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Conceito: É uma doença infecciosa causada por bactérias do complexo Mycobacterium Tuberculosis. É uma das doenças mais antigas, mas ainda é uma causa importante de morte no mundo inteiro. • Acomete mais ferventemente os pulmões, mas pode acometer outros 1/3 dos casos. • Se tratada a TB de cepas suscetíveis a antibióticos é curável na maioria dos casos. Mas caso não tratada pode ser fatal em 5 anos em 50/65% dos casos. • Transmissão por disseminação aérea de aerossóis produzidos por pacientes com TB pulmonar infecciosa. Etiologia: Doença infectocontagiosa que é causada pelo complexo Mycobacterium tuberculosis (8 espécies): mais comum é Mycobacterium tuberculosis que é uma bactéria aeróbia delgada, em forma de bastonete, não formadora de esporos, mede 0,5um por 3um. Epidemiologia: Mais de 5,7 milhões de casos novos de TB, desses 95% foram em países em desenvolvimento (provável que tenha ainda mais casos não notificados, relatados são 2/3 dos totais estima-se). • Logo a TB se concentra nos grandes aglomerados urbanos, particularmente em seus bolsões de pobreza. • Desde 2000 a doença mostrou-se com uma incidência estável, que continuou ate 2013 com tendencia de declínio de 2% globalmente. (Relacionada com a diminuição na África). Exposição: É comumente transmitido de uma pessoa com TB pulmonar infecciosa por núcleos de gotículas, que são aerossolizados por tosse, espirro ou fala. • Gotículas < 5-10um de diâmetro permanecem suspensas no ar por várias horas e alcançam as vias respiratória inferiores. • Pode haver 3 mil núcleos infecciosos suspensos a cada episódio de tosse • Pode ter via de transmissão do bacilo por meio da pele ou placenta (- comum) • Escarro contendo BAAR visíveis na microscopia (escarro +), tende a ter maior tendencia a transmitir a infecção. Multibacilíferos • Escarro -, são menos infectantes, embora ainda exista chance de transmissão (20% em estudo). chamados paucibacilíferos A intimidade de contato, duração, ambiente constituem importantes determinantes da probabilidade de transmissão. Estima-se que ate 20 contatos podem ser infectados até o diagnóstico (demora para ir ao médico) Infecção: O risco para desenvolver depende de fatores endógenos, como a própria defesa do próprio indivíduo. • A doença clinica que ocorre após a infecção é classificada como TB primaria, ocorrência em crianças nos primeiros meses de vida e imunocomprometidos • A doença adquirida mais tarde, ocorre a possibilidade de o sistema imune conte-la mesmo que temporiamente • Mas os bacilos latentes podem persistir durante anos antes de serem reativados, TB (secundaria ou pós-primaria) e divido a ocorrência de cavitações é mais infectante que a primaria. A incidência de infecção é mais altano final da adolescência e inicio da vida adulta. O risco pode aumentar em idosos devido ao declínio da imunidade e possíveis comorbidades. Um dos fatores de risco mais potente para uma TB ativa é a coinfecção pelo HIV, que suprime a imunidade celular, e esse risco esta diretamente relacionada ao grau dessa imunossupressão História da Doença: Sem o tratamento adequado a TB pode ser muitas vezes fatal. • 1/3 morriam 1 ano após o diagnóstico, e mais de 50% em 5 anos. Dos sobreviventes, cerca de 60% sofrem remissão espontânea, enquanto o restante ainda excretava o bacilo. • A taxa de mortalidade com escarro + é de 65%. • Mas com o tratamento correto a chance de cura é muito alta, entretanto em pacientes que não cumprem o cronograma de tratamento correto pode resultar em bacilos resistentes e infecção crônica. FISIOPATOLOGIA: • As gotículas que contém os microrganismos são inaladas e a maioria fica retida na via superior e expelidas pelas células mucosas ciliadas, < 10% consegue chegar nos alvéolos. • Quando chegam os