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PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 1 1. Mecânica dos Fluidos Toda vez que trabalhamos com uma bomba industrial, se faz necessário conhecer as propriedades do fluido de trabalho (líquidos e gases) para que possamos operá-la de forma segura. Desta forma devemos ter uma base sólida de conhecimento sobre as propriedades físico-químicas e mecânicas deste fluído para que possamos atuar nos sistemas de bombeamento com bastante segurança. Estas propriedades são: Altura manométrica; Densidade; Perda de carga; Peso específico; Pressão absoluta; Pressão atmosférica; Pressão de vapor; Pressão manométrica; Regime de escoamento; Temperatura; Vazão; Velocidade; Viscosidade. A mecânica dos fluidos é a ciência que estuda o comportamento dos líquidos e é subdividida em duas áreas básicas: a hidrostática que estuda os líquidos em equilíbrio estático, ou seja, em repouso e a hidrodinâmica que estuda os líquidos em movimento. 2. Bombas Industriais Podemos definir as bombas como sendo Máquinas Hidráulicas Operatrizes, isto é, máquinas que recebem energia potencial (força motriz de um motor ou turbina), e transformam parte desta potência em energia cinética (movimento) e/ou energia de pressão (força), cedendo estas duas energias ao fluído bombeado, de forma a recirculá-lo ou transportá-lo de um ponto a outro. Portanto, o uso de bombas hidráulicas ocorre sempre que há a necessidade de aumentar-se a pressão de trabalho, a velocidade de escoamento, ou ambas, de uma substância líquida contida em um sistema, PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 2 2.1. Seleção de Bombas São condições fundamentais para seleção das bombas: o ponto de funcionamento do sistema, a natureza do projeto, as características do líquido a ser recalcado, os equipamentos existentes no mercado a similaridade com os equipamentos já instalados e em operação (para flexibilizar a reposição de peças defeituosas ou desgastadas). Além disso, também deve ser elaborado um estudo intensivo da dimensão da obra e etapas de construção, e um programa de que facilite a operação e manutenção dos serviços. Seguir as instruções recomendadas pelos fabricantes dos equipamentos quanta a sua instalação, operação e manutenção é essencial para um bom desempenho e garantia técnica dos conjuntos. Para grandes máquinas os fabricantes, geralmente, além de fornecerem os manuais acompanham supervisionando toda a montagem e o funcionamento inicial visando corrigir eventuais problemas na montagem, tais como desalinhamentos, fundações, apoios, chumbamentos, conexões com as tubulações, operações de partida, manobras das válvulas, parada, etc. 2.2. Tipos de Bombas Devido a grande diversidade das bombas existentes, adotaremos uma classificação resumida, dividindo-as em dois grandes grupos: Bombas Volumétricas; PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 3 Bombas Centrífugas ou Turbobombas. 3. Bombas Volumétricas As bombas volumétricas, também conhecidas como bombas de deslocamento positivo, são equipamentos mecânicos utilizados para o transporte de um líquido, de um ponto de menor energia para outro de maior energia. Isto acontece através de um mecanismo da bomba que induz o deslocamento do líquido em uma determinada direção. A quantidade necessária de pressão deve ser suficiente para vencer os efeitos combinados de atrito, pressão e gravidade. 3.1. Princípio de Funcionamento As bombas volumétricas ou de deslocamento positivo são aquelas onde a energia é fornecida ao líquido diretamente sob forma de pressão. A movimentação do líquido é diretamente causada pela movimentação do elemento bombeador (pistão, êmbolo ou diafragma). Dá-se o nome de volumétrica porque certo volume de líquido preenche, sucessivamente, o espaço criado pelo elemento bombeador, no interior da bomba, sendo depois expulso. Uma característica importante deste tipo de bomba decorre do fato da vazão média permanecer praticamente constante, independente da contrapressão, desde que a rotação seja mantida constante. 3.2. Classificação das Bombas Volumétricas As bombas volumétricas podem ser divididas em dois grupos: Bombas Alternativas; o Bombas de Pistão; o Bombas de Êmbolo; PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 4 o Bombas de Diafragma. Bombas rotativas. o Bombas de Engrenagem; o Bombas de Lóbulos; o Bombas de Parafuso; o Bombas de Palhetas. 4. Bombas Alternativas O fluxo de aspiração, nas bombas alternativas, é produzido pelo movimento do elemento bombeador. O movimento de admissão produz uma depressão no interior do cilindro, em função de da aceleração do fluido e das perdas de carga na válvula. Com isso a válvula de admissão se abre, permitindo o enchimento do cilindro pelo líquido que se encontra a uma pressão maior. Durante esse movimento, a válvula de descarga permanece fechada pela diferença de pressão. No curso do movimento de descarga, o elemento bombeador empurra o líquido para fora do cilindro através da válvula de descarga, enquanto a válvula de admissão mantém-se fechada. É importante ressaltar que as válvulas de admissão e descarga são atuadas pela diferença de pressão entre a linha de processo e o interior da bomba. As bombas alternativas podem ser utilizadas na indústria química no processo de dosagem, no bombeamento de água para caldeiras pois utilizam o próprio vapor da caldeira para movimentá-las e no acionamento de prensas na indústria metal mecânica. Suas principais características são: Podem ser utilizadas para altas pressões (70 a 200 kgf/cm2) e extrema pressão, aproximadamente 10.000 PSI, podendo chegar até 100.000 PSI para aplicações de corte de materiais; Proporcionam baixas vazões – (Por exemplo: 3,6 m3/h - Sistema de