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Sistema Único de Saúde SUS: Fatores importantes para a criação ● Completa irracionalidade e desintegração das unidades de saúde, com sobre oferta de serviços em alguns lugares e ausência em outros; ● Excessiva centralização implicando por vezes em impropriedade das decisões pela distância de Brasília dos locais onde ocorrem os problemas; ● Recursos �nanceiros insu�cientes em relação às necessidades de atendimento e em comparação com outros países; ● Desperdício dos recursos alocados para a saúde, estimado nacionalmente em, pelo menos 30%; ● Baixa cobertura assistencial da população, com segmentos populacionais excluídos do atendimento, especialmente os mais pobres e nas regiões mais carentes; ● Insatisfação dos pro�ssionais da área da saúde (ausência de uma política de recursos humanos justa e coerente); ● Insatisfação da população com os pro�ssionais da saúde pela aparente irresponsabilidade para com os doentes; ● Baixa qualidade dos serviços oferecidos (equipamentos e pro�ssionais); ● Ausência de critérios e de transparência dos gastos públicos, bem como de participação da população na formulação e gestão das políticas de saúde; ● Falta de mecanismos de acompanhamento, controle e avaliação dos serviços. 8ª Conferência Nacional de Saúde ↪ 1986. MARCO DA REFORMA SANITÁRIA Os temas da conferência eram compostos pelos itens saúde como direito, reformulação do Sistema Nacional de Saúde e �nanciamento do setor. Os principais pontos discutidos foram: ● Saúde como direito de todos e dever do Estado, estando inscrita entre os direitos fundamentais do ser humano; ● Equidade e integralidade das ações de saúde; ● Separação da Saúde da Previdência; ● Sistema público com comando único; ● Conceito abrangente de saúde, levando em conta condições de habitação, alimentação, renda, meio ambiente, trabalho, transporte, educação, emprego, lazer, liberdade, acesso a posse de terra e aos serviços de saúde; ● Política de �nanciamento do setor saúde. Constituição Federal ↪ 1988 ↪ Conhecida como Constituição Cidadã. CRIAÇÃO DO SUS ● Art. 196: “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e recuperação”. Histórico ● Antes de 1988 1. O sistema público de saúde atendia a quem contribuía para a Previdência Social. Quem não tinha dinheiro dependia da caridade e da �lantropia; 2. Centralizado e de responsabilidade federal, sem a participação dos usuários; 3. Assistência médico-hospitalar; ↪ saúde é ausência de doenças. 4. 30 milhões de pessoas com acesso aos serviços hospitalares. ● Após 1988 1. O sistema público de saúde é para todos, sem discriminação. Desde a gestação, e por toda a vida, a atenção integral à saúde é um direito; 2. Descentralizado, municipalizado e participativo, com 100 mil conselheiros de saúde; 3. Promoção, proteção, recuperação e reabilitação; ↪ Saúde é qualidade de vida. 4. 152 milhões de pessoas têm no SUS o seu único acesso aos serviços de saúde. O SUS bene�cia mais de 190 milhões de brasileiros! ↪ Vigilância em saúde, sanitária e ambiental; ↪ Registro e �scalização de medicamentos; ↪ Assistência farmacêutica; ↪ Atenção básica; ↪ Distribuição de medicamentos essenciais e antirretrovirais; ↪ Regulação da saúde; ↪ Bancos de sangue; e muito mais… ↪ Os serviços de atendimento hospitalar público contam com mais de 6.528 hospitais credenciados (públicos, privados e �lantrópicos) e 38 mil Unidades Básicas de Saúde; ↪ Os planos de saúde e atendimento privado atendem 46,6 milhões de pessoas, mas é o SUS que realiza 75% dos procedimentos de alta complexidade no País. Objetivos da implantação ● Sistematizar ações – SISTEMA – organizar ações; ● Uni�car ações – ÚNICO – mesmos princípios e diretrizes em todo o território nacional; ● Melhorar – SAÚDE - população. Nota: Segue a mesma doutrina e os mesmos princípios organizativos em todo o território nacional, sob a responsabilidade das três esferas autônomas de governo federal, estadual e municipal. Sistema Único de Saúde Conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais e da administração direta e indireta e fundações mantidas pelo poder público e de forma complementar pela iniciativa privada. ↪ Constituição Federal de 1988: ✓ LOS 8080 de 1990; ✓ LOS 8142 de 1990. ↪ Detalhado pelas Normas Operacionais Básicas da Saúde: ✓ NOB SUS 01/91; ✓ NOB SUS 01/92; ✓ NOB SUS 01/93; ✓ NOB SUS 01/96. Onde, -> NOB - SUS/91 e NOB – SUS/92: tratam do repasse condicionado à produção de serviços e igualam o pagamento do prestador público ao privado. -> NOB - SUS/93: de�niu os mecanismos de transferência de recursos fundo a fundo. -> NOB – SUS/96: modi�cou as condições de gestão e ampliou a transferência fundo a fundo; utilizou o per capita para o �nanciamento da atenção básica; de�niu o pagamento de incentivos; e propôs a elaboração da Programação Pactuada Integrada. -> Normas Operacionais de Assistência à Saúde- NOAS 01/02: reorganizam o SUS, por meio da regionalização da assistência, e modi�caram critérios para a habilitação dos estados e municípios, fortalecendo o processo de