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abordagem do conceito mulligan na epicondilalgia lateral

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1 
 
ISSN 2176-3062 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Revista Científica 
ESAMAZ 
V. 1 n. 1 julho/dezembro 2009 
 
2 
 
ESCOLA SUPERIOR DA AMAZÔNIA 
 
Diretor Geral: Luzimar Reinaldo Barros Gonçalves 
Vice Diretora Geral: Ivonilda Maria de Araújo Barbosa 
Diretor de Planejamento Educacional: Reinaldo Williams Gonçalves 
Diretoria DAF: Maria Nazaré Gonçalves e José Carlos Araújo Barbosa 
Diretor do DIESP: Francisco Nilton Gomes de Oliveira 
Diretor Adj. DIESP: José Ricardo Vieira 
Diretora de Patrimônio: Rita Nazaré de Almeida Gonçalves 
 
 
 
Editora ESAMAZ 
 
Editor: Aureliano da Silva Guedes 
Vice-Editora: Rosana do Socorro Maciel Quaresma 
 
 
COMISSÃO EDITORIAL 
Aureliano da Silva Guedes (Editor); Rosana do Socorro Maciel 
Quaresma (vice-Editora); Adalto Herculano Gesser; Antonio José 
Nogueira; Eduardo Lamas (Secretario Geral). 
 
 
CONSELHO EDITORIAL 
Dr. Armando Manuel Barreiro Malheiro da Silva (Universidade do 
Porto-Portugal); Dr. Mauro Giudice (Faculdade de Medicina do ABC 
Paulista, Faculdades Osvaldo Cruz); Dr. Francisco de Assis Matos 
(UFPA); Dr. Carlos Alberto Batista Maciel (UFPA); Dr. Gilberto 
Souza Marques (UFPA); Dr. Antonio José Nogueira (UFPA/ 
ESAMAZ). Drd Aureliano da S. Guedes (UFPA/ESAMAZ). 
 
 
3 
 
ISSN 2176-3062 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Revista Científica ESAMAZ 
V. 1 n. 1 julho/dezembro 2009 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
R.Cientifica ESAMAZ Belém v.1 n.1 jul/dez. 2009 
 
4 
 
S U M Á R I O 
 
EDITORIAL 6 
 
Noções de Biossegurança para Assistentes Sociais que atuam em 
instituições psiquiátricas, hospitais e similares 
Principles of Biosafety for Social Workers of psychiatric institutions, 
hospitals and similar 
7 
Aureliano da S. GUEDES 
 
Perfil do dentista sob o olhar infantil 
The dentist's profile under an childish sight 
Leila Maués Oliveira HANNA; Rodolfo José Gomes de ARAÚJO; 
Débora Paes GABRIEL; Antônio José da Silva NOGUEIRA 
24 
 
Abordagem do conceito Mulligan na epicondilalgia lateral: uma 
nova visão em terapia manual 
Approach the Mulligan concept epicondilalgia lateral: a new vision in 
manual therapy 
Eduardo André Louzeiro LAMA 
40 
 
Estudo da Síndrome do Desconforto Respiratório através da 
abordagem clínica e fisioterapêutica 
Study of the Respiratory Distress Syndrome through the clinical 
approach and physiotherapeutic 
Flávia Maria Lessa MÉLO; Eduardo André Louzeiro LAMA 
 
60 
A Intervenção da Terapia Ocupacional na Equoterapia. 
The Intervention of Occupational Therapy in Equoterapia 
Rebecca Marques CARVALHO; Francisco Nilton G. de OLIVEIRA 
 
83 
Algumas reflexões sobre saúde mental 
Some reflections on mental health 
Rosana do S. Maciel QUARESMA 
115 
 
 
5 
 
 
 
 
 
Título e texto amparados pela Lei n. 5.988, de 14 de dezembro de 
1973. 
 
Copyright c dos autores - 2009 
 
A Revista Científica ESAMAZ tem periodicidade semestral editada 
pela Escola Superior da Amazônia - ESAMAZ. 
 
PAGINAÇÃO: GRAFICA 
 
MONTAGEM: AURELIANO 
 
REVISÃO DE TEXTO: CLÉO 
 
CORRESPONDÊNCIA 
Escola Superior da Amazônia – Editora ESAMAZ - Tv. 
Municipalidade, 530 – Bairro: Reduto, CEP 66053 -000 - Belém – PA- 
Brasil 
Fone: (91) 32247777 
E-mail: revistaesamaz@gmail.com 
 
 
Revista Científica ESAMAZ, v.1, n.1 (2009). 
Belém : ESAMAZ, 2009. 
Semestral 
ISSN 2176-3062 
1.CIÊNCIAS DA SAÚDE - -Periódicos. 2. CIÊNCIAS 
SOCIAIS - Periódicos. I. Escola Superior da Amazônia 
CDD - 050 
CDU - 051 
 
 
 
 
6 
 
Editorial 
 
 
A Revista Científica ESAMAZ é o resultado da inquietação de 
nossa instituição em levar ao público amazônico nossa produção 
científica. Diante disto estamos apresentando aos nossos leitores uma 
edição seleta, fruto dos resultados das pesquisas recentes desenvolvidas 
por nossos docentes. 
Nesta edição para estimular os colegas escrevi um artigo sobre as 
noções básicas de biossegurança para assistentes sociais que atuam em 
hospitais psiquiátricos e similares; Leila Hanna, Rodolfo Araújo, Debora 
Gabriel e Antonio Nogueira nos brindam com um excelente trabalho 
sobre a representação infantil da figura do dentista; o fisioterapeuta 
Eduardo Lamas nos oferece uma analise do conceito Mulligan aplicado a 
terapia manual, trata-se de uma abrangente pesquisa bibliográfica; Flavia 
Melo apresenta uma revisão bibliográfica sobre a Síndrome do 
Desconforto Respiratório sob a ótica da fisioterapia; Rebecca Carvalho e 
Nilton Oliveira fazem um estudo da aplicabilidade da Terapia 
Ocupacional na Equoterapia. A pesquisadora Rosana Quaresma faz uma 
reflexão sobre saúde mental, abrangendo um breve histórico dos 
tratamentos manicomiais aos espaços substitutivos. 
Queremos com estes artigos incentivar nossos discentes para 
iniciação científica e nossos docentes a publicarem suas pesquisas 
recentes. 
 
Prof. Aureliano da Silva Guedes 
Editor 
Rev. Científica ESAMAZ, Belém, v.1n.1 jul./dez., 2009 
NOÇÕES DE BIOSSEGURANÇA PARA 
ASSISTENTES SOCIAIS DE INSTITUIÇÕES 
PSIQUIÁTRICAS, HOSPITAIS E SIMILARES. 
PRINCIPLES OF BIOSAFETY FOR SOCIAL WORKERS OF 
PSYCHIATRIC INSTITUTIONS, HOSPITALS AND SIMILAR 
 
Aureliano da S. GUEDES 
Epidemiologista 
Drd. C.I Universidade do Porto. 
MSC. POLÍTICAS SOCIAIS/S. SOCIAL-UFPA 
Prof. Adj UFPA
1
 
Coordenador da Esp. em GTI/ESAMAZ 
 
RESUMO: Mostra os princípios da biossegurança aos Assistentes Sociais 
que trabalham em instituições psiquiátricas, hospitais e correlatos. Aborda 
as noções iniciais para o assistente social quanto a identificação, 
prevenção e conseqüências dos riscos físicos, químicos, biológicos, 
ergonômicos, psicológicos e mecânicos em instituições de saúde. Faz 
recomendações ao profissional. 
Palavra-Chave: Biossegurança, Instituições de Saúde, Assistente Social 
 
ABSTRACT: Show the biosafety principles applied to social workers in 
psychiatric institutions, hospitals and related. Addresses the initial 
concepts for the social worker about the identification, prevention and 
consequences of risks: physical, chemical, biological, ergonomic, 
psychological and mechanical in health institutions. Makes 
recommendations to the professional. 
Key Works: Biosafety, Heath Institution, Social Work 
 
 
 
 
 
 
 
1 Ministrou aulas e orientou monografias em diversos cursos de Pós-
graduações em Engenharia de Segurança do Trabalho, Biossegurança, 
dentre outros. E-Mail aurelian@ufpa.br. 
8 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
Desde o início da humanidade que os trabalhos têm 
riscos de acidentes, doenças, dentre outros. Contudo, isso era 
visto como uma fatalidade, acaso, castigo dos deuses, dentre 
outros. Somente no século XVI é que se observou que 
algumas doenças estavam associadas às atividades 
profissionais. Antes os acidentes, obviamente, já eram 
notórios, mas não relacionavam às atividades exercidas com 
algumas doenças. 
Em 1556 George Bauer publicou um livro sobre 
doenças e tipos de acidentes que ocorriam com trabalhadores 
em minas de prata, dando ênfase a pneumoconiose
2
, 
iniciando assim a discussão sobre doenças ocupacionais. Em 
1567, Paracelso relacionou várias doenças que ocorriam com 
freqüência em determinados tipos de atividades. Em 1700 
Bernadino Ramazzini
3
 publicou a obra “De Morbis Artificum 
Diatriba”4, relacionando com precisão, para a época, 
determinadas doenças com as atividades profissionais. 
 