Glicol); Proporcionam vazões precisas – bombas dosadoras; Podem ser utilizadas em líquidos com alto teor de sólidos em suspensão; Podem ser utilizadas com líquidos viscosos; Podem ser utilizadas oOnde a porcentagem de gás dissolvida no líquido seja elevada; Pode ser utilizado variador de frequência para controle da vazão de bombas alternativas convencionais ou variação do curso do bombeador nas dosadoras; Fácil aspiração, melhor eficiência (95%), conseguem altas pressões; Sistemas onde uma vazão pulsátil seja tolerável (normalmente necessitam amortecedor de pulsação); Ocupam grande espaço; Vibram muito; Apresentam custos de aquisição e manutenção elevados; Não há necessidade de escorva da bomba. PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 5 4.1. Bombas Alternativas de Pistão As bombas alternativas envolvem um movimento intermitente de um pistão no interior de um cilindro. Isso resulta no escoamento de um volume fixo a cada golpe do pistão forçando o líquido a se deslocar da entrada até a descarga da bomba. 4.2. Bombas alternativas de êmbolo A diferença fundamental entre um pistão e um êmbolo está na relação entre o comprimento e a área da seção transversal do elemento bombeador. No êmbolo, esta relação é maior que a do pistão. Além disso, os pistões são dotados de ranhuras para instalação de elementos de vedação. Normalmente estas bombas são utilizadas para pressões maiores que a faixa coberta pelas bombas de pistão. Com exceção do elemento bombeador, as bombas alternativas de pistão e de êmbolo compartilham dos componentes girabrequim e biela, peças fundamentais da bomba, responsáveis em transformar o movimento rotativo do acionador em movimento alternativo para a cruzeta que é o elemento de ligação entre a biela e a haste. PROCESSOS INDUSTRIAISBOMBAS INDUSTRIAIS 6 4.3. Bombas alternativas de diafragma Uma bomba do tipo diafragma pode ser comparada a uma bomba do tipo pistão, exceto em relação ao elemento proporcionador do deslocamento, que está em contato com o líquido que é um diafragma. Esta membrana pode ser fabricada em borracha sintética, teflon, aços inox, titânio etc. Pequenos modelos deste tipo de bomba são usados como bombas dosadoras de produtos químicos onde há necessidade de bombear uma quantidade constante de um determinado produto químico no processo. O diafragma evita que o líquido bombeado entre em contato com as partes internas do cilindro em função da agressividade do mesmo. Estas bombas não requerem nenhum tipo de selagem. O tipo mais comum deste tipo de bomba é aquele acionado por ar comprimido. Essas bombas são basicamente constituídas por um sistema de duas bombas que trabalham combinadas em uma. Enquanto uma delas está no ciclo de sucção a outra está no ciclo de descarga. As válvulas de ar atuam automaticamente pressurizando um dos lados da câmara do diafragma enquanto a outra câmara do diafragma é ventada. 4.4. Classificação das bombas alternativas As bombas alternativas podem ser classificadas em: Relação à posição dos cilindros; o verticais o horizontais Relação ao número de cilindros: PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 7 o Simplex - um cilindro; o Duplex - dois cilindros; o Triplex - três cilindros; o Multiplex - Mais de três cilindros. Relação à ação de bombeamento; o Simples efeito - A sucção e a descarga são feitas somente em um dos lados. o Duplo efeito - A sucção e a descarga são feitos em ambos os lados. Enquanto um lado succiona o outro lado descarrega o líquido e vice- versa. Relação à possibilidade de variação do curso do bombeador. o Curso constante - Mais usuais. o Curso variável - Proporciona variar a vazão, daí serem denominadas dosadoras. 5. Bombas rotativas Nas bombas rotativas, o transporte do líquido é comandado pelo movimento de rotação de um elemento bombeador. 5.1. Bombas rotativas tipo engrenagens As bombas rotativas de engrenagens externas são bombas que funcionam pela ação de duas engrenagens trabalhando dentro da carcaça da bomba com folgas bastante reduzidas. Com o movimento rotativo, um vácuo parcial é formado durante o desengrenamento o par de engrenagens, no lado da sucção, quando então o líquido é aspirado para o interior da bomba. O líquido, aprisionado entre os dentes das engrenagens e a carcaça, é conduzido para o bocal de descarga da bomba onde o engrenamento dos dentes provoca a sua saída através do bocal de descarga. É importante lembrar que o sentido de rotação das bombas determina quais serão os bocais de sucção de descarga. Nos modelos de bombas onde uma engrenagem aciona a outra, a engrenagem movida normalmente gira apoiada sobre mancais do tipo bucha. Nestes casos, os mancais alojados na carcaça são banhados com o líquido bombeado. Conseqüentemente, estes PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 8 mancais e as engrenagens são dependentes da qualidade lubrificante do líquido bombeado. Em outros modelos de bombas rotativas, as engrenagens não se tocam e ambas são acionadas através de um par de engrenagens sincronizadoras do lado externo da bomba. Ambos os eixos atravessam a carcaça da bomba necessitando de um sistema de vedação nos referidos pontos. Este tipo de bomba é muito utilizado em sistemas de lubrificação, abrangendo uma faixa de pressão de 1 até 200 bar. Os principais tipos de engrenagens são: Engrenagem de dentes retos: Apresentam muito ruído e baixa eficiência. Engrenagem de dentes helicoidais: Apresentam um engrenamento mais suave. Não há retenção de líquido entre os dentes, consequentemente possui uma boa eficiência. Engrenagem de dentes em espinha de peixe: Componentes axial e radial são anuladas. Muito silenciosas. Maior Eficiência Volumétrica. 