descentralização da gestão. Regulamentação do SUS Lei Orgânica da Saúde n° 8.080/90 Dispõe sobre as condições para a promoção, proteção e recuperação da saúde, a organização e o funcionamento dos serviços correspondentes. ● Art. 2º → “A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício”. §1o - “O dever do Estado de garantir a saúde consiste na reformulação e execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de riscos de doenças e de outros agravos no estabelecimento de condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.” ● Art.4º → O SUS se constitui pelo conjunto de ações e serviços de saúde prestados por órgão e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da Administração Direta e Indireta e das Fundações mantidas pelo Poder Público. § 2o - A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de Saúde (SUS), em caráter complementar (contratos ou convênios, tendo preferência as entidades �lantrópicas e as sem �ns lucrativos). Objetivos e atribuições do SUS ↪ Lei nº 8080/90 ● Identi�cação e controle de fatores condicionantes e determinantes da saúde; ● Formular política de saúde para diminuir os riscos de doenças; ● Estabelecer o acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de saúde; ● Executar ações de Vigilância Sanitária e Epidemiológica; ● Executar ações de saúde do trabalhador; ● Executar ações de assistência terapêutica integral, incluindo a farmacêutica; ● Participar de políticas e na execução de ações de saneamento básico; ● Incremento do desenvolvimento cientí�co e tecnológico; ● Vigilância nutricional e orientação alimentícia; ● Colaboração na proteção do meio ambiente, nele compreendido o do trabalho; ● Controle e �scalização de serviços, produtos e substâncias de interesse da saúde. Princípios doutrinários e organizacionais do SUS Princípios Doutrinários ● Universalidade ↪ Reconhecimento da saúde como um direito fundamental do ser humano, cabendo ao Estado garantir as condições indispensáveis ao seu pleno exercício e o acesso a atenção e assistência à saúde em todos os níveis de complexidade; ↪ Qualquer cidadão para ter acesso a saúde basta solicitar. Para isso, é preciso eliminar barreiras jurídicas, econômicas, culturais e sociais que se interpõem entre a população e os serviços. ● Equidade ↪ Diz respeito à necessidade de se “tratar desigualmente os desiguais” de modo a se alcançar a igualdade de oportunidades de sobrevivência, de desenvolvimento pessoal e social entre os membros de uma dada sociedade. Apesar de todas as pessoas possuírem direito aos serviços, as pessoas não são iguaise, por isso, têm necessidades distintas; ↪ Em saúde, especi�camente, as desigualdades sociais se apresentam como desigualdades diante do adoecer e do morrer, reconhecendo-se a possibilidade de redução dessas desigualdades, de modo a garantir condições de vida e saúde mais iguais para todos; ↪ Os serviços de saúde devem identi�car as diferenças da população e trabalhar para cada necessidade, oferecendo mais a quem mais precisa; ↪ Reduzir disparidades regionais e sociais. Nota: Igualdade é dar às pessoas as mesmas oportunidades, equidade é ADAPTAR as oportunidades, deixando- as justas. ● Integralidade ↪ Conjunto articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em todos os níveis de complexidade do sistema; ↪ Cada pessoa é um todo indivisível e integrante de uma comunidade; ↪ As ações de promoção, proteção e recuperação da saúde formam também um todo indivisível e não podem ser compartimentalizadas; ↪ As unidades prestadoras de serviço, com seus diversos graus de complexidade, formam também um todo indivisível con�gurando um sistema capaz de prestar assistência integral. “O homem é um ser integral, biopsicossocial, e deverá ser atendido com esta visão integral por um sistema de saúde também integral, voltado a promover, proteger e recuperar sua saúde.” Princípios Organizacionais ● Descentralização ↪ É entendida como uma redistribuição das responsabilidades quanto às ações e serviços de saúde entre os vários níveis de governo (quanto mais perto do fato a decisão for tomada, mais chance haverá de acerto); ↪ O que é abrangência de um município deve ser de responsabilidade do governo municipal; ↪ O que abrange um estado ou uma região estadual deve estar sob responsabilidade do governo estadual, e; ↪ O que for de abrangência nacional será de responsabilidade federal. ➢ Aos municípios cabe, portanto, a maior responsabilidade na promoção das ações de saúde diretamente voltadas aos seus cidadãos (municipalização da saúde). ● Regionalização e Hierarquização ↪ Os serviços devem ser organizados em níveis de complexidade tecnológica crescente, dispostos numa área geográ�ca delimitada e com a de�nição da população a ser atendida (oferecer a uma determinada população todas as modalidades de assistência, bem como o acesso a todo tipo de tecnologia disponível, possibilitando um ótimo grau de resolubilidade); ↪ Regionalização: constituição de regiões de saúde considerando as características semelhantes, e também considerando a rede de