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PRISÕES CAUTELARES

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CENTRO DE ESTUDOS SUPERIORES 
APRENDIZ 
Curso de Direito 
8º Período- Turma V 
 
 
 
 
Tamara Cristina dos Santos Mendes 
 
 
 
 
 
ANÁLISE SOBRE AS PRISÕES 
 
 
 
 
 
 
Barbacena 
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2021 
Tamara Cristina dos Santos Mendes 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANÁLISE SOBRE AS PRISÕES 
 
 
 
 
 
 
Trabalho apresentada à Faculdade de Direito do 
Centro de Estudos Superiores Aprendiz, na 
turma V, como requisito para obtenção de 
pontos de trabalho. Na área de concentração 
Direito Processual Penal sob orientação do Prof. 
Rodrigo Genovês Miranda. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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Barbacena 
2021 
RESUMO 
 
O presente trabalho objetiva realizar um breve estudos sobre as prisões 
cautelares, trazendo como principal fonte de pesquisa a Doutrina e o Código de 
Processo Penal, fazendo a análise das espécies de prisões que constam no 
nosso Ordenamento Jurídico, falando sobre a prisão em flagrante, a prisão 
preventiva e a prisão temporária, além de apresentar os princípios que norteiam 
essa matéria de grande importância Objetiva apresentar as características, 
apontando os aspectos específicos de cada prisão, demonstrando a incidência 
de cada uma e fazendo uma abordagem em relação aos procedimentos e trazer 
as divergências doutrinárias bem como posicionamento jurisprudencial 
contemporâneo adotado pelo STJ e STF. 
 
 
Palavras-chaves: espécies prisões. jurisprudência. fumus comissi deliciti. 
periculum libertatis 
 
ABSTRACT 
 
The present work aims to carry out a brief study on provisional arrests, bringing 
as the main source of research the Doctrine and the Code of Criminal Procedure, 
analyzing the types of prisons that appear in our Legal System, talking about 
arrests in flagrante delicto , preventive detention and temporary detention, in 
addition to presenting the principles that guide this matter of great importance. It 
aims to present the characteristics, pointing out the specific aspects of each 
prison, demonstrating the incidence of each and making an approach in relation 
to the procedures and bringing the doctrinal divergences as well as the 
contemporary jurisprudential position adopted by the STJ and STF. 
 
Keywords: prison species. jurisprudence. fumus commissi deliciti. periculum 
liberatis 
 
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1. INTRODUÇÃO 
 
Prisão cautelar é a prisão destinada ao andamento do processo, sendo 
aquela que vai vigorar no curso do processo, e que se diferencia da prisão pena 
que é efetivada após o trânsito em julgado de uma sentença penal condenatória. 
No nosso ordenamento jurídico, a Constituição prevê no artigo 5° inciso LVII, o 
Princípio da Presunção de Inocência que é o reitor do Processo Penal. A 
incidência desse princípio no assunto de prisões, segundo Aury Lopes Júnior 
trata de um dever de tratamento, que deve ser cobrado tanto na dimensão 
interna quanto na dimensão externa do processo. 
Na dimensão interna a presunção de inocência implica no dever de 
tratamento por parte do juiz e do acusador que efetivamente deverão tratar o réu 
como inocente, não ocorrendo um abuso das medidas cautelares, abuso de 
prisões sem fundamento ou prisões sem efetividade prática. Na presunção de 
inocência, em relação ao réu, deve atribuir uma carga probatória integral ao 
acusador, ou seja, o acusador deve oferecer provas que demonstre a ocorrência 
do delito, vigorando por esse motivo o Princípio do indúbio pro réu, pois a carga 
acusatória é sempre da acusação. Na esfera externa do processo o réu também 
deve ser tratado como inocente em razão do princípio de inocência, o sentido de 
não ser exposto aos meios de comunicação. 
Ao pleitear a prisão e demonstrar que estão presentes os seus requisitos 
e os seus fundamentos, é preciso demonstrar o requisito do Fumus comissi 
delicti, onde é demonstrado pelo promotor que houve a prática de um fato 
aparentemente criminoso e o fundamento do Periculum libertatis, onde o 
promotor demonstra que a prisão é necessária, pois a liberdade do réu está 
gerando riscos para o fundamento da prisão preventiva. No processo penal, o 
juiz não possui poder geral de cautela, ou seja, só trabalha com medidas 
cautelares que possuem previsão legal no Código de Processo Penal e em leis 
especiais, observando-se os requisitos legais. Então com isso, o processo penal 
https://guilhermewhite.jusbrasil.com.br/artigos/509589596/fumus-comissi-delicti-e-periculum-libertatis-requisitos-necessarios-para-a-decretacao-da-prisao-preventiva
https://guilhermewhite.jusbrasil.com.br/artigos/509589596/fumus-comissi-delicti-e-periculum-libertatis-requisitos-necessarios-para-a-decretacao-da-prisao-preventiva
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sendo um instrumento limitador do poder punitivo estatal, só poder ser exercido 
a partir de uma estrita observância das regras do devido processo legal. 
 