5.2. Bombas rotativas tipo parafuso As bombas rotativas tipo parafuso são normalmente dotadas de dois parafusos, que têm movimentos sincronizados através de um par de engrenagens sincronizadoras. Os filetes dos parafusos não mantêm contato entre si, porém as folgas são bastante reduzidas, pois o rendimento volumétrico da bomba depende, dentre outros fatores, destas folgas. Essas bombas são bastante utilizadas para o transporte de líquidos de viscosidade elevada. Para viscosidades na faixa de 100 a 500 cSt, normalmente é recomendável realizar uma análise comparativa entre a viabilidade de usar bombas centrifugas ou de deslocamento positivo. Porém, acima de 500 cSt a tendência é utilizar este tipo de bomba. As bombas tipo parafuso podem apresentar 2 ou 3 parafusos. Estas bombas apresentam como características principais: PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 9 Vazão uniforme; Boa tolerância à presença de ar e gás; São bastante compactas; Baixa vibração. Em contrapartida, são bastante sensíveis à presença de material abrasivo e a variação da viscosidade, fazendo com que a sua eficiência volumétrica caia com o aumento das folgas e/ou queda da viscosidade. Elas também apresentam alto custo devido a folgas e tolerâncias de usinagem e necessitam de maiores cuidados nos ajustes de manutenção. Quando a bomba é projetada para serviços pesados, projeta-se um conjunto de engrenagens instaladas na parte externa da carcaça para a transmissão do torque do eixo motriz para o eixo acionado. Este conjunto de engrenagens é chamado de engrenagens de sincronização. Engrenagens de Sincronização PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 10 As bombas rotativas do tipo Parafuso podem ser classificadas: Conforme o sentido de escoamento de líquido no interior da carcaça em: o Fluxo unidirecional; o Fluxo reverso; o Fluxo em contracorrente. Quanto ao número de parafusos: o 2 parafusos; o 3 parafusos. 5.3. Bombas rotativas tipo helicoidais ou de cavidades progressivas As bombas helicoidais ou bombas de cavidades progressivas (BCP) são também conhecidas por monofuso ou bombas nemo. Nesse tipo de bomba, devido à geometria das roscas do estator (elastômero com perfil de rosca interna helicoidal, fabricado em Viton, e vulcanizado no interior da carcaça) e impelidor (parafuso em aço tratado termicamente resistente à abrasão e corrosão), forma-se uma sequência de cavidades entre a sucção e a descarga. Com o movimento oscilatório do parafuso, as cavidades abrem e fecham de maneira progressiva e ininterrupta, conduzindo o líquido até a descarga, conseguindo, deste modo, um escoamento sem pulsação. PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 11 A pressão de descarga é uma função do comprimento e passo do conjunto impelidor- estator. As Bombas de Cavidade Progressiva ainda apresentam as seguintes características: Escoamento sem pulsação; Baixa pressão, baixa vazão; Não tolera trabalho a seco; Rendimento independe da Viscosidade (interferência); Grande range de viscosidades; Boa tolerância a abrasivos podendo chegar a 80% de material abrasivo; Boa tolerância a gás. 6. Bombas centrífugas As bombas centrífugas são um dos tipos mais comuns de equipamentos em instalações industriais, sendo amplamente usadas em diversas aplicações. As bombas d’água, usadas em residências e prédios para elevar a água até as caixas d’água, são um exemplo cotidiano de bombas centrífugas. As bombas centrífugas trabalham, em geral, combinadas com um motor elétrico ou a diesel. O estudo das bombas centrífugas exige alguns conceitos básicos da mecânicaque servirão como subsídios para o entendimento do funcionamento desses equipamentos. Uma bomba centrífuga é um equipamento mecânico que usa o princípio da força centrífuga para transformar energia mecânica (do eixo) em energia cinética e em energia de pressão, posteriormente, a parcela cinética é transformada em pressão internamente na voluta. Assim, em uma bomba centrífuga o líquido entra no centro de um conjunto de pás giratórias (impelidor). Este impelidor está fixado a um eixo, que por sua vez é acionado por um motor. O esquema abaixo apresenta as partes internas básicas de uma bomba centrífuga: a carcaça (estrutura), o impelidor com suas pás ou palhetas e o “olho” de sucção do líquido. O motor mantém o impelidor e suas pás curvas girando a uma quantidade constante de rotações por segundo faz girar o líquido. Esse movimento de rotação produz uma força centrífuga sobre o liquido, acelerando-o continuamente desde o olho (raio menor) ate às extremidades das pás (maior raio) onde finalmente atingem a carcaça. Os líquidos se deslocam em uma determinada direção, a menos que alguma força atue sobre eles. Se um líquido estiver fluindo em torno de um ponto fixo, ele tenderá a se deslocar para fora impulsionado pela força centrífuga. PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 12 O líquido entra no centro ou “olho” do impelidor a uma velocidade baixa. As pás giratórias do impelidor fazem com que o líquido também gire em torno do “olho” do impelidor. À medida que o líquido gira, a força centrífuga faz com que o líquido se desloque para longe do “olho” do impelidor. O impelidor mantém o líquido girando em torno do “olho” do impelidor a uma quantidade constante de rotações por segundo. Porém, à medida que o líquido se desloca para mais longe do “olho” do impelidor, ele faz um percurso ou circunferência mais longa a cada rotação. Em outras palavras, a velocidade do líquido aumenta à medida que ele se desloca para longe do “olho” do impelidor, aumentando a aceleração centrífuga. A velocidade do líquido pode chegar a 70,0 m/s à medida que ele se desloca das partes internas do “olho” do impelidor para a ponta da pá. PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 13 Quando o líquido atinge a região do bocal difusor, devido a sua forma cônica, gera uma desaceleração (aceleração negativa) posto que as partículas do líquido que ocupavam a seção A (menor área) deslocam-se para a seção B (maior área). Nesta região, geralmente, ocorre a maior transformação da parcela de energia cinética (após a saída do impelidor) em energia de pressão. Esse fenômeno, conhecido como princípio de Bernoulli, relaciona a velocidade com a pressão de um líquido em movimento. Assim, podemos dizer que se a velocidade das partículas de um líquido aumenta, enquanto ele escoa ao longo de uma linha de corrente, a pressão do líquido tende a diminuir. Por outro lado se a velocidade do líquido cai à pressão aumenta. Este princípio é importante para a compreensão dos fenômenos envolvidos nas bombas centrífugas. 