2 Patologia causada pelo acúmulo de poeira nas paredes do pulmão, 
comum em trabalhadores de fábricas de cimento, carvoarias, minas, etc. 
que não utilizam EPIs (Equipamentos de Proteção Individuais) e EPCs 
(Equipamentos de Proteções Coletivas) adequados às atividades 
específicas. Vale ressaltar que essa pneumopatia pode se apresentar de 
diversas formas conforme o tipo de poeira inalada. 
3 Considerado o pai da Medicinado Trabalho. 
4
 MARSOLA, Anne C., GUEDES, Aureliano da S., BEZERRA, Patrícia 
da S (2009) 
9 
 
Com o surgimento dos sindicatos durante a Revolução 
Industrial, esses passam a reivindicar dos patronais e dos 
governos medidas para conter acidentes e doenças do 
trabalho nas fábricas, surgindo nesse processo o médico de 
fábrica, primeiramente na Inglaterra e posteriormente em 
outros países, originando, mais tarde, a Medicina do 
Trabalho. 
Com a criação da ONU
5
 e a Carta dos Direitos 
Fundamentais do Homem, da OIT
6
 e OMS
7
 muitos países, 
como o Brasil, tiveram que buscar melhores condições de 
trabalho em seus territórios, principalmente à segurança, 
saúde e higiene do trabalho. 
Mas o que é saúde? O que é higiene? O que é 
Segurança? Logicamente que essas respostas podem ser 
diferentes em cada país, para cada governo, para cada autor, 
em cada época. 
A saúde, para existir depende de vários fatores: 
políticos, econômicos, sociais e, logicamente, ausência de 
epidemias. Dizer que programas e projetos de governos 
quanto a vacinação, campanhas de orientação e prevenção, 
cuidados com o meio ambiente, dentre outros, diminuem o 
risco de doenças significativamente, isso nem se discute. 
Contudo, os governos têm que compreender que saúde está 
relacionada, principalmente a qualidade de vida do cidadão, o 
que implica em educação, bem estar, boas condições de 
 
5 Organização das Nações Unidas. 
6
 Organização Internacional do Trabalho. 
7 Organização Mundial de Saúde. 
10 
 
trabalho; remuneração digna para ter boa alimentação, 
moradia e lazer; higiene no trabalho, condições sanitárias; 
medicina preventiva, dentre outros. Contudo, o ser humano 
também está sujeito as doenças que surgem independentes 
destes fatores. Jekel (2005, p. 14) diz que: “O 
desenvolvimento de uma doença que ocorre ao longo do 
tempo podem ser divididos em três etapas: período de pré-
doença, período de latência e período sintomático”, essas 
etapas podem ocorrer por infestação, infecção, ou pelo 
desgaste da profissional com as atividades exercidas. 
 
2 RISCOS AOS PROFISSIONAIS DA SAÚDE 
 
Os riscos ocupacionais dos profissionais da área de 
saúde, incluindo-se aí o assistente social que atua em meio 
hospitalar, ambulatório ou casas de atendimento aos 
portadores de transtornos mentais, dentre outros, são 
causados por agentes físicos, químicos, biológicos, 
ergonômicos, mecânicos, psicológicos e de acidentes 
propriamente ditos. 
Os riscos físicos são aqueles causados por: ruídos, 
vibrações, radiações ionizantes (Ex. Raios-X
8
, Raio Gama, 
manipulação de Césio 137, etc.), radiações não ionizantes
9
, 
 
8 Depende do tipo de aparelho, o que deve ser observado no controle da 
exposição a radiações ionizantes em trabalho de clínica radiológica. 
9 Originárias das micro-ondas, raio lazer, luz ultravioleta, luz 
infravermelha, dentre outros, o que deve seguir as recomendações de 
riscos e precauções na utilização. 
11 
 
frio, calor, pressões anormais, umidade. Cada tipo de 
radiação tem seu grau de tolerabilidade pelo ser humano, que 
dependem da distância do profissional da fonte emissora, 
idade, tempo de exposição, tolerabilidade que estão 
estabelecidos nas tabelas de exposição. O uso de EPI e EPC 
apropriados amenizam ou exterminam estes riscos. 
O ruído, por exemplo, dependendo dos decibéis e 
tempo de exposição pode causar perdas auditivas ou mesmo 
efeitos extra-auditivos, tais como: alterações hormonais, 
alterações do humor, alterações do sono, carga mental, 
hipertensão arterial, stress, baixo desempenho no trabalho, 
dentre outros. 
Outro exemplo seriam as radiações ionizantes que 
conforme o tempo de exposição, quantidade de radiação, 
sensibilidade imunológica, stress, dentre outros, podem, em 
caso agudo, causar a síndrome da irradiação aguda, edema 
cerebral, leucemia aguda, radiodermatite, catarata, dentre 
outros; Em casos crônicos, vão desde as dermatites, aplasia 
da medula, leucemia megaloblástica, mutagênese, 
carcinogênese, oncogênese, indo até mesmo à esterilidade e 
envelhecimento precoce, dentre outros efeitos colaterais ao 
profissional que não segue as recomendações apropriadas as 
atividades. 
Para amenizar os riscos físicos são necessários: 
exames periódicos no profissional; os que trabalham com 
raios-X devem realizar exame citogenético antes da 
concepção; instruções para utilização dos EPI’s e EPC, 
treinamentos sob riscos e profilaxias, avaliação dos níveis de 
12 
 
ruídos com decibelímetro, medidas das vibrações e medição 
da radiação por dosímetro, e até mesmo analise da 
intensidade de lux no ambiente, além da manutenção 
periódica dos equipamentos radioativos conforme normas 
estabelecidas pelo o CNEN
10
, dentre outros. 
Os riscos químicos são causados por poeiras, fumos, 
gazes, neblinas, névoa, vapor, substâncias compostas por 
produtos químicos em geral, cada um com seus riscos e 
precauções. A penetração no corpo humano pode ser através 
das vias aéreas, gástrica e dérmica. No caso do trabalhador 
em ambientes hospitalares e assemelhados, há os riscos 
químicos causados por gases anestésicos
11
, materiais 
antissépticos e esterilizantes
12
, gazes e vapores esterilizantes, 
metais pesados como o mercúrio, hexaclorófeno, óxido de 
etileno, látex das luvas, manuseio de grande quantidade de 
substâncias químicas utilizadas em um hospital, 
administração de medicamentos aos pacientes, 
 
10 Conselho Nacional de Energia Nuclear 
11 Em caso agudo pode causar sonolência, letargia, náuseas, cefaléia, 
irritabilidade, problemas de coordenação motora, etc. Em caso crônico os 
riscos são aumentados e podem, nas grávidas, causar aborto e/ou 
malformação congênita, para as mulheres há o risco de contrair câncer, e 
ambos os sexos correm riscos de terem distúrbios neurocomportamentais, 
suicídio, hepatopatias, dentre outros. 
12 No caso de anticépticos e esterilizantes iodatos, formaldeídos, etc., 
podem causar irritação da pele e mucosas, câncer das fossas nasais e 
pulmão, dentre outros. Deve-se observar também o uso de óxido de 
etileno, os tipos de sabões, detergentes, soluções cloradas, álcoois e 
ácidos que conforme sua quantidade, tempo de exposição, dentre outros 
fatores, podem causar doenças crônicas ou agudas que podem ir de uma 
simples irritação das mucosas a dependência química. 
13 
 
quimioterápicos
13
, durante a utilização e lavagem de 
materiais que contém mercúrio, abertura de câmaras, carga e 
descarga de materiais, processo de esterilização, dentre 
outros. 
Dentre as patologias incapacitantes causadas por 
riscos químicos podemos citar: a leucemia, a intoxicação 
crônica com alteração no SNC
14
, dermatites, neoplasias, 
dentre outras. Todavia, medidas como substituir o manômetro 
de mercúrio por outro menos agressivo, substituição da 
amálgama por resinas fotopolimerizantes ou porcelanadas, 
monitoramento químico dos ambientes para detectar gases ou 
vapores tóxicos, arejamento dos ambientes, layout planejado, 
EPI’s e EPC’s adequados a cada atividade15, dentre outros, 
podem diminuir ou mesmo eliminar esses riscos. 
Os riscos por agentes biológicos são os que estão mais 
presentes em ambientes hospitalares e semelhados, podem 
atacar o profissional pelas vias respiratórias, digestivas e 
dérmicas, tendo como transmissores vírus, fungos, bactérias, 
parasitas, etc., que transmitem inúmeras doenças, dentre elas 
a tuberculose, hepatite em suas diversas manifestações, 
rubéola, herpes, pneumonia, varíola, doenças 
meningocócicas, escabioses, pediculose, ftiríase, etc. 
Hinrichsen & Pires (2009, p.24) dizem que: 
 
 
13 Seus efeitos agudos são: irritação da pele e mucosas, tosse,cefaléia, 
náuseas, vômitos, dor abdominal, etc. Nos casos crônicos pode apresentar 
mutagênese, carcinogênese e teratogênese. 
14
 Sistema Nervoso Central. 
15 Ver Portaria nº 4 de 31 de julho de 1991. 
14 
 
 “Os agentes biológicos dividem-se em 
quatro grupos I, II, III, IV, sendo 
considerados critérios: a patogenicidade 
para o homem, a virulência, o modo de 
transmissão, a endemicidade e a existência 
ou não de profilaxia e de terapêutica 
eficazes”. 
 
Todo trabalhador em ambientes hospitalares e 
assemelhados está sujeito a acidentes ou riscos no exercício 
profissional por agentes biológicos, por vários motivos, 
dentre eles: por estar em contato permanente com paciente e 
seus fluidos corpóreos, uso de banheiro, uso de celular em 
áreas de isolamento, etc. Contudo, o grande problema é o 
desconhecimento das regras básicas de higiene e profilaxia. 
Além destes riscos há os causados por ferimentos não 
cuidados, acidentes com perfurocortantes (agulhas, pinças, 
bisturis, dentre outros), nesses casos ocorrem riscos, de 
contrair HIV, HBV
16
, HCV
17
, dentre outros. Há riscos, 
também, durante aspiração endotraqueal, baciloscopia, 
passagem intertoráxica, em exames laboratoriais diversos, 
paciente com doença infectocontagiosa como a tuberculose 
multiresistente, influenza, conjutivite, impetigo, escabiose, 
sarampo, Clostridium difficile, dentre outras. Devemos 
lembrar que esses riscos voltam-se não só ao profissional, 
mas ao próprio paciente. 
 
