Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
02/2021 ATIVIDADE AVALIATIVA D1 (Ação de Dissolução de Sociedade/ Contestação a Ação de Dissolução de Sociedade) TURMA DIR5BN – BUB Integrantes: Letícia Santos Heringer Saro - RA 81724365 Kathlyn Soares - RA 201505633 Maria Beatriz Silva de Almeida - RA 816253680 Gabriela Galhardi RA 818230211 Juliany Bianca Benites Sartorarto - RA 817124169 Nathália Bertunes de Melo - RA 816253967 EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ... – UF RICARDO ALMEIDA, nacionalidade ..., estado civil ..., empresário, portador da cédula de identidade RG nº ..., inscrito no CPF/MF sob o nº ..., com endereço em ..., devidamente representado por seu advogado abaixo assinado (documento 01), vem, respeitosamente, a Vossa Excelência com fundamento no artigo 599, inciso I do CPC, ajuizar AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE C/C PERDAS E DANOS em face de AMANDO COSTA, nacionalidade ..., estado civil ..., empresário, portador da cédula de identidade RG nº ..., inscrito no CPF/MF sob o nº ..., com endereço em ..., pelos fatos e motivos que passo a expor. 1. DOS FATOS Com efeito, o autor é sócio quotista da sociedade Abra as Portas do Céu Ltda., cujo objeto é a venda de artigos religiosos. A sociedade foi constituída entre o autor e o primeiro réu, onde cada um possui 50% do capital social, consistente em R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), sendo certo, que corresponde à R$ 100.000 (cem mil reais) a cada um dos sócios, totalizando 200.000 quotas sociais valendo cada quota um real. Ocorre que, em razão da pandemia, os produtos religiosos tiveram um acréscimo de vendas, o que tornou a sociedade com patrimônio líquido em torno de R$ 10.000.000,00. (dez milhões de reais). Mesmo tendo sucesso nas vendas, o autor quis investir em compra de mais materiais e ampliação da loja, enquanto o réu por sua vez resolveu não investir, realizando a compra de automóveis e de casa própria, dilapidando a sua parte em bens pessoais. Evidentemente que diante de tais fatos, houve a quebra da "affectio societatis", motivando o pedido de retirada da sociedade e apuração de haveres, de modo que passados os 60 dias da notificação amando não resolveu acertar a alteração contratual e sequer resolveu pagar o direito referente a participação do autor na sociedade. 2. DO DIREITO Consabido, o que concerne ao tema empresário, tem-se este disciplinado nos artigos 991 ao 996, do Código Civil, de modo que se observam as possibilidades de retirada do sócio, nos casos de justa causa, na redação do artigo 1.029, também do Código Civil, in verbis: Art. 1.029. Além dos casos previstos na lei ou no contrato, qualquer sócio pode retirar- se da sociedade; se de prazo indeterminado, mediante notificação aos demais sócios, com antecedência mínima de sessenta dias; se de prazo determinado, provando judicialmente justa causa. Parágrafo único. Nos trinta dias subseqüentes à notificação, podem os demais sócios optar pela dissolução da sociedade. Observa-se e reitera-se que tudo que fora elencado no artigo supracitada, foi devidamente realizado pelo autor. Ademais, a dissolução parcial da sociedade representa um direito aos sócios remanescentes que decorre da liberdade de se associar previsto no art. 5º, inciso XX, da CF: XX - ninguém poderá ser compelido a associar-se ou a permanecer associado; Nesse diapasão, segundo lição de Marcelo Fortes Barbosa Filho, ao lecionar sobre o art. 1.029 do Código Civil, destaca: "(...) A vontade de extinguir o liame societário é, então, soberana, pois ninguém pode ser constrangido a permanecer, indefinidamente, associado" (Código Civil Comentado, 9ª Edição, p. 976). Nesse sentido, é devida a dissolução, conforme precedente sobre o tema: “AÇÃO INDENIZATÓRIA - CONTRATO DE SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO - SIMULAÇÃO - FRAUDE - Pirâmide financeira - Aparência de contrato de Sociedade em Conta de Participação - Contrato simulado (art. 167 do Código Civil) - Ação visando à devolução de valores investidos, sob alegação de que o negócio é fraudulento - Suspensão das atividades da ré pela CVM (Deliberação CVM Nº 704) - Dano moral que ficou evidenciado, pois, além da frustração da expectativa de lucros, o autor passou pelo desgosto e humilhação por ter sido vítima de golpe aplicado pela ré, vindo a perder o valor total investido. Fraude perpetrada que gerou perturbação emocional, transtornos e aborrecimentos, passíveis de indenização - Falha na prestação dos serviços de administração de carteira de valores mobiliários - Dano moral configurado diante do acervo probatório - Valor arbitrado em R$ 10.000,00 - RECURSO PROVIDO”. (TJSP; Apelação Cível 1008859-85.2014.8.26.0005; Relator (a): Sérgio Shimura; Órgão Julgador: 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial; Foro de Guarulhos - 9ª Vara Cível; Data do Julgamento: 04/04/2014; Data de Registro: 28/06/2019). Portanto, outro não poderia ser o entendimento se não o necessário provimento da presente ação, com o deferimento do pedido de dissolução parcial da sociedade. 