6.1. Etapas de funcionamento das bombas centrífugas A partir do conhecimento dos princípios físicos envolvidos nas bombas centrífugas, podemos identificar algumas etapas fundamentais no seu funcionamento. 1º Etapa Ao ser ligada a bomba, a rotação cria, inicialmente, uma zona de baixa pressão devido à centrifugação do líquido na região central do impelidor (“olho”). 2º Etapa O líquido centrifugado deixa a sua posição “vazia”. Imediatamente outra porção ocupa sua posição e é centrifugada. A sucessão desses eventos cria um fluxo continuo pela bomba. 3º Etapa O líquido centrifugado caminha para as extremidades do impelidor, ganhando energia de pressão e energia cinética. 4º Etapa O líquido, após a saída do impelidor, entra na voluta onde há uma moderada transformação da parcela de energia cinética em energia de pressão. PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 14 5º Etapa Por fim, na região difusora, o restante da energia cinética é quase totalmente transformada em energia de pressão. Na maioria das bombas a maior transformação é obtida nesta etapa. A ilustração a seguir representa a trajetória da partícula do líquido do ponto 1 (“olho” do impelidor) ao ponto 4 (descarga). A linha assinalada representa a trajetória da partícula ao longo do seu deslocamento. Para efeito de simplificação adotamos uma partícula para representar o comportamento do líquido como um todo. À medida que a partícula se desloca do início das pás (1) para a extremidade das pás (2), a sua velocidade aumenta. Da extremidade da pá (2) até garganta (3) ocorre uma redução parcial da velocidade com uma consequente conversão em energia de pressão. Do ponto (3) ao ponto (4) ocorre uma acentuada conversão de velocidade em energia de pressão. É nesse último estágio que a pressão de descarga atinge o valor necessário para o deslocamento do líquido na vazão requerida pelo sistema. O esquema a seguir traduz o comportamento da velocidade de uma partícula de um líquido ao longo da sua trajetória no interior de uma bomba. Os pontos 0, 1, 2, 3 e 4 representam, respectivamente: 0) Partícula no (flange de sucção); 1) Entrada no impelidor; 2) Entrada na voluta ; 3) Entrada do difusor (garganta da voluta); 4) Saída da partícula (flange de descarga). PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 15 Os pontos identificados no esquema anterior aparecem no gráfico a seguir demonstrando o comportamento da velocidade do líquido durante sua trajetória na bomba. O gráfico acima, ao utilizar os mesmos pontos indicados na ilustração anterior, permite estabelecer correlações entre a velocidade do líquido na bomba (representado pela partícula-ponto) em cada uma das regiões (0, 1, 2, 3 e 4), com a conversão de energia cinética em energia de pressão. O líquido ao entrar do flange de sucção apresenta uma baixa velocidade. Com a rotação do impelidor a partícula vai ganhando velocidade representada pela curva ascendente (1- 2). A partir da saída do líquido do impelidor (ponto 2) a energia cinética começa a ser convertida em energia de pressão. Essa conversão é gradualmente maior até a saída do líquido da bomba no flange de descarga. Nesse ponto (4) grande parte da energia cinética foi convertida em energia de pressão. PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 16 6.2. Componentes da bomba centrífuga Existe uma grande diversidade de bombas centrífugas. Entretanto, alguns componentes são comuns à grande maioria de modelos de tipo. A seguir apresentaremos, a título de exemplificação, uma visão em corte de uma bomba centrífuga de simples estágio (um único impelidor) e seus principais componentes. 6.3. Classificação das Bombas Centrifugas A literatura técnica sobre classificação de bombas é muito variada, havendo diferentes interpretações conceituais. Aqui apresentamos uma classificação geral a partir de pesquisas bibliográficas e textos comerciais. Altura Manométrica o baixa pressão (H < 15 mca); o média pressão (15 < H < 50 mca); o alta pressão (H > 50 mca). Vazão de Recalque o pequena (Q < 50 m3/hora); o média ( 50 < Q < 500 m3/hora); o grande (Q > 500 m3/hora). Direção do Escoamento do Líquido no Interior da Bomba PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 17 o radial ou centrífuga pura, quando o movimento do líquido é na direção normal ao eixo da bomba (empregadas para pequenas e médias descargas e para qualquer altura manométrica, porém caem de rendimento para grandesvazões e pequenas alturas além de serem de grandes dimensões nestas condições); o diagonal ou de fluxo misto, quando o movimento do líquido é na direção inclinada em relação ao eixo da bomba (empregadas em grandes vazões e pequenas e médias alturas, estruturalmente caracterizam-se por serem bombas de fabricação muito complexa); o axial ou helicoidais, quando o escoamento desenvolve-se de forma paralela ao eixo (especificadas para grandes vazões - dezenas de m3/s - e médias alturas - até 40 m); Entradas o sucção