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USO MÉDICO CONTRA DEPRESSÃO E PREVENÇÃO DE SUICIDIO (1)

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USO MÉDICO CONTRA DEPRESSÃO E PREVENÇÃO DE SUICIDIO
A depressão é conhecida como a quinta maior questão de saúde pública, caracterizada como uma síndrome que não inclui somente alteração de humor, mas também vários outros aspectos como alterações cognitivas, psicomotoras e vegetativas, e na forma mais grave de suicídio. Representa, portanto, uma das patologias psiquiátricas mais comuns da atualidade. A prescrição de antidepressivos representa o tratamento de 1° linha em casos de depressão moderada a grave, sendo que, nas últimas décadas, o consumo de antidepressivo aumentou significamente em todo o mundo e deve ser considerada uma boa prática na prevenção de suicídio desde que assegurada uma cuidadosa monitoração do paciente, principalmente nas primeiras 3 a 4 semanas. O uso de antidepressivo, independente do seu mecanismo de ação ocasiona um aumento de um ou mais neurotransmissores. Esse aumento faz com que aquela expressão maior de receptores pós- sinápticos volte a normalidade, fenômeno esse conhecido como down – regulation compensatório nos receptores pós- sinápticos.
Escetamina é o enantiômero S da cetamina. Este psicanaléptico é um antagonista não seletivo e não competitivo do receptor N-metil-D-aspartato, que produz um aumento transitório na liberação de glutamato que, por sua vez, estimula o receptor ácido –amino-3-hidroxi-5. –metil-4-isoxazolepropiônico e subsequentemente causa aumento na sinalização neurotrófica, o que poderia contribuir para a restauração da função sináptica em regiões cerebrais envolvida na regulação do humor e do comportamento emocional. Seu efeito antidepressivo pode ser decorrente do restabelecimento da neurotransmissão dopaminérgica nas regiões cerebrais envolvidas na recompensa e motivação, bem como na diminuição da estimulação das regiões cerebrais envolvidas na anedonia.
A escetamina nasal spray (spravato) possui um novo mecanismo de ação, atua como um modulador do receptor de glutamato, via que está implicada na depressão. Por meio da atuação neste receptor, ocorre a produção do aumento na sinalização entre as células do cérebro restaurando a função normal nessas regiões cerebrais.(BULA SPRAVATO – ANVISA). É indicado como tratamento agudo de curta duração para a redução rápida de sintomas depressivos em doentes adultos com um episódio de Perturbação Depressiva Maior moderado a grave, que de acordo com o parecer clínico constitui uma urgência psiquiátrica.
A decisão de prescrever Spravato deve ser determinada por um psiquiatra. Uma sessão de tratamento consiste na administração nasal de spravato e um período de observação após a administração e devem ser realizados num ambiente clinico apropriado, a pressão arterial deve ser avaliada antes da aplicação do medicamento.
Spravato é utilizado em adultos para reduzir os sintomas de depressão, tais como, sentimento de tristeza, ansiedade ou desvalorização, perturbações do sono, alteração do apetite, perda de interesse nas atividades favoritas, sensação de lentidão. É administrado em conjunto com outro antidepressivo, se já tentou pelo menos outros 2 medicamentos antidepressivos, mas que não o ajudaram. Spravato também é utilizado em adultos para reduzir rapidamente os sintomas de depressão em situações que requerem tratamento imediato (também conhecida como urgência psiquiátrica).
Spravato é apenas para administração por via nasal. O dispositivo para pulverização nasal é um dispositivo de uso único que permite um total de 28 mg de escetamina em duas pulverização ( uma pulverização por narina ). Para evitar a perda de medicamento, o dispositivo não deve ser pressionado antes da utilização. Destina-se à administração pelo doente sob supervisão de um profissional de saúde, utilizando 1 dispositivo ( para uma dose de 28 mg), 2 dispositivos ( para uma dose de 56 mg) ou 3 dispositivos ( para uma dose de 84 mg), com um descanso de 5 minutos entre a utilização de cada dispositivo. Se espirrar imediatamente após a administração, não deve ser utilizado um dispositivo de substituição.
O tratamento medicamentoso da depressão é considerado uma abordagem terapêutica importante na remissão dos sintomas da doença e até mesmo na prevenção do suicídio, sendo necessária a monitoração do paciente, principalmente no inicio do tratamento. A utilização da escetamina é considerada importante para preencher a lacuna de eficácia criada pelo inicio retardado da ação dos antidepressivos padrões. Pode ser uma opção de tratamento em conjunto com terapia antidepressiva oral, para a rápida redução dos sintomas depressivos em pacientes adultos que passam por Transtorno Depressivo Maior (TDM) com comportamento ou ideação suicida aguda.
Referências
RAMELO, Bruna Cristina et al. AVALIAÇÃO DO USO DE ANTIDEPRESSIVOS E SUA RELAÇÃO COM A INCIDÊNCIA DE SUICÍDIO. Revista Ensaios Pioneiros, v. 5, n. 1, p. 61-71, 2021. 
BLIER, Pierre; BLIER, Jean. Cetamina: estudos clínicos em transtornos depressivos resistentes ao tratamento. In: Ketamine for Treatment-Resistant Depression. Adis, Cham, 2016. p. 31-42.
https://www.gov.br/anvisa/pt-br/assuntos/medicamentos/novos-medicamentos-e-indicacoes/spravato-r-cloridrato-de-escetamina-novo-registo, acesso em: 31 de outubro de 2021

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