16 É recomendada a vacinação a todos profissionais do hospital ou 
semelhado, por reduz o risco de infecção após exposição ocupacional. 
17 Hepatite C 
15 
 
Há diversas medidas para diminuir ou exterminar os 
riscos por agentes biológicos, que são observados na NR32 
do Ministério do Trabalho, CCIH dos hospitais, Guidelines 
do CDC, todavia, o profissional deve se preocupar em 
conhecer os riscos de cada atividade profissional; manter a 
boa higiene pessoal e ambiental; descartar de modo adequado 
os materiais perfurocortantes; não recapear agulhas; nas 
atividades utilizar as regras dos 5S e 1 W; solicitar filtros 
HEPA – high efficiency particulate para áreas de riscos por 
partículas infectantes; atender aos programas de imunização, 
participar dos treinamentos promovidos pelo hospital; exigir 
um programa de combate a animais sinantrópicos (insetos e 
roedores); usar EPI’s e EPC’s adequados às atividades; 
realizar o PPD
18
 periodicamente; higienizar as mãos 
corretamente, tanto antes quanto após o uso das luvas; relatar 
acidentes que ocorram e, se necessário, aceitar a prevenção 
quimioprofilaxia estabelecida pelos médicos do trabalho, 
infectologistas, dentre outros; restringir o uso de jalecos ao 
ambiente de trabalho, ter cuidado com lesões na pele; 
observar as regras referentes ao uso de cosméticos; uso de 
cabelos presos e bem apresentados; unhas cortadaas; dentre 
outros. Quanto a isso Takanagui et alii (1993, p. 26) diz que: 
 
“Barreiras imunológicas e físicas são 
necessárias para reduzir a transmissão de 
agentes infecciosos, quebrando assim a 
cadeia de transmissão de doenças (...) Com 
medidas preventivas básicas e fundamentais 
 
18 Derivado Protéico Purificado. 
16 
 
temos a vacinação, a utilização adequada de 
técnicas de esterilização, a observância de 
processos apropriados de isolamento e de 
gerenciamento de resíduos, o manuseio 
correto de sangue, fezes, urina e outros tipos 
de secreção, o uso de equipamento de 
proteção individual (EPI) e a constante 
higiene das mãos, a fim de evitar o contato 
direto com os agentes biológicos.” 
 
Você já imaginou um assistente social trabalhando de 
luva e máscara? Estranho, correto? Todavia, ele está tão 
sujeito aos agentes biológicos no ambiente hospitalar como 
qualquer outro trabalhador seja ele da área de saúde ou não, 
pois trabalha com o acolhimento de pessoas doentes e, por 
exemplo, um paciente que utilizou o banheiro e não 
higienizou as mãos corretamente, por um simples aperto de 
mão pode veicular a transmissão de determinadas doenças 
infecciosas, ou parasitárias, se o profissional não tomar as 
medidas corretas de higiene. Portanto, estes profissionais 
devem ser treinados como os outros, quanto aos riscos 
profissionais em ambientes hospitalares ou correlatos. 
Todavia, muitas vezes são esquecidos por não atuarem 
diretamente com o “tratamento”, apesar de trabalharem com 
o paciente. 
Os riscos ergonômicos, regulados na NR17 do 
Ministério do Trabalho, podem ocorrer por diversos fatores, 
dentre eles: layout inadequado à ergonomia do trabalhador, 
iluminação insuficiente, esforço repetitivo, monotonia, 
postura inadequada, ritmo excessivo de trabalho, trabalhos 
por turnos, trabalho noturno, esforço físico intenso, 
17 
 
levantamento de objetos e transporte de modo manual com 
peso acima da capacidade tolerada pelo biótipo, situações 
causadoras de stress físico ou psíquico, etc. Esses riscos estão 
presentes em todas as atividades dos hospitais e 
assemelhados, indo desde uma atividade simples como 
digitar uma receita, preparar pacote cirúrgico, realizar 
diagnósticos por imagem, cirurgias convencionais, a má 
postura, dente outras. 
As conseqüências dos riscos ergonômicos são muitas, 
por exemplo: insônia, mialgia, síndrome do desfiladeiro 
torácico, tendinite do supra espinhoso stress, tenosinovite de 
extensores dos carpos, dentre outros. Alguns desses 
problemas podem ser exterminados com medidas profiláticas 
simples, tais como: educação postural; redução da jornada de 
trabalho
19
; adequação dos equipamentos às necessidades dos 
trabalhadores; layout do ambiente de trabalho; seguir as 
regras básicas de ergonomia; exercícios físicos regulares; 
dentre outros. Outros casos podem ser necessários 
acompanhamento de medicina especializada e fisioterapia 
com RPG, cinesioterapia, aquaterapia, e até procedimentos 
cirúrgicos. 
Riscos psicológicos em ambiente hospitalar e 
assemelhados são muitos, contudo o stress é o mais 
freqüentemente identificado, causado por vários fatores, 
dentre eles contato com pacientes: pulsilames, verborréicos, 
agressivos, que sofrem recaídas ou estão em estado terminal, 
 
19
 Este é um dos mais sérios problemas, pois no Brasil muitos 
profissionais possuem vários empregos para ter um salário digno. 
18 
 
familiares apreensivos, falecimento, dentre outros; Além 
destes, soma-se atividades em turnos, trabalho em diversas 
instituição, chefes controladores, problemas familiares, 
alcoolismo, dentre outros. 
O assistente social que trabalha em instituições 
psiquiátricas está sujeito a Riscos Psicológicos, pelos motivos 
acima citados e outros tantos motivos, dentre eles: 
a) Formação profissional sem preparo 
adequado para esse tipo de atividade e, em sua grande 
maioria, sem especialização em serviços de instituições de 
saúde, psiquiátricas, etc.; 
b) Porque o convívio com o paciente em 
instituição de serviço substitutivo é necessário, levando o 
profissional a uma maior aproximação com este, muitas vezes 
sentindo-se frustrado quando não vê a intervenção surtindo 
efeito e o paciente tendo surtos constantes; 
c) Excesso de cobrança do paciente e sua 
família, de outros profissionais da instituição e da chefia; 
d) Geralmente não faz análise com um 
psicólogo ou psiquiatra para poder suportar as pressões dessa 
atividade. 
Riscos mecânicos de acidentes - esses possuem 
inúmeras causas que vão desde a infra-estrutura do ambiente, 
passando pela falta de manutenção de máquinas e 
equipamentos, indo até a falta de EPI’s adequados e de 
instrução sobre cuidados necessários à atividade exercida. 
Seus principais agentes são: arranjo físico inadequado, 
máquinas e equipamentos sem proteção, ferramentas19 
 
inadequadas e/ou defeituosas, problemas relativos à 
eletricidade, mau condicionamento de equipamentos, riscos 
de incêndio e explosões, iluminação inadequada, manuseio de 
material perfurocortante, dentre outros. 
No caso do assistente social de instituições 
psiquiátricas e assemelhadas, está sujeito, como qualquer um 
trabalhador, a alguns dos riscos acima citados. Todavia, um 
está mais presente, que é a possibilidade de ser agredido por 
um portador de transtorno mental em crise, pois nem sempre 
possui cursos e treinamentos para agir nessas situações e, 
porque uma simples cadeira ou uma ferramenta deixada pelo 
pessoal de manutenção física do prédio pode se tornar uma 
arma fatal, além de que nem sempre o paciente dá escuta 
nesses momentos. 
 
3 CONCLUSÃO 
 
Acidentes não são fatalidades ou acaso, tem suas 
causas bastante claras, geralmente por: Falta de 
esclarecimento, uso inadequado ou não uso de EPI’s e EPC’s, 
ferramentas improvisadas, dentre outros. Todo profissional 
deve receber orientação adequada a sua atividade tanto pelos 
técnicos de segurança quanto de engenheiros de segurança e 
médicos do trabalho
20
. Todavia, o profissional deve buscar: 
cartilhas de orientação; conhecer o mapa de riscos, participar 
 
20 Se o número de empregados não requer esses dois últimos 
profissionais, deve-se durante a SIPAT – Semana Interna de Prevenção de 
Acidentes de Trabalho, convidar palestrantes para abordarem os riscos 
mais eminentes na instituição de saúde. 
20 
 
de palestras abordando riscos gerais e de cada atividade, 
avaliação periódica dos riscos de exposição, riscos 
ergonômicos, dentre outros. Contudo, mudança de turnos de 
trabalho, o que é muito comum em hospitais; baixo salário 
que leva o profissional a ter mais de um emprego para poder 
viver com dignidade, aumentando os riscos de trabalho, tanto 
pelo cansaço quanto ao aumento do tempo de exposição aos 
riscos. 
O Hospital deve oferecer aos empregados: EPCs e 
EPIs adequados as atividades e dentro do seu prazo de 
validade; programas de vacinações; exames admissionais, 
periódicos e demissionais, controle de tuberculose, 
programas de prevenção de doenças, programas de prevenção 
do acidente perfurocortante, quimioprofilaxia aos que 
sofrerem acidentes ocupacionais, materiais de higiene e 
limpeza adequados às atividades, avaliações com 
infectologistas, treinamentos para cada atividade, SIPAT – 
Semana Interna de Prevenção de Acidentes de Trabalho, 
registro dos acidentes de trabalho, trabalhar com medicina 
preventiva para todos empregados, mapas de riscos bem 
definidos, PCMSO
21
, PPRA
22
, dentre outros. 
Aos profissionais médicos e enfermeiros as medidas 
básicas universais como o uso de luvas, avental, capote, 
botas, máscara, gorro e óculos (em alguns casos), dentre 
outros somados as regras básicas de higiene e profilaxia 
 
21
 Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional. 
22 Programa de Prevenção de Risco Ambiental. 
21 
 
diminuem significativamente os riscos. Além de que, como 
afirma Takayanagui et alii (1993, p. 26): 
 
“... todo trabalhador de saúde, deve também 
seguir normas indicadas pela Comissão 
Nacional de Energia Nuclear (CNEN), pela 
Comissão de Controle de Infecção Hospitalar 
(CCIH), pela Comissão Interna de Prevenção 
de Acidentes (CIPA), pelo Centro de 
Vigilância Sanitária (CVS), principalmente 
em relação a AIDS, começando pela simples 
técnica de higiene das mãos, quase sempre 
relegada por todos.” 
Completando-se a isso as normas da Associação 
Brasileira de Normas Técnicas (ABNT) e as Normas 
Regulamentadoras de Segurança e Medicina do Trabalho do 
Ministério o Trabalho. 
Nos hospitais e assemelhados, há profissionais que 
atendem o paciente e não são da área de saúde propriamente 
dita, e que às vezes são esquecidos quanto a treinamentos de 
higiene e profilaxia, onde um simples lavar de mãos após o 
atendimento poderia evitar diversas doenças tal como a HBV. 
Porém, muitas outras doenças ocupacionais espreitam esses 
profissionais, onde o stress é o grande destaque, 
principalmente para assistentes sociais que atuam em 
instituições de atendimento psiquiátrico. 
Vale ressaltar que quanto a riscos no Brasil se 
reconhece os físicos, químicos, mecânicos, biológicos e 
ergonômicos, nos Estados Unidos da América, a estes são 
incluídos os riscos de ordem psicossocial, o que faz falta no 
nosso país, principalmente para os profissionais que atuam 
22 
 
com portadores de distúrbios mentais, mas já há tendências a 
discussões. 
O assistente social, não está imune a maioria dos 
riscos físicos, químicos, ergonômicos, biológicos, 
ergonômicos, dentre outros. Contudo, volto a dizer, o stress é 
uma doença presente na vida do profissional de instituições 
hospitalares e assemelhados e, esse risco ocupacional 
aumenta significativamente quando este trabalha em 
instituições de atendimento aos portadores de transtorno 
mental, onde não se pode menosprezar os riscos que partem 
de pacientes e familiares durante a visita familiar, pacientes 
com distúrbios mentais que durante a crise podem agredir o 
profissional com palavras, gestos etc., não dando escuta 
naquele momento, pacientes ou familiares alcoolizados ou 
drogados, insatisfeitos pelo tempo de espera por atendimento, 
além do assédio sexual não deve ser descartado. Contudo, 
cursos e treinamentos quanto aos procedimentos de segurança 
no trabalho podem diminuir esses riscos. 
Mesmo com as medidas de segurança necessárias o 
profissional ainda poderá apresentar alguns efeitos das 
condições de trabalho, onde se pode destacar: 
a) De natureza comportamental: a fadiga física, 
síndrome da fadiga crônica, absenteísmo
23
 
freqüente, stress, dentre outros; 
b) De natureza física a LER/DORT, lombalgia não 
só colunar, mas por excesso de carga física e/ou 
emocional, dentre outras. 
 
