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OPIOIDES Os opioides são fármacos derivados do ópio (papoula). · Opiáceos: analgésicos estruturalmente relacionas à morfina, que são naturais. Exemplo: morfina, codeína e papaverina. · Opioides: compostos sintéticos, semi-sinteticos, naturais ou endógenos que interagem com receptores opioides no SNC. Principais indicações: · Dores agudas e severas (morfina e fentanil) · Dores leves/moderadas de origem inflamatória (codeína, propoxifeno) · Dores severas crônicas (morfina, oxicodona) · Dor neuropáticanão há boa resposta Como ocorre a dor: Via sensitiva da dor Para ocorrer a dor pode haver 3 tipos de estímulos: · Químico – presença de prótons, diminuição de pH, aumento de ATP, cininas · Mecânico – lesão do tecido · Térmico – temperaturas abaixo de 16°C e acima de 42°C Cada um desses estímulos irá interagir com receptores diferentes e gerar um potencial de ação. A dor é transmitida dos nociceptores periféricos à medula por 3 tipos de fibras ascendentes: · Fibra A-beta condução raída e baixo limiar de estimulo mecânico (toque leve) · Fibra A-delta sinais de dor rápidos, agudos e bem localizados (percepção de onde o estimulo foi gerado). Liberam glutamato e aspartato. Fibras mielínicas. · Fibra C fibras amielinicas. Conduzem o sinal da dor lentamente e causam uma dor mal localizada (difusa ou em queimação). Responde a estímulos mecânicos intensos ou irritantes químicos. Estimulo periférico passa pela medula espinhal, é transmitida para o córtex cerebral, é nesse momento em que o individuo tem CONSCIENCIA de que está sentindo dor. · Estimulo ASCENDENTE sensitiva/estimulatória O estímulo DESCENDENTE motora e que pode ser inibitória. É a resposta ao estimulo ascendente. De forma endógena, a dor é inibida por inibe despolarização de membrana de neurônios pre-sinápticos na via descendente. · Norepinefrina · GABA · Endorfinas · encefalinas No neurônio pós-sináptico essas mesmas moléculas produzem uma hiperpolarização pós sináptica da via descendente. Com a hiperpolarização da célula a diminuição da abertura de canais de sódio e consequente diminuição da geração do potencial de ação. Mecanismos de analgesia induzida pelos opioides: · Inibição da transmissão ascendente das informações nociceptivas provenientes do corno posterior da medula espinhal. · Ativação da via descendente inibitória. · Inibição discreta dos nociceptores periféricos. Receptores opioides: Exceto a analgesia, todos os fatores acima (depressão respiratória, constrição pupilar, redução da motilidade de TGI...) são efeitos adversos dos opioides sobre seus receptores. Dependendo da afinidade/seletividade dos opioides por cada receptor, o paciente irá experimentar um efeito colateral diferente. Distribuição dos receptores opioides: Os receptores opioides são localizados em áreas relacionadas à dor, sendo elas: · Córtex cerebral · Amigdala: não exercem ação analgésica, mas influenciam o comportamento emocional. · Septo · Tálamo: mediadora da dor profunda, influenciada pela emoção. · Hipotálamo: afetam a secreção neuroendócrina. · Mesencéfalo. · Medula: envolvidos na recepção e integração das informações sensoriais. Farmacos opioides · Agonistas puros – atuam preferencialmente sobre os receptores m · Agonistas mistos – atuam em mais de um receptor opioide · +++ indicam seletividade e não potência. Análogos da morfina: · Agonistas: morfina, heroína, codeína · Agonistas parciais: nalorfina e levalorfan · Antagonistas: naloxona Derivados sintéticos: · Fenilperidinas: meperidina e fentanil · Metadona: metadona e dextropropoxifeno · Benzomorfan: pentazocina · Tebaina: etorfina São classificados em fortes ou fracos, levando em consideração a morfina. Ou seja, tramadol/codeína/propoxifeno tem potencia