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Administração – EAD 2021 1 VISÃO SISTÊMICA E GESTÃO DE PROCESSOS EM PROJETOS 01 - ADMINISTRAÇÃO, ORGANIZAÇÃO E AMBIENTE Visão Sistêmica e Gestão de Processos em Projetos. Vamos lembrar que administrar é o processo de Planejar, Organizar, Dirigir e Controlar o uso dos recursos organizacionais para alcançar determinados objetivos de maneira eficiente e eficaz por meio das pessoas. A Administração pode ser aplicada em vários tipos de organizações, como empresas, escolas, hospitais, universidades, organizações não governamentais, órgãos do governo. Para termos um conceito mais geral, vamos definir organização como qualquer empreendimento estruturado e constituído para um determinado fim, não importando o seu ramo de atividade, a sua constituição legal ou sua finalidade. Mas vale reforçar o conceito de empresa, pois muitos de vocês, futuros administradores, terão como objetivo profissional ingressar neste tipo específico de organização. Empresa é uma organização social constituída por uma ou mais pessoas, com a finalidade de prestar serviços à comunidade, seja por meio de produtos ou serviços. Tem como finalidade a obtenção de lucros. Fique atento: usaremos o termo "organização" de duas formas. O primeiro uso será "organização" para denominar uma entidade (como a empresa) e o segundo uso será "organização" como uma etapa do processo administrativo. A ETAPA DE ORGANIZAÇÃO DENTRO DO PROCESSO ADMINISTRATIVO Considerando que o processo administrativo é composto pelas etapas de planejamento, organização, direção e controle, será importante que você tenha em mente que o foco desta disciplina é a etapa específica de organização. Organizar significa dispor os seus recursos e atividades em uma determinada estrutura, de modo que planos possam ser definidos, executados e controlados. Dessa forma, a organização será capaz de atingir seus objetivos. A organização (por exemplo, uma empresa) é composta por várias áreas, como marketing, finanças, produção, recursos humanos. Ao organizar os seus recursos, será importante que você visualize a empresa a partir de todos os seus componentes e inter-relações. ENFOQUE SISTÊMICO: ABORDAGEM PARA O DESENHO DE ORGANIZAÇÕES Em 1950, o biólogo Ludwig Von Bertalanffy procurou, por meio da proposição da denominada Teoria dos Sistemas, uma conceituação geral que unisse e fundamentasse os diversos campos da ciência. Aplicado à gestão de organizações, o enfoque sistêmico procura desenvolver: • Uma técnica para lidar com a amplitude das empresas; • Um enfoque interativo do todo, o qual não permite a análise em separado das suas partes, em virtude das intrincadas inter-relações das partes entre si e com o todo, as quais não podem ser tratadas fora do contexto deste; e • O estudo das relações entre os elementos componentes, em preferência ao estudo dos elementos entre si, destacando-se o processo e as possibilidades de transição, especificados em função dos seus arranjos estruturais e da sua dinâmica. Uma organização também pode ser considerada um sistema, assim como propõe a Teoria de Sistemas de Bertalanffy. Nesse sentido, faz-se importante definir o que é um sistema: "é um conjunto de partes que interagem e que são interdependentes que, conjuntamente, formam um todo unitário com determinado objetivo e efetuam determinada função." Por exemplo, a empresa (o todo) é formada pelas áreas de produção, finanças, vendas, recursos humanos (as partes). Todas as áreas devem interagir e depender umas das outras para que o produto chegue até o cliente e a partir disso a empresa possa obter sua receita de vendas. A área de vendas de uma empresa precisa manter constante interação com a área de produção; já a área de produção precisa interagir com a área de compras para que obtenha as matérias-primas necessárias para a fabricação do produto; toda a empresa precisa manter relações com a área de finanças, de modo que obtenham os Administração – EAD 2021 2 recursos financeiros necessários para que o trabalho possa ser feito; a área de recursos humanos precisa apoiar as demais áreas para auxiliar na alocação e gestão de pessoas. Uma forma de visualizar a organização e suas partes é por meio de suas áreas funcionais, que podem ser: ÁREAS FUNCIONAIS FINS Englobam as funções e as atividades desenvolvidas, diretamente, no ciclo de transformação de recursos em produtos e serviços, bem como a colocação no mercado. Podem pertencer a esta categoria as seguintes áreas funcionais: • Administração de marketing: é a função relativa à identificação das necessidades de mercado, bem como à colocação dos produtos e serviços junto aos consumidores. • Administração da produção: é a função relativa à transformação das matérias-primas e dos conhecimentos em produtos e serviços a serem colocados no mercado. ÁREAS FUNCIONAIS MEIOS Congregam as funções e atividades que proporcionam os meios para que haja a transformação de recursos em produtos e serviços, e sua colocação no mercado. Podem ser deste tipo, para uma empresa industrial e comercial qualquer, as seguintes áreas funcionais: • Administração financeira: é a função relativa ao planejamento, captação, orçamento e gestão dos recursos financeiros, envolvendo também os registros contábeis das operações realizadas nas empresas. • Administração de materiais: é a função relativa ao suprimento de materiais, serviços e equipamentos, bem como a normatização, armazenamento e movimentação de materiais e equipamentos das empresas. • Administração de recursos humanos: é a função relativa ao atendimento dos recursos humanos da empresa, planejamento e gestão desses recursos, de seus desenvolvimentos, benefícios, obrigações sociais etc. • Administração de serviços: é a função relativa ao transporte de pessoas, administração de escritórios, documentação, patrimônio imobiliário da empresa, serviços jurídicos, segurança etc. • Gestão empresarial: é a função relativa ao planejamento empresarial e ao desenvolvimento do sistema de informações. Além das interações que acontecem entre as partes internas da organização, dentro da teoria sistêmica é importante destacar as relações da organização com o seu ambiente externo. Ele é composto por tudo que está fora da empresa, como os concorrentes, os clientes, os fornecedores, o governo. Considerando que mudanças podem ocorrer no ambiente externo, as organizações devem se antecipar às mudanças e também se adaptar a elas quando estas já ocorreram, pois assim as organizações poderão se manter atualizadas e competitivas. Assim, podem ocorrer situações em que a empresa tem que modificar sua estrutura organizacional para melhor atuar e reagir às ações ambientais externas. Um exemplo disso é quando toda a concorrência cria um Serviço de Atendimento ao Cliente (SAC) para melhorar o relacionamento com ele e, para não ficar atrás da concorrência, a empresa também cria uma área de SAC dentro da sua estrutura organizacional. AMBIENTE E MUDANÇA ORGANIZACIONAL A era do conhecimento e a integração produtiva e de mercados em escala global pressionam as organizações por mudanças. São mudanças que podem exigir a reconfiguração completa não só dos elementos tecnológicos, mas também de toda a arquitetura da organização. Deve-se buscar a sintonia no relacionamento com todos os interessados na empresa, incluindo clientes, funcionários, fornecedores, proprietários e demais agentes que sofram influência do negócio. Uma visão de totalidade que oportunize a integração entre as partes internas e a coordenação de operações em redes interorganizacionais (a integração com fornecedores, por exemplo) pode contribuir para a excelência do formato empresarial. Diante desse quadro, o mundo dos negócios tem sido constantemente confrontado com a apresentação de novos desenhos organizacionais. São novas possibilidades de organizar o trabalho que surgem não só por modismos criados pela "indústria do management",mas também por força de valores emergentes na sociedade, que exigem uma resposta por parte dos administradores. O foco no cliente e a inovação de produtos e processos são princípios de gestão que têm sido crescentemente incorporados. A gestão estratégica de pessoas, por sua vez, traz em seu bojo um conjunto de Administração – EAD 2021 3 princípios que amplia cada vez mais as possibilidades do ser humano nas organizações. Os profissionais têm buscado cada vez mais um significado, reconhecimento e qualidade de vida em seu trabalho. É preciso projetar organizações que oportunizem a aprendizagem e a inovação, tendo em vista inseri-las competitivamente em uma economia globalizada, que prima pelo uso intensivo do conhecimento e da capacidade humana de criar. Portanto, fique atento às mudanças que ocorrem fora da empresa e busque estar sempre atualizado acompanhando notícias em jornais e revistas. 