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Complicações das Fraturas

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1 COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
Gizelle Felinto 
INTRODUÇÃO 
➢ As complicações podem ser: 
• Imediatas ou Tardias 
• Ortopédicas 
• Não Ortopédicas 
• Decorrentes do Trauma 
• Decorrentes do Tratamento 
COMPLICAÇÕES IMEDIATAS 
➢ NÃO ORTOPÉDICAS: 
• Pulmão de Choque ou Síndrome Respiratória Aguda (SARS) 
• Pneumonia 
• Tromboembolismo Pulmonar (TEP) 
• Trombose Venosa Profunda (TVP) 
• Embolia Gasosa 
• Rabdomiólise 
• Distúrbios Hidroeletrolíticos 
• Distúrbios Hemodinâmicos 
• Infecção Urinária 
• Tétano 
• Óbito 
➢ ORTOPÉDICAS: 
• Lesões Cutâneas 
• Lesões Neurovasculares 
• Síndrome Compartimental 
• Lesão Medular 
• Úlceras de Decúbito 
• Infecções Locais e Sistêmicas: 
▪ Gangrena gasosa 
▪ Fraturas expostas 
• Perda de Membro 
• Falha de Implantes 
• Distrofia Simpático Reflexa 
IDOSOS 
➢ Muito frequentemente sofrem fraturas do colo femoral e/ou 
transtrocanteriana → essas fraturas tem uma 
morbimortalidade elevada, caso não sejam tratadas da forma 
mais adequada possível 
• Os idosos devem ser operados o mais rápido possível para 
que sejam evitadas as complicações 
• Se o paciente estiver totalmente descompensado ele não 
pode ser operado 
• Não há limite de idade para a realização do tratamento 
cirúrgico 
➢ Complicações que podem apresentar: 
• Pneumonias 
• Trombose Venosa Profunda (TVP) 
• Tromboembolismo Pulmonar (TEP) 
• Lesões de Pele → Escaras de Decúbito 
• Desequilíbrios Hidroeletrolíticos 
• Infecções Urinárias 
 
LESÕES VASCULARES 
ARTÉRIAS QUE PODEM SER AFETADAS 
➢ Subclávia 
➢ Axilar 
➢ Braquial 
➢ Femoral superficial → fratura da região diafisária do fêmur 
➢ Poplítea 
➢ Tibial 
➢ Aorta torácica / Aorta abdominal 
➢ Ilíaca externa, glútea superior ou femoral → fratura do acetábulo 
FRATURAS E SUAS POSSÍVEIS LESÕES ARTERIAIS 
➢ Fratura da Clavícula → pode lesar a Artéria Subclávia 
• Essa lesão da artéria subclávia não é comum, pois deve-se 
ter um desvio importante da fratura para que se consiga 
perfurar essa artéria 
➢ Fratura da Diáfise do Úmero e Fratura Supracondileana do 
úmero → Artéria Braquial 
• Diagnóstico clínico da lesão da artéria 
braquial: 
▪ Ausência de pulso radial → lesão 
arterial 
▪ Pulso radial presente → 
descarta-se inicialmente essa 
lesão vascular 
➢ Fratura da diáfise do fêmur → Artéria Femoral 
Superficial 
• Não é uma lesão arterial frequente de 
ocorrer 
• Quando presente, essa lesão arterial 
configura gravidade 
➢ Fratura Supracondileana do Fêmur e Luxações do Joelho → 
Artéria Poplítea 
• É mais frequente do que a lesão da 
artéria femoral 
• Quando o fêmur sofre luxação, como a 
artéria poplítea se encontra intimamente 
relacionada à porção posterior dos 
côndilos femorais, isso pode levar à lesão 
da artéria poplítea, que é um ramo da 
artéria femoral 
• Assim, nessas fraturas deve-se sempre avaliar 
minuciosamente o estado vascular do membro, por meio da 
palpação do pulso distal (pulso pedioso ou tibial posterior) 
CONDUTA 
➢ Diante de uma possível lesão vascular deve-se: 
• Decorrente do trauma x Decorrente do tratamento 
(iatrogenia): 
▪ Para não entrar nesse impasse é imprescindível que se 
avalie minuciosamente o estado vascular do 
membro do paciente e se descreva o exame no 
prontuário do paciente, para que se saiba o estado 
 