analgésica menor do que a morfina. Sulfentanila e fentalina tem potencia analgésica superior a morfina. Enquanto isso, meperidina, oxicodona e metadona possuem potencial analgésica semelhantes à morfina. Mecanismos de ação moleculares dos opioides Os opioides se ligam aos receptores opioides, que são acoplados a proteína G. Essa ligação inibe a adenilciclase e reduz os níveis de AMP cíclico. Isso provoca a abertura dos canais de K+ e inibem os canais de Ca+2 na membrana, fazendo com que haja diminuição da atividade neuronal. Diminuem a liberação de neurotransmissores. Baseiam-se na ativação das vias inibitórias (descendentes) e bloqueio das vias ascendentes (excitatórias). Ações farmacológicas – tomando referencia a morfina Analgesia · Dores agudas e crônicas, exceto neuropatias · Age no componente afetivo (euforia) efeito antinociceptivo (redução na capacidade de perceber a dor) Euforia · Sensação de bem estar e contentamento. Disforia · Sensação de mal estar Depressão respiratória · Não ocorre depressão concomitante da função cardiovascular · Doses terapêuticas diminuem a sensibilidade do centro respiratório ao aumento da pressão de CO2. Depressão do reflexo da tosse · Ocorre principalmente com a codeína Náuseas e vômitos Constrição pupilar Diminuição da motilidade do TGI · Desconforto epigástrico e cólica biliar – esse efeito pode ser diminuído pelo uso da atropina · Constipação Vias responsáveis pelas propriedades gratificantes dos opioides – euforia córtex pre frontal estimula núcleo acumbems por meio do glutamato (Glu), enquanto a área tegumentar ventral estimula o núcleo acumbems por meio da dopamina (DA). Essa glutamina e dopamina estimulam o neurônio gabaergico, o qual é inibitório. Esse neurônio gabaergico, ao produzir GABA irá inibir o pálido ventral (PV), que é responsável pela euforia. Os opioides bloqueiam o neurônio gabaergico do núcleo acumbems e também o neurônio dopaminérgico da área tegumentar ventral, de modo a inibir a via inibitória do pálido ventral. O pálido ventral quando está inibido faz com que haja a euforia. · CPF – córtex pre fronta · ATV – área tegumentar ventral · NAc- núcleo acumbems Tolerância Desenvolvimento rápido, entre 12 e 24h Há tolerância para: · Euforia – efeitos euforizantes são rapidamente tolerados · Analgesia, depressão respiratória – tolerância moderada · Miose e constipação – quase nenhuma tolerância Tolerância aguda – acontece pela redução da AMP cíclico. Tolerância crônica – causada pela dessensibilização e interiorização dos receptores. Dependência No estado de tolerância observa-se a dependência Necessidade de aumentar a dose para atingir o mesmo efeito farmacológico Está relacionado com fatores psicológicos, socioeconômicos... Relação também com os receptores nos sistemas mesolímbico e dopaminérgico. Síndrome de abstinência Irritabilidade, perda de peso, febre, midríase, diarreia, insônia, convulsões... Máximo em 3 dias desaparece Principais opioides · Heroína – obtida através da morfina, sendo mais lipossolúvel que a morfina, apresenta menor duração (causa maior dependência). · Codeína - obtida através da morfina, baixa potencia analgésica, não induz euforia. Produz constipação intensa. Muito utilizada como antitussígeno. · Fentantil – ação similar a morfina, de curta duração. Usos em anestesia. · Etorfina – 100x mais potente que a morfina. Utilizado para mobilizar animais de grande porte. · Metadona – longa duração, menor dependência. Síndrome de abstinência menos severa. Fármacos analgésicos utilizados em dores neuropáticas: · Tramadol (metabolito da trazodona) · Imipramina e amitriptilina – tricíclicos · Carbamazepina e gabapentina Antagonistas opioides · Naloxona – antagonista puro
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