 
COMPLICAÇÕES DA PAREDE ABDOMINAL 
➢ De dentro para fora, a parede abdominal é composta por 
peritônio, camada mioaponeurótica (a quantidade de músculos 
depende da localização), tecido celular subcutâneo e pele 
➢ EVISCERAÇÃO: 
• Definição → ruptura completa da 
parede abdominal 
▪ Ex: parede abdominal com as 
alças intestinais para fora do 
corpo 
• Exposição de vísceras 
• Tratamento → Cirurgia (deve-se 
repor a continuidade dessa parede 
abdominal) 
➢ EVENTRAÇÃO: 
• Definição → ruptura parcial da 
parede abdominal 
▪ Ex: abriu-se a aponeurose, mas a pele se encontra 
íntegra 
• Vísceras contidas por alguma camada da parede 
abdominal 
• Tratamento → Cirurgia 
▪ O ideal é que se consiga tratar o paciente no momento 
do diagnóstico, pois toda eventração aguda é 
cirúrgica, desde que o paciente suporte a cirurgia 
▪ Exceto em casos de altíssimo risco → se o paciente 
formuito grave em que a cirurgia tem um risco 
aumentando, pode-se deixar um tratamento 
conservador 
 
Fasceíte Necrotizante 
- Região se encontra inflamada e é muito mais quente 
que as outras regiões do corpo 
- Paciente taquicárdico, com muita dor e com febre 
 
 
Evisceração 
 
 
5 ANTIBIOTICOPROFILAXIA E INFECÇÃO DE SÍTIO CIRÚRGICO (ISC) 
Gizelle Felinto 
✓ Ex: idoso com fração de ejeção de 25% 
✓ Ex: paciente em choque séptico de foco pulmonar 
QUESTÕES 
1. Dadas as cirurgias, 
I. Tratamento de diverticulite perfurada com peritonite fecal 
II. Esplenectomia 
III. Hernioplastia incisional 
IV. Hernioplastia inguinal 
V. Cirurgia cardíaca 
Constituem indicação de antibioticoprofilaxia apenas: 
a) I e II 
b) II e IV 
c) I, III e IV 
d) I, III e V 
e) II, III, IV e V 
Resposta: E 
a) Trata-se de uma cirurgia infectada, sendo necessária 
antibioticoterapia 
b) Quando se retira o baço não se entra em contato com outras 
vísceras, mas essa é uma cirurgia limpa que leva a um 
estado de imunodepressão, pois nos adultos o baço é um 
órgão principalmente hematológico. Assim, para 
esplenectomias eletivas é indicada a antibioticoprofilaxia 
c) Faz uso de tela, que é um corpo estranho 
d) Nas hernioplastias faz-se uso de telas, que são um corpo 
estranho. Assim, faz-se uso de antibioticoprofilaxia 
e) É uma cirurgia limpa, mas infecções cardíacas são 
catastróficas, por isso que se tem que realizar a 
antibioticoprofilaxia 
 
2. A Infecção do Sítio Cirúrgico (ISC) é uma das principais infecções 
relacionadas à assistência à saúde no Brasil, ocupando a terceira 
posição entre todas as infecções em serviços de saúde e 
compreendendo 14 a 16% daquelas encontradas em pacientes 
hospitalizados. No que diz respeito à infecção do sítio cirúrgico, 
estão corretas as seguintes afirmações, EXCETO: 
a) Infecção incisional superficial que é a que ocorre, nos 
primeiros 30 dias, após a cirurgia e envolve apenas pele e 
subcutâneo 
b) Infecção incisional profunda ocorre, nos primeiros 30 dias, 
após a cirurgia ou até um ano, se houver colocação de 
prótese, e envolve tecidos moles profundos à incisão (por 
exemplo: fáscia e/ou músculos) 
c) Infecção em órgão ou cavidade que ocorre, nos primeiros 
30 dias, após a cirurgia ou até um ano, se houver colocação 
de prótese, e envolve qualquer órgão ou cavidade que tenha 
sido aberta ou manipulada durante a cirurgia 
d) Caso tenha sido utilizada tela, a infecção de sítio cirúrgico 
pode ser considerada até o período de 9 meses, após o dia 
da cirurgia 
e) Caso a infecção envolva mais de um plano anatômico, é 
considerado o sítio de maior profundidade 
Resposta: D 
Infecções de sítio cirúrgico são as infecções nosocomiais mais 
frequentes e dentre essas infecções nosocomiais ela é a mais 
indolente (de baixa gravidade), pois a grande maioria são de sitio 
cirúrgico superficial. Em contrapartida, 90% dos casos graves 
são infecções cavitarias

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