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Universidade Nove de Julho – UNINOVE
Rua Vergueiro, 235/249 – 12º andar
CEP: 01504-001 – Liberdade – São Paulo, SP – Brasil
Tel.: (11) 3385-9191 – editora@uninove.br
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São Paulo
2017
Sandra Kalil BuSSadori
lara JanSiSKi Motta
Marcelo MendeS Pinto
organizadoreS
Manual de ProtocoloS 
clÍnicoS eMPregadoS eM 
odontoPediatria
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© 2017 UNINOVE
Todos os direitos reservados. A reprodução desta publicação, no todo ou em parte, 
constitui violação do copyright (Lei nº 9.610/98). Nenhuma parte desta publicação 
pode ser reproduzida por qualquer meio, sem a prévia autorização da UNINOVE.
Conselho Editorial: Eduardo Storópoli
Maria Cristina Barbosa Storópoli
Patricia Miranda Guimarães 
Cinthya Cosme Gutierrez Duran 
Renata Mahfuz Daud Gallotti 
Os conceitos emitidos neste livro são de inteira responsabilidade dos autores
Capa: Big Time Serviços Editoriais
Criança da capa: Lívia Motta Cannavan
Diagramação: Marcella Mendonça Cavalheiro
Revisão: Big Time Serviços Editoriais
Catalogação na Publicação (CIP)
Cristiane dos Santos Monteiro - CRB/8 7474
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Manual de protocolos clínicos empregados em odontopediatria /
organizadores, Sandra Kalil Bussadori, Lara Jansiski Motta,
Marcelo Mendes Pinto. — São Paulo : Universidade Nove de Julho – 
UNINOVE, 2017.
210 p. ; il. (algumas color.)
ISBN: 978-85-89852-56-2 (e-book)
ISBN: 978-85-89852-59-3 (impresso)
I. Odontopediatria – Protocolos clínicos. II. Autores. III. Título
 CDU 616.314-053.2
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Sumário
Apresentação ...............................................................8
Capítulo 1
Dentições decídua e mista: características
e alterações........................................................................ 9
Sandra Kalil Bussadori; Marcelo Mendes Pinto; Olga Maria Altavista; 
Eugênio Garcia
Capítulo 2
Anatomia de dentes decíduos ..................................22
Marcelo Mendes Pinto; Lara Jansiski Motta; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 3
Psicologia aplicada à odontopediatria ...............36
Katia Lumi Tanikawa-Vergilio
Capítulo 4
Anamnese e exame clínico ........................................55
Sandra Kalil Bussadori; Marcelo Mendes Pinto; Lara Jansiski Motta; 
Carolina Carvalho Bortoletto
Capítulo 5
Técnicas radiográficas aplicadas à
odontopediatria ........................................................61
Lara Jansiski Motta; Marcelo Mendes Pinto; Camila Haddad Leal de 
Godoy; Olga Maria Altavista; Sandra Kalil Bussadori
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Capítulo 6
Anestesia local em odontopediatria: técnicas
e considerações básicas ................................................ 70
Sandra Kalil Bussadori; Marcelo Mendes Pinto; Lara Jansiski Motta; 
Eugênio Garcia
Capítulo 7
Terapêutica medicamentosa em
odontopediatria ........................................................86
Marcelo Mendes Pinto; Lara Jansiski Motta; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 8
Diagnóstico de lesões de cárie ............................ 108
Silvia Regina Garcia Olivan; Ravana Angelini Sfalcin; Marcelo Mendes 
Pinto; Lara Jansiski Motta; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 9
O papel do flúor na prevenção e tratamento
da doença cárie ....................................................... 116
Lara Jansiski Motta; Marcelo Mendes Pinto; Katia Lumi Tanikawa-
Vergilio; Carolina Carvalho Bortoletto; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 10
Materiais dentários aplicados na
odontopediatria ...................................................... 130
Sandra Kalil Bussadori; Ravana Angelini Sfalcin; Lara Jansiski Motta; 
Marcelo Mendes Pinto
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Capítulo 11
Procedimentos restauradores em
odontopediatria ...................................................... 149
Camila Haddad Leal de Godoy; Marcelo Mendes Pinto; Lara Jansiski 
Motta; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 12
Tratamento endodôntico de dentes decíduos ........158
Lara Jansiski Motta; Marcelo Mendes Pinto; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 13
Procedimentos cirúrgicos em odontopediatria .....173
Marcelo Mendes Pinto; Lara Jansiski Motta; Sandra Kalil Bussadori
Capítulo 14
Remoção química e mecânica da cárie ................ 192
Sandra Kalil Bussadori; Lara Jansiski Motta; Marcelo Mendes Pinto
Os Autores ............................................................... 198U
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8 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
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Apresentação
A Odontologia acompanha as constantes inovações tecnológicas 
e a atualização do conhecimento se faz necessária. Acreditamos que um 
dos nossos papéis como docentes é contribuir na condução do caminho 
de desenvolvimento dos profissionais.
A Odontopediatria segue a evolução científica sem perder a prin-
cipal filosofia de promover saúde desde a infância. Neste contexto, este 
livro compreende os temas mais relevantes para o cotidiano clínico no 
atendimento odontopediátrico, apresentados de maneira clara e objetiva 
tanto para o aluno de graduação quanto para o profissional em exercício.
Ao planejarmos este material, a maior preocupação foi organizar a 
apresentação dos conceitos e técnicas com a visão do atendimento inte-
gral à criança. Os temas abordados contemplam a nossa ideologia huma-
nista de promover saúde nos diferentes níveis de atenção, que abrangem 
desde a educação e orientação para manutenção da saúde e prevenção 
das doenças até a necessidade de reabilitação bucal.
Este livro fortalece a nossa missão de compartilhar a experiência 
clínica e os novos conhecimentos com os estudantes. Acreditamos tam-
bém que estamos sempre aprendendo e nunca o fazemos sozinhos, por-
tanto agradecemos especialmente aos professores Eduardo e Cristina, 
que nos concederam esta linda oportunidade, e aos nossos valiosos co-
laboradores no desenvolvimento deste importante material. 
Desejamos aos leitores que, ao entrar em contato com os protoco-
los aqui sugeridos, mergulhem conosco no propósito maior, que é favo-
recer a possibilidade do maior número de sorrisos saudáveis.
Os Autores
Dentições decídua e mista: características e alterações - 9
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Capítulo 1
Dentições decídua e mista: 
características e alterações
Sandra Kalil Bussadori
Marcelo Mendes Pinto
Olga Maria Altavista
Eugênio Garcia
Introdução 
O conhecimento das características normais de cada uma das den-
tições é de suma importância, pois no transcurso da vida do paciente po-
dem acontecer processos cariosos, traumatismos, instalação de hábitos 
ou perdas precoces de elementos dentários que podem provocar proble-
mas futuros de maloclusões na dentição permanente.
Dentição decídua (do nascimento aos 3 anos de idade)
Ao nascimento as crianças apresentam uma relação posterior da 
mandíbula em relação à maxila; situação que vai se corrigir antes da erup-
ção dentária. O terço inferior do rosto é o menor se comparado aos ou-
tros terços. Os incisivos e caninos encontram-se com alguma frequência 
apinhados e os molares decíduos situam-se sem apinhamento e inclusive 
com algum espaçoentre eles. Os arcos alveolares (roletes gengivais) são 
predominantemente em forma de “U” (inferior) e de ferradura no superior.
Temos nessa fase pequenos movimentos mandibulares devido ao 
pouco desenvolvimento da cavidade articular e do côndilo. Por isso não 
podemos em momento algum dissociar a função muscular e seu desen-
volvimento para o correto arranjo oclusal.
Entre os 6-8 meses de vida pós-natal, a maxila e a mandíbula cres-
cem extensivamente. A mandíbula vai para uma posição mais anteriori-
zada em relação à maxila, promovendo uma relação similar à mantida 
quando se estabelecerá o completo desenvolvimento da dentição decí-
10 - Manual de Protocolos Clínicos Empregados em Odontopediatria
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dua. O crescimento transversal é atribuído à presença da sutura palatina 
e da sínfise mandibular. É nesta idade que acontece a erupção dos dentes 
anteriores. Após os 12 primeiros meses, o crescimento da região ante-
rior dos maxilares fica limitado, sendo que os setores posteriores con-
tinuam crescendo criando espaço para a erupção dos molares. A partir 
dos 16 meses aparece um contato vertical entre ambas as arcadas a par-
tir dos primeiros molares decíduos. 
A dentição decídua se completa no período entre 24-30 meses, 
quando acontece a erupção dos segundos molares decíduos (Tabela 1). 
O crescimento vai somente reiniciar com a erupção dos dentes perma-
nentes. Neste período, a formação coronária dos permanentes acontece 
de forma simultânea, podendo observar-se radiograficamente o posi-
cionamento das coroas dos permanentes lingualmente (incisivos), api-
calmente (caninos e pré-molares) em relação aos ápices dos decíduos.