2 COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
Gizelle Felinto 
prévio do membro antes de iniciar o tratamento para 
saber se a lesão vascular é decorrente do trauma ou 
do tratamento 
• Buscar saber: 
▪ Se a lesão: 
✓ Necessita de reparo 
✓ É reparável 
▪ Tempo de isquemia 
▪ Lesões associadas → às vezes, uma lesão vascular 
associada a uma lesão neurológica graves, por 
exemplo, podem tornar o membro inviável, havendo a 
necessidade de amputação 
➢ O que se deve fazer quando se está diante de uma lesão 
vascular: 
1. Fixar a Fratura (fixador externo) → é um procedimento 
rápido e é o que se deve fazer primeiramente, 
independentemente do vaso que esteja sangrando 
▪ Essa é uma fixação externa, e não é a fixação definitiva 
da fratura, para controle de danos 
▪ Se no local da fratura estiver sangrando muito → 
deve-se pinçar o vaso antes de colocar o fixador 
externo 
2. Reparar o vaso → não é feito inicialmente (só se faz após 
fixar a fratura) 
▪ No atendimento inicial a primeira coisa a se fazer não 
é reparar o vaso, pois os vasos são muito delicados e, 
caso for feito o reparo antes da fixação, quando se for 
mobilizar para fixar a fratura esse reparo do vaso será 
perdido 
LESÕES NEUROLÓGICAS 
CARACTERÍSTICAS 
➢ As lesões neurológicas podem ser decorrentes de: 
• Trauma 
• Redução 
• Cirurgia 
➢ Topografia → pode ocorrer em: 
• Nervo periférico 
• Raízes nervosas 
• Quanto mais central a lesão, mais grave ela será, e quanto 
mais periférica a lesão, menos grave ela será 
➢ Tipos de Lesão Neurológica: 
• Neuropraxia: 
▪ Quando há lesão anatômica do nervo, mas sua função 
está apenas temporariamente ausente 
▪ Na maioria dos casos é reversível 
▪ Ocorre devido ao impacto do trauma sobre o nervo 
▪ Paciente pode apenas perder a função 
temporariamente e depois consegue recuperar 
• Axonotmese: 
▪ Quando ocorre lesão dos axônios, mas a bainha 
epineural se mantém intacta, fazendo com que os 
impulsos elétricos não sejam transmitidos para o local 
lesado, causando paralisia sensorial e motora 
• Neurotmese: 
▪ É difícil de se recuperar a função perdida 
▪ É o trauma do sistema nervoso periférico, com uma 
ruptura parcial ou completa do axônio e das fibras 
nervosas e nervos 
➢ Sinais de pior prognóstico: 
• Neurotmese 
• Lesão proximal 
• Múltiplos nervos acometidos 
• Distrofia simpático reflexiva → paciente com fratura, e sem 
lesão do nervo, fica muito tempo sem mobilizar o membro. 
Assim, isso gera uma distrofia, pois é enviada uma 
mensagem para o cérebro indicando que o membro se 
encontra inativo, fazendo com que o cérebro pare de mandar 
informações/impulsos para o membro 
▪ Dessa forma, ocorre uma descarga adrenérgica que 
leva a: 
✓ Sudorese 
✓ Edema 
✓ Perda de movimentos 
▪ É para evitar essa distrofia que se preconiza a 
movimentação precoce do membro 
LESÕES DOS NERVOS PERIFÉRICOS 
➢ Fratura do 1/3 distal do úmero → pode lesionar o nervo radial 
• O nervo radial vem da parte 
posterior do braço e no 1/3 distal 
do úmero ele cruza para frente, 
indo para a região do antebraço 
• É no 1/3 distal do úmero onde há 
maior lesão do nervo radial 
• Característica clínica da lesão 
do nervo radial: 
▪ Mão caída 
➢ Fratura Supracondiliana do Úmero: 
• Pode lesionar os seguintes: 
▪ Nervo ulnar: 
✓ Ação motora → 
adução e abdução dos 
dedos das mãos 
✓ Ação sensitiva → 
metade do 4° e o 5° 
dedo na parte dorsal da 
mão 
▪ Nervo mediano: 
✓ Ação do nervo mediano → flexão dos dedos das 
mãos 
✓ Ação sensitiva → todos os dedos na parte ventral 
da mão 
▪ Nervo radial: 
✓ Ação motora → extensão 
✓ Ação sensitiva → do 1° até a metade do 4° dedo 
na parte dorsal da mão 
• Deve-se examinar minuciosamente a parte motora do 
paciente para ver se há alguma lesão desses nervos 
 
