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A INFLUÊNCIA DA RELIGIOSIDADE NAS RELAÇÕES SOCIAIS E NA ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS

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A INFLUÊNCIA DA RELIGIOSIDADE NAS RELAÇÕES SOCIAIS E NA ATUAÇÃO DOS ASSISTENTES SOCIAIS
A religião sempre teve demasiado valor e influência sobre a vida das pessoas. Os anseios, emoções, condutas, procedimentos e até mesmo as normas estão intimamente ligados aos aforismos e preceitos religiosos. Segundo MOURA (2004), Através da religião, o ser humano aliena sua própria essência, delegando a outrem os atributos e potencialidades de si mesmo.
Até que ponto a religião ainda influencia o Serviço Social, ou seja, o processo de formação e exercício profissional dos assistentes sociais no Brasil?
Partindo desse questionamento temos um debate que deve ser travado para melhor justificar a luta pela renovação da profissão e ruptura com o conservadorismo, processo este iniciado em meados dos anos 1960 e que constitui-se nos dias atuais pauta de muitas discussões, e, sobretudo, partindo da compreensão de que os princípios religiosos ainda encontram-se presentes na categoria, evidenciando a ocorrência de uma ruptura proposta no campo teórico, mas que na prática ainda encontra interferências correlacionadas às posturas advindas do pensamento religioso.
A religião se firmou enquanto importante fenômeno cultural, com isso não podem ser desvinculadas, pois
Cultura e religião são fenômenos que se correspondem, pois não só têm raízes na natureza social, de produzir sentido e estabelecer relações sociais, como também abrem espaço de diálogo entre indivíduo e sociedade. A cultura e a religião são vistas como espaços de entendimento. Torna-se difícil sob essa perspectiva separar religião de cultura, pois a religião é um dado da própria cultura, havendo interação entre ambas. (OLIVEIRA, 2011, p. 533).
De acordo com ALMEIDA, mesmo rompendo com o conservadorismo, o Serviço Social brasileiro pouco problematizou a presença da religião na formação da classe trabalhadora, as relações raciais e de gênero que conformam a formação social brasileira e a luta de classes que dinamiza a religiosidade. Como profissão em sua gênese tem centralidade no apelo e identidade com valores de bases religiosas (particularmente o cristianismo/catolicismo) o que na contemporaneidade é pauta de discussões pelas entidades representativas da categoria, como o Conselho Federal de Serviço Social (CFESS), na perspectiva de revigorar o posicionamento laico ao qual a categoria se coloca. 
A religião não deve ser fonte explicativa dos fenômenos sociais em uma sociedade contraditória e produtora da barbárie, como a capitalista (função de mascaramento e justificação da dominação). Existe uma dicotomia entre a “utilização” do pensamento religioso diante de diferentes situações postas ao exercício profissional de assistentes sociais em seus diversos tipos de demandas e requisições. 
 Por um lado, percebe-se que as implicações advindas da religião potencializam os indivíduos a mudarem suas práticas, desenvolvendo condutas fraternais e solidárias, nesse sentido, podemos entender a religião também como um instrumento de motivação, servindo ao fortalecimento de ações de resistência e denúncia, recriando territorialidades e projetos societários em disputa, abrindo possibilidades para a tomada de consciência crítica para o “novo”, requisitando a dimensão pedagógica da profissão. Dentro desse contexto, o fenômeno religioso deve ser interpretado à luz do contexto social em que está inserido, incluindo suas consequências políticas (MOURA, 2004).
Partindo desse contexto, a religião está mais imbricada ao Serviço Social do que nunca, ela não se caracteriza como algo legitimado no exercício profissional mas está presente subjetivamente e em alguns casos diretamente, ou seja, a influência religiosa na atuação profissional não ficou no passado do Serviço Social tradicional e, portanto, trata-se de uma discussão necessária a ser travada no âmbito da categoria em vistas de desmistificações e amadurecimentos teóricos que favoreçam uma atuação distante de concepções moralistas e conservadoras.
A contemporaneidade se coloca como um momento conflitante para aqueles que prezam pela manutenção das relações sociais pautadas pela naturalização de alguns costumes. Surgem mudanças que rompem com padrões sociais pré-estabelecidos, modificando a formação da família tradicional, as relações afetivas, a posse do corpo, mudanças de pensamento, na forma de conduzir a vida. Seguir uma nova ideologia tem sido o objetivo de muitas pessoas atualmente, mas isso não é uma decisão fácil, muito menos bem aceita. 
Essa nova realidade adentra a profissão a partir dos novos perfis que chegam diariamente ao Serviço Social, pois a profissão tem um público variado em suas diversas áreas de atuação.
Por fim, há que construir um conjunto de estratégias na formação profissional, sobretudo na revisão curricular, para que seja inserido o debate sobre a religião e o seu lugar na cultura e na luta de classe, gênero, raça/etnia e diversidade sexual, na constituição do ser social, além dos processos de alienação e resistências e, finalmente, o reconhecimento no exercício profissional da religiosidade como direito e visão social de mundo (ALMEIDA, 2004).
REFERENCIA:
ALMEIDA, da S. Preconceito racial e desigualdade social: candomblé, resistência e enfrentamento da pobreza. PINTO, E.A. e ALMEIDA, I.A. (Orgs) In Religiões: tolerância e igualdade no espaço da diversidade (exclusão e inclusão social, étnica e de gênero. São Paulo: Fala Preta! Organização de mulheres Negras, 2004.pp 65-80.
BATISTA, Déborah Barrêto e COELHO, Maria Ivonete Soares - 2015: O DEBATE DA RELIGIÃO NO SERVIÇO SOCIAL: fundamentos e exercício profissional; Disponivel em file:///C:/Users/USER/Downloads/o-debate-da-religiao-no-servico-social-fundamentos-e-exercicio-profissional.pdf 
MOURA, M.C.B. de. Os mercadores, o templo e a filosofia: Marx e a religiosidade. Porto Alegre: EDIPUCRS, 2004

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