Tabela 1 – Crescimento e desenvolvimento da dentição decídua
DENTIÇÃO DECÍDUA 
Início da 
calcificação
Formação 
completa Erupção Esfoliação
Superiores Inferiores Superiores Inferiores
Incisivos 
centrais 4º mês fetal
18º-24º 
mês 6-10 meses 5-8 meses 7-8 anos 6-7 anos
Incisivos 
laterais 4º mês fetal
18º-24º 
mês 8-12 meses
7-10 
meses 8-9 anos 7-8 anos
Caninos 4º mês fetal 30º-39º mês
16-20 
meses
16-20 
meses 11-12 anos 9-11 anos
Primeiros 
molares 4º mês fetal
24º-30º 
mês
11-18 
meses
11-18 
meses 9-11 anos
10-12 
anos
Segundos 
molares 4º mês fetal 36º mês
20-30 
meses
20-30 
meses 9-12 anos
11-13 
anos
Fonte: Logan et al. 1933
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Vista vestibulolingual da dentição decídua completa
A arcada decídua carece das inclinações características da den-
tição permanente (Curva Spee). Os dentes estão implantados vertical-
mente na base óssea e, como consequência, as faces oclusais estão num 
mesmo plano. A Articulação Temporomandibular (ATM) encontra-se si-
tuada na altura deste plano. 
A presença ou não de diastemas na região anterior (superior e in-
ferior) permitirá classificar a arcada decídua em tipo I ou II (Baume):
 ✓ Tipo I: há diastemas nos dentes anteriores, favorecendo a erup-
ção dos permanentes.
 ✓ Tipo II: sem diastemas nos dentes anteriores, favorecendo a 
aparição de apinhamento quando há erupção dos permanentes.
O espaço primata é um diastema que pode aparecer na dentição 
decídua entre o canino e o primeiro molar decíduo (mandíbula) e entre 
o incisivo lateral e o canino (maxila). Nos molares decíduos podem apa-
recer alguns espaçamentos que tendem a fechar-se em função do cresci-
mento ósseo e das forças oclusais. 
A relação distal dos segundos molares decíduos superiores e infe-
riores (antes da erupção dos permanentes) pode ser de 3 tipos:
 ✓ Em plano: 76% dos casos e mais comum aos 3 anos de idade. 
A erupção do primeiro molar permanente transforma a relação 
em degrau mesial. 
 ✓ Degrau mesial para a mandíbula (14%): favorecerá a oclusão 
dos molares permanentes em Classe I. 
 ✓ Degrau distal para a mandíbula (10%): favorece a oclusão dos 
molares permanentes em Classe II (maloclusão). 
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Vista ântero-posterior da dentição decídua completa
Ausência da curva de Wilson. Também se observa uma discre-
ta inclinação do longo eixo dos inferiores para lingual e dos superiores 
para vestibular. 
Vista oclusal da dentição decídua completa
A arcada dentária pode apresentar várias formas (cônica 5%; oval 
30% e trapezoidal 65% dos casos), tomando como referência a linha que 
passa pela face vestibular dos dentes.
Outra forma é traçando uma circunferência passando pelas bordas 
incisais de canino a canino e pelo sulco principal do primeiro molar, cor-
tando a cúspide distopalatina do segundo molar na arcada superior. Na 
arcada inferior, a circunferência passa pelas bordas incisais de canino a 
canino, pela cúspide vestibular do primeiro molar e pelo sulco principal 
do segundo molar decíduo (Análise de Carrea).
Dentição mista
Com a erupção dos primeiros molares permanentes começam a 
surgir novas transformações (aparecimento das curvas de Spee e Wilson 
e modificações na ATM). Acontece o segundo ganho de dimensão verti-
cal, que se completa com a erupção dos segundos molares permanentes. 
A correta acomodação dos dentes permanentes dependerá do 
crescimento das bases ósseas nos três planos do espaço:
 ✓ Ântero-posterior: crescimento da porção distal dos ossos man-
dibular e maxilar para acomodação dos molares permanentes;
 ✓ Lateral: crescimento (por volta dos 5 anos) na região intercani-
nos precedendo a erupção dos incisivos, que ajuda a compensar 
a discrepância entre o tamanho da base óssea e os dentes (cer-
ca de 6 mm). O segundo surto nesta região acontece durante a 
transição dos caninos. 
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 ✓ Altura: para permitir a acomodação dos dentes decíduos e per-
manentes (ainda dentro da base óssea).
A substituição dos dentes decíduos pelos permanentes determina 
a aparição da curva de Spee, pois estes possuem uma inclinação típica 
para mesial. Da mesma forma, o longo eixo dos dentes permanentes in-
feriores apresenta uma inclinação axial para lingual e nos superiores para 
vestibular, determinando a aparição da curva de Wilson. 
A relação distal dos molares decíduos e a presença de espaço prima-
ta influenciará a “chave” da oclusão dos primeiros molares permanentes:
1. Plano terminal reto: Os molares permanentes alcançam uma re-
lação de Classe I favorecidos pelo deslocamento mesial após 
perda do segundo molar decíduo, maior crescimento anterior da 
mandíbula, soma do diâmetro mesiodistal dos molares decíduos 
maior que dos pré-molares e pelo “espaço livre de Nance” ser 
maior na mandíbula. Em situações onde falte o espaço primata 
ou haja uma tendência esquelética de maxila para anterior, se 
instalará uma Classe II no final da dentição mista. 
2. Relação em degrau mesial: favorece a erupção imediata dos 
primeiros molares em Classe I. Nos casos de degrau excessi-
vo, pode tornar-se uma má oclusão de Classe III. 
3. Relação degrau distal: resultaria sempre numa oclusão em 
Classe II na dentição permanente, já que reflete diretamen-
te no padrão esquelético de Classe II sem oportunidade de 
autocorreção.
Numa oclusão normal, a sobremordida (distância entre a borda 
dos incisivos superiores que trespassam sobre a borda dos incisivos in-
feriores no sentido vertical) pode variar em até 3 mm. De forma geral, 
a coroa dos incisivos inferiores está coberta em aproximadamente um 
terço pelos superiores.
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A sobressaliência (distância horizontal entre a superfície palatinados incisivos superiores e a superfície vestibular dos inferiores) é con-
siderada normal e esteticamente aceitável quando varia de 0-3 mm e é 
acompanhada das seguintes condições: numa posição de repouso dos ma-
xilares, deve haver contato labial sem esforço; e se os incisivos inferiores 
não se sobrepuserem ao lábio oposto quando em repouso ou em função.
Observa-se uma maior inclinação para vestibular na base óssea dos 
incisivos permanentes, comparados aos decíduos. Esse fato leva ao au-
mento do perímetro da arcada facilitando a acomodação dos dentes. E en-
tre os 8 aos 12 anos de idade surge a “fase do patinho feio” [Broadbent] 
devido a maior vestibuloversão e divergência do longo eixo de apical 
para incisal dos incisivos superiores permanentes, determinando dias-
temas. Esta fase fisiológica tende a desaparecer com a erupção dos ca-
ninos permanentes.
A partir da erupção dos primeiros molares permanentes também 
se observam modificações acentuadas na ATM, estendendo-se até os 16 
anos de idade. 
A cronologia da formação e erupção da dentição permanente de-
pende de vários fatores (alimentação, clima, gênero, etnias), mas de for-
ma simplificada pode ser resumida na tabela 2.
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Tabela 2 – Crescimento e desenvolvimento da dentição permanente
DENTIÇÃO PERMANENTE
Início da 
calcificação 
Coroa 
(esmalte) 
completa
Raiz 
completa
Erupção Superiores 
Inferiores
Incisivos 
centrais 3-4 meses 4-5 anos 9-10 anos
7-8 anos 
(4)
6-7 anos 
(2)
Incisivos 
laterais
Superiores: 10-12 
meses
Inferiores: 3-4 meses
4-5 anos
11 anos
10 anos
8-9 anos 
(5)
7-8 anos 
(3)
Caninos 4-5 meses 6-7 anos 12-15 anos 11-12 anos (11)
9-11 anos 
(6)
Primeiros 
pré-
molares
18-24 meses 5-6 anos 12-13 anos 10-11 anos (8)
10-12 
anos (7)
Segundos 
pré-
molares
24-30 meses 6-7 anos 12-14 anos 10-12 anos (10)
11-13 
anos (9)
Primeiros 
molares Nascimento
30-36 
meses 9-10 anos
5,5-7 
anos (1a)
5,5-7 
anos (1)
Segundos 
molares 30-36 meses 7-8 anos 14-16 anos
12-14 
anos 
(12a)
12-14 
anos (12)
Terceiros 
molares
Superiores: 7-9 anos
Inferiores: 8-10 anos
17-30 
anos 
(13a)
17-30 
anos (13)
Os números entre parêntese indicam a ordem na erupção segundo Lö e Moyers. A 
dentição mista vai desde os 6 até os 13 anos de idade aproximadamente, sendo que a 
criança possui ambas as dentições. 