23 Falta ao trabalho. 
23 
 
Conclui-se é que toda profissão possui seus riscos e, o 
assistente social não está imune a eles, sendo necessário que 
sejam abordados nas universidades, durante o exercício da 
profissão, dentre outros, e sejam estabelecidas medidas que 
possam amenizá-los, que dependerão do comprometimento 
das chefias, do SESMT, da CIPA da instituição, do governo, 
da legislação e fiscalização específicas e, acima de tudo, do 
próprio trabalhador. 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Ministério do Trabalho. NR 32 In: ATLAS. Manuais de 
legislação: segurança e medicina do trabalho. 54 ed. São Paulo: Atlas, 
2004. 
HINRICHSEN, Sylvia Lemos, PIRES, Andrezza. Níveis de 
Biossegurança Física em Serviços de Saúde. In: HINRICHSEN, Sylvia 
Lemos. Biossegurança e Controle de Infecções: risco sanitário hospitalar. 
Rio de Janeiro : Guanabara Koogan, 2009. 
JAKEL, James F., KATZ, David L., ELMORE, Joann G. Epidemiologia, 
bioestatística e medicina preventiva. 2 ed. Porto Alegre : Artemed, 2005. 
MARSOLA, Anne C., GUEDES, Aureliano da S., BEZERRA, Patrícia 
da S. Estudo Comparativo das Recomendações de Prevenção de Riscos 
Biológicos da Nr32 e CCIH Do HUJBB. Belém : UFPA/HUJBB, 2009. 
(mimeo). 
TAKANAYANAGUI, Ângela Maria Magosso, et alli. Biossegurança, 
enfermagem e os resíduos de serviço de saúde. In: Revista Brasileira de 
Saúde Ocupacional. São Paulo : Fundacentro. V. 21, n. 80, out./dez., 
1993, p. 23-27. 
Rev. Científica ESAMAZ, Belém, v.1n.1 jul./dez., 2009 
 
O PERFIL DO DENTISTA SOB O OLHAR INFANTIL 
THE DENTIST'S PROFILE UNDER AN CHILDISH SIGHT 
 
Leila Maués Oliveira HANNA 
Mestranda em Odontologia (UFPA) 
Professora de Farmacologia da ESAMAZ 
Rodolfo José Gomes de ARAÚJO 
Mestre em Odontologia (UFPA) 
Professor de Periodontia da ESAMAZ 
Débora Paes GABRIEL 
Especialista em Periodontia (CESUPA) 
Antônio José da SilvaNOGUEIRA 
Doutor em Odontopediatria 
Coordenador do Curso de Odontologia da 
ESAMAZ 
 
RESUMO: O presente trabalho analisa a visão que o paciente infantil 
tem do dentista e do ambiente odontológico. Através de interpretações de 
desenhos associados a um questionário específico. Este método foi 
aplicado em trinta e duas crianças na faixa etária de sete a oito anos, 
matriculadas em uma escola particular do município de Belém. Concluiu-
se que a maioria das crianças apresentou-se receptivas tanto ao cirurgião-
dentista quanto ao tratamento. 
Palavras- Chave: Psicologia Infantil; Desenho; Odontopediatria 
 
ABSTRACT: This article analyses the view of childish patients about the 
dentist and the odontological environment, through the draws 
interpretations, associated to the special questionnaire. This methodology 
was applied in thirty two children between 7 and 8 years old, from a 
private school of Belém city. The study shows that the most of the 
children are receptive even to the treatment and the dentist. 
Key Words: Children Psychology, Drawing, Pediatric dentistry 
 
 
 
25 
 
1 INTRODUÇÃO 
O comportamento da criança é uma questão 
importante em odontopediatria. A abordagem ideal do 
paciente infantil envolve a compreensão de alguns fatores 
que interferem no atendimento odontológico. Tais fatores 
relacionam-se não só com o paciente, mas também com o 
profissional e seu ambiente de trabalho, e com a estrutura 
familiar na qual a criança está inserida. 
Neste sentido, a psicologia tem sido de grande 
auxílio para um melhor entendimento dos fenômenos que 
cercam o atendimento odontológico. Tal conhecimento é 
essencial àqueles que se propõem a atender crianças, pois, 
o clínico menos informado poderá, inadvertidamente, 
causar danos nos mecanismos da criança (8). 
Assim, o grafismo constitui-se numa técnica 
psicológica de grande valia para a percepção dos aspectos 
afetivos da personalidade da criança já que podem projetar 
características como ansiedade, medo e traumas (6). 
Com base nessas afirmações, o presente trabalho se 
justifica em odontopediatria e terá como objetivo buscar a 
visão que o paciente tem do dentista e do ambiente 
26 
 
odontológico, através da interpretação de desenhos livres 
de escolares da rede privada do município de Belém. 
 
2 REVISÃO DE LITERATURA 
 
O sucesso do tratamento odontopediátrico está 
intimamente associado ao nível de conhecimento que o 
Cirurgião-dentista possui em relação ao seu paciente infantil 
e vice-versa. Vários pesquisadores (17, 16, 5, 14) associam 
comportamento da criança com a ansiedade infantil, com a 
educação em casa, com as experiências médicas e 
odontológicas anteriores, com a conduta do dentista durante 
os procedimentos, e ainda com a experiência da dor de dente 
já vivenciada pelo paciente. 
Em odontologia, o estudo da ansiedade envolve quase 
sempre o emprego de técnicas projetivas, e questionários 
como instrumentos de medida da ansiedade. A maioria dos 
métodos utilizados para avaliação da ansiedade odontológica 
é aplicada em crianças com idade acima de seis anos ou em 
adultos, pois são formas de avaliação que exigem certa 
maturidade de pensamento e capacidade de escrever que, em 
27 
 
geral, não se não se encontram em crianças com idade abaixo 
desta faixa etária (13). 
Por ser a ansiedade infantil um importante fator 
preditor do comportamento da criança no ambiente 
odontológico, (1, 5, 14), é de grande relevância que o 
odontopediatra possua instrumentos para avaliá-la, tanto no 
consultório quanto em trabalhos de pesquisa. 
Dentre esses instrumentos, estão as técnicas projetivas, onde 
o desenho é uma delas, e são suficientes para a obtenção de 
respostas de crianças, as quais seriam difíceis de se obter de 
outra forma (9). Assim, esses autores afirmaram que os 
desenhos da figura humana “constituem a fonte mais rica de 
informação”, pois a criança transfere para o desenho seus 
sentimentos a respeito de uma pessoa específica. Porém, para 
se medir a atitude, não se deve utilizar apenas os desenhos, 
mas também a observação ou entrevista. 
Questionar a criança sobre o desenho pode nos dar 
informações adicionais. Estes autores ainda afirmam que, 
profissionais que trabalham com crianças deveriam se 
preparar mais amplamente para se interarem do que os 
desenhos têm a comunicar. Enfim, o uso do desenho, como 
28 
 
forma de comunicação não-verbal, pode ser utilizado de 
maneira proveitosa para aqueles profissionais da área da 
saúde que lidam com as crianças. 
Ao desenhar, a criança usa um meio fácil para ela de 
nos dizer sua história pelo seu nível de compreensão. O 
desenho é uma forma através da qual, a criança pode 
expressar seus medos, desejos e fantasias. Através dos 
desenhos, a criança comunica o que é importante para ela, 
suas preocupações (7). 
Os profissionais que trabalham com crianças 
deveriam se preparar para se inteirarem do que os desenhos 
têm a comunicar (9). O uso do desenho como forma de 
comunicação não-verbal, pode ser utilizado de maneira 
proveitosa por aqueles profissionais da área de saúde que 
lidam com crianças. A linguagem não se realiza apenas por 
palavras, é preciso abordá-la de forma mais ampla. Um 
desenho pode nos trazer mais informações que um longo 
questionário. Além de ser uma tarefa que desperta o interesse 
da criança em executá-lo. O desenho é uma expressão da 
afetividade e do intelecto da criança, que está além da 
"liberdade de expressão verbal" (6). Devendo, assim, 
29 
 
funcionar como um auxiliar no conhecimento da criança 
como um todo. 
 
3 MATERIAIS E MÉTODOS 
 
Nesse estudo participaram 32 crianças na faixa etária 
de 7 a 8 anos, sendo 20 crianças do sexo feminino e 12 do 
masculino, regularmente matriculadas em uma instituição de 
ensino privado do município de Belém. Essas crianças foram 
abordadas individualmente, para realizar um desenho livre 
(Figura 1) a respeito do seu dentista e do ambiente 
odontológico, e em seguida, responderam a um questionário 
de perguntas subjetivas sobre os mesmos aspectos. 
 
 
FIG. 1 – Criança desenhando individualmente sob supervisão da pesquisadora. 
 