macrófagos que ainda não foram ativados fagocitam os bacilos = Fagossomo • Mas, o bacilo libera enzimas (Lipoarabinomanana) de sua parede celular que inibe o aumento de Ca+ nomeio intracelular acarretando em um comprometimento da via Ca2+-Calmodulina que levaria a fusão do Fagossomo + Lisossomo. • Com isso os bacilos podem sobreviver no interior do fagossomo e se replicam e o macrófago sofre ruptura. • Outras células fagocitam e gera um clico, expandindo a infecção. • O bacilo libera proteínas que induzes a formação de MMP9 pelas células vizinha que estimula recrutamento de macrófagos, induzindo um granuloma (acumulo de macrófagos e linfócitos) e maior crescimento bacteriano. • As quimosinas liberadas durante rodadas de lise e infecção dos macrófagos possibilita as células dendríticas acesso ao bacilo. • As células dendríticas migram para os linfonodos e apresentam o antígeno aos linfócitos T. = Imunidade Humoral • Cerca de 2-4 semanas após a infecção os macrófagos começam a desenvolver resposta ao serem ativados pelos linfócitos T. • O macrófago torna-se capaz de matar e digerir os bacilos da TB, pelo aumento de enzimas (graças aos linfócitos T) • Mas essa liberação maior de enzimas o macrófago acaba liberando para o extracelular, o que danifica o epitélio, tecido sobre necrose podendo cicatrizar = fibrose (Cavitações) Pode haver uma hipersensibilidade tardia, uma minoria dos casos, em que é necessário ainda mais forte, resulta em um dano alveolar ainda maior. Além disso, no início da infecção o bacilo pode se disseminar (através do macrófago) amplamente através dos vasos linfáticos, espalhando-se para outros órgãos. Defeitos qualitativos e quantitativos de TCD4 em pacientes c/ HIV, explicam a incapacidade de os indivíduos conter a proliferação da bactéria. • TH1: IFN-y ativador de macrófago e monócitos, e IL-2. • TH2: produzem IL 4,5,10 e 1. • TCD8 também possuem importância na lise das células infectadas PATOLOGIA 3 tipos de lesão parenquimatosa na tuberculose: • Lesão proliferativa: ou produtiva, caracterizada pela formação de granulomas caseosos, chamados de tubérculos que desenvolvem cápsula fibrosa, a infecção está contida dentro desses focos inflamatórios, pequenos inóculos geram essa lesão. • Lesão exsudativa: caracteriza a pneumonia tuberculosa, os alvéolos são preenchidos por macrófagos e neutrófilos, entremeados de necrose caseosa. Resposta exsudativa costuma ocorrer nos focos de disseminação broncogênica. A confluência dessas áreas pode levar à formação de grandes focos caseosos que se liquefazem e viram novas “cavernas”. Em geral grandes inóculos geram essa lesão. • Lesão mista: mais comum a presença dos dois tipos de lesão (proliferativa e exsudativa) no mesmo paciente, em partes diferentes do pulmão. MANIFESTAÇÕES CLINICAS: A doença tuberculosa se desenvolve em apenas 10% dos indivíduos infectados. A TB pode ser pulmonar, extrapulmonar ou ambas. A extrapulmonar pode ocorrer em 10 a 40% dos pacientes. • Os com HIV 66% apresentam tanto pulmonar quando extra Tuberculose Pulmonar: Pode ser classificada em Primaria ou Pós-Primaria. Doença Primaria: • Ela ocorre pouco depois da infecção inicial pelo bacilo. • Ela pode ser assintomática ou estar acompanhada de sintomas: Febre, ocasionalmente dor torácica ou pleurítica. • Como a maior parte do ar inspirado se distribui nas régios media e inferior, essa geralmente, são as mais acometidas pela TBP. • A lesão que se forma após a infecção inicial (nódulo de Ghon) é geralmente periférica e acompanhada de linfadenopatia hilar ou paratraqueal. (alguns: eritema nodoso nas pernas, conjuntivite flictenular.) • Em criança com IMV imaturo e indivíduos imunocomprometidos a TBP pode evoluir rapidamente. (derrame pleu. meningite tuberculosa) Doença Pós-Primaria: • Geralmente localiza-se nos lobos