única, aspiração simples ou unilateral (mais comuns); o sucção dupla, aspiração dupla ou bilateral (para médias e grandes vazões). Admissão do Líquido o sucção axial (maioria das bombas de baixa e média capacidades); o sucção lateral (bombas de média e alta capacidades); o sucção de topo (situações especiais); o sucção inferior (bombas especiais). Saída o de topo (pequenas e médias); o lateral (grandes vazões) o inclinada (situações especiais). o vertical (situações especiais). Velocidade de Rotação o baixa rotação ( N < 500 rpm); o média ( 500 < N < 1800 rpm); o alta ( N > 1800 rpm). Captação o submersas (em geral empregadas onde há limitações no espaço físico - em poços profundos por exemplo); o afogadas (mais freqüentes para recalques superiores a 100 l/s); o altura positiva (pequenas vazões de recalque). Eixo o eixo horizontal (utilizadas nas operações de bombeamentos); o eixo vertical (utilizadas na maioria dos casos de captação de água). Carcaça o compacta; o bipartida (composta de duas seções separadas, na maioria das situações, horizontalmente a meia altura e aparafusadas entre si); Número de Rotores o estágio único; o múltiplos estágios (este recurso reduz as dimensões e melhora o rendimento, sendo empregadas para médias e grandes alturas manométricas como, por exemplo, na alimentação de caldeiras e na captação em poços profundos de águas e de petróleo, podendo trabalhar PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 18 até com pressões superiores a 200 kg/cm2, de acordo com a quantidade de estágios da bomba. Rotor o Fechado o Semi Aberto o Aberto 7. Pressão de vapor Um dos conceitos fundamentais para o entendimento da cavitação é a pressão de vapor. Para cada temperatura existe somente uma pressão na qual a presença do líquido e vapor coexistem. Esta pressão é denominada “pressão de vapor” do líquido. Ou seja, para uma determinada temperatura (T1), à medida que a pressão é reduzida de P1 para P2, atinge-se um ponto em que o líquido inicia um processo de vaporização. 8. Cavitação A cavitação, de forma bem simplificada, é um fenômeno associado à formação de bolhas de vapor numa região da bomba onde a pressão é menor que a pressão de vapor do líquido bombeado (na temperatura de bombeio) e posterior colapso destas bolhas na região de alta pressão. É fato aceito tradicionalmente, que se a pressão absoluta, em qualquer ponto de um sistema de bombeamento, atingir valor igual ou inferior à pressão de vapor do líquido na temperatura de bombeamento, parte deste líquido se vaporizará. Nas regiões mais rarefeitas, formam-se pequenas bolsas, bolhas ou cavidades, no interior dos quais o líquido se vaporiza. Nestas condições, quando esta mistura atingir alguma região onde a pressão absoluta for novamente superior à pressão de vapor do líquido na temperatura de bombeamento, haverá o colapso das bolhas com retorno à fase líquida (condensação). Na realidade, a penetração de líquido na depressão originada pela deformação da bolha, produz microjatos na ocasião do colapso. Desta forma, o efeito é mais severo quando o colapso ocorre em local junto ou próximo à superfície metálica. Neste caso, os microjatos incidem diretamente sobre a superfície, enquanto no caso de bolhas que colapsam na corrente líquida, o impacto é transmitido através de ondas de choque. No caso particular das bombas centrífugas, a região crítica para efeito de análise de cavitação é a entrada no “olho” do impelidor. No interior das bombas, no deslocamento das pás, ocorrem inevitavelmente rarefações no líquido, isto é, pressões reduzidas devidas à própria natureza do escoamento ou ao movimento de impulsão recebido pelo PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 19 líquido, tornando possível a ocorrência deste fenômeno e, isto acontecendo, formar-se- ão bolhas de vapor prejudiciais ao seu funcionamento, caso a pressão do líquido na linha de sucção caia abaixo da pressão de vapor (ou tensão de vapor), originando bolsas de ar que são arrastadas pelo fluxo. Estas bolhas de ar desaparecem bruscamente condensando-se, quando alcançam zonas de altas pressões em seu caminho através da bomba. Como esta passagem (condensação) é brusca, o líquido alcança a superfície do rotor em alta velocidade, produzindo ondas de alta pressão em áreas reduzidas. Estas pressões podem ultrapassar a resistência à tração do metal e arrancar progressivamente partículas superficiais do rotor, inutilizando-o com o tempo. Nas bombas a cavitação geralmente ocorre por: altura inadequada da sucção (problema geométrico), velocidades de escoamento excessivas (problema hidráulico) escorvamento incorreto (problema operacional). Existem porém situações em que, mesmo quando o projeto atende às condições especificadas de operação, a cavitação pode ocorrer, em função de desvios entre as condições especificadas e aquelas realmente vividas no contexto operacional. Tais desvios geralmente propiciam o aparecimento de eventos que acarretam um aumento do NPSHR, a diminuição do NPSHD ou instabilidades hidráulicas internas que, em última análise, podem iniciar um processo de cavitação. Entre os desvios possíveis de ocorrer destacam-se: Obstrução nas linhas de sucção e/ou filtro, e/ou entre o flange de sucção e o “olho” do impelidor; Vazamento excessivo; Operação em vazões abaixo ou acima dos limites recomendados. 