3 COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
Gizelle Felinto 
➢ Fratura do 1/3 distal do rádio → nervo mediano 
➢ Fratura-Luxação Sacroilíaca → raiz L5 
• Ocorre uma abertura/disjunção 
do anel pélvico e uma abertura 
da articulação sacroilíaca 
• Com esse tipo de fratura tem-se 
uma lesão vascular importante, 
pois pode levar a sangramento intenso e choque 
hipovolêmico, podendo levar o paciente ao óbito 
• Características da lesão da raiz L5: 
▪ Descontrole dos esfíncteres 
➢ Fratura-Luxação Posterior do Quadril → nervo ciático 
• Nesse tipo de fratura o fêmur se desloca 
para posterior 
• Característica clínica da lesão do 
nervo ciático: 
▪ Pé caído → perda da flexão dorsal 
do pé 
➢ Atenção → sempre se deve anotar no prontuário do paciente o 
estado em que seencontrava o seu membro e se ele já 
apresentava lesão neurológica (Ex: paciente com a mão caída, 
com provável lesão do nervo radial) 
➢ Exemplos de casos: 
• Caso 1 → Paciente sofreu uma queda e apresenta fratura 
do 1/3 distal do úmero, sem desvio, chegando ao hospital 
com a mão caída 
▪ Analisou-se que o tratamento para a fratura é 
conservador → gesso 
▪ A lesão nervosa pode se tratar de uma neuropraxia ou 
uma neurotmese, e não há necessidade de cirurgia. O 
que se deve fazer é observar o paciente após colocar o 
gesso, já que o tratamento da fratura foi conservador, 
e com a sua melhora encaminhá-lo para a fisioterapia, 
para a reabilitação motora 
• Caso 2 → Paciente com fratura do 1/3 distal do úmero. 
Foram analisados os movimentos do seu membro e ele 
apresentava extensão e flexão, não indicando lesão nervosa. 
Assim, ele foi submetido ao raio-x, porém, quando retornou, 
estava apresentando a mão caída 
▪ A lesão neurológica pode ter ocorrido devido à redução 
do membro ou à colocação do gesso, por exemplo, pois 
o nervo antes se encontrava livre e, com os 
procedimentos, acabou sendo “encarcerado” 
▪ Nesse caso, o procedimento cirúrgico é obrigatório, 
devendo-se retirar o nervo desse aprisionamento 
SÍNDROME COMPARTIMENTAL 
DEFINIÇÃO 
➢ A síndrome compartimental trata-se do aumento da pressão do 
fluido intersticial dentro de um espaço fascial ou osteofascial, que 
compromete a microcirculação e a função neuromuscular 
➢ Com a fratura pode haver a compressão de vasos, levando à 
isquemia. Assim, para compensar isso, ocorre a vasodilatação, 
que leva à saída do líquido de dentro do vaso para o terceiro 
espaço, causando edema. Dessa forma, esse edema volta a 
comprimir o vaso, gerando uma nova vasodilatação, o que 
configura um ciclo vicioso. É esse ciclo vicioso quem vai causar a 
síndrome compartimental 
➢ Delimitação do compartimento muscular → as estruturas que o 
delimitam são a fascia e o osso, que não são distensíveis. Assim, 
qualquer evento que gere um aumento de volume dentro do 
compartimento pode gerar uma síndrome compartimental, e é 
por isso que se deve fazer de tudo para evitar essa síndrome 
QUADRO CLÍNICO 
➢ Dor intensa no segmento → sempre estará presente 
• Sem melhora com analgésico 
• Piora com o estiramento muscular passivo 
• É uma dor desproporcional ao trauma 
➢ Formigamentos (parestesia) e alteração de sensibilidade 
➢ Tensão e inchaço do compartimento muscular afetado 
➢ Cianose de extremidade 
➢ Pulsos periféricos palpáveis → só há ausência de pulso em 
estágio avançado 
• Antigamente acreditava-se que a síndrome compartimental 
só teria um diagnóstico preciso se tivesse ausência de pulso. 
Porém, hoje se sabe que os pulsos periféricos são os últimos 
a desaparecerem 
ETIOPATOGENIA 
➢ CAUSA EXÓGENA: 
• Compressão por aparelhos gessados: 
▪ O gesso é uma estrutura não distensível e a estrutura 
que se encontra engessada pode aumentar e diminuir 
de volume. Assim, a reação inflamatória causada pelo 
trauma pode fazer com que o membro aumente de 
tamanho e, com o gesso, não consiga se dissipar, 
havendo compressão das estruturas e podendo levar 
à síndrome compartimental 
➢ CAUSAS ENDÓGENAS: 
• Isquemia muscular 
• Hematoma intrafascial 
➢ A Síndrome Compartimental ocorre quando: 
• ∆P (Pressão de perfusão muscular) < 40mmHg: 
▪ É a diferença entre a pressão tecidual (do 
compartimento) e a pressão arterial média 
▪ Técnica/Método de Whiteside → é utilizado para se 
medir essa pressão 
 
✓ Coloca-se uma agulha dentro do compartimento 
muscular, associada a um manômetro e uma 
seringa com ar. Assim, vai-se pressionando a 
seringa para que se saiba a pressão 
 
4 COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
Gizelle Felinto 
✓ Isso não é fácil de se fazer e é por isso que o 
diagnóstico é eminentemente clínico 
PRINCIPAIS CAUSAS DE SÍNDORME COMPARTIMENTAL 
➢ MEMBRO SUPERIOR: 
• Fratura supracondileana do úmero em crianças: 
▪ É por esse risco de causar síndrome compartimental 
que esse tipo de fratura em crianças é uma urgência 
ortopédica 
• Fratura da diáfise do rádio e ulna: 
• Fratura do carpo e metacarpos 
➢ MEMBRO INFERIOR: 
• Fratura segmentar da tíbia e fíbula → compartimento 
anterior e lateral da perna 
• Fratura-luxação tarso-metatársica 
• Raramente ocorre na coxa 
DIAGNÓSTICO 
➢ É eminentemente clínico! 
➢ O diagnóstico deve ser precoce 
TRATAMENTO 
➢ Folgar o gesso → faz-se isso quando o paciente não está em 
síndrome compartimental (para evitar a síndrome 
compartimental) 
• Quando folgar o gesso → quando se coloca o gesso e o 
paciente começa a apresentar um edema importante do 
membro (tem-se sinal de compressão, mas o paciente não 
se encontra com síndrome compartimental) 
• Quando se coloca o gesso no paciente sempre se deve dar 
algumas orientações a ele → se o membro começar a doer 
mais, a ficar dormente e com as extremidades roxas o 
paciente deve se encaminhar imediatamente para o hospital, 
onde o gesso será aberto. Assim: 
▪ Se o paciente melhorar com essa medida → não se 
encontra em síndrome compartimental 
▪ Se o paciente continuar com o quadro mesmo após a 
retirada do gesso → paciente se encontra com 
síndrome compartimental 
➢ Na fase inicial, quando o paciente já está com síndrome 
compartimental, pode-se fazer: 
• Fasciotomia → é o tratamento da síndrome 
compartimental 
▪ Abre-se totalmente a fáscia 
▪ Deve-se fazer incisões amplas que alcancem todo o 
compartimento: 
✓ Mão → uma incisão na prega palmar e duas 
incisões dorsais 
 
✓ Perna → às 
vezes, é 
necessário abrir 
toda a perna na 
face lateral, pois 
é o local mais frequente de compressão 
▪ Deixa-se a fáscia aberta e, depois, quando o edema 
regredir, pode-se tentar fechar aproximando os 
bordos, e as partes em que não se conseguir pode-se 
fazer um enxerto de pele 
▪ Não existe outro tratamento para a síndrome 
compartimental que não seja a fasciotomia: 
✓ Não se faz uso de medicações (Ex: diuréticos, 
analgésicos, corticoides) e nem outras medidas 
(Ex: elevação do membro) para tratar a síndrome 
compartimental, pois a causa é mecânica e, se a 
fáscia se encontra fechada, pode-se fazer 
qualquer outra medida, que não seja a 
fasciotomia, que não irá resolver o quadro do 
paciente 
CONTRATURA ISQUÊMICA DE VOLKMAN 
 