2. PRINCÍPIOS 
 
 Os princípios norteiam e fundamentam qualquer instituto jurídico, 
especialmente quando se fala em prisões cautelares. Os princípios trazem 
parâmetros para a melhor aplicação da prisão cautelar enquanto não há 
sentença condenatória transitada em julgado, observando também a garantia da 
presunção de inocência, orientando o sistema cautelar. 
 
2.1 Princípio da Jurisdicionalidade e Motivação 
 
A jurisdicionalidade está intimamente relacionada com o devido processo 
legal. O art. 5º, inciso LIV da Constituição Federal traz que ninguém será privado 
de sua liberdade e de seus bens sem o devido processo legal. Portanto, para 
haver uma privação de liberdade do indivíduo é necessário que se submeta o 
caso penal a um processo e essa prisão pena só poderá ocorrer após o trãnsito 
em julgado do processo. 
Toda e qualquer prisão cautelar somente pode ser decretada mediante 
ordem judicial, que precisa ser motivada e fundamentada. A doutrina majoritária 
aponta como exceção a este princípio a prisão em flagrante, pois ela é na 
verdade considerada um prisão pré-cautelar e, portanto, não observa o princípio 
da jurisdicionalidade. Mas nas prisões cautelares, preventiva e temporária o 
princípio da jurisdicionalidade e motivação são observados na sua integralidade. 
De acordo com o princípio da jurisdicionalidade a prisão cautelar seria 
completamente inadmissível ao se confrontar com o princípio de presunção de 
inocência. Só é possível a prisão cautelar, passando por cima da presunção de 
inocência quando se identifica a necessidade da prisão. Para tanto, a prisão 
cautelar tem função instrumental cautelar, sendo admissível, e, assim, não 
ofendendo o princípio da presunção de inocência. Então, em alguns casos 
quando demonstrada a necessidade da prisão, o princípio da presunção de 
inocência será mitigado e ocorrerá a prisão cautelar, só não podendo tomar 
contornos de pena antecipada. 
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O princípio da legalidade deve ter observância também em relação ao 
princípio anterior, de modo que somente poderão ser utilizadas as medidas 
cautelares previstas em lei e nos limites determinados. Com isso, a prisão 
somente pode ser decretada pelo juiz, sendo que o delegado de polícia ou 
promotor não podem decretar a prisão, sendo assim, a pessoa somente poderá 
ser presa cautelarmente, se houver um decreto de prisão exarado por um órgão 
jurisdicional. 
 
 
2.2 Princípio do Contraditório 
 
De acordo com as mudanças legislativas que veem sendo realizadas em 
relação as formas de como o judiciário trata as prisões, uma das possibilidades 
de melhora neste cenário é a ocorrência de contraditório antes da decretação de 
uma prisão cautelar. O juiz, quando há o pedido de prisão do investigado, chama 
o réu primeiramente para uma audiência, dando o contraditório a outra parte, 
para então decidir se realmente vai haver a decretação da prisão ou não. 
Apesar da possibilidade de contraditório antes da decretação da prisão, 
deve se ter em mente que nem sempre isso irá acorrer, dada a necessidade ou 
urgência em se prender alguém. Até pouco tempo,falar em contraditório nas 
medidas cautelares era uma heresia jurídica, sendo rebaixado ao pior operador 
do direito. Hoje é perfeitamente possível desde que seja o contraditório 
compatível com a urgência da medida. O contraditório está previsto no art. 282, 
parágrafo 3º do CPP, sendo agora uma regra. Quando o contraditório não for 
cumprido no curso de uma decretação de uma medida cautelar, pode-se alegar 
a inobservância desta regra como sendo causa de nulidade da decisão 
remediável pelo habeas corpus. 
 