8.1. Escorvamento Escorvar uma bomba é encher de líquido sua carcaça e toda a tubulação de sucção, de modo que ela entre em funcionamento sem possibilidade de bolhas de ar em seu interior. No caso de bombas com sucção positiva este escorvamento é mantido com a utilização das válvulas de pé, principalmente em sucções com diâmetros inferiores a 400mm, sendo o enchimento executado através do copo de enchimento para pequenas bombas e de by pass na válvula de retenção no recalque. Para grandes instalações recorrem-se às bombas de vácuo ou ejetores. Para grandes valores de NPSHr utilizam-se instalações com bombas afogadas ou submersas, onde temos o chamado auto escorvamento . PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 20 8.2. Consequências da Cavitação As principais consequências da cavitação são: Barulho e vibração o Estes dois inconvenientes são provocados, fundamentalmente, pela instabilidade gerada pelo colapso das bolhas. Esses fenômenos degradam a vida útil do equipamento, provocam falhas prematuras no sistema de selagem e mancais. Além do desconforto acústico para os técnicos de operação. Alteração das curvas características (rendimento e altura manométrica) o A alteração no desempenho é causada pela diferença de volume específico entre o líquido e o vapor, bem como a turbulência gerada pelo colapso das bolhas. Esta alteração das curvas características é mais drástica nas bombas centrífugas, visto que o canal de passagem do líquido é mais restrito e a presença de bolhas influencia consideravelmente o desempenho do equipamento. Dano ao equipamento o É fato conhecido que, quando uma bomba opera por certo tempo cavitando, haverá danos ao material adjacente à zona de colapso das bolhas em decorrência dos microjatos ou ondas de pressão, sendo a quantidade dematerial perdido dependente das características do material e da severidade da cavitação e do tempo de exposição ao fenômeno. O mecanismo envolvido nesse processo merece uma análise adicional. 8.3. Precauções Para evitar que aconteça cavitações nas instalações de bombeamento alguns procedimentos são elementares, tanto na fase de projetos como na de operação: tubulação de sucção a mais curta possível; escorvamento completo; NPSHd > NPSHr; medidas antivórtices; limitação da velocidade máxima de aspiração em função do diâmetro; indicação clara da posição de abertura e de fechamento das peças especiais; ligeira inclinação ascendente em direção à entrada da bomba nos trechos horizontalizados (para facilitar o deslocamento das bolhas de ar na fase de escorvamento); conexão da sucção com a entrada da bomba através de uma redução excêntrica (também para facilitar o escorvamento); não projetar registros nas sucções positivas; emprego de crivos ou telas na entrada da sucção; emprego de válvula de retenção nas sucções positivas. PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 21 9. NPSH - Net Positive Suction Head Em qualquer cálculo de altura de sucção de bombas tem de ser levada em consideração que não deve ocorrer o fenômeno da cavitação e, para que possamos garantir boas condições de aspiração na mesma, é necessário que conheçamos o valor do NPSH (net positive suction head) que é a energia mínima em termos absolutos, em metros de coluna de água, acima da pressão de vapor do produto, a fim de evitar a formação destas bolhas de vapor. O termo NPSH (algo como altura livre positiva de sucção) comumente utilizado entre os fornecedores, fabricantes e usuários de bombas pode ser dividido em dois tipos, quando associada ao sistema (instalação) é chamada de NPSHD (disponível) e quando relacionado à bomba de NPSHR (requerido). Para que não ocorra o fenômeno da cavitação, é necessário que a energia que o líquido dispõe na chegada ao flange de sucção, seja maior que a que ele vai consumir no interior da bomba, isto é, que o NPSH disponível seja maior que o NPSH requerido, NPSHd > NPSHr. 9.1. NPSH requerido O NPSHr é uma característica da bomba e pode ser determinado por testes de laboratório ou cálculo hidráulico, devendo ser informado pelo fabricante do equipamento. Podemos dizer que NPSHr é a energia necessária para o líquido ir do flange de sucção da bomba e, vencendo as perdas dentro desta, atingir a borda da pá do rotor, ponto onde vai receber a energia de recalque, ou seja, é a energia necessária para vencer as perdas de carga desde o flange de sucção até as pás do rotor, no ponto onde o líquido recebe o incremento de velocidade. Em resumo NPSHr é a energia do líquido que a bomba necessita para seu funcionamento interno. Normalmente, o NPSHr é fornecido em metros de coluna de água (mca). Alguns fatores que afetam o NPSHr são: A rotação - quanto maior a rotação maior o NPSHr, sendo a recíproca verdadeira; A temperatura; O tipo de líquido; A viscosidade; O desgaste ao longo do tempo 9.2. NPSH disponível O NPSHd é a energia disponível que possui o líquido no flange de sucção da bomba em termos absolutos, acima da pressão de vapor do líquido na temperatura de bombeamento. Portanto os fatores que influenciam diretamente o NPSH são: a altura estática de sucção; o local de instalação; a temperatura de bombeamento; a pressão de vapor do fluído; PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 22 o peso específico; a velocidade do fluido no flange de sucção da bomba; a perda de carga na sucção. 10. Associação de bombas Dependendo da necessidade física ou da versatilidade desejada nas instalações o projetista pode optar por conjuntos de bombas em série ou em paralelo. Quando o problema é de altura elevada geralmente a solução é o emprego de bombas em série e quando temos que trabalhar com maiores vazões a associação em paralelo é a mais provável. Teoricamente temos que bombas em série somam alturas e bombas em paralelo somam vazões. 