➢ É uma complicação da síndrome compartimental 
➢ Trata-se de um quadro irreversível, pois já há lesão neurológica 
e sabe-se que lesão neurológica é permanente 
➢ Assim, deve-se tratar precocemente a síndrome compartimental 
para se evitar a contratura isquêmica de Volkman 
LESÕES DE PELE 
CARACTERÍSTICAS 
➢ Podem ser decorrentes de: 
• Trauma: 
▪ Fratura fechada 
▪ Fratura exposta 
• Manipulação Cirúrgica 
• Decúbito Prolongado → as lesões de pele são as escaras 
LESÃO DO REVESTIMENTO CUTÂNEO 
➢ FRATURAS FECHADAS: 
 
• A lesão da imagem é extremamente grave, impossibilitando 
o tratamento cirúrgico definitivo imediato. Dessa forma, 
deve-se tratar as partes moles: 
1. Coloca-se o fixador externo na fratura 
2. Espera-se melhorar a lesão do revestimento cutâneo 
 
5 COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
Gizelle Felinto 
3. Tratamento definitivo → é feito quando a lesão de pele 
melhora 
✓ Se o tratamento definitivo for feito com a 
presença dessa lesão de pele, pode levar a um 
processo infeccioso e o paciente pode até mesmo 
sofrer a amputação do membro 
➢ FRATURAS EXPOSTAS: 
 
• Algumas fraturas expostas apresentam uma lesão cutânea 
importante, com perda total do revestimento cutâneo, 
deixando-se apenas o compartimento muscular exposto, 
como no caso da imagem acima 
➢ TRATAMENTO → Retalho ou Enxerto de Pele: 
PERDA DO MEMBRO 
➢ Lesões com grave 
comprometimento e partes moles 
e tecido ósseo (quando se tem 
lesão de tecido muscular, nervoso, 
vascular e ósseo): 
• Não são passíveis de reconstrução 
• Há risco de morte 
➢ Tratamento→ optação pela Amputação do membro para 
preservar a vida do paciente 
ÚLCERAS DE DECÚBITO (ESCARAS) 
 
➢ Quando o paciente passa muito tempo acamado, por exemplo 
➢ Podem ocorrer onde se tem proeminência óssea 
➢ Regiões mais frequentes: 
• Sacral 
• Trocantérica 
• Calcanhar 
➢ Essas escaras de decúbito são preveníveis → deve-se evitar o 
aparecimento de escaras para que se evite a exposição óssea, 
pois quando se tem osteomielite o tratamento torna-se muito 
mais difícil 
➢ PREVENÇÃO DAS ESCARAS: 
• Mudança de decúbito 
• Colchão caixa de ovo (ortopédico), onda do mar ou d’água... 
CHOQUE 
CARACTERÍSTICAS 
➢ Não é frequente de ocorrer na ortopedia, mas pode acontecer, 
sendo mais comum com fraturas do anel pélvico 
➢ DEFINIÇÃO → estado clínico no qual há perfusão insuficiente, 
resultando em hipóxia tecidual com ameaça à função dos órgãos 
nobres 
➢ Tipos de Choque: 
• Hipovolêmico 
• Cardiogênico 
• Neurogênico 
• Séptico 
➢ Classificação do Choque Hipovolêmico: 
 
 
 
Retalho de Pele 
- Retira-se a pele com o subcutâneo, e muitas vezes com a musculatura, e 
coloca-se na região lesionada 
- Face anterior da perna → é muito frequente de se retirar o retalho dessa 
região, pois ela apresenta poucos músculos 
 
Enxerto de Pele 
- Nesse caso, na imagem da esquerda, foi realizada uma fasciotomia para tratar 
a síndrome compartimental do paciente 
- Assim, quando o edema regrediu o paciente ficou com uma área exposta, e, 
assim, foi realizado um enxerto de pele 
- Geralmente, retira-se essa pele da face medial da coxa 
- Se o paciente estiver com lesões múltiplas, deve-se retirar a pele de onde 
houver área doadora 
 
6 COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
Gizelle Felinto 
CAUSAS PRINCIPAIS DE CHOQUE HIPOVOLÊMICO NA ORTOPEDIA 
➢ Fratura do Anel Pélvico → é a principal causa de choque na 
ortopedia 
• Paciente pode evoluir com choque hipovolêmico e óbito 
• Quando se tem uma fratura de bacia (abertura da sínfise 
púbica e, muitas vezes, da sacroilíaca) com instabilidade 
hemodinâmica deve-se operar o mais rapidamente 
possível, fechando-se essa abertura 
▪ Não se consegue estancar o sangramento abrindo-se o 
paciente, devido ao sangramento de múltiplos pequenos 
vasos que não se consegue cauterizar, podendo levar o 
paciente ao óbito 
• Conduta → ressuscitação volêmica e encaminhamento 
para a terapia intensiva. Assim, quando o paciente estiver 
mais compensado é que a ortopedia irá realizar as demais 
condutas 
➢ Fraturas isoladas de tíbia ou úmero → podem gerar perda de 
750ml de sangue 
➢ Fratura isolada de fêmur → pode gerar uma perda de 1500ml 
de sangue 
TRATAMENTO DO CHOQUE HIPOVOLÊMICO 
➢ Choque Hipovolêmico Grau I e II → Cristalóide 
• É preferível o uso de Ringer Lactato, devido à menor 
concentração de cloreto e menor incidência de acidose 
hiperclorêmica 
• Segundo o ATLS: 
▪ Adulto → infusão rápida de 1 a 2 litros 
▪ Crianças → infusão rápida de 20ml/kg 
➢ Choque Hipovolêmico Grau III e IV → Cristalóide + Sangue 
EMBOLIA GORDUROSA 
CARACTERÍSTICAS 
 