2.A. DA INDENIZAÇÃO DEVIDA Com a demonstração inequívoca da justa causa e quebra da affectio societatis, tem-se por devida a devolução do valor investido, conforme precedentes sobre o tema: “INDENIZAÇÃO - SOCIEDADE EM CONTA DE PARTICIPAÇÃO - Negócio jurídico que mascara verdadeiro esquema de pirâmide financeira - Existência de negócio jurídico indireto para encobrir captação de recursos populares e administração de valores mobiliários - Inexistência de autorização da CVM - Fraude evidenciada - Configuração de verdadeiro grupo econômico - Condenação dos réus à restituição dos valores pagos pelos investidores - Sentença mantida - Recurso improvido. Dispositivo: negam provimento ao recurso”. (TJSP; Apelação Cível 1010628-53.2014.8.26.0224; Relator (a): Ricardo Negrão; Órgão Julgador: 2ª Câmara Reservada de Direito Empresarial; Foro de Guarulhos - 4ª Vara Cível; Data do Julgamento: 08/04/2019; Data de Registro: 08/04/2019). Motivos suficientes à procedência da ação. 2.B. DA APURAÇÃO DE HAVERES Nos termos do Código Civil, em seu artigo 996: Art. 996. Aplica-se à sociedade em conta de participação, subsidiariamente e no que com ela for compatível, o disposto para a sociedade simples, e a sua liquidação rege- se pelas normas relativas à prestação de contas, na forma da lei processual. Assim, nos termos da previsão contratual, requer seja providenciada a apuração de haveres da universalidade do patrimônio, por perito contábil indicado. 3. DOS PEDIDOS Diante de todo o exposto, requer: a. A citação do Réu para se assim desejar, apresentar defesa; b. A total procedência da ação para determinar a dissolução parcial da sociedade Abra as Portas do Céu Ltda., com a imediata retirada do autor do quadro societário, bem como seja apurada a indenização devida; c. A condenação do réu ao pagamento de honorários advocatícios nos parâmetros previstos no artigo 85, §2º do CPC; e, d. Por fim, manifesta pelo desinteresse na audiência conciliatória, nos termos do Art. 319, inciso VII do CPC. Para tanto, protesta provar o alegado por todos os meios de prova admitidos em direito, especialmente as provas documentais. Dá-se à causa o valor de R$ ...., conforme previsão legal do artigo 219 do CPC. Nestes Termos, Pede deferimento. Local... e Data... Advogado ... OAB nº... EXCELENTÍSSIMO SENHOR DOUTOR JUIZ DE DIREITO DA ...ª VARA CÍVEL DA COMARCA DE ... – UF PROCESSO Nº... AMANDO COSTA, nacionalidade ..., estado civil ..., empresário, portador da cédula de identidade RG nº ..., inscrito no CPF/MFsob o nº ..., com endereço em ..., por intermédio de seu advogado infra-assinado, vem respeitosamente, nos autos da AÇÃO DE DISSOLUÇÃO PARCIAL DE SOCIEDADE C/C PERDAS E DANOS que lhe move RICARDO ALMEIDA, nacionalidade ..., estado civil ..., empresário, portador da cédula de identidade RG nº ..., inscrito no CPF/MF sob o nº ..., com endereço em ..., apresentar sua CONTESTAÇÃO, nos termos do artigo 335 do Código de Processo Civil, pelos motivos de fato e de direito a seguir expostos: I. DOS FATOS O Réu é sócio quotista da sociedade Abra as Portas do Céu Ltda., a qual tem como objeto social a venda de artigos religiosos. A sociedade foi constituída entre o Réu e o Autor, onde cada um possui 50% do capital social, consistente em R$ 200.000,00 (duzentos mil reais), sendo certo, que corresponde à R$ 100.000 (cem mil reais) a cada um dos sócios, totalizando 200.000 quotas sociais valendo cada quota um real. Ocorre que, em razão da pandemia, os produtos religiosos tiveram um acréscimo de vendas, o que tornou a sociedade com patrimônio líquido em torno de R$ 10.000.000,00. (dez milhões de reais). Com o retorno, o autor quis investir em compra de mais materiais e ampliação da loja, enquanto o réu por sua vez resolveu não investir, acreditando que a quantidade de matérias e o tamanho da loja, já estão ótimos, utilizando sua parte do lucro para compra de automóveis e de casa própria. O Autor alega quebra da "affectio societatis", sendo o motivo pelo qual solicitou a retirada da sociedade e apuração de haveres. II. DA TEMPESTIVIDADE Nos termos do artigo 335 do Código de Processo Civil, considerando que a intimação para responder a presente ação ocorreu em XXX, tem-se por tempestiva a presente contestação, devendo ser acolhida. III. DO DIREITO Para configuração da quebra do “affectio societatis” é necessário a quebra de alguns requisitos: comunhão de esforços, risco, resultados e objetivo comum. O Réu, em nenhum momento deixou de empenhar esforços para chegarem no lucro que conseguiram, tendo o objetivo comum com o Autor que é o lucro, conforme dispõe o artigo 981 do Código Civil: Art. 981. Celebram contrato de sociedade as pessoas que reciprocamente se obrigam a contribuir, com bens ou serviços, para o exercício de atividade econômica e a partilha, entre si, dos resultados. Na presente demanda, não há nenhuma evidência de que houve a quebra do “affectio societatis”, passando somente de meras alegações feitas pelo Autor, tendo, portanto, evidenciada a total improcedência da ação proposta. IV. DOS PEDIDOS Diante do exposto, o Réu requer, pelas razões de direito aduzidas nesta contestação, que seja o pedido da presente ação julgado IMPROCEDENTE em todos os seus termos, condenando-se o Autor em custas processuais e honorários advocatícios a serem arbitrados nos percentuais definidos no artigo 85, § 2º do Código de Processo Civil. Protesta-se por todos os meios de prova admitidos em direito. Nestes termos, Pede deferimento. Local... e Data... Advogado... OAB nº...
Compartilhar