30 
 
 A pesquisa foi feita através de quatro examinadores 
devidamente calibrados, para que fizesem as perguntas da 
mesma maneira e que no momento do desenho não 
respondesem a nenhuma pergunta feita pela criança. Os 
examinadores entregavam uma folha de papel para cada 
criança, que estavam separadas, para minimizar a cópia, já que 
foram chamadas em grupos de quatro, para executar o 
desenho. Para se obter o desenho as crianças foram instruídas 
da seguinte maneira: “nesse papel, eu gostaria que você 
fizesse um desenho do (a) seu (sua) dentista e da sala onde ele 
(a) lhe atende”. O desenho foi feito à mão livre e para tal, cada 
criança utilizou lápis número 1 ou giz de cera colorido, de 
acordo com a preferência, papel A4 e borracha. 
Após a execução do desenho, cada criança foi 
questionada para fazer comentários sobre aquilo que 
desenhou. Esses foram anotados pelo examinador e serviram, 
juntamente com as respostas do questionário, feito 
posteriormente, como dados para análise do desenho e parecer 
psicológico. 
Depois de acabar o desenho, cada criança respondeu 
individualmente a um questionário, que continha as seguintes 
31 
 
perguntas: 1) O que é um dentista? ; 2) Como o dentista trata 
você? ; 3) Do que você mais gosta: no dentista, no tratamento 
e no consultório? ; 4) Do que você menos gosta: no dentista, 
no tratamento e no consultório? As respostas foram fielmente 
transcritas pelos examinadores de modo a serem 
posteriormente avaliadas pelo psicólogo. 
 
4 RESULTADOS 
 
Através da análise dos desenhos (Tabela I) observou-se 
que 28% das crianças apresentaram-se hostis ao dentista e 72% 
receptivas. Quanto ao quesito tratamento, 11 crianças 
apresentaram-se hostis e19 receptivos. 
No questionário, observou-se que 72% das crianças 
caracterizam o cirurgião-dentista como “Pessoa que cuida dos 
dentes”, 25% “Pessoa que tira os dentes” e 3% não sabiam o 
que era o dentista. Com relação à maneira de tratar a criança, 
87,5% afirmaram que o dentista trata bem e 6,25% com 
bondade, não havendo qualquer tipo de reação negativa. 
 
 
32 
 
 Percentagem de 
crianças 
Hostil ao Dentista 28% 
Receptivo ao Dentista 72% 
Hostil ao Tratamento 34% 
Receptivo ao Tratamento 66% 
Fonte: Dados da Pesquisa 
Tabela 1- Análise do Perfil do Dentista sob o Olhar das Crianças de 7 e 8 anos do 
Centro de Ensino Montessorio do Pará , no Município de Belém, em 2004. 
 
As respostas mais encontradas, nos questionários, estão 
demonstradas nos gráficos 1, 2, 3, 4, 5 e 6. 44%
22%
9%
9%
16%
Gosta de Tudo
Atitudes de Dar
Brindes
Cabelo
Não Sabe
Outros
 
Fonte: Dados da Pesquisa 
Gráfico 1- O que a Criança Mais Gosta no Dentista 
 
9%
50%
9%
6%
6%
20%
Jato de ar e Água
Prof ilaxia 
Exodontia
Colocar Aparelho
Não Sabe
Outros
 
 Fonte: Dados da Pesquisa 
Gráfico 2- O que a Criança Mais Gosta no Tratamento 
 
33 
 
22%
6%
23%15%
34%
Cadeira
Jato de ar e água
Outros
Refletor de Luz
Brinquedos
 
 Fonte: Dados da Pesquisa 
Gráfico 3- O que a Criança Mais Gosta no Consultório 
 
82%
6%
6% 6%
Gosta de Tudo
Jeito
Roupa
Sapato
 
Fonte: Dados da Pesquisa 
Gráfico 4- O que a Criança Menos Gosta no Dentista 
 
9%
12%
23%
31%
19%
6% Abridor de boca
Gosta de Tudo
Outros
Exodontia
Flúor
Prof ilaxia 
 
Fonte: Dados da Pesquisa 
Gráfico 5- O que a Criança Menos Gosta no Tratamento 
34 
 
16%
38%
34%
6% 6% Refletor de Luz
Gosta de Tudo
Outros
Ar Condicionado
Cadeira
 
 Fonte: Dados da Pesquisa 
Gráfico 6- O que a Criança Menos Gosta no Consultório 
 
5 DISCUSSÃO 
Neste trabalho foi utilizado uma forma de 
comunicação verbal (questionário), associada a uma não-
verbal (desenho), que além de retratar muito bem o que a 
criança pensa e sente, é uma forma agradável e fácil de 
despertar a atenção e colaboração da criança para a 
pesquisa, o que seria muito difícil caso fosse apenas 
aplicado um questionário. 
A análise dos desenhos foi feita após a avaliação 
psicológica através de indicativos ou sinais específicos, que 
demonstram conotação positiva (de receptividade) ou 
35 
 
negativa (de hostilidade), como por exemplo, o uso da cor 
preta como um indicativo de hostilidade. 
As respostas obtidas no questionário foram 
primeiramente analisadas de forma isolada, e depois 
comparadas com os desenhos para se chegar uma melhor 
compreensão das respostas das crianças. 
Os desenhos analisados como hostis ao dentistas foram os 
que se caracterizaram pela ausência da figura humana, 
e/ou presença, mas com traçados básico e sem formas. 
Neste foram mais freqüente desenhos do espaço físico, 
visualizado nos mesmos a presença de cadeiras 
odontológicas, armários com ausência de detalhes dos 
objetos. 
No critério hostil ao tratamento, consideraram-se os 
desenhos que apesar de apresentarem os objetos e móveis 
de consultório odontológico, tais desenhos tem ausência de 
detalhes, como também se constatou eram soltos e isolados 
entre si. 
O desenho 1 é considerado hostil pela ausência de 
figuras humanas, sendo o espaço caracterizado por 
instrumentos com aparência de monstro e ilustrado com 
36 
 
cores contrastantes, onde a presença da cor preto e de 
sombreamento dão a percepção de hostilidade. 
 
Desenho 1 
 
E quanto ao critério receptividade ao dentista, 
verificou-se a presença de desenhos de duas ou mais 
figuras humanas, onde as mesmas mostram-se com 
detalhes de face e membros, bem como com tamanhos 
diferenciados, demonstrando a distinção das figuras, de 
onde se conclui serem a mesma pessoa, o odontopediatra e 
a criança paciente. Tais desenhos têm correspondência nos 
questionários de receptividade, onde os mesmos expressam 
conceitos positivos em relação a este profissional. 
E no aspecto receptividade ao tratamento, 
constatou-se nos desenhos onde o espaço do consultório 
mostrou-se rico em detalhes, que vão desde a presença de 
37 
 
instrumentais até a presença de luzes com formato de sol, 
como também presença de sala de espera com brinquedos e 
objetos de decoração com temas infantis presente nos dois 
espaços referido (consultório e sala de espera). 
O desenho 2 é considerado receptivo ao dentista e 
ao tratamento por conter presença de figuras humanas, com 
face alegre e espaço físico bem caracterizado com riqueza 
de detalhes. Este desenho desperta a atenção pelo colorido 
alegre. 
 
Desenho 2 
Os itens dentista e tratamento foram 
correspondentes tanto nas receptividades quanto nas 
hostilidades, havendo apenas dois desenhos que se 
mostraram discrepantes, onde estes deram destaque ou para 
as figuras humanas ou o contrário, destacando o espaço 
físico do consultório com desenhos e cores vivas. 
 
38 
 
6 CONCLUSÃO 
 
1- A utilização do desenho associado ao 
questionário foi uma técnica eficaz para se chegar à visão 
que a criança tem do dentista, do ambiente odontológico e 
do momento da consulta. 
 2- A maioria das crianças apresentou-se receptivas 
ao cirurgião-dentista e ao tratamento. 
REFERÊNCIAS 
 
1- ALWIN N.P, MURRAY J.J, NIVEM N. The effect of children`s 
dental anxiety on the behaviour of a dentist. Int J Paed Dent1991; 4 (1): 
19-24. 
2- AMORIM, V.C.S.A., SANTOS, M.F.S; Visão que a criança tem 
do dentista através da interpretação de desenhos. Revista ABO 
Nacional. V. 7 , n. 6. P 359-363. dez. 1999/ jan. 2000. 
3- ARFOUILLOUX, J.C. A entrevista com a ciança. Rio de Janeiro: 
Guanabara S. A., 1988. 177p. 
4- ARGYLE, M. A interação social – relações interpessoais e 
comportamento social. Rio de Janeiro: Zahar Editores, 1976. 571p. 
5- CORKEY B, FREEMAN R. Predictors of dental anxiety in six-
year-old children: findings from a pilot study. J Dent Child 1994; 
61(4): 267-71. 
6- DI LEO, J.H.A. Interpretação do desenho infantil. Porto Alegre: 
Artes médicas. 1985. P 218. 
7- EICHENBAUM, I.W.; DUNN, N.A; A Projective drawings by 
childrens under repeated dental stress. J. Dent. Child. n. 38, p. 164-
174. may./jun. 1971. 
8- GUEDES PINTO, A.C. , ISSÁO, M. Manual de odontopediatria. 7 
ed. Artes médicas. 1988. 
39 
 
9- KLEPSCH, M. ; LOGIE,L.; Crianças desenham e se comunicam: 
uma introdução aos usos projetivos dos desenhos infantis da figura 
humana. Porto Alegre: Artes médicas. 1984. p. 204. 
10- LIMA, K.C.F., BARROS, R.P; Avaliação da expectativa e reação 
de crianças ao tratamento ortodôntico utilizando a técnica projetiva do 
grafismo: relato de casos (Trabalho de Conclusão de Curso de 
Graduação em Odontologia. Belém: CESUPA - Centro Universitário 
do Pará, 2002. 
11- MEDEIROS, E.P.G. e BERVIQUE, J.A. O sentimento de vítima 
em pacientes da odontologia. Rev.Odontólogo Moderno., Rio da 
Janeiro, vol. VII, n. 3, p. 35 - 41, mar. 1981. 
12- MORAES, A.B.A. e PESSOTI, I. O ensino de psicologia em 
odontologia. Rev. Ass. Paulista Cirurg. Dent., São Paulo, vol. 37, n. 4, 
p. 338 – 345, jul./ago. 1983. 
13- PARKIN SF. The assessmement of two dental anxiety rating 
scales for children. ASDC J Dent Child 1988; 47 (4): 269-72. 
14- RAMOS-JORGE ML. Comportamento infantil no ambiente 
odontopediátrico: fatores de predição (dissertação de mestrado). Belo 
Horizonte: Faculdade de odontologia da UFMG; 2000. 
15- TSUTSUMI, C.U.; SILVA, E.L; Variáveis influenciadoras do 
comportamento infantil frente ao tratamento odontológico: uma 
abordagem subjetiva (Trabalho de Conclusão de Curso de Graduação 
em Odontologia. Belém: CESUPA - Centro Universitário do Pará, 
2002. 
16- VENHAM L.L. The effect of mother`s presence on child`s 
response to dental treatment. J Dent Child 1979; 46(3): 517 
17- WHIGHT G.Z, ALPERN G.D. Variables influencing children`s 
cooperative behavior at thefist dental visit. J Dent Child 1971; 38(2): 
124-8. 
 