02 - ESTRUTURA ORGANIZACIONAL - ORGANOGRAMA Organograma é um gráfico que representa a estrutura formal de uma organização. Eles mostram como estão dispostas as unidades funcionais, a hierarquia e as relações de comunicação existentes entre estes. O organograma ajuda a visualizar: • Funções importantes que estejam sendo negligenciadas. • Funções relegadas a segundo plano ou até mesmo ausentes. • A visualizar funções duplicadas. • Visualizar funções mal distribuídas. • Facilitar o sistema de informação. • Fluxo de comunicação dentro da empresa. • Cria interação de cargos. • Auxilia a graduar e classificar trabalhos e tarefas. • Visualizar melhor as necessidades de mudanças organizacionais. • No crescimento da empresa. Ele deve permitir a visualização da estrutura da empresa de forma simples e direta. Por ser estático, é uma espécie de retrato do esqueleto organizacional da empresa e não contem qualquer descrição de funções ou atribuições dos ocupantes dos cargos. É constituído de retângulos, quadrados ou círculos, ligados por linhas horizontais e verticais. Os retângulos representam os órgãos ou cargos da organização, enquanto as linhas representam os canais de comunicação. TIPOS DE ORGANIGRAMAS Há vários tipos de Organogramas, cada um apresenta características próprias. Seriam eles: ORGANIGRAMA CLASSICO Usado para representar um resumo das informações estruturais. Neste tipo de modelo as unidades organizacionais são representadas por retângulos, em que se indica seus títulos, que devem refletir suas metas de trabalho particulares. A altura de colocação dos retângulos é estabelecida em função da posição hierárquica de cada unidade na organização: DEPARTAMENTO DE SISTEMAS E MÉTODOS DEPARTAMENTO DE RECURSOS HUMANOS Administração – EAD 2021 4 O organograma clássico é a representação de unidades especializadas em assessoramento, trabalho solicitado para estudo apresentação de soluções de um problema. As unidades de assessoramento podem ser chamadas de staff, diferenciando das demais, chamadas unidades de linha. • Linha – confere ao superior hierárquico o direito de dar ordens a seus subordinados e de delegar parte de sua autoridade diretamente. • Assessoria ou staff – quando uma pessoa recebe poderes para fazer pesquisas, levantamentos e trabalhos em áreas específicas, ou ainda, quando tem a atribuição de prestar aconselhamento sobre determinados assuntos. • Funcional – permite a um cargo ou a um órgão atuar sobre elementos não ligados diretamente a ele, apenas em relação a assuntos específicos a sua função na organização. O Recursos Humanos pode atuar sobre qualquer indivíduo da empresa, dentro da área específica de sua atribuição, da mesma forma, em relação a um órgão da empresa ou a um departamento, setores, etc. ORGANOGRAMA NÃO CLÁSSICO • Em barras – representados por intermédio de longos retângulos a partir de uma base vertical, cujo tamanho do retângulo é diretamente proporcional à importância da autoridade que representa. • Setorial ou setograma (em setores) – são elaborados por meio de círculos concêntricos, os quais representam os diversos níveis de autoridade a partir do círculo central, em que localiza-se autoridade maior da empresa. • Solar ou circular (radial) – seu objetivo é mostrar o macrossistema das empresas componentes de um grande grupo empresarial. • Lambda – apresentam apenas grupos de órgãos que possuam características comuns. • Bandeira – apresentam grupos de órgãos que possuem uma missão especifica e bem definida na estrutura organizacional, normalmente em quatro níveis • Organograma linear de responsabilidade (OLR) – possui um diferencial em relação aos demais, pois a sua intenção não é apresentar o posicionamento hierárquico, mas, sim, o inter- relacionamento entre diversas atividades e os responsáveis por cada uma delas. • Informativo – apresenta o máximo de informações de diversas naturezas relacionadas com cada unidade organizacional da empresa. • Dial de Wyllie – na forma de um disco separado por círculos concêntricos conforme o grau hierárquico e dentro de tais sessões; tem por objetivo representar organizações de hierarquia dinâmica, com vinculações variando conforme o desenvolvimento de novos projetos interdepartamentais. Em um momento de concorrência acirrada, em que os empresários, dirigentes, gerentes e administradores precisam tomar decisões cada vez mais importantes e mais rápidas, surge a necessidade de estruturação para a gestão estratégica dos negócios. Assim, com a elaboração formal de um organograma, pode-se Administração – EAD 2021 5 melhorar o desempenho da organização, já que no mundo dos negócios não se pode administrar o que não se pode medir. A dependência para alcançar os níveis de desempenho e os resultados desejados é enorme, necessitando atender a relevância estratégica e operacional, baseadas em responsabilidades definidas formalmente. O objetivo do organograma é ilustrar de forma clara cada departamento da empresa e seus colaboradores em questão, com intuito de esclarecer dúvidas de clientes, parceiros e fornecedores. Seu ponto positivo é garantir a agilidade da percepção das áreas de negócios, ou seja, entender quem é o responsável, quais departamentos podem crescer e para onde os colaboradores podem almejar uma evolução. Em contrapartida, quanto se tem um organograma, as pessoas se tornam muito engessadas, mantendo uma hierarquia que muitas vezes, pode atrapalhar o andamento dos departamentos e, em alguns casos, até influenciar no desenvolvimento dos funcionários por barreiras burocráticas. 03- FORMALIZAÇÃO DA ESTRUTURA - FLUXOGRAMAS Todos os processos de uma organização devem ser documentados. Após serem levantadas as informações sobre um determinado processo é necessário que se elabore uma representação gráfica (figura) que o retrate. Tal representação gráfica recebe o nome de fluxograma. Fluxograma é a representação gráfica que apresenta a sequência de um trabalho, de forma analítica, caracterizando as operações, os responsáveis e/ou unidades organizacionais envolvidas no processo. O fluxograma tem por objetivo: • Facilitar a leitura e o entendimento das atividades realizadas; • Padronizar a representação dos métodos e procedimentos administrativos; • Possibilitar maior rapidez na descrição dos métodos administrativos; • Facilitar a análise de atividades e de processos; • Identificar as atividades críticas de um processo; • Conhecer a sequência de realização das atividades, o que oferece uma visão global do processo; • Documentar processos para análises futuras, modificações e implementação de melhorias. As informações básicas, representadas em um fluxograma, podem ser relacionadas aos seguintes aspectos: • Os tipos de operações ou trâmites que integram o circuito de informações; • O sentido de circulação ou fluxo de informações; • As unidades organizacionais em que se realiza cada operação; TIPOS DE FLUXOGRAMASSão dois os tipos principais de fluxogramas, o vertical e o horizontal. A seguir estudaremos o que é e como se elabora cada um. FLUXOGRAMA VERTICAL O fluxograma vertical também é chamado de folha de análise, folha de simplificação do trabalho, ou diagrama de processo, e é elaborado para representar rotinas simples em seu processamento analítico numa unidade organizacional específica da empresa. Administração – EAD 2021 6 O fluxograma vertical é formado de colunas verticais; em uma coluna são colocados os símbolos convencionais de operação, transporte, arquivamento, demora e inspeção; em outra coluna é colocada a descrição do método atual e, por último, uma coluna em que consta o profissional ou unidade organizacional que executa a operação. Os símbolos mais comuns utilizados em fluxogramas verticais são: FLUXOGRAMA HORIZONTAL O fluxograma horizontal é uma forma de representação gráfica utilizada quando os processos descritos envolvem uma grande quantidade de ações, decisões, funções e áreas. Os seguintes símbolos são utilizados para que possam ser elaborados: O fluxograma de colunas é o mais utilizado pelas empresas. Os seus aspectos principais são os seguintes: • É utilizado tanto no levantamento quanto na descrição de novas rotinas e procedimentos; e • Permite demonstrar, com maior clareza, o fluxo de informações e de documentos, dentro e fora da unidade organizacional considerada. RECOMENDAÇÕES GERAIS PARA A ELABORAÇÃO DE FLUXOGRAMAS Durante a elaboração do fluxograma, devem ser observados alguns cuidados: • Inicie fazendo um rascunho da visão global do sistema, você estará contemplando-o na íntegra; Administração – EAD 2021 7 • Quando o rascunho estiver pronto, discuta-o com os demais colaboradores; • Não existe uma regra para definir o nível de detalhamento adequado para o fluxograma. O ideal é que se construa um macrofluxograma considerando um tipo de visão (por área, departamento, informação). Posteriormente, por módulos, efetue o detalhamento de cada um deles; • Não se esqueça que o excesso de detalhes pode complicar mais do que explicar. • Divida a folha do fluxograma em colunas, colocando as áreas envolvidas na sequência lógica; • O sentido da circulação no fluxo é dado pelas linhas de ligação; elas fornecem a sequência das operações. 04 - GERENCIAMENTO DE PROCESSOS E TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO As funções gerenciais da administração da produção A administração da produção e operações preocupa-se com o planejamento, a organização, a direção e o controle das operações produtivas, de modo a se harmonizarem com os objetivos da empresa (SLACK, 2009). O planejamento dá as bases para todas as atividades gerenciais futuras ao estabelecer linhas de ação que devem ser seguidas a fim de satisfazer objetivos estabelecidos, bem como estipula o momento em que essas ações devem ocorrer. Dentro do planejamento, conforme Slack (2009), destacam-se três níveis importantes: • Estratégico: são as políticas corporativas, grandes decisões, como a escolha de uma linha de produtos e localização de novas fábricas, de longo prazo e alto grau de risco e incerteza. • Tático: envolve a alocação e utilização de recursos, suas decisões estão concentradas a nível gerencial, são de médio prazo e moderado grau de risco e incerteza. O planejamento agregado à produção é um exemplo. • Operacional: está focado nas operações produtivas, como o planejamento e controle da produção e controle de estoques, de curto prazo e pequeno grau de risco e incerteza. Organização é o processo de juntar (combinar) os recursos produtivos: pessoal (mão de obra), matérias-primas, equipamentos e capital. Os recursos são essenciais à realização das atividades planejadas, mas devem ser organizados coerentemente para um melhor aproveitamento. Direção é o processo de transformar planos que estão no papel em atividades concretas, designando