superiores, pois a tensão media de O2 é alta, favorecendo o crescimento bacteriano. • A extensão do acometimento varia desde infiltrados pequenos até doença cavitaria extensa. • Evolução da TBPP: formação da caverna tuberculosa, disseminaçãobroncogênica, novos infiltrados, fibrose pulmonar e sequelas graves. • Sintomas: tosse crônica (seca, mucoide ou purulenta, com ou sem hemoptise), paciente perde peso com o tempo, tem febre vespertina (38/38,5) e sudorese noturna. Resumo das alterações radiológicas na tuberculose pós-primária: • Fase inicial: infiltrado pulmonar misto com imagens lineares convergindo para o hilo • Fase cavitária: infiltrado pulmonar com cavitação • Fase cavitária com disseminação broncogênica: presença de novos infiltrados • Fase avançada: fibrose pulmonar (retração do parênquima) • Não é autolimitada como era a primária. Leva a fibrose pulmonar, que desencadeia cor pulmonale e insuficiência respiratória. Tuberculose Extrapulmonar: Por ordem de frequência os locais extra mais acometidos são: Linfonodos, Pleura, Trato urinário, Ossos e Articulações, Meninges, Peritônio, Pericárdio. Mas, praticamente todos os sistemas podem ser acometidos. • TB nos Linfonodos: Apresentação mais comum de extra, frequente em criança e HIV+.Mnifest0se como tumefação indolor dos linfonodos, em geral supraclaviculares e cervicais. O diagnóstico é obtido por biopsia por aspiração com agulha. • TB Pleural: 20% dos casos extra. O derrame pleural revela uma hipersensibilidade aos antígenos. Achados: febre, dor torácica pleurítica e dispneia. Físicos: maciez a percussão, ausência de ruídos respiratórios. Liquido exsudato proteico, palha ou hemorrágico. • TB da Vias Superiores: Quase sempre uma complicação decorrente de TB Pulmonar Cavitaria avançada. Sintomas: rouquidão, disfonia, tosse produtiva. Esfregaço de catarro + • TB Geniturinária: 10-15%. Apresentações Clinicas: Disuria, nicturia, hematúria, dor no flanco ou abdominal. Exame de urina oferece anormalidades em 90% dos casos, TC abdominal. • TB Esquelética: 10% de extra. A doença está relacionada com reativação de focos hematogênicos ou disseminação a partir de linfonodos, as articulações que sustentam o peso são as mais acometidas. Diagnostico requer exame do liquido sinovial, biopsia e cultura de tecido. • Meningite: 5%, mais em crianças e adultos HIV+. Resulta da disseminação hematogênica da TB pulmonar ou da ruptura de um tubérculo subependimario no espaço subaracnóideo. Cefaleia, alterações mentais discretas, febre baixa, mal-estar, anorexia, que se não tratada pode evoluir para cefaleia intensa, confusão, letargia, alteração do sensório, rigidez na nuca. Punção Lombar. • TB Gastrointestinal: menos comum 3,5%. Deglutição de escarro, disseminação hematogênica. Ilio terminal e ceco são os locais mais acometidos. Dor abdominal, obstrução, massa palpável. • TB Pericárdica: Devido a disseminação direta de linfonodos mediastinais e hilares adjacentes ou disseminação hematogênica. Dispneia, tosse febre, dor retroesternal, mais tarde tamponamento cardíaco. O liquido do pericárdio deve ser avaliado, TC e ECG. Complicações pós-TB: • Dano pulmonar persistente, na função dos pulmoes, bronqueectasia, aspergilomas. Tuberculose Na Aids • O paciente HIV positivo tem uma chance aumentada de desenvolver tuberculose-doença (risco 30x maior que o imunocompetente). O mecanismo pode ser a reativação, reinfecção ou infecção primária. • Quando o CD4 está acima de 200 células/mm3, a tuberculose pulmonar tende a se apresentar de forma semelhante à tuberculose do imunocompetente, com a forma cavitária predominando no adulto. DIAGNÓSTICO: O diagnostico não é difícil me pacientes de alto risco, com sintomas típicos e Radiografias com infiltrados em lobo superior com cavidades. Além de uma avaliação clínica, e radiográfica