 
2.3 Princípio da Provisionalidade e o Princípio da Atualidade do Perigo 
 
 O Princípio da Provisionalidade está ligado ao Princípio da Atualidade ou 
Contemporaneidade do Perigo, ou seja, é necessário que o ''PERICULUM 
LIBERTATIS'', seja atual, e por fim não pode ser um fato passado e nem tão 
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pouco um fato futuro e incerto. Está disposto no art. 282, parágrafo 4º e 5º do 
CPP, e no art. 316 do CPP que consagra de vez este princípio. O Princípio da 
Provisionalidade vinha sendo pouco observado dentro do processo penal, e 
graças à alteração feita pelo Pacote Anticrime melhorou bem a questão de 
incidência deste princípio. 
 As medidas cautelares são acima de tudo, medidas situacionais, que 
tutelam uma determinada situação fática. Então, uma vez que desaparece esse 
suporte probatório fático que deu sustentação para o decreto da prisão, o 
''FUMUS COMISSI DELICTI'', a prisão deve ser revogada. Se a situação fática 
já não é mais a mesma de quando se decretou a prisão, esta não pode mais 
subsistir. Provisionalidade, na prisão cautelar, acautela uma situação específica, 
e quando não mais existe essa situação, não se em mais a provisionalidade e o 
perigo não será mais atual. 
 
2.4 Princípio da Provisioriedade 
 
 Este princípio tem relação com o tempo de duração da prisão, ou seja, 
prazo razoável de duração da prisão. Hoje em dia o maior problema da prisão 
processual a falta de definição de tempo máximo de duração, pois não existe no 
nosso CPP nenhum dispositivo que controle a duração da prisão no tempo. A 
jurisprudência tentou encontrar entendimentos que tragam limites em relação a 
duração de uma prisão cautelar, justamente para que uma vez decretada a 
prisão cautelar e desaparecida a situação fática que dá sustentação a essa 
prisão, essa decisão não continue a perdurar, assumindo o contorno de penas 
antecipadas. 
 Como a lei não prevê prazo máximo e nem prazo mínimo, podendo durar 
anos sem julgamento, por conta dessa indeterminação a jurisprudência está 
sempre inovando com entendimentos que tentam controlar o excesso de prazo 
das prisões. Quando se entende que a prisão gerou o excesso de prazo, isso 
transforma aquela prisão cautelar em uma prisão ilegal que deve ser relaxada 
pelo juiz. Então a jurisprudência, no contexto o Tribunal de Justiça de Minas 
sempre solta que o prazo para a conclusão da instrução criminal é de 81 dias ou 
é de 102 dias, acrescido de mais 20 se a defesa arrola testemunhas. No rito de 
tóxicos é de 180 dias. Hoje temos duas súmulas muito importantes, a Súmula 21 
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e a Súmula 52 do STJ que diz que a partir da prisão do réu, o juiz tem um prazo 
para concluir a coleta da prova que foi proposta. Se ele não conclui a coleta da 
prova, a instrução criminal dentro desse determinado prazo passa a ocorrer um 
excesso de prazo na instrução criminal, o que causa constrangimento ilegal para 
o réu e consequentemente transforma essa prisão em ilegal. 
 A jurisprudência do Tribunal de Minas Gerais por exemplo tem trabalhado 
os seguintes prazos: 
• Nos processos de tóxicos têm entendido que o prazo a partir da prisão 
do réu para o juiz concluir a coleta da prova proposta é de 180 dias, 6 
meses. Ou seja, este prazo para finalizar a audiência de instrução e 
julgamento. 
• Finalizada a audiência de instrução e julgamento, segundo as súmulas 
mencionadas não mais existe constrangimento ilegal e ai o réu vai 
aguardar a sentença preso. 
• Agora se a coleta da prova não for feita dentro do prazo de 180, o juiz vai 
relaxar a prisão do réu porque ela se tornou ilegal pelo excesso de prazo. 
Aí então depois que o réu estiver solto, ele vai cobrar das partes os 
memoriais finais e vai proferir a sentença. 
• Nos processos de crimes comuns, fora os de tóxicos o prazo é de 102 
dias, se a defesa não arrola testemunhas. Se arrolas testemunhas é 
acrescentado 20 dias. Ex: Furto, roubo, estelionato, lesão corporal, 
homicídio. 
• O excesso de prazo encontraria um limite com o fim da coleta da prova, 
esse é o entendimento jurisprudencial que está vigorando. 
• Não podemos esquecer é que a Constituição fala é que a prova não tem 
que ser colhida em prazo razoável, mas que o réu tem que ser julgado 
num prazo razoável. A doutrina julga muito essas súmulas do STJ porque 
elas limitam o excesso de prazo não ao julgamento em prazo razoável, 
mas sim a instrução criminal ser realizada num prazo razoável. E por isso 
apesar das súmulas serem usadas com frequência em nosso 
ordenamento jurídico, elas são muito questionadas uma vez que limitam 
o excesso de prazo a instrução criminal e não em realmente ao que a CF 
fala sobre o julgamento em prazo razoável. 
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2.5 Princípio da Excepcionalidade 
 