tarefas e responsabilidades específicas aos funcionários, motivando-os e coordenando seus esforços. O controle envolve a avaliação do desempenho dos funcionários, de setores específicos da empresa e dela própria como um bloco, e a consequente aplicação de medidas corretivas, se necessário. O SISTEMA DE PRODUÇÃO Definimos "sistema de produção" como o conjunto de atividades e operações inter-relacionadas envolvidas na produção de bens (caso de indústrias) ou serviços. Distinguem-se no sistema de produção alguns elementos constituintes fundamentais. São eles os insumos, o processo de criação ou conversão, os produtos ou serviços e o subsistema de controle (SLACK, 2009). Os insumos são os recursos a serem transformados diretamente em produtos, como as matérias- primas, e mais os recursos que movem o sistema, como a mão de obra, o capital, as máquinas e equipamentos, as instalações, o conhecimento técnico dos processos etc. O processo de conversão, em manufatura, muda o formato das matérias-primas ou muda a composição e a forma dos recursos. Em serviços, não há propriamente transformação: o serviço é criado, a tecnologia é mais baseada em conhecimento (know-how). Subsistema de controle é a designação genérica que se dá ao conjunto de atividades que visa assegurar que programações sejam cumpridas, que padrões sejam obedecidos, que os recursos estejam sendo usados de modo eficaz e que a qualidade desejada seja obtida. O subsistema de controle, pois, promove a monitoração dos três elementos do sistema de produção (SLACK, 2009). Administração – EAD 2021 8 TIPOS DE SISTEMAS DE PRODUÇÃO A classificação dos sistemas de produção, principalmente em função do fluxo do produto, reveste-se de grande utilidade na classificação de uma grande variedade de técnicas de planejamento e gestão da produção. Tradicionalmente, os sistemas de produção são agrupados em três grandes categorias: a) Sistemas de produção contínua ou de fluxo em linha. b) Sistemas de produção por lotes ou por encomenda (fluxo intermitente). c) Sistemas de produção de grandes projetos sem repetição. SISTEMAS DE PRODUÇÃO CONTÍNUA (FLUXO EM LINHA) Os sistemas de produção contínua ou fluxo em linha apresentam uma sequência linear para se fazer o produto ou serviço. Os produtos são bastante padronizados e fluem de um posto de trabalho para outro numa sequência prevista. Às vezes, os sistemas de fluxo em linha aparecem subdivididos em dois tipos (SLACK, 2009): - A produção em massa, para linhas de montagem de produtos os mais variados possíveis. - Produção contínua propriamente dita, nome reservado nessa classificação para as chamadas indústrias de processo, como química, papel, aço etc. Esses processos contínuos tendem a ser altamente automatizados e a produzir produtos com elevado grau de padronização, sendo qualquer diferenciação pouco ou nada permitida. De uma forma geral, os sistemas de fluxo em linha são também caracterizados por uma alta eficiência e acentuada inflexibilidade. Grandes volumes de produção devem ser mantidos para se recuperar o custo de equipamentos especializados, o que requer um conjunto padrão de produtos estabilizados ao longo do tempo. A produção em massa, nas chamadas linhas de montagem, é caracterizada pela fabricação em larga escala, de poucos produtos com grau de diferenciação relativamente pequeno: automóveis, geladeiras, fogões, aparelhos de ar condicionado etc. Henry Ford é considerado o "pai" da produção em massa. O engenheiro americano notou que era muito mais barato e rápido produzir um modelo de automóvel padronizado. De acordo com o sistema fordiano de produção, o automóvel passava por uma esteira de montagem em movimento, e os operários colocavam as peças. Logo, cada operário deveria cumprir uma função específica. Dessa forma, existiam operários para determinadas funções (pintura, colocar pneus, direção, motor etc.). Finalmente, alguns fatores devem ser cuidadosamente analisados antes da adoção de um sistema de fluxo em linha. Além da competição,pode-se citar o risco de obsolescência do produto, a monotonia dos trabalhos para os empregados e os riscos de mudança tecnológica no processo. SISTEMAS DE PRODUÇÃO INTERMITENTE (FLUXO INTERMITENTE) Nesse caso, a produção é feita em lotes. Ao término da fabricação do lote de um produto, outros produtos tomam o seu lugar nas máquinas. O produto original só voltará a ser feito depois de algum tempo, o que caracteriza uma produção intermitente de cada um dos produtos. Quando os clientes apresentam seus próprios projetos de produto, devendo a empresa fabricá-lo segundo essas especificações, temos a chamada produção intermitente por encomenda (SLACK, 2009). No sistema de produção intermitente, os equipamentos e as habilidades dos trabalhadores são agrupados em conjunto, definindo um tipo de arranjo físico conhecido como funcional ou por processo. O produto flui, de maneira irregular, de um centro de trabalho a outro. O equipamento é do tipo genérico, ou seja, são equipamentos que permitem adaptações dependendo das particulares características das operações que estejam realizando no produto. A própria adaptabilidade do equipamento exige uma mão de obra mais especializada, em virtude das constantes mudanças em calibragens, ferramentas e acessórios. Embora esses equipamentos permitam uma grande facilidade para mudança no produto ou no volume de produção, o tempo que se perde nos constantes rearranjos de máquina leva a uma relativa ineficiência. Em suma, o que o sistema de produção intermitente ganha em flexibilidade diante da produção contínua, ele perde em volume de produção. Justifica-se, portanto, a adoção de um sistema intermitente quando o volume de produção for relativamente baixo. A produção de móveis é um exemplo de sistema de produção intermitente. Administração – EAD 2021 9 SISTEMA DE PRODUÇÃO PARA GRANDES PROJETOS O sistema de produção para grandes projetos diferencia-se bastante dos tipos anteriores. Na verdade, cada projeto é um produto único, não havendo, rigorosamente falando, um fluxo do produto. Nesse caso, tem-se uma sequência de tarefas ao longo do tempo, geralmente de grande duração, com pouca ou nenhuma repetição das atividades. Uma das características marcantes dos projetos é o seu alto custo e a dificuldade gerencial no planejamento e controle. Exemplos de projetos incluem a produção de navios, aviões, edifícios, grandes estruturas etc. (SLACK, 2009). Obras de grande porte, como o Rodoanel, em São Paulo, fazem parte dos sistemas de produção para grandes projetos. 05 - GESTÃO DE PROCESSO PRODUTIVO E QUALIDADE GESTÃO DA PRODUÇÃO Em geral, a área que cuida da gestão de processos produtivos e da qualidade em uma empresa chama-se administração da produção e operações. A administração da produção e operações pode ser definida como o gerenciamento dos recursos diretos que são necessários para a geração de produtos e serviços de uma organização. O mercado consumidor influencia a estratégia corporativa da companhia. Essa estratégia está baseada na missão da empresa e reflete como ela planeja usar todos os seus recursos e suas funções (marketing, finanças, produção e operações) para obter uma vantagem competitiva. A estratégia de produção e operações, por sua vez, irá definir como a empresa irá utilizar seus recursos de produção (pessoas, instalações, máquinas e equipamentos, tecnologia, conhecimento etc.) para apoiar a estratégia corporativa. Basicamente, é a administração de produção e operações que irá fazer "acontecer" a estratégia corporativa (SLACK, 2009). Ao longo do tempo, a designação de administração da produção vem sendo confundida com a atividade fabril (produção). Ao ouvi-la, as pessoas logo imaginam um local cheio de máquinas, pessoas andando de um lado para o outro, produtos sendo fabricados, vagões ferroviários ou caminhões sendo carregados ou descarregados, e assim por diante. Não resta dúvida de que tudo isso tem a ver com a administração da produção, mas a imagem é incompleta. Bancos, hospitais, escolas e aeroportos, que representam atividades classificadas como serviços, têm também a ver com os conceitos e as técnicas utilizadas pela administração da produção e operações. Como a extensão desses conceitos e técnicas às atividades de serviços é relativamente recente, nem sempre a adaptação é perfeita, e vem se processando gradativamente (CORREA; CORREA, 2008). DISTINÇÃO ENTRE PRODUTOS E SERVIÇOS A atividade industrial, em sua forma mais característica, implica na fabricação de um produto físico, tangível, como uma geladeira, um automóvel ou até mesmo um parafuso. Por sua vez, um serviço é prestado, e a prestação desse serviço implica em uma ação, embora meios físicos possam estar presentes para facilitar ou justificar o serviço. Quando somos examinados por um médico, a prestação de um serviço consiste na ação exame – diagnóstico – prescrição. Quando estudamos em uma universidade, a prestação do serviço consiste em colocar à nossa disposição os conhecimentos dos professores, dos livros, das revistas etc. Nesses dois casos, não há um bem físico envolvido, embora meios físicos sejam usados na prestação do serviço. O médico utiliza-se de instrumentos para o exame, e a escola precisa ter salas de aula, quadro-negro, giz, biblioteca etc. Esses meios físicos são indispensáveis, mas não constituem o serviço em si. Por outro lado, para que produtos e serviços sejam oferecidos ao público, as atividades correspondentes Administração – EAD 2021 10 devem ser planejadas, organizadas e controladas, e é aqui que se justifica que ramos tão diferentes naquilo que colocam à disposição dos clientes possam ser estudados em conjunto. Em ambos os casos, é necessário, por exemplo, determinar o tamanho da fábrica, do hospital ou da escola, ou seja, decisões sobre capacidade devem ser tomadas, como: a localização da fábrica, do hospital ou da escola e, finalmente, são comuns as atividades de programação da rotina diária e de seu controle (CORREA;CORREA, 2008). Diferenças entre empresas industriais e de serviços: CARACTERISTICAS EMPRESAS INDÚSTRIAS DE SERVIÇOS Produtos Tangível Intangível Estoques Comum Impossível Padronização de Insumos Comum Dificil Inflência da Mão de Obra Média/Pequena Grande Padronização dos Produtos Comum Dificil O SISTEMA DE PRODUÇÃO A função produção/operação pode ser vista como um sistema. Segundo Russell Ackoff, "um sistema é um todo que não pode ser separado sem que ocorra a perda de suas características essenciais e, por isso, deve ser estudado como um todo" (apud GAITHER; FRAIZER, 2007). É nesse enfoque que iremos estudar um sistema de produção. Um sistema de produção recebe insumos (inputs) na forma de materiais, pessoal, serviços públicos e informação. Esses insumos são modificados em um processo de transformação para produtos e serviços desejados, denominados resultados (outputs). Observe a figura: ela representa um modelo genérico de um sistema de produção, também conhecido como um processo de transformação. Essa lógica pode ser usada para qualquer organização. 