Fonte: Logan et al. 1933
Considerações sobre as alterações da dentição decídua e mista
O desenvolvimento da dentição deve ser monitorado durante todo 
o processo eruptivo. O exame radiográfico, quando necessário e viável, 
deve acompanhar o exame clínico. O diagnóstico de anomalias do de-
senvolvimento dentário primário ou permanente e de erupção deve ser 
feito para informar os pais do paciente e para planejar e recomendar a 
intervenção apropriada. Esta avaliação deve acontecer em todas as fa-
ses do desenvolvimento:
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 ✓ Dentição primária: As anomalias dos dentes decíduos e da erup-
ção podem não ser evidentes antes da erupção propriamente dita, 
devido a que a criança pode não estar sendo levada para exame 
dentário ou porque o exame radiográfico não é possível em uma 
criança pequena. Os objetivos da avaliação incluem identifica-
ção de: anomalias de número e tamanho dos dentes; mordidas 
cruzadas anterior/posterior; presença de hábitos ou sequelas des-
tes a nível dental ou esquelético; e problemas das vias aéreas. 
 ✓ Dentição mista: Os objetivos da avaliação continuam iguais. 
A palpação de dentes inclusos deve ser parte de cada exame. 
Radiografias panorâmicas, oclusais e periapicais, fornecem in-
formações de diagnóstico em matéria de: dentes inclusos; au-
sência/agenesia, supranumerários; tamanho e forma dos dentes; 
posições (por exemplo, primeiros molares permanentes ectópi-
cos); discrepâncias esqueléticas (apinhamento dentário ou dias-
temas); e saúde periodontal.
Hábitos orais
Os hábitos orais podem aplicar forças aos dentes e às estruturas 
dentoalveolares e dependendo da sua frequência, duração e intensidade 
podem estar associados a deformações como overjet aumentado, over-
bite reduzido, mordida cruzada posterior ou altura facial aumentada. 
A identificação de hábitos anormais (sucção sem base nutricional, 
bruxismo, interposição lingual na deglutição, comportamentos de auto-
mutilação [sucção labial, mordida labial ou lingual], respiração bucal, 
síndrome da apneia obstrutiva do sono) e a avaliação de seus potenciais 
efeitos imediatos e de longo prazo sobre o complexo craniofacial e na 
dentição deve ser feita o mais cedo possível. Os pacientes e seus pais de-
vem ser devidamente informados sobre as consequências destes hábitos. 
Inclusive, os pais podem estar desempenhando um papel negativo na 
correção de um hábito oral; às vezes, certas mudanças no ambiente do-
méstico podem ser necessárias antes de corrigir um hábito.
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O tratamento específico será direcionado para diminuir ou elimi-
nar o hábito e minimizar os efeitos deletérios potenciais sobre o com-
plexo dentofacial.
Alterações no número de dentes
Ausência congênita de dentes
A ausência congênita de um ou mais dentes decíduos (hipodontia) 
tem uma prevalência de 0,1-0,9%, e quase sempre afeta os incisivos su-
periores e os primeiros molares decíduos. Na dentição permanente tem 
uma prevalência maior, de 3,5 a 6,5 %. Excluindo os terceiros molares, 
o dente permanente mais frequentemente ausente é o segundo pré-mo-
lar inferior, seguido pelo incisivo lateral superior.
O tratamento deve ser dirigido para uma oclusão esteticamente agra-
dável e que funcione bem para cada paciente em particular dependendo do 
momento do diagnóstico e das condições bucais e anseios a serem atingidos. 
Dentes supranumerários 
(decíduos, permanentes e mesiodens)
Os dentes supranumerários (hiperdontia) são cinco vezes mais 
comuns na dentição permanente. A prevalência nas dentições decídua e 
mista é de 0,52-2%. Entre 80-90% dos supranumerários acontecem no 
maxilar, sendo que metade deles aparece no setor anterior e quase todos 
na região palatina. E em 1/3 dos casos, todo supranumerário decíduo é 
seguido de um supranumerário permanente. 
O manejo e o tratamento da hiperdontia difere se o dente é decí-
duo ou permanente. Em geral, supranumerários decíduos estão alinha-
dos na arcada dentária e esfoliam normalmente. A cirurgia para remoção 
de supranumerários decíduos retidos é desaconselhada para evitar da-
nos aos dentes permanentes. Por outro lado, e remoção de supranume-
rários permanentes facilita a erupção do dente permanente e promove 
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o correto alinhamento destes. Nos casos em que o alinhamento normal 
ou erupção espontânea não ocorre, o tratamento ortodôntico é indicado.
Alterações na posição da erupção dentária
Erupção ectópica 
A erupção ectópica dos primeiros molares permanentes ocorre de-
vido ao trajeto anormal da erupção (mesioangulado), resultando em uma 
impactação na proeminência distal do segundo molar primário. Esta con-
dição ocorre em até 3% da população, mas é mais comum em crianças 
com fissura de lábiopalatinas. No canino superior aparece em 1,5-2 % 
da população, enquanto que nos incisivos superiores se dá em até 2% 
da população. Os incisivos também podem ter alterada sua erupção de-
vido à necrose pulpar (após trauma ou cárie) ou tratamento pulpar do 
incisivo decíduo. 
A intervenção nos dentes com erupção ectópica deve resultarnum 
melhor posicionamento eruptivo dos dentes. Nos casos em que o alinha-
mento normal não ocorre, o tratamento ortodôntico subsequente pode ser 
necessário para alcançar uma adequada forma de arco e intercuspidação.
Anquilose
Anquilose é uma condição na qual o cemento da raiz de um den-
te funde diretamente com o osso circundante. O ligamento periodontal 
é substituído por tecido ósseo, tornando imóvel o dente para o processo 
esfoliativo/eruptivo. Pode ocorrer nas dentições decídua e permanente, 
sendo mais comum molares decíduos. A incidência é entre 7-14% na den-
tição primária. Na dentição permanente, a anquilose ocorre com maior 
frequência em casos de lesões por luxação. 
A anquilose pode ser verificada por meios clínicos e radiográficos. 
O dente afetado em infraoclusão é um sinal reconhecível primário, mas 
também pode ser utilizada a percussão e a palpação. O exame radiográ-
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fico também pode revelar a perda do ligamento periodontal e a forma-
ção da junção óssea. 
Em todos os casos, o tratamento da anquilose deveria resultar no 
desenvolvimento normal contínuo da dentição permanente.
Discrepância entre tamanho dentário/arco dentário 
(apinhamento)
O inadequado comprimento do arco, com o consequente apinha-
mento dentário, é uma ocorrência comum na dentição mista precoce e 
traz várias sequelas negativas. Este tipo de discrepância geralmente vem 
em conjunto com outras anomalias como agenesia, dentes supranumerá-
rios etc. O diagnóstico precoce, quando os incisivos inferiores começam 
a entrar em erupção, ajudará a: prevenir o apinhamento dos incisivos; 
aumentar a estabilidade das posições dos incisivos a longo prazo; dimi-
nuir a erupção ectópica e impactação dos caninos permanentes; reduzir 
o tempo de tratamento ortodôntico e sequelas; melhorar a saúde gengi-
val e a saúde dental geral.
Manutenção e recuperação de espaços
A perda prematura de dentes decíduos por cárie, traumatismo, 
erupção ectópica ou outras causas pode levar a movimentos dentários 
indesejáveis de dentes decíduos/ permanentes, incluindo a perda de 
comprimento do arco. As deficiências no comprimento do arco podem 
produzir ou aumentar a gravidade das más oclusões com apinhamento, 
rotações, erupção ectópica, mordida cruzada, overjet/overbite excessi-
vo, e relações molares desfavoráveis. 
O objetivo da manutenção ou recuperação de espaços é evitar alte-
rações no comprimento, largura e perímetro do arco, conservando a posi-
ção relativa dos dentes pré-existentes. A decisão pelo uso de dispositivos 
com este fim deve estar baseada em evidências científicas e levar em 
consideração fatores como: dente perdido; tempo transcorrido; oclusão 
pré-existente; análise do espaço favorável; presença e desenvolvimento 
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radicular do sucessor permanente; quantidade de osso alveolar cobrin-
do o sucessor permanente; o estado de saúde do paciente; a capacidade 
de cooperação do paciente; presença de hábitos bucais; e higiene oral.
Mordida cruzada (dental, funcional ou esqueletal)
Mordidas cruzadas são definidas como qualquer relação vestíbu-
lo-lingual anormal entre incisivos, molares ou pré-molares antagonistas 
em relação cêntrica. Se as linhas médias sofrem uma mudança habitual 
ou compensatória durante a oclusão, a alteração é denominada funcio-
nal. A mordida cruzada pode ser de origem dentária ou esquelética ou 
uma combinação de ambas. 
A decisão do tratamento dependerá de alguns fatores como: quan-
tidade e tipo de movimento; do espaço disponível; das relações esquelé-
ticas; do estado de crescimento; da cooperação do paciente. O objetivo 
final deve buscar melhorar o alinhamento intramaxilar e uma oclusão e 
função aceitável entre as arcadas dentárias. 