podem ser realizados outros exames complementares. Para pacientes com suspeita de TB, recomendasse duas ou três amostras de escarro, coletadas preferencialmente pela manha para exame de BAAR e cultua microbacteriológica. • Microscopia para BAAR: Exame microscópico de uma amostra como esfregaço de escarro ou tecido. Sensibilidade baixa (40-60%). • Tecnologia de amplificação do ácido nucleico: Sensibilidade de 98% em casos de BAAR+ e 70% entre as – de BAAR • Cultura de Microbactérias: Depende do isolamento e da identificação da bactéria. Mas como ela cresce lentamente necessita de 4 a 8 semanas para detecção decrescimento. • Teste de Sensibilidade a Fármacos: Deve ser testado quanto a sensibilidade a isoniazida e a rifampicina para detectar resistência MDR-TB (importante). O teste pode ser realizado diretamente ou indiretamente (cultura). • Teste Cutâneo com Tuberculina: Componentes que são capazes de desencadear uma reação cutânea quando injetados por via subcutânea em pacientes com TB. Derivado proteico purificado (PPD). Limitação: falta de especificidade para a espécie microbiana. Não é capaz de determinar se a doença está ativa ou não. → RX: Quadro clássico: infiltrados no lobo sup. e cavidades, mas pode apresentar nódulos solitários, infiltrados alveolares difusas... → TC: Pode ser útil na interpretação dos achados questionais na radiografia, bem como diagnósticos de TB extrapulmonar → RM: Útil para diagnostico de Tb intracraniana. TRATAMENTO: → Evitar a morbilidade e morte, evitar o surgimento de resistência ao fármaco. → Interromper a transmissão, tornando os pacientes não infecciosos. Quatro fármacos são considerados agentes de primeira linha no tratamento. São bem absorvidos, nível sérico máximo em 2-3h eliminação 24h. → Capazes de reduzir o número de microrganismos viáveis, tornando os pacientes não infectantes. → Capacidade de esterilização: matar os bacilos e evitar recidivas. → Baixa taxa de resistência ao fármaco. ESQUEMA: Maioria dos bacilos é destruída, ocorre resolução dos sintomas e os pacientes geralmente torna-se não infectante. Mas a continuidade do tratamento é necessária para eliminar as microbactérias persistente e evitar recidiva. TERAPIA TUBERCULOSTÁTICA: Os esquemas de tratamento atualmente preconizados para a tuberculose “sensível” são: • Esquema básico (idade < 10 anos): 2RHZ/4RH: R ripamficina H isoniazida Z pirazinamida E etambutol • Esquema básico (idade ≥ 10 anos): 2RHZE/4RH • Esquema para meningoencefalite (idade < 10 anos): 2RHZ/7RH + corticoterapia • Esquema para meningoencefalite (idade ≥ 10 anos): 2RHZE/7RH + corticoterapia Acima de 10 anos adiciona etambutol, pois antes disso tem muita toxicidade ocular. Esse esquema básico de TB deve ser feito por 6 meses, e o de TB meningoencefálica estendido até 9 meses. A duração da fase intensiva é a mesma nos dois casos: 2 meses Segunda Linha para pacientes TB resistente ais fármacos da primeira linha: 1) Antibióticos fluoroquinolonas; 2) Aminoglicosídeos injetáveis canamicina, amicacina e estreptomicina; 3) Polipeptídeo injetável capreomicina; os agentes orais 4) Etionamida e protionamida, 5) Cicloserina e terizidona (terizidona) e 6) PAS. A estreptomicina, anteriormente um agente de primeira linha, hoje raramente é utilizada para TB resistente a fármaco porque os níveis de resistência em todo o mundo são altos e também é mais tóxica do que outros fármacos da mesma classe; no entanto o nível de resistência cruzada com outros injetáveis é baixo VACINA BCG A BCG é o nome da vacina antituberculosa preparada com uma subcepa do Mycobacterium bovis atenuada por repicagens sucessivas. Dose Única: recém-nascidos acima de 2 kg ( 0 a 4 anos). . A reação esperada ao BCG é a formação de uma lesão no local da aplicação.
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