06 - ANALISE EM PROCESSOS EM MANUFATURA / TEORIA DAS RESTRIÇÕES ANALISANDO PROCESSOS EM MANUFATURA Iniciaremos apresentando alguns conceitos importantes, tais como: • Processo de múltiplos estágios: processo que possui mais de uma etapa. • Processo híbrido: processo de múltiplos estágios que consiste de mais de um tipo de processo. • Sistema de produção para estoque: processo para fabricação de produtos altamente padronizados para inventário de produtos acabados – as setas indicam o ciclo de pedido do cliente. Administração – EAD 2021 11 • Sistema de produção contra- pedido: processo de fabricação para produtos personalizados para atender as necessidades individuais dos clientes – as setas indicam o ciclo de pedido do cliente. • Modularização: utilização de componentes padronizados nas submontagens paraproduzir produtos personalizados – As setas indicam o ciclo de pedido do cliente. Davis (2001) descreve que a maioria dos processos que encontramos possui mais de um estágio ou etapa de produção de determinados produtos ou serviços, o que caracteriza processos de múltiplos estágios, que também podem conter diferentes tipos de processos em cada uma das etapas de fabricação, isso caracterizaria processos híbridos. Em um determinado mercado, diferentes empresas podem adotar diferentes tipos de processos para produzir o mesmo produto ou produtos similares, esta abordagem produz uma alta padronização dos produtos para atender às necessidades dos clientes. A fabricação para estoque e fabricação contra pedido depende da estratégia operacional e do tipo de produto que vai ser fabricado. Um sistema que produz estoque é compatível com a produção de um produto altamente padronizado que pode ser armazenado em um estoque final, para ser entregue ao cliente rapidamente, relata Davis (2001). Dessa forma, a demanda é previsível para os pedidos futuros de clientes. Já os sistemas contra pedidos: - O sistema contra pedidos limita o processo de produção a poucos números de variação a poucos itens altamente padronizados. O processo de modulação tenta combinar alta eficiência com algum grau de padronização, onde o processo de montagem do produto a partir de inúmeros componentes individuais padronizados. Este processo, segundo Davis (2001), é muito utilizado em indústrias de computadores, mas tal processo também pode ser utilizado em serviços por exemplo em restaurantes. COMPACTAÇÃO E DEPENDÊNCIA A relação entre vários estágios em um processo e frequentemente definida como o grau de compactação no processo. Processos considerados muito compactos, tais como linha de montagem, possuem um alto grau dependência entre os estágios. Davis (2001) explica que se uma máquina para por causa de um problema de quebra de máquina em um estágio inicial no processo, o trabalho para imediatamente em todas as operações consequentes. Ao exemplificar esta situação, percebe-se: GARGALOS A capacidade de cada estágio em um processo com vários estágios pode variar, frequentemente, por inúmeras razões, incluindo diferentes taxas de saída dos diferentes equipamentos que compõem o processo global. Nesta situação, os processos com menor capacidade são conhecidos como gargalos dos processos, isso é uma situação existente sempre que um processo tiver capacidade inferior a sua demanda, aos analisar este processo, ajusta-o aliviando o processo gargalo e este será transferido para outro processo gargalo e assim por diante, com o objetivo de aumentar a capacidade potencial do equipamento e do processo. Administração – EAD 2021 12 Avaliando unicamente a capacidade disponível nesta situação, sem considerar a demanda existente descreve Davis (2001), que é importante, quando da análise da necessidade de capacidade de processo, não confundir com a capacidade do processo com a demanda pelo produto da empresa. Muitas empresas, para a análise deste gargalo, utilizam os conceitos do fluxograma de processo para definirem sua sequência de forma gráfica e facilitar a visualização do processo global de produção, assim, tem-se uma atividade prioritária para análise e melhoria com uma ferramenta de visualização. 07 - INDICADORES DE DESEMPENHO PARA AVALIAÇÃO DA GOVERNANÇA CORPORATIVA A avaliação da governança corporativa pode ser efetuada por uma série de indicadores de desempenho, alguns de natureza quantitativa, outros de natureza qualitativa, financeira e não financeiras. Conforme Oliveira (2006), indicador de desempenho é o parâmetro e o critério de avaliação previamente estabelecidos que permitem a verificação da realização, bem como da evolução da atividade ou do processo na empresa ou negócio. O autor apresenta 67 indicadores de desempenho, separados em 8 grupos, com base na Fundação Programa Nacional de Qualidade (FPNQ) e no Balanced Scorecard (BSG). Esses 8 grupos são os seguintes: Grupo 1 – 11 indicadores sob a perspectiva de mercados e clientes. Grupo 2 – 8 indicadores sob a perspectiva financeira. Grupo 3 – 11 indicadores sob a perspectiva de processos. Grupo 4 – 6 indicadores sob a perspectiva do aprendizado e da inovação. Grupo 5 – 10 indicadores sob a perspectiva da responsabilidade social. Grupo 6 – 13 indicadores sob a perspectiva de gestão de pessoas. Grupo 7 – 4 indicadores sob a perspectiva da aquisição e dos fornecedores. Grupo 8 – 4 indicadores sob a perspectiva do ambiente organizacional. INDICADORES FINANCEIROS Para esses indicadores, vamos tomar como base o seguinte DRE simplificado da Empresa Alfa: • Lucro líquido - É o resultado da receita bruta menos os custos e despesas do período • Lucratividade - É o resultado da divisão do lucro líquido pela receita bruta • Margem bruta - É o resultado da divisão entre o resultado bruto e a receita líquida. • Lucro por ação - É o resultado da divisão do lucro após o IR pelo número de ações emitidas • Rentabilidade do investimento - A taxa de rentabilidade do investimento é calculada da seguinte forma: lucro líquido dividido pelo investimento. • Prazo de retorno do investimento - O prazo de retorno do investimento realizado é calculado da seguinte forma: investimento dividido pelo lucro líquido. • Rentabilidade sobre o patrimônio líquido - É a divisão do lucro líquido pelo patrimônio líquido • Liquidez corrente - É o resultado da divisão do ativo circulante pelo passivo circulante. Mede a capacidade da empresa de saldar seus compromissos imediatos. • Crescimento da receita - É o total da receita no período atual dividido pelo total da receita no período anterior. • Participação no mercado - Percentual que a empresa possui das vendas totais do setor em que participa. INDICADORES NÃO FINANCEIROS • Produtividade - Resultado da divisão do resultado obtido pelo esforço despendido • Desperdício - Medido pelo percentual de materiais perdidos em relação ao total utilizado. Administração – EAD 2021 13 • Retenção de pessoas-chave - Número de pessoas-chave com elevado conhecimento que se desligaram espontaneamente nos últimos 12 meses dividido pelo total de pessoas-chave da empresa. • Satisfação - Percentual de pessoas que se declararam suficientemente motivadas e satisfeitas. É feita uma pesquisa com os diversos níveis hierárquicos. 08 – MELHORIA DE PROCESSO MELHORIA DE PROCESSOS Melhoria de processos é um estudo sistemático das atividades e fluxos de cada processo para melhorá-lo. Sua finalidade é extrair detalhes da cada processo, para que possa ser entendido e melhorado. Um processo envolve o uso dos recursos de uma organização para fornecer algo de valor. Nenhum serviço pode ser prestado e nenhum produto pode ser produzido sem um processo e nenhum processo pode existir sem pelo menos um serviço ou produto. Desta forma melhorar os processos e estar a frente de seus concorrentes e obter uma vantagem competitiva. Mas quando é a hora de melhorar veremos alguns conceitos usados por Krajewski (2009), tais como quando: • Existe um hiato entre prioridades competitivas e capacidades competitivas; • Está sendo oferecido um serviço ou produto novo ou substancial modificado; • Os concorrentes estão ganhando ao usar um novo processo; • A demanda por um serviço ou produto está mudando; • O custo ou a disponibilidade dos insumos mudou; • As prioridades competitivas mudaram; • Novas tecnologias estão disponíveis; • O desempenho atual é inadequado; • A qualidade deve ser melhorada; • Alguém tem uma ideia melhor. Existem 3 princípios que dizem respeito às decisões de processo e que são particularmente importantes. 