Más oclusões Classe II e Classe III
A classificação de Angle das maloclusões considera a relação ânte-
ro-posterior normal dos caninos e da cúspide mésio-vestibular do primei-
ro molar superior permanente com o sulco vestibular do primeiro molar 
inferior permanente. A má oclusão Classe II (distoclusão) pode ser uni-
lateral ou bilateral e envolve uma relação distal da mandíbula à maxila 
ou dos dentes inferiores aos dentes superiores. Essa relação pode resultar 
de fatores dentais (mau posicionamento dos dentes nas arcadas), esque-
léticos (retrusão mandibular e/ou protrusão maxilar), ou uma combina-
ção de ambas. Já na Classe III, os dentes inferiores se encontram numa 
relação mesial com os superiores provocando geralmente mordida cru-
zada no setor anterior e uma inclinação excessiva dos incisivos inferio-
res pela pressão da musculatura do lábio inferior nas faces vestibulares 
destes durante o fechamento da boca. 
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O tratamento deve devolver uma aparência estética e perfil com-
patível com a morfologia do esqueleto do paciente. Para isto, certos fa-
tores deverão ser considerados: padrão de crescimento facial, grau de 
discrepância ântero-posterior, idade do paciente, analise do espaçamen-
to dentário, dispositivos ortodônticos, exodontia e complementação com 
cirurgia ortognática entre outros. 
____________________
Referências
GUEDES-PINTO, A.C. MYAKI ISSÁO, E. Manual de odontopediatria. 11. 
ed. São Paulo: Santos. 2006.
LOGAN W.H.G, KRONFELD R. Development of the human jaws and sur-
rounding structures from birth to the age of fifteen years. Journal of American 
Dental Association (1922), [Chicago], v. 20, n. 3, p. 379-427, 1933. Disponível 
em: <http://dx.doi.org/10.14219/jada.archive.1933.0080> 
ASH, M.M; NELSON, J.S. Wheeler: anatomia dental, fisiologia e oclusão. 9. 
ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2012. 
CHEDID, S.J. Ortopedia e ortodontia para a dentição decídua: atendimen-
to integral ao desenvolvimento da oclusão infantil. São Paulo: Santos, 2013.
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Capítulo 2
Anatomia de dentes decíduos
Marcelo Mendes Pinto
Lara Jansiski Motta
Sandra Kalil Bussadori
Introdução
É comum o paciente leigo na odontologia fazer referência aos den-
tes de “leite” da criança quando precisam informar ao cirurgião dentista 
quaisquer alterações observadas nos dentes das crianças. O termo de-
cíduo vem do latim “decidere”, e significa tudo o que se perde de for-
ma fisiológica no organismo, ou seja, se o dente é considerado decíduo, 
em condições fisiológicas é esperado que no final do seu ciclo biológico 
ele esfolie. Algumas características do dente decíduo podem envolver 
aspectos relacionados à formação e desenvolvimento (odontogênese), 
cronologia de erupção, perda fisiológica e diferenças anatômicas que o 
distingue do dente permanente.
Características gerais dos dentes
Os dentes apresentam características comuns para as duas den-
tições: decídua e permanente. Em conjunto, desempenham funções de 
mastigação, proteção e sustentação dos tecidos moles, auxiliam na fo-
nação e são fundamentais para a estética facial. Os dentes fixam-se no 
tecido ósseo através do ligamento dento alveolar.
Os dentes compreendem os grupos dos incisivos, caninos, pré-
-molares e molares, cada qual adaptado a sua função. O humano apre-
senta no arco decíduo 20 dentes e no permanente 32 dentes, dispostos 
de acordo com a tabela 1.
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Tabela 1 – Descrição das características dos arcos decíduos e permanentes
Tipo de arco Número de dentes Grupos dos dentes Tipo dos dentes
Decíduo 20 Incisivos decíduos (8)
Caninos decíduos (4)
Molares decíduos (8)Incisivo Central Decíduo
Incisivo Lateral Decíduo
Canino Decíduo
1º Molar Decíduo
2º Molar Decíduo
Permanente 32 Incisivos (8)
Caninos (4)
Pré-molares (8)
Molares (12)
Incisivo Central 
Incisivo Lateral
Canino 
1º Pré-molar
2º Pré-molar
1º Molar 
2º Molar 
3º Molar
Fonte: Os autores
Os dentes apresentam-se bem delimitados e são formados pela 
coroa e raiz(es), unidas na porção cervical pelo colo, que pode ser deli-
mitada por uma linha chamada de linha cervical. (Figura 1) 
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Figura 1 – Divisão anatômica do elemento dental em coroa e raiz. A 
linha em vermelho indica a junção entre coroa e raiz, denominada 
de linha cervical.
Fonte: Os autores
A coroa dental possui diferentes faces. Recebe o nome de vesti-
bular (V) a face do dente que está voltada para o vestíbulo da boca e a 
que se volta para a lingual é denominada de face lingual (L). Essas faces 
se opõem e são conhecidas como faces livres. As faces proximais, que 
contactam um dente a outro, são chamadas de mesial (M) e distal (D). A 
face mesial é a porção do dente mais próxima ao plano sagital mediano, 
enquanto que a face distal é aquela distante do plano sagital mediano. 
As Figuras 2 e 3 mostram a relação das faces em dentes anteriores e 
posteriores decíduos.
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Figura 2 – Incisivo central decíduo inferior esquerdo com 
as indicações das faces mesial, distal, vestibular e lingual
Fonte: Os autores
Figura 3 – Coroa do 2º Molar decíduo inferior com as indicações 
das faces mesial (M), distal (D), vestibular, lingual e oclusal.
Fonte: Os autores
Com o objetivo de descrever uma porção específica do dente ou 
mesmo localizar algum detalhe anatômico ou alteração, os dentes po-
dem ser divididos em terços delimitados por linhas virtuais verticais e 
horizontais. Se as linhas são verticais tem-se o dente dividido nos ter-
ços mesial, médio e distal. Se as linhas forem horizontais, divide-se o 
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dente nos terços cervical, médio e incisal (anteriores) ou oclusal (pos-
teriores) (Figura 4).
Figura 4 – Divisão dos terços. As linhas verticais (esquerda) 
dividem o dente decíduo nos terços mesial, médio e distal. 
As linhas horizontais (direita) dividem o dente decíduo nos 
terços cervical, médio e incisal.
Fonte: Os autores
Detalhes anatômicos da coroa (terminologia)
Os elementos morfológicos que os dentes apresentam são carac-
terizados por estruturas elevadas e depressões que podem ser conceitu-
adas da seguinte forma:
 ✓ Cíngulo – proeminência arredondada localizada no terço cer-
vical e médio da face lingual dos incisivos e caninos. É a por-
ção mais elevada nesses dentes.
 ✓ Cúspide – proeminência em forma de pirâmide de base qua-
drangular, presente nos dentes pré-molares e molares. São for-
madas por vertentes lisas e triturantes.
 ✓ Crista Marginal – eminência linear situada nas bordas mesial e 
distal da face lingual dos dentes anteriores, que liga o cíngulo 
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aos ângulos incisais. Nos pré-molares e molares as cristas mar-
ginais estão situadas nas bordas mesial e distal da face oclusal 
e estende-se das cúspides vestibulares às linguais. São estrutu-
ras de reforço anatômico importantes.
 ✓ Ponte de Esmalte – eminência linear que une as cúspides, interrom-
pendo o caminho de um sulco principal. A ponte de esmalte está 
presente no primeiro molar decíduo inferior, segundo molar decí-
duo superior, primeiro pré-molar inferior e primeiro molar superior.
 ✓ Tubérculo – proeminência menor que a cúspide. O tubérculo 
de Carabelli, localizado na região mesial da face lingual do pri-
meiro molar superior, e o Tubérculo molar (Zuckerkandl), mais 
evidente na região mesial e cervical da face vestibular do pri-
meiro molar inferior decíduo, são estruturas constantes.
 ✓ Bossa – é a porção mais elevada, arredondada, situada no terço 
cervical da face vestibular de todos os dentes, entre os terços cer-
vical e médio da face lingual dos pré-molares e molares. Também 
estão presentes nas faces proximais na região do ponto de contato.
 ✓ Sulco Principal e Sulco Secundário – o sulco principal é uma 
depressão aguda, evidente e estreita que separa as cúspides. O 
sulco principal mesiodistal separa as cúspides vestibulares das 
linguais, enquanto que o sulco oclusovestibular e oclusolingual 
separam as cúspides em mesial e distal. O sulco secundário é 
pequeno e raso, distribuídos pela face oclusal sobre as cúspi-
des e crista marginal. Tem a função de aumentar a rugosidade 
da superfície e melhorar a eficiência da trituração do alimento.
 ✓ Fóssulas – são depressões localizadas na terminação do sulco 
principal, junto à crista marginal, na face vestibular dos mola-
res ou no cruzamento entre dois sulcos principais.
As Figuras 5 e 6 mostram os principais detalhes anatômicos en-
contrados nos dentes decíduos.