 A prisão é a última, ou deveria ser a última medida a ser imposta a uma 
pessoa que responde a um processo penal. A excepcionalidade tem que ser lida 
juntamente com o princípio de presunção de inocência, pois tratam de questões 
de uma civilidade de sociedade democrática que optou por controlar situações 
de prisões processuais, fazendo com que seja o último recurso para tutelar uma 
situação de risco, quando você não consegue usar as outras medidas cautelares 
para tutelar uma situação, que será uma hipótese de incidência da prisão 
preventiva. A prisão é reservada para os casos mais graves, tendo em vista o 
custo que acarreta para o próprio réu, para o estado e de forma indireta para a 
sociedade. 
 
2.6 Princípio da Proporcionalidade 
 
 Ao se deparar com o decreto de prisão o que se espera é que o decretado 
seja proporcional ao caso concreto. O princípio da proporcionalidade é aquele 
que dá sustentação as prisões. Norteia a conduta do juiz no caso concreto, 
exigindo que o juiz pondere a gravidade da medida em relação a gravidade do 
crime e ai vai decidir qual medida ele vai impor para o réu. Tem que usar de 
medidas proporcionais uma vez que a prisão gera estigmatização jurídica, social, 
sendo que a pessoa passa por um período de recolhimento ao cárcere que não 
deveria passar. Então uma prisão desproporcional acaba assumindo o 
contorno de pena antecipada e com isso ofenda diretamente a presunção de 
inocência. A proporcionalidade também está ligada com a dignidade da pessoa 
humana, quando ela não precisaria estar presa e se impõe uma prisão 
desproporcional, a dignidade daquela pessoa estará ofendida. Há alguns 
parâmetros que norteiam à aplicação do princípio da proporcionalidade. Se o réu 
vai ficar preso durante o curso do processo, é porque provavelmente depois de 
condenado ele vai permanecer preso. Na concepção que tem sido trabalhada 
hoje e colocada em análise no mundo jurídico é se a prisão cautelar ela é 
proporcional com o possível resultado que o processo vai gerar. Um exemplo é 
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se pessoa foi presa em flagrante e se visualiza que ela vai ter direito à transação 
penal ou o benefício da suspensão condicional do processo. A pessoa foi presa 
por furto, sendo o único em sua ficha, e tem pena mínima de um ano, então não 
há a necessidade de manter o réu preso se daqui uns dias quando marcar a 
audiência e oferecer o benefício ele terá o direito. Se manter preso é 
desproporcional. 
 A doutrina e a jurisprudência também enxerga em alguns casos como 
desproporcional uma prisão processual quando na verdade a pena que será 
imposta para o réu vai ser substituída por pena restritiva de direito. Esseraciocínio também é feito quando você visualiza quando o réu vai cumprir a 
provável pena em regime aberto, então ou ele vai ter a suspensão condicional 
da pena, depois de condenado não vai ficar preso. 
 