10.1. Bombas em série Quando a altura manométrica for muito elevada, devemos analisar a possibilidade do emprego de bombas em série, pois esta solução poderá ser mais viável, tanto em termos técnicos como econômicos. Como principal precaução neste tipo de associação, devemos verificar se cada bomba a jusante tem capacidade de suporte das pressões de montante na entrada e de jusante no interior da sua própria carcaça. Para melhor operacionalidade do sistema é aconselhável a associação de bombas idênticas, pois este procedimento flexibiliza a manutenção e reposição de peças. O gráfico ao lado apresenta a associação de duas bombas que possuem uma altura manométrica de valor H e H’, respectivamente. Quando ambas estão em série, a pressão final é igual a H + H’ 10.2. Bombas em paralelo Duas ou mais bombas estão operando em paralelo quando descarregam para uma única tubulação, de modo que cada uma contribua com uma parcela para a vazão total. Além disso, quando operando em paralelo todas as bombas terão a mesma altura manométrica total, ou em outras palavras: para uma mesma altura manométrica as vazões correspondentes se somam. É comum em sistemas de abastecimento de água, esgotamento ou serviços industriais, a instalação de bombas em paralelo, principalmente com capacidades idênticas, porém não exclusivas. Esta solução torna-se mais viável quando a vazão de projeto for muito elevada ou no caso em que a variação de vazão for perfeitamente predeterminada em função das necessidades de serviço. PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 23 No primeiro caso o emprego de bombas em paralelo permitirá a vantagem operacional de que havendo falha no funcionamento em uma das bombas, não acontecerá a interrupção completa e, sim, apenas uma redução da vazão bombeada pelo sistema. No caso de apenas uma bomba aconteceria a interrupção total, pelo menos temporária, no fornecimento. Na segunda situação a associação em paralelo possibilitará uma flexibilização operacional no sistema, pois como a vazão é variável poderemos retirar ou colocar bombas em funcionamento em função das necessidades e sem prejuízo da vazão requerida. 10.3. Cuidados operacionais ao associar bombas em paralelo. Caso haja a retirada de uma bomba de operação, a bomba que permanecer em operação irá operar a direita do ponto de projeto, isto é, com vazão excessiva. Neste caso a bomba estará sujeita às seguintes situações: O NPSH disponível pode ser insuficiente (NPSH disponível menor NPSH requerido) podendo levar a bomba a uma cavitação; Queda da eficiência da bomba; Esforços radiais elevados sobre o eixo; Aumento da potência consumida e consequentemente da corrente do motor elétrico. A vazão excessiva poderá ser controlada pela válvula de descarga (restringindo-a) ou quando possível reduzindo a rotação da bomba. Por outro lado o número excessivo de bombas associadas em paralelo, leva cada uma delas a operar à esquerda do seu ponto de projeto, isto é, com vazão reduzida o que pode acarretar problemas tais como: Queda da eficiência da bomba; Esforços radiais excessivos; Aquecimento do líquido bombeado. Se a operação for continua, a bomba estará submetida a condições desfavoráveis a vida útil dos selos e dos mancais; Aumento dos esforços axiais para bombas que possuem dispositivos de balanceamento do empuxo hidráulico; Problemas de recirculação; Nas bombas axiais, a operação em vazões reduzidas demanda uma potência consumida elevada; Ruído excessivo; Vibração excessiva. 11. Manutenção As bombas são equipamentos mecânicos e, portanto, estão sujeitas a problemas operacionais que vãodesde uma simples redução de vazão até o não funcionamento generalizado ou colapso completo. Eis alguns exemplos: PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 24 Operar uma bomba com vazão reduzida implica em aumento do empuxo radial e da temperatura do líquido bombeado, além de gerar um retorno de fluxo, extremamente prejudicial a estrutura do rotor. Operar uma bomba com vazões excessivas, aumentam a possibilidade de surgimento de cavitação, além de aumentar a potência requerida podendo, com isso, causar danos significativos ao sistema de fornecimento de energia mecânica (motor). Mesmo que o equipamento tenha sido bem projetado, instalado e operado, ele estará sujeito a desgastes físicos e mecânicos com o tempo. Os problemas operacionais podem surgir das mais diversas origens como: Colocação e aperto das gaxetas; Desgaste dos componentes; Desvios de projeto; Dimensionamento das instalações de sucção e recalque; Entrada de ar; Entrada de sólidos no interior das bombas; Erros de montagem; Falta de lubrificação; Imperfeições no alinhamento motor bomba; Instalações, fundações e apoios na casa de bombas; Localização do equipamento; Lubrificação insuficiente; Má qualidade do lubrificante; Operação incorreta; Presença de ar ou vapor d’água dentro do sistema; Problemas mecânicos; Qualidade da energia fornecida; Refrigeração inadequada; Sentido de rotação incorreta do rotor. Estes problemas ocasionarão os seguintes defeitos: Aquecimentos; Consumo excessivo de energia; Descarga insuficiente ou nula; Perca da escorva após partida; Pressão deficiente; Rápidos desgastes dos rolamentos e gaxetas; Ruídos; Vibrações. PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 25 11.1. Procedimentos de Manutenção Preventiva Em um programa de manutenção é indispensável que sejam feitas observações e inspeções diárias, mensais, semestrais e anuais, em todas as instalações eletromecânicas. Diariamente o operador deverá anotar, caso ocorram, variações de corrente, temperaturas excessivas nos mancais da caixa de gaxetas, vibrações anormais e ruídos estranhos. O surgimento de alterações como estas, indicam a necessidade imediata de inspeções corretivas. Como procedimentos preventivos, mensalmente deverão ser verificados o alinhamento do conjunto motor-bomba, a lubrificação das gaxetas, a temperatura dos mancais e os níveis do óleo e corrigi-los, se necessário. Semestralmente o pessoal da manutenção deverá substituir o engaxetamento, verificar o estado do eixo e das buchas quanto a presença de estrias e, através da caixa de gaxetas, examinar o alinhamento e nivelamento dos conjuntos motor-bombas e verificar se as tubulações de sucção ou de recalque estão forçando indevidamente alguma das bombas e, finalmente, medir as pressões nas entradas e saídas das bombas. Independente das correções eventuais, anualmente deve ser providenciada uma revisão geral no conjunto girante, no rotor e no interior da carcaça, verificar os intervalos entre os anéis, medir a folga do acoplamento, substituir as gaxetas, trocar o óleo e lubrificar os mancais. É claro que esse acompanhamento sistemático não dá garantias que não ocorrerá situações emergenciais, mas a certeza que este tipo de ocorrência será muito mais raro é inquestionável. 