 
Rev. Científica ESAMAZ, Belém, v.1n.1 jul./dez., 2009 
ABORDAGEM DO CONCEITO MULLIGAN NA 
EPICONDILALGIA LATERAL: UMA NOVA VISÃO 
EM TERAPIA MANUAL 
APPROACH THE MULLIGAN CONCEPT 
EPICONDILALGIA LATERAL: A NEW VISION IN 
MANUAL THERAPY 
 
Eduardo André Louzeiro LAMA 
Esp. em Fisioterapia Traumato-ortopédica. 
Prof. do Curso de Fisioterapia da ESAMAZ. 
Monitor da Reg. Norte no Conceito Mulligan 
de Terapia Manual 
Anatomista 
Membro da Sociedade Bras. de Anatomia 
Membro da Soc. Bras. para o Estudo da Dor 
 
 
RESUMO: O conceito Mulligan traz uma nova visão diferenciada para a 
epicondilalgia lateral, sendo atualmente uma técnica egressa em terapia manual, o 
objetivo deste trabalho é mostrar a contribuição deste conceito na abordagem da 
epicondilalgia lateral. Os resultados encontrados revelaram fundamentações 
neurofisiológicas e artrocinemáticas para interpretar a lesão. Conclui-se que o 
conceito Mulligan contribuir com epicondilalgia lateral diminuindo a dor, 
aumentando a amplitude de movimento e recuperando a força de preensão da 
mão. 
Palavras-chave: Mulligan, artrocinemática, epicondilalgia lateral. 
 
ABSTRACT: The Mulligan brings a new different vision for lateral 
epicondylalgia, being a progressive technique in manual therapy, the objective of 
this study is to show the contribution of the concept straight to lateral 
epicondylalgia. The results revealed neurophysiological and kinesiological 
embasement to understand the injury. It´s conclued that Mulligan mobilizations 
help patients with lateral epicondylalgia reducing pain, getting a higher motion of 
movement and taking a better grip-strength. 
Key-words: Mulligan, joint kinematics, lateral epicondylalgia. 
 
 
 
41 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A fisioterapia manual contemporânea vem passando 
por uma série de mudanças, seja pela incorporação de novos 
conceitos e filosofias, seja pelo desenvolvimento e 
aperfeiçoamento de técnicas que eficazmente aceleram o 
processo de recuperação do paciente, restaurando na grande 
maioria das vezes a função mioarticular e oferecendo melhor 
qualidade de vida. 
O termo terapia manual surge concomitantemente 
com o aparecimento da Osteopatia em 1874 pelo médico 
americano Andrew Taylor Still e subsequentemente a 
Quiropraxia por Daniel David Palmer em 1895, os quais 
tiveram seus princípios bastante questionados na época, mas 
nos dias atuais tem sido bastante respeitados pela 
comunidade fisioterapêutica mundial devido aos excelentes 
resultados clínicos no pacientes. 
A terapia manual como ramificação direta da 
fisioterapia manual neuro-ortopédica ao longo dos últimos 
anos deu um salto considerável no que diz respeito ao 
42 
 
aperfeiçoamento de seus conceitos e alavancou ótima 
aceitação de uso pelos terapeutas mundiais, sendo uma 
ferramenta indispensável no tratamento de distúrbios 
miofaciais, musculares, articulares e neurais, englobando 
todas as articulações periféricas e coluna vertebral. 
A articulação periférica do cotovelo é uma das 
regiões bastante acometidas por esses distúrbios, 
principalmente por processos inflamatórios crônicos como a 
epicondilalgia lateral ou também conhecida como “cotovelo 
de tenista” ou Tennis elbow, sendo na atualidade uma 
nomenclatura discutida entre os pesquisadores. 
Os aspectos de manifestação desta lesão foram 
estudados por Vicenzino (2003), verificando que no processo 
lesional não ocorre simplesmente uma inflamação, a partir 
disto a terminologia passa ser muito mais ampla que a 
conceituada tradicionalmente. A terapia manual ortopédica 
dispõe de diversos conceitos, princípios e técnicas para 
avaliação e tratamento da Epicondilalgia Lateral ou (E.L.), 
incrementando o tratamento da ortopedia tradicional e 
servindo de coadjuvante importante na melhora clínica destes 
pacientes. 
43 
 
Atualmente um conceito em terapia manual vem 
ganhando espaço e respeito pela comunidade internacional de 
fisioterapia neuro-ortopédica, o Conceito mulligan, descrito 
por Mulligan (1995) ao afirmar que nas articulações podem 
ocorrer “falhas posicionais” levando as lesões. Esta reforça a 
idéia de artrocinemática e reequilíbrio funcional, as quais são 
importantes para a recuperação da epicondilalgia lateral. 
Apesar de existirem várias técnicas que auxiliam na 
melhora da epicondilalgia lateral, pouco é esclarecido para 
comunidade terapêutica em geral sobre a visão do conceito 
Mulligan e sua abordagem em relação a epicondilalgia 
lateral, como o método é utilizado e como atua 
intrinsicamente na articulação, logo o objetivo deste trabalho 
foi mostrar a contribuição do conceito Mulligan na 
diminuição da dor e ganho de amplitude articular de 
movimento na epicondilalgia lateral. 
 
2 METODOLOGIA 
 
O delineamento da pesquisa foi observacional do tipo 
revisão de literatura em jornais, revistas e livros 
44 
 
especializados, buscando informações pertinentes sobre os 
aspectos neurofisiológicos, etiopatogênicos e terapêuticos da 
Epicondilalgia Lateral, assim como resultados de sua 
intervenção através do conceito Mulligan. 
 
3 REVISÃO DE LITERATURA 
 
Para Mackin (2002) a epicondilite lateral ou Tennis 
elbow, é uma das lesões de maior incidência no membro 
superior distal e aparece principalmente quando há 
solicitação em segurar algo com punho cerrado, carregar 
sacolas de compras ou abrir maçanetas de portas. Os 
sintomas normalmente interferem na realização das 
atividades da vida diária e ocupacional, ocorrendo mais em 
homens que mulheres e clinicamente apresentando um dado 
interessante, apesar da nomenclatura usual ser cotovelo de 
tenista, os maiores afetados são não-atletas do que atletas, 
inferindo nos dias atuais o emprego de certa maneira 
equivocado do termo. 
Gould (1999) define epicondilite lateral como uma 
síndrome identificada pela ”dor” na região lateral do 
45 
 
cotovelo, principalmente durante solicitação de contração 
isométrica dos extensores do punho, porém nesta 
conceituação literária percebe-se que já há uma inferência da 
“dor na região lateral do cotovelo” e não especificamente 
uma inflamação. 
Segundo Vicenzino (2003) a epicondilalgia lateral é 
caracterizada como dor na face lateral do úmero distal 
durante atividades que requeiram segurar uma xícara, 
balançar as mãos, vestir-se, tomar banho e na maioria das 
atividades da vida diária, sendo esta nomenclatura mais aceita 
em detrimento de epicondilite lateral, como era intitulada há 
7 anos atrás. 
Vicenzino (2003) afirma que a etiopatogenia da 
epicondilalgia lateral é bastante diversificada tendo como 
condições patológicas a presença de artrite da articulação 
úmero-radial, bursite, estiramento do ligamento anular do 
rádio, fibrilação da cabeça do rádio, calcificação ectópica dos 
tecidos moles circunjascentes, uso excessivo e compressão do 
nervo interósseo posterior. 
Vicenzino (2003) destaca que dentre o conjunto de 
músculos extensores do punho, aquele com maior índice 
46 
 
lesional é o Extensor Radial Curto do Carpo, sua inflamação 
confere o quadro de dor localizada, limitação dos 
movimentos do cotovelo, especialmente o de extensão e 
diminuição da função de preensão da mão. 
Riek (2000) avaliou através de eletromiografia 
profunda em cadáveres, as diferentes ações dos músculos 
Extensor Radial Longo e Radial Curto do Carpo em relação 
aos movimentos do punho e cotovelo e identificou que 
determinadas porções de cada músculo influenciam em um 
movimento específico de cada articulação. Isto remete ao fato 
de que durante a epicondilalgia lateral a dor é conclusiva 
durante os movimentos de punho e cotovelo caracterizando 
sua intensidade de acordo com a porção e extensão da lesão. 
De acordo com Mulligan (2004) a visão que a terapia 
manual tem sobre a epicondilalgia lateral é de um distúrbio 
miofacial, porém reflete sobre osdesarranjos ou 
desalinhamentos na sua artrocinemática, que interferem 
decisivamente no restabelecimento da função ou que retarda 
o ganho desta funcionalidade, por isto suas técnicas na 
maioria dos casos se somam com a abordagem ortopédica 
47 
 
clássica, mas em outras representam o recurso chave para 
realinhamento articular e recuperação da dinâmica funcional. 
Mulligan (2004) descreve o conceito Mulligan como 
movimento passivo por deslizamento (Glide) das facetas 
articulares (micromovimento articular) associado ao 
movimento ativo, além de uma pressão em final de arco, 
chamada Overpressure, sendo realizada repetidas vezes. A 
técnica é versátil e pode ser aplicada com carga, sem carga, 
na posição de dor específica ou em posição funcional. 
De acordo com Mulligan (1995), no caso do cotovelo, 
devido ser uma articulação periférica, o modo terapêutico é a 
mobilização com movimento (Mobilization with movement - 
MWM), no qual é imprescindível que haja movimento ativo 
de grande amplitude. Atribui o cotovelo de tenista como uma 
condição de desalinhamento articular, um distúrbio da 
artrocinemática que denominou de Positional fault que 
condiz a uma falha posicional da articulação radio-umeral ou 
rádio-ulnar, explicando, então, o sintoma de dor e bloqueio 
durante a execução dos movimentos. 
 