1. O elemento essencial para decisões de processo bem sucedidas é fazer escolhas coerentes e que se adaptem à situação. Essas decisões não devem funcionar para finalidades opostas, ou seja, a otimização de umprocesso não deve ser realizada se proporcionar maiores gastos nos demais processos. Um processo mais eficiente é o que combina as características-chave do processo com a adequação estratégica (strategic fit). 2. Embora esta seção esteja focada em processos individuais, eles são blocos modulares que acabam por criar toda a cadeia de valor da empresa. O efeito cumulativo sobre a satisfação do cliente e a vantagem competitiva são enormes. 3. Quer os processos da cadeia de valores sejam realizados internamente quer por fornecedores externos, a gerência deve prestar atenção especial às interfaces entre os Balanced Scorecard: TBSC (Balanced Scorecard) é uma sigla que pode ser traduzida para Indicadores Balanceados de Desempenho, ou, ainda, Cenário Balanceado. O termo “Indicadores Balanceados” se dá por conta de a escolha dos indicadores de uma organização não se restringirem unicamente ao foco econômico-financeiro; as organizações também se utilizam de indicadores focados em ativos intangíveis como: desempenho de mercado junto a clientes, desempenhos dos processos internos e pessoas, inovação e tecnologia. Isso porque a somatória desses fatores alavancará o desempenho desejado pelas organizações, consequentemente criando valor futuro. O Balanced Scorecardreflete o equilíbrio entre objetivos de curto e longo prazo, entre medidas financeiras e não financeiras, entre indicadores de tendências e ocorrências e, ainda, entre as perspectivas internas e externa de desempenho. Administração – EAD 2021 14 processos. Ao ter de líder com essas interfaces, a necessidade de cooperação interfuncional é enfatizada. . KAIZEN Nenhum conceito de melhoria continua, existiria sem a expressão "Kaizen", porque como o próprio nome em sua tradução significa " melhorar continuamente" esta filosofia quando aplicado a empresa identifica os processos de desenvolvimento contínuo nos mais diversos setores e partes da organização, tais como econômico, técnico, eficácia, mas sempre com a preocupação da harmonia e da consideração humana. Este conceito acaba sendo um grande guarda-chuva, que abrange a maioria das práticas voltadas para a qualidade em qualquer âmbito, demostra bem o princípio de sua filosofia: nenhum dia deve ser passar sem que algum tipo de melhoria seja alcançado em algum lugar da empresa. (BALLESTERO-ALVAREZ, 2001). O Kaizen busca o aperfeiçoamento constante (incremental), gradual e sistemático para obter um aumento de produtividade no ambiente de trabalho ele aplica, a redução dos 3 M´s, na expressão japonesa, que são: • Muri: Eliminar a sobrecarga de trabalho. • Muda: Eliminar o desperdício de tempo, produtor, materiais, etc. • Mura: eliminar a irregularidade nas ações, atividades, etc. TIPOS DE KAIZEN Existem duas formas de apresentar a amplitude do Kaizen: Kaizen inovação e Kaizen contínuo. O Kaizen inovação, como o próprio nome diz, visa a algo novo, mudar alguma coisa para facilitar o processo produtivo ou o sistema administrativo está filosofia está próxima dos conceitos da reengenharia e muito usada na qualidade total. O Kaizen Continuo procura manter a continuidade doa avanços já atingidos, visando manter a empresa e os funcionários prontos para atingir um novo patamar quando necessário, procurando manter a empresa sempre alinhada com as novas tecnologias e sistemas que possam contribuir para melhorar o desempenho da empresa. KAIZEN VERSUS REENGENHARIA - DIFERENÇAS Aspectos Kaizen Reengenharia Tipo de mudança Cultural e filosófica Cultural e estrutural Forma de mudança Gradual radical Início No processo existente No ponto zero Frequência De uma vez ou contínua De uma só vez Tempo consumido Curto Longo Nível de participação De baixo para cima De cima para baixo Base fundamental Consenso e sensibilização Autocrático e diretivo Abrangência Dentro das próprias funções Interfuncional e amplo Nível de risco associado Pouco ou moderado Acentuado e alto Tipos de regras Adaptação e evolução Questionamento Apoio principal Estatística Tecnologia da informação MELHORIA DE PROCESSOS INDUSTRIAIS Para Martins (2005) a melhoria de processos se compõe de 4 estágios e um preliminar, como detalha- se a seguir: • Estágio preliminar: Uma nova maneira de pensar. É importante ver as coisas sob todos os aspectos. As coisas objetos de análise devem ser relacionadas em 4 categorias: causa e efeito, oposição, similaridade e proximidade. 1. Estágio: Conceito básico para as melhorias, devemos identificar claramente o problema. Em primeiro lugar, devemos entender que sempre pode haver uma melhoria. Na área industrial deve-se: • Observar as máquinas e tentar descobrir problemas. Administração – EAD 2021 15 • Reduzir os defeitos a zero, mesmo que isso seja aparentemente impossível. • Analisar as operações comuns a produtos diferentes e procurar diminuir os custos. • Procurar os problemas. 2. Estágio: Conceitos básicos para as melhorias. Como melhorar? Para que tenhamos uma melhoria em processo devemos entende-lo, e para isso recorremos a representações gráficas e modelos conceituais. Um dos mais usados e o 5W2H, que significa: • What? (o que?): objeto. • Who? (quem?): sujeito. • How? (como?): método. • Where? (onde?): local. • When? (quando?): tempo. • Why? (por quê?): razão, objetivo, motivo. • How Much? (quanto custa): o valor da atividade executada. 3. Estágio: Planejamento das melhorias. Os passos para que sejam obtidas as melhorias são: • Envolvimento no problema, entendendo-o claramente e, mais, sentindo-o. O cérebro e o subconsciente devem estra envolvidos com o problema. ]• Geração de ideias para a solução. É importante que o envolvimento com os problemas seja separado da geração de ideias para resolvê-lo. Uma das maneiras mais eficazes para a geração de ideias são os métodos do brainstorming. 4. Estágio: Implementação das melhorias. Toda mudança (mesmo que seja para melhor) pode causar problemas. Portanto, deve-se: • Entender o cenário (pessoas, maquinas, etc). • Tomar diferentes ações para que a implantação de resultado. Tais como: • Ações de prevenção: Visando prevenir possíveis problemas (que sejam razoavelmente prováveis), eliminando as causas dos problemas em potencial. A pergunta-chave para verificar que ações de prevenção deve ser estruturadas é: o que pode dar errado. • Ações de proteção: têm objetivo impedir que o problema se alastre, caso tenha ocorrido. • Ações de correção: têm por objetivo remover os efeitos gerados pelo problema ocorrido. Não é eliminada a causa, mas procura-se eliminar os danos decorrentes. 09 - FERRAMENTA BÁSICA PARA A TOMADA DE DECISÃO - GRÁFICO DE PARETO DESENVOLVER E ANALISAR UMA CURVA ABC. CURVA ABC A curva ABC é uma ferramenta de análise e pode ser utilizada para análise de níveis e investimento em estoques, compras margem de lucro e outras. Ferramental comum em reuniões de gerência e diretoria, onde se apresenta os gráficos para tomadas de decisões. O nome da curva ABC se deve ao fato de dividirmos os dados em 3 categorias distintas, denominadas classes: A, B e C. Existem vários conceitos em seus percentuais, usaremos aqui o referenciado por Pozo (2010)., Para se construir a curva ABC, tem-se, segundo Pozo (2010), quatro passos: • Inicialmente, devemos levantar todos os itens do problema a ser resolvido, objeto de análise, com suas respectivas quantidades, preços unitários e preços totais. MATERIAL PREÇO UNITÁRIO ($) CONSUMO ANUAL (UNIDADES) VALOR TOTAL A 1,00 10.000 10,000 B 12,00 10.200 122,400 C 3,00 90.000 270,000 D 6,00 4.500 27,000 E 10,10 7.000 70,700 F 1.200,00 20 24,000 Administração – EAD 2021 16 G 0,60 42.000 25,200 H 2,80 8.000 22,400 I 4,00 1.800 7,200 J 60,00 130 7,800 • Obs.: Multiplique o preço unitário pelo consumo dos períodos analisados para obter o valor total de cada item consumido do estoque. • Colocar os itens em uma tabela decrescente de preços totaise sua somatória total. Essa tabela deve estar composta das seguintes colunas: itens, preço total, preço acumulado e porcentagem. • O próximo passo é dividir cada valor total de cada item pela somatória total de todos os itens e colocar a porcentagem obtida em sua respectiva coluna. • Finalmente, devemos dividir todos os itens em classe A, B e C, de acordo com nossa prioridade e tempo disponível para tomar decisão sobre o problema. MATERIAL PREÇO UNITÁRIO ($) CONSUMO ANUAL (UNIDADES) VALOR TOTAL A 1,00 10.000 10,000 B 12,00 10.200 122,400 C 3,00 90.000 270,000 D 6,00 4.500 27,000 E 10,10 7.000 70,700 F 1.200,00 20 24,000 G 0,60 42.000 25,200 H 2,80 8.000 22,400 I 4,00 1.800 7,200 J 60,00 130 7,800 • Obs.: Multiplique o preço unitário pelo consumo dos períodos analisados para obter o valor total de cada item consumido do estoque. • Nota: Dividindo-se a parte pelo todo e multiplicando por 100, temos o percentual da parte em relação ao todo. Para montagem da curva ABC, foi adotado o critério de Pareto, com base na disponibilidade de tempo, para tomada de decisão, a montagem da curva ficou assim: Ex.: Temos: "as quantidades multiplicamos pelos preços unitários e preços totais." MATERIAL PREÇO UNITÁRIO ($) CONSUMO ANUAL (UNIDADES) VALOR TOTAL A 1,00 10.000 10,000 B 12,00 10.200 122,400 C 3,00 90.000 270,000 D 6,00 4.500 27,000 Administração – EAD 2021 17 E 10,10 7.000 70,700 F 1.200,00 20 24,000 G 0,60 42.000 25,200 H 2,80 8.000 22,400 I 4,00 1.800 7,200 J 60,00 130 7,800 Colocam-se em ordem decrescente os valores identificados e depois se preenche a coluna de acumulado até obter o valor total de desembolso com os itens. POSIÇÃO DO ITEM ITEM DECRESCENTE DEMANDA ACUMULADA % DO VALOR % DO ITEM 01 C 270.000 10.000 46,02 10 02 B 122.400 392.400 66,88 20 03 E 70.700 463.100 78,93 30 04 D 27.000 490.100 83,53 40 05 G 25.200 515.300 87,83 50 06 F 24.000 539.300 91,92 60 07 H 22.400 561.700 95,74 70 08 Z 10.000 571.700 97,44 80 09 J 7.800 579.500 98,77 90 10 I 7.200 586.700 100 100 Obs.: Para achar o percentual de valor obtenha na posição 01 na coluna de demanda acumulada e divida pelo Total acumulado e seu resultado, multiplique por 100 e assim por diante em todas as posições dos itens. Para montagem da curva ABC, foi adotado o critério de Pareto, com base na disponibilidade de tempo, para tomada de decisão, a montagem da curva ficou assim: Obs.: Os percentuais de itens saem direto dos gráficos, na coluna ao lado no item A, transfere-o para o critério, no item B para 30 % deve-se subtrair o valor da tabela do item A para que o ele possa ser acumulado, uma vez que A + B + C = 100% dos itens analisados. Quando subtrairmos o valor de B (87,83%) de 100%, tem-se o valor percentual dos itens Cs. POSIÇÃO DO ITEM ITEM DECRESCENTE DEMANDA ACUMULADA % DO VALOR % DO ITEM 01 C 270.000 10.000 46,02 10 02 B 122.400 392.400 66,88 20 03 E 70.700 463.100 78,93 30 04 D 27.000 490.100 83,53 40 05 G 25.200 515.300 87,83 50 06 F 24.000 539.300 91,92 60 07 H 22.400 561.700 95,74 70 08 Z 10.000 571.700 97,44 80 Administração – EAD 2021 18 09 J 7.800 579.500 98,77 90 10 I 7.200 586.700 100 100 Obs.: Para achar o percentual de valor obtenha na posição 01 na coluna de demanda acumulada e divida pelo Total acumulado e seu resultado, multiplique por 100 e assim por diante em todas as posições dos itens. 