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Figura 5 – Detalhes anatômicos encontrados nos dentes 
anteriores decíduos vistos por vestibular, proximal e lingual. 
1, 2 e 3 – Bossas específicas da região; 4 – Cíngulo; 5 – Cristas 
marginais.
Fonte: Os autores
Figura 6 – Detalhes anatômicos encontrados nos dentes molares 
decíduos. 1 – Posição da ponte de esmalte; 2 – Tubérculo molar 
(ZuckerKandl); 3 – Sulco principal mesiodistal e oclusolingual; 
4 – Fóssulas; 5 – Cúspides; 6 – Crista marginal; 7 – Tubérculo 
de Carabelli.
Fonte: Os autores
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Diferenças entre as dentições
As principais diferenças entre as dentições decíduas e permanen-
tes são descritas a seguir:
Número de dentes – a dentição decídua possui um total de 20 den-
tes, distribuídos nos arcos superiores e inferiores. São 12 dentes a 
menos que a dentição permanente que, completa, possui 32 den-
tes. Os 20 dentes decíduos são divididos em: 4 incisivos centrais 
decíduos; 4 incisivos laterais decíduos; 4 caninos decíduos; 4 pri-
meiros molares decíduos; 4 segundos molares decíduos. Essa dife-
rença de 12 dentes está associada à ausência dos dentes pré-molares 
(8 dentes) e dos terceiros molares (4 dentes), que estão presentes 
apenas na dentição permanente.
Grupos dentários – a dentição decídua apresenta 3 grupos dentá-
rios (incisivos, caninos e molares), enquanto que a dentição per-
manente apresenta 4 grupos (incisivos, caninos, pré-molares e 
molares). A diferença está relacionada ao grupo dos pré-molares, 
ausente na dentição decídua. 
Comprimento desigual dos arcos – os dentes decíduos, por se-
rem menores e em menor número, necessitam de menos espaço 
nos arcos.
Descontinuidade do arco – devido ao fato da soma das distâncias 
mesiodistais ser menor nos dentes decíduos que nos dentes perma-
nentes, formam-se diastemas decorrentes do crescimento da maxila 
e mandíbula, que o tornam descontínuo. Essa é uma característica 
fisiológica da dentição decídua.
Tamanho dos molares – na dentição permanente o primeiro molar 
é maior que o segundo, que consequentemente é maior que o ter-
ceiro. Na dentição decídua isso não acontece, pois o segundo mo-
lar decíduo é maior que o primeiro.
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Características anatômicas dos dentes decíduos
O quadro abaixo mostraas principais características gerais dos 
dentes decíduos:
Ø Os decíduos são menores em todas as suas dimensões.
Ø O dente decíduo tem coloração branca, clara e opaca; possui como cores: 
branco-azulado; branco-leitoso; branco-argiloso, distribuídas de forma uniforme.
Ø O esmalte do dente decíduo é mais permeável.
Ø A profundidade do esmalte é maior e mais fina proporcionalmente em 
relação ao permanente. Sua espessura fica em torno de 0,5 a 1,0 mm; essa 
espessura é semelhante em todas as faces da coroa.
Ø As superfícies vestibulares e linguais são mais planas.
Ø A distância vestibulolingual da superfície oclusal é menor que o diâmetro 
cervical.
Ø As raízes dos decíduos são menores, mais delgadas e claras do que os 
permanentes. Nos dentes anteriores as raízes são maiores em proporção à 
coroa e no sentido mesiodistal são mais estreitas.
Ø A câmara pulpar é mais ampla proporcionalmente à coroa e acompanha a 
morfologia externa da coroa. Os cornos pulpares são mais altos e próximos à 
junção amelodentinária.
Ø Nos dentes decíduos existe menor estrutura de dentina para proteção pulpar.
Fonte: Os autores
Incisivo decíduo
O grupo dos dentes incisivos decíduos é composto por oito dentes, 
sendo quatro em cada arco dentário. Os incisivos decíduos têm morfolo-
gia semelhante aos sucessores permanentes. Os superiores apresentam 
um volume que diminui de mesial para a distal, ou seja, os incisivos cen-
trais são maiores que os laterais. Nos inferiores ocorre de forma contrá-
ria, assim os centrais são menores em volume que os laterais (Tabela 2). 
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A coroa dos incisivos é cuneiforme, semelhante a dos permanen-
tes. A raiz pode ser cônica, conóide ou piramidal, podendo ou não ser 
levemente achatada no sentido mesiodistal.
O ápice radicular apresenta-se levemente curvado para a vestibu-
lar, devido à presença do germe do sucessor, que desloca o terço apical 
da raiz para a vestibular. Os incisivos apresentam uma borda incisal cor-
tante nos dentes sem desgaste e, com o desgaste fisiológico, se tornam 
facetas de desgaste inclinadas para a distal (Figura 7).
Tabela 2 – Dimensões médias dos dentes incisivos decíduos
Incisivo Comprimento (mm)
Distância M/D 
(mm)
Altura da coroa 
(mm)
Central Superior 16,0 6,0-7,1 6,0-7,3
Lateral Superior 14,5-17,0 4,2-6,6 5,5-6,8
Central Inferior 15,0-19,0 3,6-5,5 5,0-6,6
Lateral Inferior 15,0-19,0 3,8-5,9 5,6-7,0
Fonte: Os autores (adaptado de Guedes-Pinto, AC. Odontopediatria, 2010)
Figura 7 – Ilustração das coroas dos dentes incisivos centrais e 
laterais decíduos superiores e inferiores. Nota-se a ausência da 
raiz, pela sua reabsorção fisiológica. 
Fonte: Os autores
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Canino decíduo
O grupo dos caninos decíduos é composto por quatro dentes, sen-
do dois dentes posicionados em cada arco dentário. Estão localizados 
entre a distal do incisivo lateral decíduo e do primeiro molar decíduo. 
O canino decíduo possui uma forma cônica, e a coroa é bem volumosa 
e com forma lanceolada. Apresenta na borda incisal uma típica cúspide 
mediana, desenvolvida e aguçada, que desaparece durante o ciclo bio-
lógico por desgaste (Tabela 3 e Figura 8).
Tabela 3 – Dimensões médias dos dentes caninos decíduos
 Comprimento 
(mm)
Distância M/D 
(mm)
Altura da coroa (mm)
Canino Superior 17,5-22,0 6,0-8,0 6,5-7,8
Canino Inferior 17,5-22,0 5,2-7,0 6,5-8,1
Fonte: Os autores (adaptado de Guedes-Pinto, AC. Odontopediatria, 2010)
Figura 8 – Ilustração das coroas dos dentes caninos decíduos superior 
e inferior. Nota-se a ausência da raiz, pela sua reabsorção fisiológica.
Fonte: Os autores
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Molar decíduo
Os grupos dos dentes molares decíduos configuram ser os den-
tes mais volumosos do arco dentário da criança. São em número de oito 
dentes, sendo quatro primeiros molares decíduos e quatro segundos mo-
lares decíduos.
Primeiro molar decíduo – Na dentição decídua é o quarto dente 
e o primeiro molar a partir da linha mediana. O superior apresenta uma 
posição bem vertical e no sentido mesiodistal a coroa apresenta-se le-
vemente inclinada para a vestibular. Esse dente é o que mais se parece 
com o sucessor, em volume e características. Apresenta quatro cúspi-
des, sendo duas vestibulares e duas linguais; possui três raízes, cada qual 
com seu respectivo canal. As raizes são: mesiovestibular, distovestibu-
lar e palatina. 
Os inferiores apresentam uma anatomia única e dificilmente é 
comparado com qualquer outro molar. É o menos volumoso dos molares 
decíduos. Apresenta uma marcante característica na face vestibular, na 
região cérvico-mesial, o tubérculo molar ou tubérculo de Zuckerkandl. 
Apresenta quatro cúspides, sendo duas verstibulares e duas linguais. O 
primeiro molar inferior possui duas raizes, uma mesial (com dois canais) 
e outra distal (com um canal). Tem como característica marcante a posi-
ção da crista marginal mesial, que é transversa, assim é possível encon-
trar na literatura a denominação de crista marginal transversa.
Segundo molar decíduo – É o dente mais volumoso do arco 
temporário, sendo o quinto e o último da série; ocupa o lugar do segun-
do pré-molar. Os segundos molares decíduos são muitas vezes confun-
didos com os dentes permanentes, pois apresentam detalhes anatômicos 
semelhantes aos primeiros molares permanentes, porem em menor es-
cala e volume. Os superiores apresentam o tubérculo de Carabelli e a 
ponte de esmalte, estruturas comuns dos primeiros molares permanen-
tes. Possuem quatro cúspides, sendo duas vestibulares e duas linguais. 
Suas raízes são divergentes e em número de três raízes (duas vestibula-
res e um palatina) com seus respectivos canais. 
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Os segundos molares inferiores são pentacuspidais (5 cúspides – 
3vestibulares e 2 linguais), assim como os primeiros molares permanen-
tes inferiores. Possuem duas raízes (uma mesial e outra distal) com três 
canais. A tabela 4 mostra as dimensões médias dos molares decíduos, e, 
as Figuras 9 e 10, as ilustrações características dos elementos.