48 
 
 
Fig 1. Técnica de MWM sem cinto para o Cotovelo de Tenista. 
Fonte Manual Therapy 
 
 
Figura 2. Técnica de MWM com Cinto para o cotovelo de Tenista. 
 Fonte Manual Therapy 
 
Para Mulligan (1995) o posicionamento articular 
associado ao movimento ativo pode restaurar a “memória de 
posicionamento no trilho articular”, reforçando assim a teoria 
49 
 
da falha posicional e atribuindo a instalação da epicondilalgia 
lateral a uma alteração da mecânica articular. 
Jensen (2001) afirma que em sua pesquisa houve melhora 
significativa de 95% dos pacientes com epicondilalgia lateral 
na transição dos grupos pré-intervenção e pós-intervenção, 
concluindo boa aceitação clínica da técnica em um programa 
de exercícios utilizando o conceito Mulligan, alcançando 
redução de dor dinâmica e aumentando a amplitude de 
movimento. 
Paungmali (2002) confirmou que a aplicação da 
técnica do conceito Mulligan em pacientes com 
epicondilalgia lateral reduziu a dor e aumentou em 58% da 
força de preensão das mãos. 
Conforme Exelby (1996) o mal-alinhamento e o 
bloqueio articular podem levar as origens do processo de 
desencadeamento da epicondilalgia lateral. 
Wright (2002) identificou que ao realizar um Glide 
lateral em pacientes com epicondilalgia lateral houve redução 
do processo doloroso e perceptível aumento na força 
muscular e amplitude de movimento. 
50 
 
Abbott (2001) pesquisou pacientes com epicondilalgia 
unilateral e verificou limitação da amplitude articular do 
ombro para rotação externa, após submetidos as técnicas do 
conceito Mulligan mostraram redução da dor local e 
aumento da mobilidade do ombro homolateral, fazendo uma 
relação neurofisiológica afirmando que restrições de 
mobilidade distais podem alterar o padrão motor proximal. 
Slater (2003) identificou, a partir de um modelo 
experimental in vivo de epicondilalgia lateral, que as 
interações sensitivas e motoras são semelhantes entre a lesão 
em curso natural e a reproduzida em laboratório, 
aproximando sua pesquisa de características clínicas mais 
reais. 
Slater (2006) concluiu que ao simular 
experimentalmente inflamação com injeção de solução salina 
no músculo Extensor Radial Curto do Carpo de humanos e 
submetendo a exercícios pelo conceito Mulligan, não houve 
melhora clínica. Sugere com este resultado que por ser uma 
inflamação em curto prazo, não houve sensibilização central 
da dor, ou seja, não houve tempo suficiente para se criar a 
51 
 
memorização central da dor e por isto o Conceito Mulligan 
conferir bons resultados em inflamações crônicas. 
Wyke (1976); Woolf (1983); Johansson (1991); 
Zuzman (1992); Wright (1994) afirmavam que 
neurofisiologicamente durante a injúria aguda do tecido 
periférico há incremento na atividade dos neurônios da 
medula espinhal. Isto sugere que uma importante causa da 
permanência da dor crônica pode ser oriunda de uma 
plasticidade mal-adaptada dos neurônios da medula espinhal 
e que injúrias periféricas na fase inicial mudam o padrão 
excitatório dos neurônios. 
Segundo Byl (1997) o princípio da dor crônica da 
epicondilalgia lateral é sitiada centralmente ao nível do 
córtex motor e possivelmente o quadro clínico se mantenha 
em um circuito mal-adaptado da medula espinhal ou em uma 
representação cortical anormal, mais que, apenas percepção 
atual do sítio doloroso. 
Byl (1997), desta maneira conclui que os efeitos que a 
mobilização com movimentos produzem na clínica do 
paciente podem ser puramente neurofisiológicos, o fato de 
que se provoca uma reação compressiva nos tecidos pode 
52 
 
desencadear um estímulo sobre a atividade nervosa aferente 
dos neurônios da medula espinhal. Este processo inibe a 
nocicepção e os Pools de neurônios motores, além de recrutar 
o circuito de neurônios da medula espinhal conseguindo desta 
forma a realização de movimentos livre de dor. 
 
4 DISCUSSÃO DOS RESULTADOS: 
 
Vicenzino (1996), já estudava a relação que existia 
entre alterações clínicas da epicondilalgia lateral com a 
mobilidade da coluna cervical. Neste caso submeteu 
pacientes com epicondilalgia lateral aos testes de estiramento 
nervoso ou testes neurodinâmicos cervicais, observando a 
melhora da sintomatologia dolorosa, além de melhorar a 
força de preensão da mão homolateral à lesão. 
Segundo Vliet (2006) a repetição e especificidade da 
tarefa para a plasticidade cortical e a relação especificidade-
tarefa são de extrema importância, pois através da análise por 
estimulação magnética transcranial, verificou-se que a 
recuperação do déficit motor pode ser atribuída ao “o que” e 
“quanto” é praticado desta tarefa específica. Recomenda que 
53 
 
a tarefa específica diária e as variações de posicionamento, 
melhora a atividade cortical e podem trazer bons resultados 
em relação à reeducação neuromotora. 
Percebe-se desta maneira que os conceitos 
apresentados possuem atualizações consideradas importantes 
no estudo da epicondilalgia lateral, havendo uma inter-
ligação dos achados científicos entre os autores, como mostra 
Vicenzino (2003) ao avaliar clinicamente pacientes com 
epicondilalgia lateral, caracterizou-a como dor na região do 
epicôndilo lateral, ambos originários do epicôndilo lateral, 
durante atividades que requeiram segurar uma xícara vestir-se 
e na maioria das atividades da vida diária, atribuindo a uma 
inflamação dos músculos extensor radial longo e curto do 
carpo. 
Sua pesquisa reafirma o trabalho de Riek (2000), que 
avaliou através de eletromiografia profunda, as diferentes 
ações dos músculos extensor radial longo e radial curto do 
carpo, em relação aos movimentos do punho e cotovelo. 
Percebe-se então a necessidade de se investigar este dois 
grupos musculares em situações de suspeita e/ou confirmação 
da epicondilalgia lateral. 
54 
 
Como proposta de intervenção em terapia manual para 
a epicondilalgia tem-se o conceito Mulligan, descrito por 
Mulligan (1995) ao afirmar que uma das causas para a 
epicondilalgia lateral seja a falha posicional culminando para 
uma alteração na mecânica articular. 
Esta idéia foi reforçada por Mulligan (2004) ao inferir 
que para intervenção pelo conceito Mulligan na 
epicondilalgia lateral poderia se utilizar a mobilização com 
movimento (MWM), como forma de restabelecer o 
alinhamento e a memória articular. Uma idéia passa a somar 
a outra demonstrando coerência e coesão no foco de pesquisa 
ao longo dos anos. 
Em trabalhos experimentais Jensen (2001) obteve 
como resultado 95% de melhora do quadro doloroso e de 
limitação funcional de pacientescom epicondilalgia lateral, 
verificando boa aceitação da técnica pelo grupo. Já 
Paungmali (2002) conferiu um outro enfoque, averiguando a 
eficácia do conceito Mulligan através de uma melhora de 
58% da força de preensão de pacientes com epicondilalgia 
lateral. Os dois resultados se complementam inter-
55 
 
relacionando mal-alinhamento articular e sobrecarga 
muscular. 
Tal fato havia sido estudado por Exelby (1996) ao 
verificar que o mal-alinhamento e o bloqueio articular 
poderiam levar à epicondilalgia lateral. Os autores 
contribuem com pesquisas que se completam e firmam 
decisivamente o conceito Mulligan como uma técnica 
positiva na abordagem terapêutica da epicondilalgia lateral, 
porém ainda não embasam com sustentabilidade os princípios 
fisipatológicos que ocorrem. 
A partir disto Slater (2003) leva sua pesquisa ao 
laboratório e simula uma epicondilalgia lateral em humanos 
com uma injeção salina nos músculos da região do epicondilo 
lateral e constatou que as interações sensitivas e motoras são 
semelhantes a lesão de base. 
Para aperfeiçoamento desta pesquisa Slater (2006) 
partiu do trabalho anterior e associou a reprodução da lesão 
ao tratamento pelo conceito Mulligan, porém constatou que 
por ter sido uma lesão em curto prazo não houve tempo para 
sensibilização central da dor, resultando em insucesso da 
aplicação da técnica. Interpreta-se, assim, que em lesões 
56 
 
músculo-esqueléticas agudas a aplicação imediata da técnica 
em curto tempo de início dos sintomas, não responde com 
sucesso. 
Em suas pesquisas Wyke (1976); Woolf (1983); 
Johansson (1991); Zuzman (1992); Wright (1994), sustentam 
diferenças no processamento neurofisiológico entre dor 
aguda e a crônica, afirmam que existe uma plasticidade mal 
adaptada dos neurônios da medula espinal enquanto que nas 
injúrias periféricas iniciais ocorre mudança no padrão 
excitatório dos neurônios. Estas fundamentações remetem a 
reflexões sobre o padrão do transito neural nas duas 
manifestações neurofisiológicas e como o conceito Mulligan 
passa a ter abordagens diferentes em cada uma delas. 
Informações mais recentes descritas no trabalho de 
Vliet (2006) revelam a importância da repetição e da 
especificidade da tarefa realizada, como fatores 
contribuidores para a melhora da atividade cortical e 
reeducação neuro-motora 
O conceito Mulligan, desta maneira, sustenta através de 
pesquisas científicas que a abordagem da epicondilalgia 
lateral ultrapassa o espectro simplesmente músculo-
57 
 
esquelético e avança para análise artrocinemática elucidando 
novas formas de avaliação e conduta, assim merecendo 
atenção da comunidade da terapia manual nacional. 
 
5 CONCLUSÃO 
 
O conceito Mulligan confere uma visão diferenciada para 
a epicondilalgia lateral, seus princípios artrocinemáticos 
revelam a necessidade de uma avaliação específica e 
mostram sua importância ao contribuírem evolutivamente na 
redução da dor, aumento de amplitude de movimento e 
recuperação da força de preensão da mão, porém são 
necessárias mais pesquisas neste campo para validar ainda 
mais suas aplicações. 
 