10 - OBJETIVOS DE DESEMPENHO: QUALIDADE, RAPIDEZ, FLEXIBILIDADE, CONFIABILIDADE E CUSTO Para as organizações que desejam ser bem-sucedidas a longo prazo, a contribuição de sua função produção é muito importante. A função produção de qualquer organização, seja ela de produtos ou de serviços, propicia suporte à estratégia empresarial, garantindo que os recursos de inputs (entradas) sejam corretamente transformados, gerando os outputs (produtos e serviços) necessários para a satisfação do cliente. Mas como ela garante o sucesso da estratégia empresarial? TRADE-OFFS Uma das questões importantes a ser decidida por qualquer gerente de produção é a prioridade relativa dos objetivos de desempenho, em que a melhoria de um desempenho pode significar a queda do desempenho em outro. É a TEORIA DOS COMPROMISSOS, conhecida como trade-offs. Considera- se a substituição de um aspecto de desempenho por outro (SLACK, 2009). Em outras palavras, é muito difícil atingir um alto desempenho nos cinco critérios competitivos, por exemplo, ter um produto de alta qualidade a um custo muito baixo é um compromisso muito difícil de atingir. Por isso, a teoria dos compromissos sugere que a empresa defina quais são suas prioridades competitivas e desenvolva sua estratégia em cima delas. Vejamos na figura a seguir os cinco objetivos de desempenho para diferentes tipos de organizações: GANHADORES DE PEDIDO X QUALIFICADORES As prioridades competitivas mostram como a produção irá contribuir para ajudar a empresa a ser mais Administração – EAD 2021 19 competitiva. Outra maneira útil de entender como a empresa irá ganhar mercado é identificar quais dos objetivos de desempenho são ganhadores de pedido e quais são qualificadores de pedido (SLACK et al.,2009). Ganhadores de pedido é um critério que o cliente usa para diferenciar os produtos e serviços de uma empresa em relação aos seus concorrentes (SLACK et al., 2009). Qualificadores de pedido é um requisito mínimo que o cliente exige para adquirir produtos e serviços em um ramo de negócios. O cumprimento do critério qualificador de pedido não assegura o sucesso competitivo; ele apenas posiciona a empresa para competir no mercado (SLACK et al., 2009). Vamos tentar imaginar qual seria o critério qualificador e ganhador de pedidos para uma empresa de fast food. Quando você vai a uma praça de alimentação em um shopping procurando por um restaurante de fast food, você provavelmente espera que a sua refeição fique pronta rapidamente. Que critério fará você escolher entre um restaurante e outro? Provavelmente as promoções destacadas em banners, as variedades de lanches oferecidos e a qualidades do produto serão determinantes na sua escolha. Logo, podemos chegar à conclusão de que para uma rede de fast food a rapidez será um critério qualificador de pedido, e o custo, qualidade e flexibilidade poderão ser ganhadores de pedido (KRAJEWSKI et al., 2005). 11 - GESTÃO DA QUALIDADE - DEFINIÇÕES E CONCEITOS Nos mercados altamente competitivos, os gerentes estão reconhecendo o valor da fidelidade do cliente. Para mantê-la, não é suficiente que uma empresa satisfaça seus clientes – é preciso encantar o cliente. Mas é preciso encantar o cliente de maneira contínua e, além disso, proporcionar bons lucros para garantir a sobrevivência da empresa. Mas como conseguir isto? Por meio da Administração da Qualidade Total ou TQM Conforme Slack (2009), o TQM influencia a maioria dos setores industriais, por dois pontos: • As ideias do TQM exercem forte atração intuitiva para a maioria das pessoas – a maioria de nós deseja ser de "alta qualidade". • O foco de TQM na melhoria pode resultar em fortes aumentos de eficácia operacional. Mas qual é a diferença entre TQM e qualidade? Qualidade: um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende perfeitamente, de maneira confiável, de maneira acessível, de maneira segura e no tempo certo às necessidades do cliente. TQM: sistema gerencial aperfeiçoado no Japão, a partir de ideias americanas ali introduzidas logo após a Segunda Guerra Mundial. É baseado na participação de todos os setores da empresa e de todos os empregados no estudo e condução do controle da qualidade. A gestão da qualidade total é mais do que apenas conferir se um produto tem ou não qualidade, é um processo continuo que envolve todos os colaboradores de uma empresa em busca da criação de uma cultura organizacional voltada para a melhoria continua.O TQM não está apenas voltado para o produto ou serviço final, mas sim busca abordar todo o processo que chegou ao resultado final. Ao longo dos anos, muitas pessoas se envolveram na revolução da qualidade. ORIGENS DO TQM A noção de gestão da qualidade total foi proposta por Feigenbaum, em 1957. Posteriormente foi desenvolvida e aperfeiçoada por vários "gurus da qualidade", como Deminf, Juran, Ishikawa, Taguchi e Crosby. A seguir vamos conhecer as contribuições desses pioneiros da qualidade: ARMAND FEIGENBAUM Em 1956, Armand Feigenbaum propôs o conceito de "controle da qualidade total", que inicia com o reconhecimento de que a qualidade é responsabilidade de cada um dentro da organização. Ele deu ênfase à comunicação interdepartamental, principalmente com relação ao controle da produção. Assim como Juran, ele acreditava na importância do custo da qualidade e deu ênfase às formas de medição exatas e ao registro desses custos. Ele acreditava que era necessário um novo tipo de profissional da qualidade, o engenheiro de controle da qualidade, que supervisionaria os elementos interfuncionais. Ele não aplicou a estatística largamente. Os japoneses adotaram seu conceito e ampliaram-no para "controle da qualidade por toda a organização". Em reconhecimento à contribuição de Feigenbaum para a melhoria da qualidade, o Prêmio da Administração – EAD 2021 20 qualidade de Massachussetts foi denominado Armand Feigenbaum (SLACK, 2009). WALTER A. SHEWHART Walter A. Shewhart foi um estatístico da Bell Laboratories que desenvolveu os fundamentos do controle estatístico de processo atual. Shewhart também desenvolveu o ciclo "planejar-executar-verificar-atuar" (PDCA – plan-do-check-act). Antes do ciclo PDCA, as organizações gerenciavam suas atividades como se elas houvessem identificado pontos de início e de fim no processo. O ciclo PDCA utiliza um modelo circular para enfatizar a necessidade de melhoria contínua. O trabalho pioneiro de Shewhart em controle estatístico de processo influenciou fortemente Deming e Juran. W. EDWARDS DEMING Um completo entendimento a respeito de Controle Estatístico do Processo (CEP) é à base da abordagem de Deming para a qualidade. De fato, os japoneses ficaram tão impressionados com seu conhecimento sobre CEP que o convidaram para ensinar esse assunto aos trabalhadores e gerentes japoneses. Ele enfatizou a importância de uma abordagem organizacional global para a gestão da qualidade. Por essa razão, insistiu que a alta gerência assistisse às suas conferências, sabendo que o pessoal de controle da qualidade não poderia dar suporte e manter um esforço contínuo de qualidade em toda a organização. Os japoneses homenagearam a grande contribuição de Deming para o sucesso de suas companhias dando seu nome para o maior prêmio de excelência industrial – o Prêmio Deming (SLACK, 2009). Uma das maiores contribuições de Deming está focada na falácia de que os custos aumentam com a obtenção de produtos de melhor qualidade. Ele demonstrou que apenas o oposto é verdadeiro: um processo de alta qualidade, é, na verdade, menos custoso do que um de baixa qualidade. Quando os produtos são feitos corretamente da primeira vez, economias substanciais advêm da eliminação de pessoal para realizar retrabalhos e reparos e do custo de refugar materiais não conformes. Segundo Deming, 85% dos problemas de qualidade gerados em uma empresa podem ser atribuídos à administração, pois esta tem o poder de tomar decisões que impactam os sistemas e as práticas prevalecentes na empresa. Sua grande experiência em consultorias em companhias como a Ford, Nashua Corp. e Florida Power & Light serviram como base para essa alegação. No decorrer de seu trabalho, Deming identificou 14 pontos que considerou críticos para a melhoria da qualidade (SLACK,2009): 1) Criar constância de propósito para a melhoria do produto e do serviço. 2) Adotar a nova filosofia. 3) Eliminar a tendência de inspeção em massa. 