Tabela 4 – Dimensões médias dos dentes primeiros e 
segundos molares decíduos
Molar Comprimento (mm)
Distância M/D 
(mm)
Altura da coroa 
(mm)
1o Superior 14,0-17,0 6,6-7,8 5,8-6,5
2o Superior 16,5-18,5 8,3-9,3 6,0-6,7
1o Inferior 14,0-17,0 3,6-5,5 5,0-6,6
2o Inferior 17,5-19,6 10,0-11,5 6,5-7,2
Fonte: os autores (adaptado de Guedes-Pinto, AC. Odontopediatria, 2010)
Figura 9 – Ilustração das coroas dos dentes primeiro e segundo molar 
decíduo superior. Nota-se a ausência da raiz, pela sua reabsorção 
fisiológica.
Fonte: Os autores
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Figura 10 – Ilustração das coroas dos dentes primeiro e segundo 
molar decíduo inferior. Nota-se a ausência da raiz, pela sua 
reabsorção fisiológica.
Fonte: Os autores
____________________
Referências
HUBERTUS, J.W. Odontopediatria: atlas colorido de odontologia. São Paulo: 
Artmed, 2002.
GUEDES PINTO, Antonio Carlos. Odontopediatria. 8. ed. São Paulo: Santos, 
2010.
MELFI, RC, ALLEY, KE. Embriologia e histologia oral de permar. 10. ed. 
São Paulo: Santos, 2010.
MADEIRA, Miguel Carlos. Anatomia do dente. 7. ed. São Paulo: Sarvier, 2014.
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Capítulo 3
Psicologia aplicada à odontopediatria
KatiaLumi Tanikawa-Vergilio
O profissional que exerce odontopediatria, além do conhecimento 
técnico-científico, deve estar disposto a desenvolver a capacidade de li-
dar com a criança, de forma a conseguir melhorar a relação humana de 
empatia e confiança a fim de facilitar o tratamento odontológico. 
A visão psicológica do paciente é fundamental no processo de co-
nhecimento da criança, pois permite que se faça uma imagem do uni-
verso infantil e torne possível uma abordagem psicossocial. Assim, é 
importante integrar todas as estratégias psicológicas num contexto de 
educação global de modo que a criança aprenda a ver o dentista como 
um amigo e compreenda que os tratamentos dentários, apesar de serem 
experiências diferentes, são inevitáveis para a prevenção de repercussões 
negativas para a sua saúde oral e sistêmica.
Conhecimentos básicos de psicologia das fases de desenvolvimen-
to humano são essenciais no bom estabelecimento da relação pessoal en-
tre o profissional e o paciente infantil.
Psicologia de desenvolvimento
A área da psicologia que trabalha com todo o processo de desen-
volvimento humano durante determinado período é denominada psico-
logia de desenvolvimento.
O profissional que exerce Odontopediatria deve ter ciência do:
 ✓ Desenvolvimento Somático (motricidade, fala);
 ✓ Desenvolvimento Emocional (comportamento social, adapta-
ções e personalidade).
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O direcionamento do relacionamento entre criança e dentista ten-
de a tornar o tratamento mais prazeroso e positivo.
Comportamento adaptativo
O conhecimento do Comportamento adaptativo da criança consiste 
em ter conhecimento do grau de aprendizagem e raciocínio e também em 
saber da capacidade da criança em se adaptar às mais diversas situações.
É importante, por exemplo, saber que o vocabulário da criança vai 
desde o balbuciar até a construção de sentenças e entendimento de di-
versas palavras. 
A classificação desse estágio de evolução deve ser realizada para 
facilitar a comunicação entre dentista e paciente infantil.
A comunicação é fundamental para poder se relacionar e o trata-
mento fluir satisfatoriamente.
Comportamento social e personalidade
Para avaliação deste tipo de comportamento leva-se em conta:
 ✓ Relacionamento com os pais;
 ✓ Relacionamento com outros adultos (inclusive odontopediatra);
 ✓ Relação com colegas, parentes, professores.
Fases de desenvolvimento humano
1 Fase oral
Esta fase abrange o período de 0 a 18 meses de vida.
A criança explora o corpo através da boca, pele e passa a ter a sen-
sação de segurança e satisfação.
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Nesta fase, a boca é o órgão mais importante do corpo, pois é atra-
vés dela que a criança obtém ar e alimento e faz contato com o meio am-
biente que a cerca.
Até os 6 meses de vida, ocorre o chamado fator de simbiose, em 
que a criança sente-se fusionada à mãe (não distingue limites de duas 
pessoas separadamente).
Após os 6 meses de idade, a criança:
 ✓ Começa a distinguir limites entre ela e a mãe;
 ✓ Aprende a mastigar e a morder;
 ✓ Desenvolve a capacidade motora;
 ✓ Aumenta a atividade mental;
 ✓ Distingue entre si mesma e o meio ambiente; 
 ✓ Desenvolve a Fase de Individualização, onde passa a tolerar 
insatisfações, separações, e a ausência da mãe pode aumentar 
gradativamente.
Sucção
A necessidade de sucção é importante para a sobrevivência física 
e psicológica do bebê.
Essa necessidade diminui com a introdução de alimentação sóli-
da (mastigação).
A Necessidade Fisiológica de sucção cessa dos 9 aos 12 meses 
de vida.
A Necessidade Psicológica de sucção existe quando a criança se 
sente cansada ou infeliz (consolo) e deve cessar até os 3 anos.
A persistência da sucção após os 3 anos deixa de ser uma neces-
sidade e se torna um hábito deletério, com consequências como proble-
mas de oclusão e no desenvolvimento da fala.
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2 Fase anal, primeira infância
A fase anal abrange o período de 18 meses a 3 anos de idade, onde 
a criança:
 ✓ Alcança o controle da bexiga e intestinos;
 ✓ Desenvolve autonomia: controle do próprio corpo;
 ✓ Experimenta as próprias vontades e começa a ter visão clara 
do seu “eu”.
Porém, vive a “Idade do Desafio”, onde sentimentos fortes e contra-
ditórios são aflorados e percebe o quanto é capaz de agir e decidir sozinha.
Aos 3 anos de idade, a Maturidade para Tratamento significa que é:
 ✓ Capaz de ficar sentada 10 a 20 minutos;
 ✓ Capaz de sentar e abrir a boca, realizar estas 2 atividades 
concomitantemente;
 ✓ Capaz de compreender explicações simples.
Nesta fase ainda destacamos a importância:
	Em elogiar as capacidades da criança;
	Do contato físico
Falar-mostrar-fazer
A técnica do falar-mostrar-fazer é um método eficaz para fami-
liarizar a criança ao ambiente odontológico, diminuindo seus medos e 
ansiedades, assim como consiste em apresentar gradativamente alguns 
instrumentos e procedimentos odontológicos. 
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A criança deve ser preparada sobre a situação que viverá, portanto, 
o dentista deve informar de forma amena sobre o procedimento (FALAR).
O dentista deve demonstrar a ação do equipamento ou efeito de 
um material odontológico antes da execução profissional, para evitar re-
ações de ansiedade pelo medo do inesperado (MOSTRAR).
Se necessário, o dentista deve deixar a criança tocar ou manipu-
lar algum dos equipamentos ou materiais para a constatação do benefí-
cio (FAZER).
Após a explicação e demonstração, a técnica poderá ser realizada 
com mais tranquilidade.
Corrêa et al. (2002) e Klatchoian (2002) sugeriam a utilização de 
bonecos ou brinquedos para realizar esta demonstração e permitir a par-
ticipação direta da criança no condicionamento, uma vez que, a partir 
dos 15 meses de idade, as crianças apresentam-se em pleno desenvolvi-
mento sensório-motor e, portanto, exploram os ambientes por meio do 
tato e da apreensão dos objetos, constatando-se que permitir a participa-
ção ativa da criança no condicionamento para o tratamento odontológi-
co aumenta seu grau de cooperação e os benefícios obtidos. 
Na maioria das vezes, a criança muito curiosa gostará de experi-
mentar nela mesma os objetos apresentados. Em outras, porém, as crian-
ças podem ficar mais receosas, e necessitar de mais tempo e contato com 
os novos “equipamentos”, para permitir tal contato. 
Naquelas crianças que se demonstrarem um pouco receosas, o uso 
de bonecos ou outros brinquedos que tenham dentes pode auxiliar mui-
to nesse processo de condicionamento psicológico. 
Nestes casos, é interessante permitir que a criança atue como au-
xiliar e nos ajude a realizar o procedimento odontológico no brinquedo. 
Geralmente, as crianças gostam de exercer o papel de Cirurgião-dentista 
ou de Auxiliar.
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3 Fase fálica (edipiana, fase genital inicial)
Esta fase abrange o período da segunda infância (3 a 5 anos).