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Rev. Científica ESAMAZ, Belém, v.1n.1 jul./dez., 2009 
ESTUDO DA SÍNDROME DO DESCONFORTO 
RESPIRATÓRIO ATRAVÉS DA ABORDAGEM 
CLÍNICA E FISIOTERAPÊUTICA 
STUDY OF THE RESPIRATORY DISTRESS 
SYNDROME THROUGH THE CLINICAL APPROACH AND 
PHYSIOTHERAPEUTIC 
 
Flávia Maria Lessa MÉLO 
Fisioterapeuta do Hospital Ophir Loyola 
Esp. em Fis. em Traumatologia e Ortopedia 
Eduardo André Louzeiro LAMA 
Esp. em Fisioterapia Traumato-ortopédica. 
Prof. do Curso de Fisioterapia da ESAMAZ. 
Monitor da Reg. Norte no Conceito Mulligan de 
Terapia Manual 
Membro da Sociedade Bras. de Anatomia 
 
RESUMO: A síndrome do desconforto respiratório (SDR) é uma das patologias com maior 
índice de mortalidade em recém-nascidos por insuficiência respiratória devido a carência de 
surfactante no organismo, com isto será observado no paciente quadros de atelectasias 
progressiva, perda da capacidade funcional e residual, alterações na proporção ventilação-
perfusão e distribuição desigual de ventilação, além de uma maior retenção de CO2 que 
clinicamente se traduzirá em hipoxemia, hipercapnia, acidose metabólica e respiratória, que 
contribuem para o estabelecimento de vasoconstrição pulmonar e shunt direito-esquerdo 
pelo canal arterial. Neste contexto a fisioterapia apresentará papel importante no sentido de 
intervir para favorecer a redução de pressões e melhorar as concentrações inspiradas de O2, 
no mínimo necessário, para diminuir os danos no parênquima pulmonar; prevenir 
complicações e reduzir o tempo de internação hospitalar. 
Palavras-chave: Síndrome do Desconforto respiratório, surfactante, fisioterapia. 
 
ABSTRACT: The Respiratory Distress Syndrom (RDS) is one of the pathologies of most 
cases of deads in new-borned childrem, caused by respiratory failure and surfactant deficit. 
Patient´s clinicalsituation is observed progressive atelectasis and lost of organic functional 
capacity, alteration on pulmonary ventilation, no-regular ventilation, including higher 
keeping of CO2, resulting in Hipoxemy, metabolic and respiratory acidosis, and the 
apearence of pulmonary vasoconstriction, right-left shunt. The Physiotherapy has an 
important matter reducing the pulmonary high pressure, the pressure of oxygen and the 
damages in pulmonary parenchyma, previning complication and reducing hospital stay. 
Key words: Respiratory Distress Syndrome, surfactant, Physiotherapy. 
 
 
61 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A síndrome do desconforto respiratório (SDR) 
também chamada de doença da membrana hialina (DMH) é 
considerada uma das causas mais freqüentes de insuficiência 
respiratória em recém-nascido, sendo uma das patologias que 
apresentam maior índice de mortalidade nesses pacientes, 
acometendo normalmente prematuros com menos de 35 
semanas pesando entre 1.000g e 1.500g que passaram por 
algum sofrimento pré, peri ou pós-natal. Segundo FIGUEIRA 
(1996), a principal causa é a prematuridade, tendo ainda 
fatores predisponentes como o parto cesárea eletiva em 
gestantes que apresentam acompanhamento pré-natal 
inadequado, surgimento de hipóxia perinatal aguda, parto de 
segundo gemelar, além do descolamento prematuro da 
placenta. 
Segundo MARCONDES (1999), nesta patologia há 
uma carência de surfactante que leva à várias conseqüências 
como aumento da tensão superficial alveolar, fazendo com 
que os níveis pressóricos intra-alveolares utilizados para 
62 
 
mantê-los abertos sejam maiores. De acordo com FIGUEIRA 
(1996), as paredes torácicas passam a sofrer deformidades e 
retrações devido ao prematuro arcabouço ósseo receber as 
forças de tração muscular no momento da negatividade do 
tórax. AVERY (1999) relata que devido à falta de surfactante 
pulmonar, além de ser observado a atelectasia progressiva, 
estará presente também a perda da capacidade funcional e 
residual, alterações na proporção ventilação-perfusão e 
distribuição desigual de ventilação. Além disso, ocorre uma 
maior retenção de CO2 que clinicamente se traduzirá ao RN 
como hipoxemia, hipercapnia, acidose metabólica e 
respiratória, que contribuem para o estabelecimento de 
vasoconstrição pulmonar e shunt direito-esquerdo pelo canal 
arterial. 
Para PHILIP (1979), o diagnóstico da SDR está 
relacionado com os sinais de dificuldade respiratória cada vez 
mais intensos, nas primeiras 3 à 6 horas, exteriorização por 
incursões respiratórias rápidas, gemido expiratório, retração 
de musculatura intercostal, batimentos de asa do nariz, 
cianose central, palidez, edema, má perfusão capilar, crises 
de apnéia e oligúria. 
63 
 
Desta forma, buscou-se validar a importância da 
aplicação de recursos fisioterapêuticos do tipo TEMP e 
vibração manual em lactentes que apresentam síndrome do 
desconforto respiratória, uma vez que poucas pesquisas 
foram desenvolvidas nesta área de conhecimento. 
Esta pesquisa tem como objetivos, investigar os 
aspectos clínicos e terapêuticos em relação à angústia do 
recém-nascido durante o ato respiratório associado ao uso de 
recursos da fisioterapia respiratória manual, além de verificar 
a aplicabilidade de recursos da fisioterapia respiratória 
manual na condição clínica da SDR e desta forma fomentar 
pesquisas sobre o uso de recursos manuais na abordagem 
fisioterapêutica da SDR. 
 
2 REFERENCIAL TEÓRICO 
 
Segundo FIGUEIRA (1996), esta patologia é 
considerada como uma das causas mais freqüentes de 
insuficiência respiratória em recém-nascidos, sendo uma das 
patologias que apresentam maior índice de mortalidade 
nesses pacientes, sendo acometidos normalmente prematuros 
64 
 
com menos de 35 semanas e com peso entre 1.000g e 1.500g, 
que passaram por algum sofrimento pré, peri ou pós-natal. A 
característica anatômica fundamental é o colapso alveolar 
responsável por shunt direito-esquerdo intrapulmonar. 
Para ROZOV (1999) a Síndrome do desconforto 
respiratório ou doença da membrana hialina está relacionada 
à deficiência primária de surfactante que afeta principalmente 
o recém-nascido pré-termo, sendo sua incidência 
inversamente proporcional à idade gestacional. 
A principal causa é a prematuridade, mas existem 
outros fatores como: hemorragia antes do parto, hipóxia 
perinatal aguda, parto cesárea eletiva em gestantes que 
apresentaram acompanhamento pré-natal inadequado, mãe 
portadora de diabetes, segundo gemelar, parto traumático, 
descolamento prematuro da placenta, sexo masculino, asfixia 
ao nascimento, isoimunização Rh grave, hipotermia, 
alterações metabólicas (hipoglicemia), hipovolemia, rotura 
prematura e prolongada das membranas (mais de 24 horas), 
retardo de crescimento intra-uterino, mães viciadas em 
heroína, administração de glicocorticóides à mãe entre outros. 
65 
 
Segundo MARCONDES (1999) nesta patologia há 
uma carência de surfactante que leva ao aparecimento de 
várias conseqüências como elevação da tensão superficial 
alveolar, que faz com que os níveis pressóricos intra-
alveolares utilizados para mantê-los abertos sejam maiores. 
Isso provocará atelectasias progressivas e difusas que levará a 
dificuldade de oxigenação e ventilação pulmonar através do 
shunt intrapulmonar que estará presente. 
Para ele no início do processo há um grande 
comprometimento de O2 e com o decorrer da evolução do 
problema, ocorre uma maior retenção de CO2 que fará com 
que seja observado no recém-nascido hipoxemia, 
hipercapnia, acidose metabólica e respiratória, que 
contribuem para o estabelecimento de vasoconstrição 
pulmonar e shunt direito-esquerdo pelo canal arterial. 
AVERY (1999) cita que devido à falta de 
surfactante pulmonar, além de ser observado a atelectasia 
progressiva, estará presente também perda da capacidade 
funcional e residual, alterações na proporção ventilação-
perfusão e distribuição desigual de ventilação. Outro fator 
que contribui com o problema é o fato dos músculos 
66 
 
respiratórios encontrarem-se relativamente fracos, além da 
parede torácica complacente do recém nascido prematuro 
diminuir a ventilação alveolar. 
ROZOV (1999) acredita que a síndrome não é uma 
doença, mas uma conseqüência do desenvolvimento, já que 
esta resulta primariamente da imaturidade pulmonar por 
deficiência de surfactante endógeno. 
De acordo com DAVID (2001) o recém-nascido pré-
termo apresenta alterações na produção de surfactante que 
levará ao colapso pulmonar, seguindo os parâmetros 
fisiopatológicos a seguir: diminuição da complacência (25 à 
35% do normal); aumento do espaço morto e da relação 
espaço morto e volume corrente; aumento do trabalho 
respiratório; presença de shunt pulmonar e hipoxemia; 
diminuição da capacidade residual funcional e capacidade 
vital; além de acidose respiratória e hipoventilação; 
Segundo FIGUEIRA (1996), anatomicamente 
devem ser observados fatores macroscópicos e 
microscópicos. O aspecto macroscópico revela pulmão 
vermelho, retilante, apresentando consistência endurecida, 
semelhante ao fígado, que fica submerso na água. Já à 
67 
 
microscopia, podem ser observadas, extensas áreas de 
atelectasia com raros alvéolos individualizados. Além disso, 
se o recém-nascido falecer após algumas horas de evolução 
nota-se a presença de membranas eosinófilas nos bronquíolos 
terminais e ductos alveolares. Há dilatação dos linfáticos e é 
comum congestão vascular ou franca hemorragia. Se o óbito 
ocorrer logo após o nascimento, não se encontrarão 
membranas hialinas, e se ocorrer após o 3º dia, estas se 
acham fragmentadas e digeridas parcialmente por 
macrófagos. 
ROZOV (1999) afirma que as manifestações clínicas 
da patologia são variáveis, tendo relação com a idade 
gestacional, ou seja, maturidade do recém-nascido, porém a 
atuação da equipe profissional deve ser rápida, uma vez que

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