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Análise de Exames da Tireóide A disfunção pode resultar de três fatores: alterações nos níveis circulantes dos hormônios da tireoide, comprometimento do metabolismo desses hormônios na periferia e resistência às ações desses hormônios em nível tecidual. ★ Por ser um hormônio que normalmente é encontrado em baixas concentrações no sangue, a dosagem somente de T3 não é muito utilizada para avaliar a função da tireoide, sendo normalmente solicitada quando há confirmação do diagnóstico de alteração da tireoide ou juntamente com o TSH e o T4. Hipotireoidismo O hipotireoidismo consiste em uma síndrome clínica resultante da deficiência dos hormônios tireóideos, o que, por sua vez, ocasiona uma redução dos processos metabólicos. o hipotireoidismo pode ser originado de uma hipofunção da hipófise/hipotálamo (central ou secundário), de uma hipofunção da glândula (primário) ou ainda, de uma fase inicial precoce (subclínico). O hipotireoidismo que acomete os fetos ou ocorre no início da infância leva ao cretinismo, tendo como principal causa a deficiência de iodeto, sendo que indivíduos afetados caracterizam-se pela presença de retardamento mental grave, baixa estatura com desenvolvimento esquelético incompleto e características faciais grosseiras. Já quando o hipotireoidismo ocorre na idade adulta tende a apresentar fácies mixedematosa, bradicardia, pele seca/áspera e astenia, tendo como principais causas: tireoidite de hashimoto e uso de fármacos (amiodarona). De início, o TSH pode manter uma síntese hormonal adequada por meio do desenvolvimento de um bócio ou aumento glandular, porém, com frequência a glândula entra em falência, ocorrendo um hipotireoidismo com ou sem bócio. ● Doença de Hashimoto Também chamada de tireoidite crônica, é um distúrbio imunológico no qual os linfócitos tornam-se sensibilizados a antígenos tireoidianos, sendo formados autoanticorpos que reagem com esses antígenos. A patologia envolve uma infiltração grave dos linfócitos, ocasionando uma destruição da arquitetura normal da tireoide e, consequentemente, uma queda do T3 e T4L séricos e um aumento do TSH. Nesse cenário, os anticorpos mais importantes são o anti-TPO e a anti-TG. Alterações laboratoriais: ↑TSH e ↓T4 livre (hipotireoidismo primário), com anti-TPO e anti-TG elevados. ● Hipotireoidismo Subclínico Em geral, quando o T4L (livre) sérico é normal ou normal-baixo e o TSH sérico está levemente elevado, uma situação denominada hipotireoidismo subclínico, que representa a forma mais leve de hipotireoidismo e é uma consequência da relação de retroalimentação muito sensível entre a tireoide e a glândula hipófise. ● Alterações Laboratoriais Hipotireoidismo central/secundário: TSH baixo ou normal e T4L baixo Hipotireoidismo primário: TSH elevado e T4L baixo Hipotireoidismo subclínico: TSH elevado e T4L normal Hipertireoidismo O hipertireoidismo é caracterizado por aumento do metabolismo basal e distúrbios do sistema nervoso autônomo, em consequência da produção excessiva dos hormônios tireoidianos, tendo como principal característica, a incapacidade de suprimir o TSH, apesar dos níveis elevados dos hormônios tireoidianos livres. Apresenta como principais manifestações clínicas: fáceis basedowiana, perda de peso e pele quente, mixedema pré-tibial, taquicardia, nervosismo, irritabilidade e tremores. Além disso, o hipertireoidismo pode ser originado de uma hiperfunção da hipófise/hipotálamo (central), de uma hiperfunção da glândula (primário) ou ainda, de uma fase inicial precoce (subclínico), apresentando como principais causas: doença de graves, bócio multinodular tóxico e adenoma tóxico. ● Doença de Graves / Bócio Difuso Tóxico É uma afecção autoimune que leva à secreção autônoma excessiva de hormônio tireoidiano, devido à estimulação dos receptores de TSH pela imunoglobulina G, resultando em produção excessiva de T4 e T3. O receptor do hormônio TSH é atacado pela produção autoimune de anticorpos TRAb, os quais ativam complexos de sinalização da proteína G e estimulam a produção de hormônios tireoidianos. Como consequência da retroalimentação negativa sobre a hipófise, esse estímulo resultará em elevação de T4 associado a supressão de TSH. É a forma mais comum da tireotoxicose, apresentando um ou mais dos seguintes achados: bócio difuso, exoftalmia, mixedema pré-tibial e presença de sopro glandular. Alterações laboratoriais: ↓TSH e ↑T4 livre (hipertireoidismo primário), com presença de TRAb elevado. ● Doença de Plummer Caracteriza-se pela presença de um nódulo autônomo hiperprodutor de HT, ou seja, ele produz hormônios em excesso de forma independente da regulação do eixo hipotalâmico-hipofisário, tendo como resultado um quadro de hipertireoidismo. Nesse doença, as proteínas de membrana NIS e Pendrina encontram-se hiperestimuladas nos folículos do nódulo tóxico, formando uma região hipercaptante (capta muito iodo). ● Alterações Laboratoriais Hipertireoidismo central: TSH elevado ou normal e T4L elevado Hipertireoidismo primário: TSH baixo e T4L elevado Hipertireoidismo subclínico: TSH baixo e T4L normal Principais Exames Laboratoriais ● Dosagem do TSH: recomenda-se a dosagem em pacientes com suspeita ou risco para hipo ou hipertireoidismo, além de se indicar o rastreio a cada cinco anos a partir dos 35 anos. ● T4 livre: assim como o TSH, o T4 livre auxilia no diagnóstico do hiper e hipotireoidismo. ● Dosagem do T3 total e/ou livre: em conjunto com a interpretação do T4 livre, é um importante exame que ajuda no diagnóstico e seguimento do tratamento do hipertireoidismo. ● Anticorpos Antiperoxidase (Anti TPO), Anticorpos Antitireoglobulina (Anti-Tg), Anticorpos Anti-receptores de TSH (TRAb): detectam doenças tireoidianas auto-imunes como Doença de Graves (TRAb) e Tireoidite de Hashimoto (Anti TPO e Anti-Tg). ● Ultrassonografia, Punção Aspirativa por Agulha Fina e Biópsia: auxílio na identificação da natureza do nódulo de tireoide, seja ele benigno ou maligno, sendo a ultrassonografia útil também para indicar a necessidade e orientar a punção aspirativa por agulha fina, método padrão ouro para esclarecimento da natureza dos nódulos suspeitos.
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