Nesta fase, as crianças começam a perceber e questionar diferen-
ças entre meninos e meninas, os pais transmitem ideias de feminilidade 
e masculinidade; as crianças buscam identificação com pessoas próxi-
mas para imitá-las.
 ✓ Complexo de Édipo:
Período em que a criança se apaixona pelo adulto do sexo 
oposto.
Criança passa a ter valores morais e estilo de vida dos pais.
Nesta fase, a criança desenvolve:
o Desejo de explorar
o Curiosidades
o Fazem regras
Porém, a criança precisa de orientação e limites bem definidos, 
pois oexcesso de proibições com sentimento de culpa pode transformar 
curiosidade em PASSIVIDADE.
A Maturidade para o Tratamento até os 5 anos caracteriza-se pela 
criança sentar e ficar concentrada até 30 minutos.
Nesta fase, deve-se elogiar a aparência e as correções devem ter 
conotação POSITIVA.
Nesta fase, a criança usa a IMAGINAÇÃO e entende metáforas.
Faz de conta
O universo mental infantil deve ser compreendido e respeitado 
pelo profissional que exerce a odontopediatria.
Em pré-escolares, o “faz de conta” pode ser explorado nos argu-
mentos educativos e orientações técnicas no âmbito odontológico atra-
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vés de macromodelos, personagens, estórias, paródias musicais, entre 
outras abordagens sempre divertidas e criativas.
Representações e comparações a eventos simples e objetivos, en-
tretanto de caráter familiar pela criança denotam clareza na compreen-
são dos conhecimentos que se deseja inserir.
Nestes moldes preconizados, a explicação de uma técnica de hi-
giene bucal seria primeiramente verbalizada pelo profissional, ele apre-
sentaria uma personagem conhecida pela criança (desenho animado, 
história infantil) ou não conhecida ainda (criados pelo dentista e batiza-
dos pela criança), na forma de fantoche ou boneco.
Uma estória personalizada sobre os hábitos de higiene e dieta seria 
narrada de modo “fantástico” e incentivador, enfatizando a importância da 
limpeza dos dentes, comparando esta atividade a uma sensação de bem-estar 
e saúde conhecida pela criança, como o banho que é submetida diariamente.
A técnica de escovação é demonstrada utilizando macromodelos 
odontológicos ou fantoches específicos. A seguir, pede-se para a crian-
ça repetir os movimentos, perpetuando o conhecimento mental e motor 
da técnica de higiene de modo atraente e agradável.
A fixação da informação se concretizará quando do prosseguimen-
to da aplicação da técnica na própria boca da criança, que acompanhará 
visualmente pelo espelho.
Desta forma, o exercício da habilidade motora e responsabilidade 
pelo hábito poderá ser constatada e avaliada pelo dentista, sendo impres-
cindível para o sucesso da assistência profissional ao paciente infantil.
Brincadeira e desenvolvimento infantil
O conhecimento e desenvolvimento da abordagem lúdica é carac-
terística importante para o dentista que exerce odontopediatria.
As informações de hábitos e técnicas de higiene bucal, dieta cario-
gênica, importância dos dentes, tipos de dentições, troca de dentições, 
cárie, entre outros temas, devem ser inseridos pelo profissional de modo 
divertido e com conotação positiva.
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A brincadeira pode ser explorada na motivação para o exercício 
destas informações.
De acordo com a faixa etária da criança, atividades como jogos, 
pinturas, teatros, estórias improvisadas, músicas são interessantes para 
a fixação de novos hábitos de manutenção de saúde bucal.
A brincadeira na sua imensa diversidade de aplicações deve ser 
inserida nas abordagens do odontopediatra para o aprendizado lúdico e 
prazeroso, essenciais para o progresso no atendimento infantil.
4 Fase de latência
Esta fase abrange a faixa etária escolar (6 a 12 anos).
Neste período, a criança frequenta a escola e em seu novo contexto 
deixa de ser o “centro das atenções” para participar do ambiente social.
São características desta fase:
 ✓ Criança deseja explorar o mundo;
 ✓ Compara-se aos outros;
 ✓ A criança dá importância à escola, amigos, atividades recreati-
vas e a outros adultos (professores, inspetores);
 ✓ Ela estabelece diálogos e discussões abstratas;
 ✓ E gosta de colecionar e competir.
O amadurecimento das capacidades motoras, o desenvolvimen-
to mais realista do social, a visão mais real do tratamento odontológi-
co e a solicitação de explicações para receber atendimento demonstram 
a maior maturidade e tranquilidade para as manobras de atendimento 
odontológico.
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5 Fase genital
Esta fase abrange o período da ADOLESCÊNCIA (13 a 19 anos).
A fase da Puberdade caracteriza-se pelo início da maturidade se-
xual, início das responsabilidades do mundo adulto, por mudanças físi-
cas e psicológicas.
O adolescente busca a identidade própria: autoestima e 
autoconhecimento.
O Perfil desse grupo é o desinteresse (não ouvem o que lhe fa-
lam), são sonhadores e “esquecidos”, importam-se demais com a aparên-
cia pessoal e roupas, centralizam o EGO, possuem Ídolos e ideologias.
Desejam ser adultos com todos os privilégios das crianças (depen-
dentes e protegidos).
Ao mesmo tempo que sentem medo e solidão, andam em grupos.
Relação humana: dentista e criança
O comportamento da criança está diretamente ligado à sua relação 
com o meio e particularmente à mãe.
O Odontopediatra deve:
 ✓ Observar e compreender as reações das crianças;
 ✓ Estar munido de autoconhecimento e segurança;
 ✓ Estabelecer um BOM RELACIONAMENTO COM A 
CRIANÇA para alcançar o equilíbrio entre necessidades da 
criança e do profissional;
 ✓ Entender e respeitar a criança;
 ✓ Ter sensibilidade e percepção do estado emocional e cansaço; 
 ✓ Ter paciência para transformar situações desagradáveis em re-
solução positiva;
 ✓ Compreender as necessidades básicas da criança: Afeição, 
Aprovação, Autoridade.
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Conotação positiva na comunicação
Se pudéssemos resgatar as mais remotas lembranças de músicas e 
estórias infantis clássicas, perceberíamos que as mensagens positivas da 
formação individual geralmente foram construídas a partir dos primeiros 
sentimentos de medo e nem sempre com conotação positiva e agradável.
A maioria das estórias clássicas infantis exibem personagens feios, 
como bruxas, lobos malvados e monstros terríveis, que causam medo e 
assustam as personagens bonitas e frágeis como princesas e animaizi-
nhos da floresta.
Músicas antigas de ninar citam seres assustadores, como “Boi da cara 
preta” ou a “Cuca” para “pegar” as crianças que se recusarem a dormir.
Portanto, a conotação positiva nas mensagens educativas em odon-
tologia é essencial para a instalação de um hábito como o de higieniza-
ção bucal de maneira agradável e construtiva.
A aplicação desta linguagem construtivista positiva na comunicação 
com o paciente infantil seria, por exemplo, convencê-la a escovar os dentes 
para ficar com o sorriso brilhante de uma princesa, ou ficar com dentes fortes 
como os de um super-herói, e NUNCA apenas para evitar dor ou as etapas 
desagradáveis de um tratamento dentário como a anestesia e uso do motor.
O gerenciamento do comportamento através da comunicação é usa-
do universalmente em Odontopediatria, tanto nos casos de cooperação 
dos pacientes como diante da não cooperação, sendo esta a base para a 
criação de uma relação amigável com a criança, permitindo, assim, um 
tratamento odontológico com sucesso e a criação de uma atitude positi-
va frente a ele (Guidelines for Behavior Management of the American 
Academy of Pediatric Dentistry, 1999-2000).
As afirmações positivas aumentam as oportunidades de êxito no 
tratamento das crianças. Elas são muito mais efetivas que perguntas ou 
comentários descuidados. Para ser bem-sucedido com as crianças é pre-
ciso prever o sucesso. 
É importante que a comunicação venha de uma única fonte. Quando 
tanto o dentista como a auxiliar ficam dando orientações, o resultado 
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pode provocar uma resposta indesejável, simplesmente porque a criança 
se torna confusa. 
A mensagem tem de ser entendida da mesma maneira por quem 
envia e por quem recebe. Ouvir o paciente também é importante no tra-
tamento de crianças. 
Medo e ansiedade
É comum que as crianças fiquem assustadas na primeira consulta 
odontológica, principalmente se adultos ou crianças maiores lhes 
descreveram sensações desagradáveis pelos sabores ruins ou pela vi-
sualização de instrumentos desconhecidos e assustadores como brocas, 
motores e agulhas.
O medo do desconhecido é um dos fatores mais relevantes que 
contribuem para a ansiedade e pode fazer a criança se sentir ameaça-
da, impotente.
Uso de E.P.I. e vestimenta branca
Trabalhos sobre a ansiedade causada no atendimento odontológico 
de crianças relatam que o uso da roupa branca e do E.P.I. (Equipamentos 
de Proteção Individual) pelo profissional não significam um empecilho 
para o tratamento quando é apresentada gradativamente a estes acessórios. 