4) Terminar com a prática de decisão nos negócios com base apenas no preço de etiqueta. 5) Melhorar continuamente o sistema de produção e de treinamento. 6) Instituir treinamento. 7) Instituir liderança. 8) Gerenciar sem causar receio. 9) Eliminar as barreiras entre departamentos. 10) Eliminar slogans, advertências e metas para a força de trabalho. 11) Eliminar cotas numéricas. 12) Remover barreiras ao orgulho pelo trabalho. 13) Instituir um forte programa de educação e de treinamento. 14) Colocar todos para trabalhar pelo alcance das metas. JOSEPH M. JURAN Assim como Deming, Juran visitou o Japão rapidamente após o final da Segunda Guerra Mundial, a fim de auxiliar na reconstrução das indústrias japonesas. Da mesma forma que Deming, Juran enfatizou a importância de se produzir produtos de qualidade, e, portanto, dirigiu seus esforços enquanto estava no Japão a ensinar os conceitos de qualidade e suas aplicações no chão de fábrica. Com base em suas experiências em companhias japonesas, Juran desenvolveu uma abordagem para a qualidade focada principalmente em três áreas: (a) planejamento da qualidade, (b) controle da qualidade e (c) melhoria da qualidade. Para ele, a qualidade de um produto é definida como sua adequação ao uso, do ponto de vista do cliente (SLACK, 2009). PHILIP CROSBY Diferentemente de Deming e Juran, que estudaram Estatística, Crosby estudou Engenharia e iniciou sua carreira na manufatura. Depois de trabalhar vários anos em grandes companhias, principalmente em cargos Administração – EAD 2021 21 relacionados à qualidade, Crosby fundou seu próprio "Quality College" na Flórida, em 1979. A filosofia de Crosby, similar em alguns aspectos à de Deming, afirma que qualquer organização pode reduzir seus custos globais totais por meio da melhoria da qualidade de seus processos. Em um de seus primeiros livros, Crosby alega que a "qualidade é investimento". De acordo com Crosby, o custo de fornecer produtos e serviços de baixa qualidade é significativo. GENICHI TAGUCHI Genichi Taguchi contribuiu de modo importante para o aperfeiçoamento da filosofia da gestão da qualidade e para o desenvolvimento de ferramentas da qualidade. Taguchi utiliza uma abordagem de Engenharia para projetar a qualidade, focando em projeto de experimentos para aumentar o lucro e a qualidade dos produtos. Ele deu ênfase à redução da variação, que também é a base de sua abordagem filosófica. Enquanto Juran enfatizou o custo da qualidade para a empresa, Taguchi também se preocupou com o custo da qualidade para a sociedade como um todo. Ele leva os conceitos de falha externa de Juran mais além, incluindo não só o custo para a empresa que produz o produto defeituoso, mas também o custo para a empresa que o aceita, o cliente que compra e o utiliza, e assim por diante. Sua perspectiva dualista de "engenharia e filosofia" mostra o quanto é perdido quando os produtos não atendem às especificações, o que aumenta os riscos dos gerentes preocupados com a qualidade de seus produtos e serviços. CONCEITO DE GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL Conforme Slack (2009), o TQM, portanto, é uma filosofia, uma forma de pensar e trabalhar, que se preocupa com o atendimento das necessidades e das expectativas dos consumidores. O TQM busca mover o foco da qualidade como uma atividade operacional para um modo de agir e pensar que deve ser compartilhado por todos em uma organização, do presidente ao operário de chão de fábrica. Conforme o que estudamos até agora, podem elencar os princípios da gestão da qualidade total: • Foco no cliente. • Visão e comprometimento de longo prazo com a qualidade. • Melhoria contínua: uso de metodologias e ferramentas. • Abordagem científica: decisão baseada em fatos, priorização dos problemas críticos. • Educação e treinamento. • Envolvimento e comprometimento dos recursos humanos. 12 - PROGRAMAS DE QUALIDADEINTRODUÇÃO À GESTÃO DA QUALIDADE TOTAL Conforme os conceitos de processos em Gestão de Projetos, a Gestão Total da Qualidade pode ser compreendida como um sistema administrativo aperfeiçoado no Japão, a partir das ideias americanas ali introduzidas logo após a Segunda Guerra Mundial. É conhecida pela sigla TQC. Como praticada no Japão, é baseada na participação de todos os setores da empresa e de todos os empregados no estudo e condução do controle da qualidade. É baseada em elementos de várias fontes: emprega o método cartesiano, aproveita o controle estatístico de processo, adota os conceitos sobre comportamento humano lançado por Maslow e aproveita todo o conhecimento ocidental sobre qualidade, principalmente o trabalho de Juran (CAMPOS,2004). TQC é o controle exercido por todas as pessoas para a satisfação das necessidades de todas as pessoas. CONCEITO DE PROCESSO A Gestão da Qualidade Total é baseada na gestão de processos em todos os níveis hierárquicos de uma empresa, desde o presidente até os operadores. Processo é um conjunto de causas que provoca um ou mais efeitos (CAMPOS, 2004). Uma empresa é um processo, e dentro dela existem vários processos: não só processos de manufatura, como também processos de serviços. Administração – EAD 2021 22 ITENS DE CONTROLE DE UM PROCESSO Conforme Falconi Campos (2004), cada processo pode ter um ou mais resultados (efeitos, fins). Para que se possa gerenciar cada processo, é necessário medir os seus efeitos. Os itens de controle de um processo são índices numéricos estabelecidos sobre os efeitos de cada processo para medir sua qualidade. Os itens de controle de um processo são índices numéricos estabelecidos sobre os efeitos de cada processo para medir sua qualidade (CAMPOS, 2004). Portanto, um processo é gerenciado por meio de seus itens de controle que medem a qualidade. DEFINIÇÃO DE PROBLEMA Um problema é o resultado indesejável de um processo. Como o item de controle mede o resultado de um processo, podemos dizer que: Problema é um item de controle com o qual não estamos satisfeitos. CONCEITO DE CONTROLE Manter sob controle é saber localizar o problema, analisar o processo, padronizar e estabelecer itens de controle de tal forma que o problema nunca mais ocorra. Conforme Campos (2004), na visão de qualidade total japonesa, quando um problema ocorre, não existe culpado, e sim existem causas que devem ser buscadas por todas as pessoas da empresa de maneira voluntária. MÉTODO DE CONTROLE DE PROCESSO – CICLO PDCA Para praticar a filosofia do controle da qualidade total, Slack et al. (2009) sugerem o ciclo PDCA (ou roda de Deming). O PDCA é a sequência de atividades que são percorridas de maneira cíclica para melhorar processos. O ciclo começa com o estágio P (de plan – planejar), que envolve o exame do atual método ou da área problema estudada. Isso implica coletar e analisar dados de modo a formular um plano de ação que, se pretende, melhore o desempenho (as ferramentas da qualidade. Assim que o plano de melhoramento tenha sido definido, o próximo estágio é o D (do verbo do, fazer). Nesse estágio, o plano é colocado em prática na operação. A seguir vem o estágio C (de check, checar), no qual a nova solução implementada é avaliada, ou seja, se atingiu os objetivos propostos. Finalmente vem o estágio A (de action, agir): durante este estágio a mudança é consolidada ou padronizada se for bem- sucedida; caso contrário, as lições aprendidas são formalizadas antes que o ciclo comece novamente (SLACK, 2009). O PDCA é cíclico, ou seja, tem por objetivo incentivar a melhoria contínua de forma a nunca ter um fim e a fazer parte do trabalho de cada pessoa. O MÉTODO 5W2H Esse método é usado como uma ferramenta auxiliar na utilização do PDCA, principalmente na fase de planejamento. O 5W2H é um tipo de lista de verificação utilizada para informar e assegurar o cumprimento de um conjunto de planos de ação, diagnosticar um problema e planejar soluções. Essa técnica consiste em equacionar o problema, descrevendo-o por escrito, da forma como é sentido no Administração – EAD 2021 23 momento particular: como afeta o processo, as pessoas, que situação desagradável o problema causa. O quadro a seguir resume essas perguntas e suas variações para aplicá-las no levantamento dos problemas ou em sua solução. Exemplo: Imagine que sua empresa está passando por um processo de auditoria de qualidade e um dos pontos em que ela será avaliada é sobre a segurança do trabalho. Para garantir o sucesso da avaliação você decide planejar um plano de conscientização utilizando a ferramenta 5W2H. Respondendo às perguntas básicas, você monta uma tabela para facilitar a visualização do seu plano: HOUSEKEEPING (5S) Campos (2004) recomenda o uso do 5S para melhorar a gestão da rotina em uma empresa. Segundo o autor, o 5S promove o aculturamento das pessoas a um ambiente de economia, organização, limpeza, higiene e disciplina, fator fundamental à gestão pela qualidade. A cultura ocidental difere-se da oriental em vários aspectos, principalmente no que tange à importância dada para pequenas coisas do dia a dia. Os 5S procuram difundir para toda a empresa a ideia de que a melhoria de pequenas coisas, praticadas de maneira persistente e honesta, atinge resultados extraordinários. Torna-se importante salientar que essa ferramenta é um programa japonês de educação básica, e não deve ser encarada como solucionadora de todos os problemas da empresa, mas como parte da Gestão da Qualidade Total. Conforme Campos (2004), o nome desse programa vem de palavras japonesas iniciadas com a letra S: seiri,seiton, seisou, seiketsu e shitsuke. Traduzi-las para uma única palavra, em português, é uma tarefa bastante difícil porque o idioma japonês se expressa por meio de ideias e conceitos generalizados: 1.º S – SEIRI – SENSO DE UTILIZAÇÃO CONCEITO: "separar o útil do inútil, eliminando o desnecessário". 2.