 
3. ESPÉCIES DE PRISÕES 
 
No nosso ordenamento jurídico temos três tipos de prisões, sendo a prisão 
em flagrante, que é analisada como prisão pré-cautelar; a prisão preventiva e a 
prisão temporária que são propriamente prisões cautelares. A prisão preventiva 
dentre as três citadas é a mais importante, uma vez que a teoria orienta e norteia 
a teoria das outras duas prisões cautelares. 
Para que ocorra um decreto de prisão, feito o pedido pelo promotor de 
justiça ou pelo delegado de polícia, é preciso que o juiz acate o pedido e que 
seja demonstrado que houve a prática de um fato aparentemente criminoso, ou 
seja, aparentemente, pois ainda não há sentença transitado em julgado, sendo 
preciso demonstrar que o réu é o suposto autor do delito e demonstrar o 
fundamento da prisão no qual a liberdade do réu tem que apresentar risco para 
os quatro fundamentos da prisão preventiva, isto é, representar risco para a 
ordem pública, risco para a ordem econômica, gerar um risco para a aplicação 
da lei penal ou a liberdade do réu tem que gerar risco para a instrução criminal. 
Então para que haja um pedido de decretação de uma prisão tem que estar 
presentes, requisitos fumus comissi delicti, consubstanciado na prática de um 
fato aparentemente criminoso e indícios suficientes de autoria por parte do réu e 
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o fundamento que é o periculum libertatis, que é substanciado no risco gerado 
pela liberdade do réu aos quatros fundamentos da prisão preventiva. 
Isto está exposto em um único artigo, o art. 312 do Código de processo 
Penal. 
 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser 
decretada como garantia da ordem pública, 
da ordem econômica, por conveniência da 
instrução criminal ou para assegurar a 
aplicação da lei penal, quando houver prova 
da existência do crime e indício suficiente 
de autoria e de perigo gerado pelo estado 
de liberdade do imputado. (Redação 
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
 
3.1 PRISÃO EM FLAGRANTE 
 
A prisão em flagrante tem sido interpretada como uma prisão de natureza 
pré-cautelar e não de natureza propriamente cautelar. Isso porque no momento 
em que se efetiva uma prisão em flagrante a única coisa que se tem presente no 
momento é o requisito da prisão, qual seja a prática de um fato aparentemente 
criminoso e indícios suficientes de autoria. Contudo, no momento em que se 
efetua uma prisão em flagrante, o juiz não está presente para poder fundamentar 
a prisão afirmando que a liberdade do réu representa riscos para o fundamento 
da prisão preventiva. Então, na verdade quando ocorre uma prisão em flagrante 
não existe a decisão de um juiz reconhecendo o fundamento da prisão, e por 
isso a prisão em flagrante é entendida como prisão pré-cautelar. 
A prisão em flagrante é autorizada mesmo não tendo fundamento, pois 
segundo a Constituição, em seu artigo 301 “Qualquer do povo poderá e as 
autoridades policiais e seus agentes deverão prender quem quer que seja 
encontrado em flagrante delito”. Então prender alguém em flagrante qualquer 
pessoa pode fazer, mas decretar a prisão de alguém somente pode ser feito pelo 
juiz ou pelo tribunal. Essa autorização de cunho geral está atrelada à atuação 
tempestiva no momento do cometimento de um crime, onde se pode em primeiro 
lugar impedir a consumação desse crime e quando não consegue impedir a 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
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consumação, pelo menos se consegue impedir a fuga do agente e assim, acaba 
colocando a pessoa que foi presa em flagrante a disposição da autoridade 
competente para que ela decida se a prisão deverá ser fundamentada e 
consequentemente convertida em prisão preventiva. 
Portanto, como não se tem fundamentada a prisão em flagrante, ela não é 
um título apto para manter o réu preso durante o curso do processo. Ao receber 
o preso em flagrante o delegado tem a obrigação de comunicar o juiz ou a 
autoridade judiciária a prisão em flagrante no prazo de 24 horas, para que 
analise se é caso de fundamentar a prisão, convertendo em prisão preventiva 
ou se entender que não é caso de fundamentar essa prisão, concederá a 
liberdade ao réu. No caso de manutenção da prisão o juiz irá fundamentar da 
forma que ele entendeu como sendo necessária. Se o juiz não converter a prisão 
em flagrante em prisão preventiva é sinal que não encontrou fundamento para a 
manutenção da prisão, e então, terá que conceder a liberdade ao réu. 
Isso ficou muito claro com a nova redação do art. 310 do CPP. 
 
Art. 310. Após receber o auto de 
prisão em flagrante, no prazo máximo de 
até 24 (vinte e quatro) horas após a 
realização da prisão, o juiz deverá promover 
audiência de custódia com a presença do 
acusado, seu advogado constituído ou 
membro da Defensoria Pública e o membro 
do Ministério Público, e, nessa audiência, o 
juiz deverá, 
fundamentadamente: (Redação dada 
pela Lei nº 13.964, de 2019) (Vigência) 
I - relaxar a prisão ilegal; 
ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
II - converter a prisão em flagrante em 
preventiva, quando presentes os requisitos 
constantes do art. 312 deste Código, e se 
revelarem inadequadas ou insuficientes as 
medidas cautelares diversas da prisão; 
ou (Incluído pela Lei nº 12.403, de 
2011). 
III - conceder liberdade provisória, com 
ou sem fiança. 
 