 A experiência odontológica em psicologia e abordagem de comu-
nicação com conotação positiva favorece uma maior aceitação do E.P.I. 
pelo paciente infantil. 
É importante que o Odontopediatra estabeleça sua maneira de 
abordagem, considerando a individualidade de cada criança.
Medo
Estado emocional diante do perigo, caracterizado pelo conhecimen-
to intelectual do mesmo, provocando somente a sensação psicológica.
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Medo biológico
É um fator biológico de defesa e proteção. Medo natural e necessário.
A evolução do medo biológico para o tipo de medo psicológico 
pode tornar o medo condicionado e o sentimento de Ansiedade evoluir 
para a patologia Fobia.
Medo objetivo
Este tipo de medo é ligado a experiências dolorosas, desagradá-
veis e cansativas.
A experiência profissional pregressa desagradável e consequen-
te elaboração da própria criança, associada à interferência da ansie-
dade familiar, pode gerar os tipos de medos: OBJETIVO DIRETO ou 
OBJETIVO INDIRETO.
Medo objetivo direto
Ocorre quando a experiência anterior dolorosa ou desagradável 
sofrida pela criança foi através de ações provocadas DURANTE o tra-
tamento odontológico.
Medo objetivo indireto
Oriundo de experiências que ocorreram em ambientes semelhantes 
ao do consultório odontológico (médico, hospital, farmácia) e há corre-
lação com o que passou anteriormente. 
A criança prevê o que poderá acontecer no tratamento odontológico.
Medo subjetivo
Ocorre principalmente por informações de adultos ou crianças maiores.
A criança ouve falar de experiências desagradáveis vividas por pais, 
parentes ou amigos no dentista e passa a fantasiar, exagerando o quadro.
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Este tipo de medo NÃO é obrigatoriamente ligado à verbalização. 
O medo subjetivo é mais difícil de ser controlado, pois não temos 
dados concretos (objetivos) para explicar por que ela tem medo.
Quadros clínicos do medo
O Perfil da criança com medo é tímido e retraído, agarra-se à mãe.
O Dentista deve passar confiança e tranquilidade, mostrar que es-
ses acontecimentos (choro, birra) não vão mudar o que temos que fazer 
(tratamento) e descondicionar o medo pela associação de experiências 
prazerosas diante de situações traumáticas.
Qualidades básicas do profissional que exerce 
odontopediatria
1) Amar as crianças
Ter prazer no seu convívio, alegrar-se por tê-las por perto.
2) Fazer-se gostar pelas crianças
Tornar-se amigo e envolver-se facilmente com elas. Ser acei-
to com naturalidade.
3) Gostar de tratar de crianças
Conseguir satisfação profissional. Descobre-se a vocação e 
apreciação dos resultados.
4) Conhecimento de odontologia e especificamente em odontopediatria
Clínico deve estar sempre atualizado nos conhecimentos 
específicos;
Aperfeiçoar quanto à habilidade manual para diminuir tem-
po de trabalho sem perder a qualidade.
5) Conhecimentos de psicologia infantil
Entender e avaliar o comportamento da criança para es-
tabelecer o tipo de abordagem de relacionamento e de 
trabalho.
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6) Paciência
Qualidade imprescindível;
Deve ser desenvolvida e aprimorada através do autodomínio.
7) Certa capacidade de persuadir e convencer
A criança deve ser convencida da necessidade do que nos 
propomos a fazer.
8) Intuição e bom senso
 ✓ Perceber o momento de ser firme ou mais delicado no 
trato e na voz;
 ✓ Saber discernir o momento de parar (quando a criança 
estiver cansada);
 ✓ Consulta mais rápida (quando a criança não estiver bem);
 ✓ Perceber abusos, manhas e chantagens emocionais; e
 ✓ Demonstrar interesse pela criança.
9) Certa expressão de autoridade
Desenvolver o tratamento em clima amistoso e de carinho, 
deixando claro quem é a autoridade naquele momento;
Não deixar ser dominado pela criança ou pelos pais.
10) Aptidão para a especialidade
A somatória dos fatores descritos anteriormente tornam o 
profissional apto a trabalhar com crianças.
11) Capacidade de manter diálogos
Ajustar a conversa à idade, do nível de interesse ao grau de 
cultura e sexo.
12) Níveis de diálogo
Assuntos e palavras devem ser escolhidos de acordo com a 
idade e o desenvolvimento mental da criança.
13) Tom de voz
Tranquilo e firme.
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Atributos básicos do profissional para tratar crianças
1) Aparência profissional
O atributo físico essencial é possuir dentes tratados
2) Apresentação física
Cabelos, mãos, unhas, roupas com aparência bem cuidada. 
Uniforme limpo e bem passado.
3) Segurança profissional
O profissional seguro transmite tranquilidade, que é capta-
da pela criança, que se submeterá facilmente ao tratamento.
4) Habilidade e rapidez
Proporciona conforto ao paciente.
5) Ordem e cuidado com o instrumental
Evita perda de tempo.
Tipos de crianças (Guedes-Pinto, 2006)
1) Criança que coopera
Criança que não provoca contrariedades ao tratamento e ao 
dentista.
2) Criança tímida ou assustada
Esconde o rosto atrás da mãe, olha para baixo, não responde 
quando lhes falam. Difícil de conversar. Pouca cooperação.
3) Criança medrosa
O Dentista é um estranho que estimula a aflorar sentimentos 
de Medos Subjetivo/ Objetivo. Demonstra horror de dentis-
ta e ambiente de consultório. 
4) Criança mimada
A criança choraminga, grita, sapateia e luta para não entrar 
no consultório;
Ela tenta convencer os pais a levá-la para casa, e os pais mos-
tram-se “escravos” de seus desejos.
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5) Criança teimosa
Essas crianças teimam em não permitir o tratamento. Não 
choram. Não falam muito.
6) Criança rebelde
A criança se recusa a entrar no consultório e demonstra ati-
tudes de teimosia.
7) Criança agressiva
Demostra reações de teimosa, rebeldia, ela chora e grita.
Pode desenvolver atitudes de agressão física.
8) Criança com necessidades especiais
As reações são diferentes;
O fator idade não condiz sempre com o nível intelectual;
O profissional deve conhecer antecedentes e causas da ne-
cessidade especial e preparar-se para o atendimento. Não 
deve ter medo e sim cuidados específicos.
9) Criança doente
O dentista deve considerar o estado de saúde da criança para 
realizar o atendimento.
Influência dos pais e familiares
No que concerne à ansiedade materna, a maioria dos estudos estabelece 
uma associação significativa com o comportamento cooperador da criança.
 As mães, além de influenciarem o grau de ansiedade da criança, 
são capazes de diagnosticar o comportamentoe o nível de ansiedade dos 
filhos sobre o atendimento odontológico.
Os hábitos e conhecimento dos pais sobre saúde bucal parecem 
influenciar o estado da mesma de seus filhos.
A adoção de hábitos comportamentais coerentes na infância come-
ça em casa com os pais, principalmente com a mãe, que desempenha um 
importante papel no estilo de vida relacionado à saúde bucal dos filhos.
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 Os pais devem ser informados de que seus hábitos de saúde den-
tal influenciam a saúde bucal de seus filhos e, consequentemente, sua 
qualidade de vida. 
Portanto, é necessário um programa educacional de saúde sólido 
envolvendo todos os familiares, para fornecer aos pais a orientação ade-
quada sobre como manter a saúde bucal de seus filhos, resultando em 
uma melhor qualidade de vida.
____________________
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Capítulo 4
Anamnese e exame clínico
Sandra Kalil Bussadori
Marcelo Mendes Pinto
Lara Jansiski Motta
Carolina Carvalho Bortoletto
Anamnese
A anamnese é uma entrevista realizada pelo profissional de saúde 
ao seu paciente ou responsável, é o momento em que se conhece me-
lhor o paciente. Nessa entrevista é feito um levantamento sobre a saú-
de geral do paciente, bem como sua saúde bucal, aspectos psicológicos 
e hábitos diários desse paciente. Além de ser um documento integrante 
do prontuário do paciente, é fundamental para o sucesso do tratamento, 
pois é através da anamnese que conhecemos o paciente e, a partir disso, 
é possível realizar um plano de tratamento direcionado às característi-
cas e necessidades do indivíduo. Deve ser conduzida de maneira lógica 
e deverá ser atualizada frequentemente.
Durante a anamnese é importante a obtenção de informações bá-
sicas relacionada aos dados pessoais, queixa principal, história médica, 
história odontológica, hábitos e perfil psicológico do paciente.
Dados pessoais
Deve conter algumas informações sobre o paciente e sobre os res-
ponsáveis, como por exemplo:
 ✓ Nome;
 ✓ Data de nascimento;
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 ✓ Endereço;
 ✓ Contatos (telefone, celular, email);
 ✓ Nome e documento dos responsáveis;
 ✓ Nome e telefone do médico pediatra.
Queixa principal
Deve ser relatado o motivo da consulta, assim como o maior nú-
mero de informações sobre

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