12. Acessórios e dispositivos complementares Alguns acessórios devem ser utilizados nas operações de bombas industriais: Somente em casos justificados não serão indicados registros de manobras e válvulas de retenção após bomba. Nas sucções positivas torna-se obrigatório o emprego de válvulas para manutenção do escorvamento. PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 26 Instalações de manômetros na saída da bomba são muito importantes nas tarefas de inspeção do equipamento. A conexão da tubulação horizontal de sucção, quando existir, deverá ser conectada a entrada da bomba através de uma redução excêntrica voltada para cima de modo a facilitar o escorvamento do trecho a montante. Todas as tubulações deverão ser dispostas de maneira que possam permitir reparos e manutenção das peças especiais e conexões com um mínimo de perturbações no sistema, principalmente sem provocar tracionamentos nas demais peças. As aparentes deverão ser em ferro fundido flangeado (juntas rígidas) e com juntas de dilatação e de fácil desmontagem visto que estas tubulações estão sujeitas as intempéries, vibrações e choques acidentais no dia a dia operacional. 12.1. Vedações A escolha de um método de selagem tem de ser cuidadosamente analisada para cada aplicação. Deve-se levar em consideração: os requisitos de instalação, a manutenção, o consumo de energia, a perda de produto e os custos de tratamentos de efluentes. 12.1.1. Gaxetas O controle das perdas de líquidos é essencial para o bom funcionamento de equipamentos mecânicos. O mais antigo dentre os dispositivos de selagem, é a gaxeta. As gaxetas são comercializadas em rolos e são elementos macios, flexíveis e elásticos que podem ser usados tanto para aplicações estáticas quanto para situações em que as peças estão em movimento. As gaxetas podem trabalhar com diversos tipos de líquidos, incluindo ar quente, água, vapor, ácidos, cáusticos, óleos, solventes, gases, gasolina e outros produtos químicos em amplas faixas de temperaturas e pressões. 12.1.2. Selo Mecânico O selo mecânico foi desenvolvido para eliminar as desvantagens das gaxetas de compressão. O vazamento pode ser reduzido a um nível que atenda às normas vigentes e ao custo de manutenção. São dispositivos dinâmicos que tem a finalidade de impedir a passagem de um líquido do interior de um equipamento rotativo para atmosfera, evitando com isto, contaminação do meio ambiente, perda do produto bombeado e acidentes. Todos os selos mecânicos partilham da mesma tecnologia básica. Isto é, ter duas faces extremamente lisas e planas em contato. Uma girando com o eixo enquanto a outra permanece estacionária com a caixa. As faces dos selos são seladas aos seus PROCESSOS INDUSTRIAIS BOMBAS INDUSTRIAIS 27 suportes apropriados através do uso de vedações secundárias. As faces são mecanicamente comprimidas pelas molas ou foles (metálicos ou não) e flexíveis, afim de que possam ser postas em contato e mover-se para compensar desalinhamentos estáticos e dinâmicos, como também o desgaste. Com relação à lubrificação das faces de vedação, pode-se dizer que as mesmas são lubrificadas por uma película de líquido entre elas. Ao projetar selos mecânicos os níveis desejados de vazamento são confrontados com a durabilidade esperada, consumo de energia e estabilidade da película de lubrificação que está fortemente correlacionada, dentre outros fatores, com a temperatura da superfície de contato entre as faces. Portanto a forma pela qual as faces serão refrigeradas torna-se um outro ponto crítico na fase de seleção do sistema de selagem. Para escolher o tipo ideal de selo mecânico, é necessário conhecer precisamente as condições de operação e o líquido a ser selado. A obtenção dessas informações consequentemente resultará numa vida útil satisfatória. Na tabela abaixo é apresentada uma comparação de vazamentos entre gaxetas e selos mecânicos Gotas em média Por minuto Por hora Por dia Por ano Gaxetas 90 gotas 5.400 gotas 8,6 litros 3,153 litros Selos Mecânicos Desprezível 5 gotas 120 gotas 2.9 litros Considerando que 5.400 gotas são perdidas nas gaxetas por hora e que apenas 5 gotas vazam nos selos mecânicos no mesmo tempo temos uma razão de 1080. Isso significa que as gaxetas são 1080 vezes menos eficientes que os selos mecânicos.12.2. Casa de bombas As bombas deverão está alojadas em uma edificação denominada de casa de bombas. Este edifício deverá ter dimensões tais que tenham espaços suficientes para permitirem com certa comodidade montagens e desmontagens dos equipamentos e circulação de pessoal de operação e manutenção, de acordo com as normas técnicas em vigor e com as recomendações dos fabricantes. Estudos sobre a disposição dos equipamentos, drenagem dos pisos são essenciais. Na elaboração de projeto arquitetônico é importante o estudo da iluminação, ventilação e acústica. O emprego de degraus deve ser restrito, mas sempre que for necessário não poderão ser economizados corrimãos.
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