➢ É extremamente importante que se faça a profilaxia 
(Ex:mobilização precoce e uso anticoagulantes) 
➢ Quando a embolia gordurosa está presente ela é extremamente 
grave 
➢ Não é frequente de se ter uma embolia gordurosa maciça, mas 
quando presente deve-se encaminhar o paciente o mais 
rapidamente possível para a terapia intensiva tentar realizar a 
ressuscitação 
➢ É rara de ocorrer em crianças 
➢ Fraturas de ossos longos (fêmur, tíbia, úmero) → esses tipos 
de fraturas são mais frequentes de causar embolia 
➢ CRITÉRIOS DIAGNÓSTICOS DA EMBOLIA GORDUROSA (Critérios 
de Gurd e Wilson): 
1 critério maior ou 4 critérios menores = Embolia 
Gordurosa 
• Critérios maiores: 
▪ Hipoxemia (PaO2 < 60mmHg) 
▪ Depressão do Sistema Nervoso Central (SNC) 
▪ Petéquias 
▪ Edema pulmonar 
• Critérios menores: 
▪ Taquicardia > 110bpm 
▪ Pirose > 38°C 
▪ Êmbolos na retina 
▪ Gordura na urina 
▪ Trombocitopenia 
▪ Diminuição do hematócrito 
➢ Sintomas imediatos ou 2 a 3 dias após o trauma: 
• Petéquias em tórax, axila, raiz do pescoço ou conjuntivas 
➢ Manifestações neurológicas → são semelhantes ao trauma 
cranioencefálico 
FATORES DE RISCO 
➢ Hemoglobinopatias 
➢ Doença colágeno-vascular 
➢ Diabetes e distúrbios metabólicos 
➢ Queimaduras 
➢ Infecção grave 
➢ Anestesia por inalação 
➢ Neoplasmas e distúrbios mielodisplásicos 
➢ Osteomielite 
➢ Transfusão de sangue 
➢ By-pass cardiopulmonar 
➢ Infarto renal e hemotransplante renal 
➢ Descompressão devido a altitude 
➢ Osteoporose 
➢ Imobilização de extremidades 
TRATAMENTO 
➢ Paciente deve ser tratado à nível de terapia intensiva para que 
se faça a ressuscitação e a compensação do quadro e só depois 
a ortopedia intervir 
➢ Terapia Intensiva: 
• Manter via aérea pérvia 
• Restaurar a volemia 
• Manter equilíbrio hidroeletrolítico 
• Evitar transporte desnecessário e Realizar a imobilização da 
fratura 
• Tratamento da hipoxemia → vai desde ofertar O2 com 
máscara facial até uma intubação endotraqueal e ventilação 
mecânica 
• Drogas específicas: 
▪ Glicose Hipertônica 
▪ Corticoide: 
 METILPREDINISOLONA 10 – 30mg/Kg de 12/12h ou 
de 6/6h 
 
7 COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
Gizelle Felinto 
OUTRAS COMPLICAÇÕES 
COMPLICAÇÕES 
➢ Pneumonias e Infecções urinárias → vê-se mais em idosos 
➢ Trombose Venosa Profunda (TVP) 
➢ Tromboembolismo Pulmonar (TEP) 
TROMBOSE VENOSA PROFUNDA (TVP) 
CARACTERÍSTICAS 
➢ A trombose venosa profunda pode causar um tromboembolismo 
pulmonar, pois se o êmbolo se soltar ele pode ir diretamente para 
o pulmão 
➢ Fisiopatologia → Tríade de Virchow (a associação desses 
fatores aumenta as chances de trombose): 
• Lesão endotelial 
• Estase venosa 
• Hipercoagulabilidade 
➢ Quadro Clínico: 
• Dor nas pernas 
• Edema depressível 
• Calor local 
• Sinal de Homan: 
▪ Dor na panturrilha após a 
flexão dorsal forçada do pé 
com o joelho em flexão 
➢ Diagnóstico diferencial: 
• Celulite 
• Linfadenopatia 
• Trombose Superficial 
• Cistos de Baker 
PREVENÇÃO E TRATAMENTO 
➢ PREVENÇÃO → a TVP é uma complicação que pode ser evitada 
por meio de: 
• Anticoagulação Profilática: 
▪ Nos casos de fraturas de ossos longos (Ex: fêmur, 
tíbia, úmero) deve-se fazer a Anticoagulação 
▪ Preferencialmente utiliza-se: 
 ENOXAPARINA 40mg (Clexane®) 
• Mobilidade precoce → deve ser feita para evitar o 
desenvolvimento de TVP, pois não se pode deixar o paciente 
imobilizado por muito tempo 
• Meias de compressão 
➢ TRATAMENTO: 
• Anticoagulação: 
 ENOXAPARINA (Clexane®) → as doses terapêuticas são 
a partir de 60mg 
• É o médico vascular quem será responsável por tratar essa 
patologia 
 
 
 