atenção à saúde, características populacionais, situação de saúde, indicadores e outros fatores objetivando a melhor gestão do sistema e favorecendo ações mais localizadas para minimizar os problemas da comunidade; ↪ Hierarquização: estabelece a organização da rede de atenção à saúde em serviços de níveis de complexidade: atenção primária, atenção secundária e atenção terciária de saúde. ● Resolubilidade É a capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis de assistência. ● Participação da Comunidade É a garantia constitucional de que a população, através de suas entidades representativas, participará do processo de formulação das políticas de saúde e do controle da sua execução, em todos os níveis, desde o federal até o local. ↪ Essa participação deve se dar nos Conselhos de Saúde e Conferências de Saúde. Além do dever das instituições oferecerem as informações e conhecimentos necessários para que a população se posicione sobre as questões que dizem respeito à sua saúde. ● Complementariedade do setor privado Quando por insu�ciência do setor público, for necessário a contratação de serviços privados, isso deve se dar sob três condições: ↪ A celebração de contrato, conforme as normas de direito público, ou seja, interesse público prevalecendo sobre o particular; ↪ A instituição privada deverá estar de acordo com os princípios básicos e normas técnicas do SUS. Prevalecem, assim, os princípios, como se o serviço privado fosse público, uma vez que, quando contratado, atua em nome deste; ↪ A integração dos serviços privados deverá se dar na mesma lógica organizativa do SUS, em termos de posição de�nida na rede regionalizada e hierarquizada dos serviços. Dessa forma, em cada região, deverá estar claramente estabelecido, considerando-se os serviços públicos e privados contratados, quem vai fazer o que, em que nível e em que lugar. ➢ Dentre os serviços privados, devem ter preferência os serviços sem �ns lucrativos ou �lantrópicos, para depois contratar o serviço privado de fato. Regulamentação do SUS Lei Federal 8.142/90 Dispõe sobre a participação da comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências intergovernamentais de recursos �nanceiros na área da saúde e dá outras providências. Cada esfera de governo deve contar com instâncias colegiadas com participação da comunidade: ● Conselho de Saúde é o órgão que vai �scalizar a implementação e utilização dos recursos de forma geral; ● Conferências de Saúde é responsável pela formulação de novas propostas para o Sistema Único de Saúde. Essa lei também trata a questão do �nanciamento do SUS. Diz respeito à transferência regular e automática de recursos do Governo Federal para Estados e Municípios e Distrito Federal. Três esferas do Governo No esquema abaixo, vemos onde cada um dos gestores estão inseridos nas esferas e também as representações dos Conselhos em saúde. Nota: Comissão Intergestores Tripartite tem participação de gestores das três esferas; Nota: Comissão Intergestores Bipartite tem participação de gestores de duas esferas (estadual e municipal). Gestores do SUS São as entidades encarregadas de fazer com que o SUS seja implantado e funcione adequadamente dentro das diretrizes doutrinárias, da lógica organizacional e dos princípios organizativos do SUS. Principais Responsabilidades ↪ Formular, coordenar e controlar a política nacional de saúde; ↪ Promover, junto aos estados e municípios, o desenvolvimento das ações de promoção, proteção e recuperação da saúde e corrigir as distorções existentes; ↪ Coordenar, planejar e avaliar as ações de saúde em nível estadual e municipal; ↪ Executar apenas as ações que os municípios não forem capazes de desenvolver e/ou que não lhes couberem; ↪ Executar as ações de atenção básica; ↪ Co-responsabilidade de assistência de atenção à saúde de média e alta complexidade e responsabilidade pelos Sistemas de Informações, entre outras. Pactos Pacto pela Saúde São pactuações realizadas entre as esferas de poder justamente para garantir a existência do SUS e a sua manutenção para que haja o pleno funcionamento. ↪ Pacto pela Vida Conjunto de compromissos sanitários prioritários das 3 esferas de governo com foco em resultados e compromissos inequívocos �nanceiros em busca de resultados. ↪ Pacto em Defesa do SUS Diretrizes: compromissos das três esferas de governo com a reforma sanitária em defesa dos princípios do SUS como política pública. ↪ Pacto de Gestão Estabelece diretrizes para gestão do e responsabilidades de cada esfera em cada área. Saiba mais: Você usa o SUS? ↪Spoiler: sim Link do vídeo: Você usa o SUS ? Link do Vídeo: E assim nasceu o SUS. Lembre-se: O SUS é muito mais que o assistencialismo- assistência médica que é dada nas UBS (Unidades Básicas de Saúde), nos postos, nas Clínicas da Família e nos hospitais! Ele é a vigilância sanitária, epidemiológica, a produção de vacinas, dentre outras mais. http://sinprece.org.br/videos/voce-usa-o-sus/ http://www.uol/noticias/especiais/sus.htm#e-assim-nasceu-o-sus
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