º S – SEITON – SENSO DE ARRUMAÇÃO CONCEITO: "identificar e arrumar tudo, para que qualquer pessoa possa localizar o que precisa facilmente". 3.º S – SEISOU – SENSO DE LIMPEZA CONCEITO: "manter um ambiente sempre limpo, eliminando as causas da sujeira e aprendendo a não sujar". 4.º S – SEIKETSU – SENSO DE SAÚDE E HIGIENE CONCEITO: "manter um ambiente de trabalho sempre favorável à saúde e à higiene". 5.º S – SHITSUKE – SENSO DE AUTODISCIPLINA Administração – EAD 2021 24 CONCEITO: "fazer dessas atitudes, ou seja, da metodologia, um hábito, transformando os 5s num modo de vida". Um aspecto muito importante, que precisa ser referenciado, é o fato de que os 5S deveriam estar presentes na nossa vida cotidiana: sendo aplicados não só no trabalho, mas também em casa, nos restaurantes, nos ambientes de lazer e nos banheiros, tornando-se um hábito cotidiano de todos os cidadãos. POKA YOKE O Poka Yoke, "à prova de erros", engloba os conceitos desenvolvidos por Shingo no Sistema Toyota de Produção durante os anos 1960 no Japão. Esses conceitos são aplicados desde o projeto até a implementação dos dispositivos à prova de erros. O objetivo do Poka Yoke é evitar que os erros se tornem defeitos, por meio da eliminação de suas causas. Sendo assim, esse sistema, ao evitar que os erros aconteçam, é mais econômico, pois reduz os custos das avaliações e controles da qualidade. Estamos falando então de um controle de qualidade com uma inspeção de 100%, já que as causas dos erros são combatidas pelos dispositivos implementados (SHINGO, 2002). Como exemplo simples, podemos citar a tomada de três pinos, para a qual não existe a possibilidade de inversão. Exemplo de aplicação do conceito: • Como garantir que uma pessoa ao sair de um veículo não deixará farol, ar condicionado e outrosequipamentos elétricos ligados? Uma forma de evitar esse erro é: a retirada da chave só é efetuada com o desligamento do sistema elétrico do carro. • Imagine um operadorque, ao controlar uma prensa, corre riscos de perder a sua mão por um descuido no processo. Uma forma de evitar esse acidente seria utilizar um acionamento da prensa com as duas mãos, evitando, assim, qualquer possibilidade de ele se acidentar. 13 - GESTÃO DA QUALIDADE: FERRAMENTAS BÁSICAS DA QUALIDADE: DIAGRAMA DE PARETO, LISTA DE VERIFICAÇÃO E DIAGRAMA DE DISPERSÃO Conforme os conceitos da Disciplina de Visão Sistêmica de processos em Gestão de Projetos. No enfoque da qualidade, o cliente passa a ser o ator principal. Portanto, os sistemas de produção precisam buscar a satisfação total do cliente para garantir a perpetuidade das empresas. Mas como implantar um sistema de produção que seja de qualidade, ou seja, que consiga atender ou exceder as expectativas do cliente? Utilizando as ferramentas da qualidade. Essas ferramentas são de muita utilidade para a solução de problemas e podem ser empregadas em conjunto ou mesmo separadamente. Ferramentas da qualidade são técnicas desenvolvidas por especialistas e acadêmicos que tem por objetivo facilitar a identificação e análise das causas geradoras dos principais problemas organizacionais que afetam a satisfação do cliente. As sete ferramentas básicas da qualidade são: estratificação, folha de verificação, gráfico de Pareto, diagrama de causa e efeito, diagrama de dispersão, histograma e carta de controle. Além dessas, temos as ferramentas auxiliares: Brainstorming, Brainwriting e Matriz GUT. LISTA DE VERIFICAÇÃO A coleta de dados por meio de uma lista de verificação muitas vezes é o primeiro passo na análise dos problemas de qualidade. Lista de verificação é um formulário usado para registrar a frequência da ocorrência de certas características de produto ou serviço relacionado à qualidade. Veja o exemplo a seguir (KRAJEWSKI; RITZMAN, 2005): Administração – EAD 2021 25 HISTOGRAMAS E GRÁFICOS DE BARRAS Os dados de uma lista de verificação muitas vezes podem ser apresentados de maneira mais clara por meio de histogramas ou gráficos de barras. Um histograma é um resumo de dados medidos em escala contínua mostrando a distribuição da frequência de algumas características da qualidade (em termos estatísticos). O histograma é um gráfico composto por retângulos justapostos em que a base de cada um deles corresponde ao intervalo de classe, e a sua altura à respectiva frequência medida (KRAJEWSKI; RITZMAN, 2005). Exemplo: vamos transformar a lista de verificação de contagem de pessoas por faixa de peso em uma sala de aula em um histograma: DIAGRAMA DE PARETO No fim do século XIX, o economista sociopolítico Vilfredo Pareto observou que havia uma distribuição desigual de riqueza e poder na população total. Ele calculou matematicamente que 80% da riqueza estava em mãos de 20% da população (será que o Brasil ainda está no século XIX?) Por meio desse estudo e de outros semelhantes, Pareto identificou que a maior parte de uma atividade é causada por relativamente poucos de seus fatores. O conceito de Pareto é denominado 80-20, ou seja, em geral 80% da atividade é causada por 20% dos fatores (KRAJEWSKI; RITZMAN, 2005). O diagrama de Pareto é um recurso gráfico utilizado para estabelecer uma ordenação nas causas de perdas que devem ser sanadas. Ele deriva dos estudos de Pareto e das ideias do guru da qualidade, Juran. Poucas causas levam á maioria das perdas, ou seja, o diagrama de Pareto torna visivelmente clara a relação ação/benefício, ou seja, prioriza a ação que trará o melhor resultado. Ele consiste num gráfico de barras que ordena as frequências das ocorrências da maior para a menor e permite a localização de problemas vitais e a eliminação de perdas. Exemplo resolvido: Imagine que você foi contratado para melhorar a qualidade de produção de peças para motores de uma empresa. Você foi informado de que sete tipos de peças estavam apresentando problemas. O processo de produção de cada peça é complexo e você precisa definir prioridades antes de sair "caçando" os problemas. Lembrando das aulas de graduação da UNINOVE, você decidiu experimentar utilizar o diagrama de Pareto para auxiliá-lo na priorização das suas atividades. Para isso, você vai seguir estes passos para montar o diagrama: 1. Determine o tipo de problema que você quer investigar. 2. Liste os itens com problemas e conte quantas vezes cada um apresentou problemas em um determinado período. 3. Faça as contagens, organize as categorias por ordem decrescente de frequência, agrupe aquelas que ocorrem com baixa frequência sob denominação "outros" e calcule o total. 4. Calcule as frequências relativas e as frequências acumuladas e monte um gráfico. 5. Por fim, identifique quais itens representam a maior parte dos seus problemas: Resolução 1. O problema, neste caso, é identificar quais itens (peças) estão apresentando maior quantidade de problemas para iniciar um plano de melhoria. 2. Por meio de um levantamento dos últimos meses, a média de problemas por tipo de peça foi: a Administração – EAD 2021 26 peça A teve 35 itens com problemas, a B teve 25, a C 15, a D 10, a E 10, a F 4 e a G 1. 3. Após a contagem dos itens com problemas, foi possível fazer a seguinte tabela: 4. Com os dados tabelados, é possível construir o seguinte gráfico (por meio de uma planilha eletrônica): A linha rosa no gráfico representa o percentual acumulado, enquanto a barra vertical representa o percentual de cada tipo de problema com relação ao total de problemas. Observe que 75% dos itens com defeitos estão concentrados nas linhas de produção das peças A, B e C. Ou seja, você deverá focar suas energias na melhoria desses três itens. 14 - FERRAMENTAS BÁSICAS DA QUALIDADE: DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO, FLUXOGRAMA E CARTA DE CONTROLE - FERRAMENTAS AUXILIARES:BRAINSTROMING, BRAINWRITING, MATRIZ GUT DIAGRAMAS DE DISPERSÃO Os gestores algumas vezes suspeitam, mas não tem certeza, de que certo fator está causando um problema de qualidade específico. Um diagrama de dispersão é um gráfico de duas variáveis que indica se elas estão relacionadas. Pode ser utilizado para constatar ou negar uma suspeita. Cada ponto no diagrama de dispersão representa a observação de um dado (RITZMAN; KRAJEWSKI, 2005). Um exemplo seria relacionar os seguintes conjuntos de dados: o momento em que você sai para o trabalho toda manhã e quanto tempo leva no trajeto. Colocando cada tempo de percurso em um gráfico que tem o momento de partida em um eixo e o tempo de percurso em outro, teríamos uma indicação se o momento de saída e o tempo de percurso estão relacionados e, se estão, como. Administração – EAD 2021 27 A figura mostra o gráfico do percurso de uma pessoa. O gráfico parece mostrar que existe um relacionamento entre as duas variáveis: tempo e horário. Saindo de casa no intervalo de tempo entre 8h00 e 9h00, a pessoa levará mais tempo no percurso, e das 7h00 às 7h30 o tempo será praticamente o mesmo. DIAGRAMA DE CAUSA E EFEITO O diagrama de causa e efeito é também conhecido como diagrama espinha de peixe ou de Ishikawa. Kaoru Ishikawa foi um dos pioneiros nas atividades de controle de qualidade no Japão. Em 1943, criou esse diagrama que consiste de uma técnica visual que interliga os resultados (efeitos) com os fatores (causas). O diagrama de causa e efeito é a representação gráfica das causas de um fenômeno. É um instrumento muito usado para estudar: • Os fatores que determinam resultados que desejamos obter (processo, desempenho, oportunidade). • As causas de problemas que precisamos evitar (defeitos, falhas, variabilidade). Conforme Slack et al. (2009), o procedimento para se desenhar um diagrama de causa e efeito é o seguinte: 1. Coloque o problema na caixa de "efeito". 2. 2. Identifique as principais categorias para causas possíveis de problemas. Recomenda-se quatro categorias: equipamento, mão de obra, materiais e métodos. 3. Incentive
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