TROMBOEMBOLISMO PULMONAR (TEP) 
CARACTERÍSTICAS 
➢ Pode ser decorrente de uma TVP 
➢ Quadro Clínico: 
• Quadro leve: 
▪ Dispneia 
▪ Dor torácica aguda e localizada 
▪ Hemoptise 
▪ Diagnóstico diferencial → Pneumonia, Atelectasia, 
Bronquite Aguda 
• Quadro grave: 
▪ Dispneia grave com ou sem sinais de insuficiência 
cardíaca 
▪ Diagnóstico diferencial → Tamponamento Cardíaco, 
Aneurisma Roto de Aorta e Choque Séptico 
TRATAMENTO 
➢ Paciente deve ser encaminhado para a terapia intensiva para 
que seja feita a ressuscitação e só depois de compensado é que 
ele retorna para o ortopedista realizar as devidas intervenções 
TÉTANO 
CARACTERÍSTICAS 
➢ É uma complicação prevenível 
➢ Etiologia: 
• Clostridium tetani → é uma bactéria gram-positiva 
estritamente anaeróbia 
▪ Período de incubação → 7 dias 
➢ Quadro Clínico: 
• Trismo 
• Riso sardônico 
• Disfagia 
• Em 48h o espasmo muscular pode levar à morte por asfixia 
➢ Profilaxia: 
• Em cortes limpos e superficiais → orientar sobre 
Vacinação Antitetânica (caso o paciente não tenha a vacina 
em dias ou não se lembre há quanto tempo ou se tomou a 
vacina) 
• Outros ferimentos(Ex: ferimento sujo em extremidade e 
com lesão importante e contaminada) → orientar sobre 
vacinação antitetânica e administrar Soro Antitetânico 
▪ O soro antitetânico são não é feito quando o paciente 
tem certeza de que tomou a vacina antitetânica 
➢ Tratamento: 
• UTI 
• Sedação 
• Intubação 
• Antibióticos 
• Desbridamento 
 
 
 
8 COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
Gizelle Felinto 
GANGRENA GASOSA 
CARACTERÍSTICAS 
➢ É raro de ocorrer 
➢ Etiologia: 
• Clostridium perfringens → bactéria gram-positiva 
anaeróbia 
▪ Período de incubação → 12 a 24h 
➢ Quadro Clínico → tem rápida progressão 
• Dor, edema, celulite, mionecrose e escurecimento da pele 
• O gás subcutâneo causa crepitação à palpação 
• Taquicardia 
• Toxemia 
➢ Tratamento: 
• Desbridamento: 
▪ Sempre que se tem um ferimento deve-se realizar a 
limpeza para se evitar o desenvolvimento de 
microrganismos 
• Antibioticoterapia: 
 Penicilina → 3.000.000 UI de 3/3h 
CONSOLIDAÇÃO VICIOSA 
CARACTERÍSTICAS 
➢ É uma complicação óssea 
➢ Ocorre quando a fratura consolida, mas não da forma correta 
➢ PATOGENIA → o objetivo do ortopedista quando vai tratar uma 
fratura é ganhar comprimento, manter o alinhamento e dar 
estabilidade à fratura. Porém, quando não se consegue dar o 
alinhamento necessário acaba-se gerando deformidade e 
incongruência (Ex: encurtamento de membro, desvio rotacional) 
que sobrecarregam a articulação tanto proximal quanto distal, o 
que leva a uma artrose precoce com limitação do arco 
movimento e dor persistente 
➢ O ideal é que no tratamento de uma fratura se consiga deixar o 
membro alinhado da forma mais anatômica possível, mas nem 
sempre isso é possível 
➢ Quando se tem uma grande deformidade deve-se quebrar o osso 
(Osteotomia Corretiva) para se conseguir manter o alinhamento 
do membro 
 
PSEUDOARTROSE 
INTRODUÇÃO 
➢ É quando se passam 9 meses após a lesão e a fratura ainda 
não consolidou ou quando se passam 3 meses desde a lesão e 
o calo ósseo não evoluiu 
➢ DEFINIÇÃO → a pseudoartrose é estabelecida quando um 
mínimo de 9 meses se passou desde a lesão e a fratura não exibir 
sinais de consolidação ou não haver evidencias de evolução do 
calo ósseo no período de 3 meses (o calo se formou, mas não 
evoluiu para a consolidação completa) 
➢ Relembrando: 
• As fraturas que se deseja a formação do calo ósseo são 
aquelas que são tratadas com estabilidade relativa 
• Para a consolidação de uma fratura são necessários: 
▪ Estabilidade 
▪ Vascularização 
▪ Tempo 
▪ Se um desses fatores falhar a fratura não irá 
consolidar e entrará em pseudoartrose 
EPIDEMIOLOGIA 
➢ Hoje em dia salva-se muito mais membros com fraturas graves 
do que se amputa, pois tem-se novos métodos de fixação. Porém, 
com a fixação dessas fraturas graves, que antigamente eram 
resolvidas apenas com amputação, aumentou-se muito mais os 
índices de pseudoarteose 
➢ O impacto social e econômico negativos, pois o paciente demorará 
muito mais tempo para poder se reabilitar 
PSEUDOARTROSE PODE SER INDICADA PELA PRESENÇA DOS SEGUINTES 
➢ Esclerose das Extremidades → a região do foco de fratura se 
encontra mais branca no raio-x 
➢ Hiato → presença do traço da fratura 
➢ Calo ausente 
➢ Persistência ou alargamento do traço 
➢ Movimento no foco da fratura 
➢ Dor → decorre da mobilidade do foco da fratura 
➢ Limitação 
 
ETIOLOGIA 
➢ A pseudoartrose pode ser decorrente de: 
• Malformação congênita → é rara 
• As mais frequentes são: 
▪ Falha mecânica → por instabilidade 
▪ Falha biológica → por problemas na vascularização 
 
 
 
 
 
- Desvio Angular (seta azul) 
→ um desvio como esse 
não é aceitável. Dessa 
forma, o paciente deve ser 
submetido à cirurgia para o 
alinhamento do membro 
 
 
- Movimento no foco da fratura → faz com que as placas e parafusos tendam a 
se soltar ou até mesmo a placa pode quebrar 
- Estabilidade Absoluta → pois tem-se 
parafusos próximos ao foco da fratura 
- Nesse tipo de estabilidade não se deseja 
que se forme calo 
- No caso da imagem não houve 
consolidação, pois o traço da fratura não 
desapareceu (seta verde) 
- Presença de Esclerose de Extremidade 
(seta azul) 
- Presença de Hiato 
- Persistência e alargamento do traço 
 
 
9 COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
Gizelle Felinto 
FATORES PREDISPONENTES 
➢ Infecção → a infecção é um fator que prejudica a consolidação, 
e é por isso que as fraturas expostas são tratadas de forma 
agressiva 
➢ Complexidade do traço de fratura 
➢ Lesão de partes moles → pois o osso é uma estrutura pouco 
vascularizada, dependendo dos múculos e do tecido subcutâneo 
para levar vascularização para que ele seja nutrido. Assim, 
quando se tem uma lesão importante de partes moles, diminui-se 
o suprimento sanguíneo para a região 
➢ Fraturas expostas 
➢ Neuropatias 
➢ Atividade física 
➢ Retado de carga 
➢ Desnutrição 
➢ Tabagismo → pela diminuição da oferta de oxigênio 
➢ Alcoolismo 
➢ Anticoagulantes 
➢ AINEs 
➢ Irradiação 
➢ Queimaduras 
PSEUDOARTROSE CONGÊNITA 
➢ Tem-se a formação de um tecido indiferenciado (hamartomatoso) 
impermeado ao tecido ósseo 
➢ Locais mais frequentes de ocorrer: 
• Tíbia → o prognóstico é muito ruim quando ocorre na tíbia 
• Fíbula 
• Clavícula 
➢ As causas são desconhecidas 
PSEUDOARTROSE POR FALHA MECÂNICA – VIÁVEL 
➢ Pseudoartrose por Falha Mecânica → o organismo tem 
capacidade de resposta biológica (vascular), o que ocorre é uma 
falha na estabilidade 
• Pseudoartrose Hipervascular, Hipertrófica ou Viável 
➢ Nessas pseudoartroses viáveis há formação do calo ósseo 
➢ Quando se tem o calo ósseo, o próprio calo servirá para estimular 
a consolidação 
➢ CLASSIFICAÇÃO (Weber e Cech): 
 
• Essa classificação tem relação com o diâmetro do calo 
ósseo que é formado 
• Pata de Elefante: 
▪ Fragmentos viáveis e reduzidos 
▪ Calo ósseo → cartilaginoso-hipertrófico 
▪ Causa → fixação/imobilização inadequada 
▪ É típica no fêmur 
• Pata de Cavalo: 
▪ Fragmentos viáveis e reduzidos 
▪ Calo ósseo → cartilaginoso moderado 
▪ Moderada esclerose óssea 
▪ Típica de osteossíntese com fixação instável 
• Oligotrófica: 
▪ Viabilidade presente, mas pequena 
▪ Calo ósseo pobre → há remodelação no foco 
▪ Diástase entre os fragmentos 
▪ Típica de osteossíntese com redução e fixação 
inadequadas 
 
➢ TRATAMENTO: 
• Dar maior estabilidade à fratura 
• Decorticação (retirada do calo): 
▪ Quando se abre para tratar a fratura tem-se um tecido 
indiferenciado. Assim, deve-se retirar esse calo fibroso 
por meio da decorticação. Em alguns casos, o canal 
medular se encontra fechado, o que impossibilita a 
vascularização e, consequentemente, a formação do 
calo ósseo. Dessa forma, é necessário perfurar o canal 
medular para abrir o caminho para facilitar a 
consolidação 
PSEUDOARTROSE POR FALHA BIOLÓGICA – INVIÁVEL 
➢ Pseudoartrose por Falha Biológica → o organismo é incapaz 
de ter uma resposta biológica (vascular), configurando uma 
causa vascular 
• Pseudoartrose Avascular, Atrófica ou Inviável 
 
Pata de Elefante 
- Apesar de ter calo ósseo 
exuberante, não houve 
consolidação 
 
 
Pata de Cavalo 
- Tem calo ósseo, mas não 
houve consolidação 
 
 
 
 
 
Oligotrófica 
- Quase não se vê calo ósseo 
 
 
10 COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
Gizelle Felinto 
➢ CLASSIFICAÇÃO: 
 
• Cunha de Torção: 
▪ Fragmento intermediário 
▪ Consolidação de um lado 
▪ Vascularização precária 
▪ Típica em diáfise de tíbia 
• Cominutivas: 
▪ Múltiplos fragmentos 
▪ Fragmentos intermediários necróticos 
▪ Ausência de sinais de consolidação 
▪ Típica após intensa manipulação e agressão para 
osteossíntese 
• Com defeito ósseo: 
▪ Perda de fragmento ósseo da diáfise 
▪ Extremos ósseos são viáveis 
▪ Consolidação é impossível 
▪ Na evolução os extremos ficarão atróficos 
• Atrófica: 
▪ Fragmentos atróficos, vasculares 
▪ Formaçãode tecido fibroso cicatricial, sem potencial 
osteogênico 
▪ Típico de infecção após osteossíntese 
• Metafisária → são raras 
▪ Fragmento articular pequeno e osteopênico 
▪ Difícil correção da deformidade 
▪ Difícil fixação 
▪ Articulação rígida 
 
TRATAMENTO 
➢ Fatores a considerar sobre a pseudoartrose: 
• Nunca se deve menosprezar uma pseudoartrose, pois é uma 
complicação 
• Sempre é um procedimento difícil 
• Tem que se avaliar o potencial de resposta biológica e as 
condições do paciente para estabilização 
• Presença ou não de infecção 
• Condições do paciente e da equipe que o estão tratando 
• Deve-se tratar o paciente e não apenas a radiografia 
➢ As seguintes medidas extremas estão proscritas para o 
tratamento da pseudoartrose: 
• Artrodese 
• Artroplastia 
• Amputação 
• Exceção → é apenas nos raros casos em que já se tentou 
diversas vezes outros tratamentos e não se conseguiu 
resultado algum, sendo necessário tomar medidas extremas 
como essas três citadas acima 
➢ Exigência comum nos dois tipos de artrose: 
• Sempre deve haver redução e estabilidade 
➢ PSEUDOARTROSE HIPERTRÓFICA/VIÁVEL → realizar os dois 
seguintes: 
• Fixação Estável → para melhorar a estabilidade e 
estimular a consolidação 
• Decorticação → já se tem a formação de calo, assim a 
decorticação faz com que esse calo evolua e consiga 
consolidar a fratura 
 
 
 
Com defeito ósseo 
- Muitas vezes, em traumas graves o 
paciente acaba perdendo um fragmento do 
osso no local do acidente. Assim, o sistema 
ósseo é viável, mas não se tem um 
fragmento ósseo, o que torna a 
consolidação impossível 
 
Cunha de Torção 
- Tem-se uma fratura em cunha, com 
terceiro fragmento 
- O terceiro fragmento não se coaptou 
com o fragmento principal, persistindo 
o traço da fratura 
- Não há nenhuma consolidação óssea 
- Foi dada uma estabilidade relativa 
(haste intramedular), mas não houve 
formação de calo ósseo 
 
 
 
 
Cominutivas 
- Foi dada uma estabilidade relativa com 
fixador externo 
- Não há formação de calo ósseo 
 
 
 
Atrófica 
- Ocorre um fechamento do canal medular 
(ponta de lápis) e os fragmentos são 
totalmente atróficos 
- Deve-se abrir esse canal para facilitar a 
consolidação 
 
 
Metafisárias 
- São mais raras, pois o osso 
metafisário é mais esponjoso e 
vascularizado 
- Pseudoartose na região da metáfise 
do úmero proximal 
 
11 COMPLICAÇÕES DAS FRATURAS 
Gizelle Felinto 
➢ PSEUDOARTRODESE ATRÓFICA/INVIÁVEL → como o problema 
é na vascularização, deve-se realizar: 
• Enxerto ósseo → é o fator mais importante no tratamento 
▪ O enxerto é osteoindutor, osteocondutor e osteogênico: 
✓ O enxerto tem células ósseas (osteogênicas), vai 
estimular a ida de outras células para a região e 
preenche o espaço, formando um arcabouço para 
que haja a formação do calo ósseo 
▪ Geralmente, retira-se da crista ilíaca, pois é uma 
região que tem osso esponjoso, metafisário e rico em 
vascularização 
▪ Osso cortical não serve para o enxerto 
• Decorticação: 
▪ Faz-se a perfuração do osso, no canal medular, para 
estimular a migração celular 
▪ Geralmente, na pseudoartrose atrófica o osso é 
bastante esclerótico, havendo necessidade de 
decorticação 
• Fixação Estável → a depender do caso, pode ou não ser 
necessário trocar a fixação da fratura 
➢ Métodos de fixação: 
• Placa e parafusos de compressão 
• Placa em onda → é uma placa angulada para reduzir o 
estresse na região 
• Haste intramedular 
• Fixação externa 
➢ Enxertos: 
• Autógenos → são os do próprio organismo 
▪ São os mais utilizados 
▪ O lugar mais frequentemente retirado é do osso ilíaco 
→ pois a grande maioria das pseudoartroses são em 
fraturas grandes e o osso ilíaco tem boa 
vascularização 
▪ Ex: Paciente com pseudoartrose do rádio → se for uma 
lesão pequena, como a ulna se encontra próximo ao 
rádio, pode-se retirar um enxerto da região 
metafisária da ulna para colocar no rádio 
• Heterólogos → ainda não trazem resultados satisfatórios 
➢ Estimulação Elétrica: 
• É um dos adjuvantes no tratamento das pseudoartroses 
• São ondas de choque 
• Em algumas pseudoartroses essa estimulação elétrica tem 
resultados, principalmente nas pseudoartroses 
hipertróficas, que precisam apenas de um pouco mais de 
estímulo para a consolidação 
➢ Tratamentos que ainda estão sendo estudados: 
• Proteína Morfogenética Óssea (BMP) 
• Concentrado de células-tronco da medula óssea 
• Concentrado de fator de crescimento plaquetário 
PROGNÓSTICO 
➢ Quando tratada de forma adequada tem cerca de 90% de sucesso 
➢ Atenção → nenhuma técnica ou implante é ideal para todas as 
situações, nem para todos os cirurgiões. Assim, cada caso deve 
ser individualizado 
 
 
 
 
Fixador Externo Ilizarov 
- É usado para 
pseudoartroses com defeito 
ósseo 
- Faz-se osteotomias (corta-
se o osso em alguns níveis) e 
vai-se regulando o fixador 
diariamente, fazendo com que 
os ossos se encontrem 
 
 
- Imagem da esquerda → colocou-se placa e parafuso, formou-se um calo ósseo 
exuberante e, consequentemente uma pata de elefante, indicando instabilidade 
- Imagem da direita → foi refeita a estabilização para tentar melhorar e haver 
a consolidação 
 
Placas em Onda 
Haste Intramedular

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