Quando o réu age sobre o manto das excludentes da ilicitude, temos a 
chamada liberdade provisória, exposta no art. 310, parágrafo 1º do CPP. 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art312...
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
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Art. 310. (...) 
§ 1º Se o juiz verificar, pelo auto de prisão 
em flagrante, que o agente praticou o fato 
em qualquer das condições constantes 
dos incisos I, II ou III do caput do art. 23 do 
Decreto-Lei nº 2.848, de 7 de dezembro de 
1940 (Código Penal), poderá, 
fundamentadamente, conceder ao acusado 
liberdade provisória, mediante termo de 
comparecimento obrigatório a todos os atos 
processuais, sob pena de 
revogação. (Renumerado do parágrafo 
único pela Lei nº 13.964, de 
2019) (Vigência) 
 
Portanto, diante do exposto ninguém pode permanecer preso sob o 
fundamento de prisão em flagrante. A lei não fala qual o prazo para permanecer 
sob a restrição da liberdade a título de flagrante, mas segundo o art. 306 do CPP 
o delegado tem o prazo de 24 horas para enviar o auto de prisão em flagrante 
ao juiz e o juiz tem mais 24 horas para que possa decidir, tendo-se então por 
base um prazo máximo de 48 horas. Após o recebimento do auto de prisão pelo 
juiz, ele deverá marcar a audiência de custódia para avaliar se é caso de 
relaxamento da prisão, conversão de prisão em flagrante em preventiva ou se é 
caso de concessão de liberdade provisória para o réu. A hipótese de relaxamento 
da prisão é um benefício destinado às hipóteses em que a prisão em flagrante 
se mostra ilegal. A prisão em flagrante será considerada ilegal quando o réu não 
estiver em situação de flagrância. Sendo a prisão em flagrante ilegal, nada 
impede que no curso do inquérito ou no curso do processo o juiz decrete a prisão 
preventiva doréu. 
Essas hipóteses de situação de flagrância estão previstas no art. 302 do 
CPP. 
 
Art. 302. Considera-se em flagrante delito 
quem: 
I - está cometendo a infração penal; 
II - acaba de cometê-la; 
III - é perseguido, logo após, pela 
autoridade, pelo ofendido ou por qualquer 
pessoa, em situação que faça presumir ser 
autor da infração; 
IV – é encontrado, logo depois, com 
instrumentos, armas, objetos ou papéis que 
façam presumir ser ele autor da infração. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art23i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art23i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/Del2848.htm#art23i
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art20
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Para conceituar o sujeito ativo do flagrante o artigo 301 do CPP traz duas 
modalidades, sendo o flagrante facultativo, quando diz que qualquer do povo 
poderá prender alguém e o flagrante obrigatório ou compulsório, quando diz que 
as autoridades e seus agentes deverão prender quem quer que seja encontrado 
em estado de flagrante delito. Já o sujeito passivo em regra, será qualquer 
pessoa, lembrando que as pessoas que detém foro privilegiado não podem ser 
presas em flagrante delito. Neste caso por exemplo temos o Presidente da 
República que detém desta prerrogativa, enquanto o Governador do Estado não 
detém de igual prerrogativa. 
As hipóteses de situação de flagrância do artigo 302, inciso I e inciso II são 
conceituadas como flagrante próprio, perfeito ou real, sendo situações mais 
visíveis e mais fortes para caracterizar o estado de flagrância . No inciso I a 
flagrância ocorre quando o agente é surpreendido cometendo o delito, ou seja, 
praticando o verbo núcleo do tipo penal. Dependendo do caso, a intervenção da 
pessoa que efetua a prisão, pode inclusive evitar a própria consumação do delito. 
A flagrância neste caso é a visibilidade do delito, tendo uma maior credibilidade 
pois o agente é surpreendido na prática do crime. No inciso II o sujeito é 
surpreendido quando ele acabou de cometer o delito, ou seja, já cessou a prática 
do verbo nuclear do tipo penal e o delito já está consumado. Nesta hipótese não 
tem o lapso temporal muito dilatado entre a prática do crime e a prisão, ocorrendo 
logo em seguida após a consumação do delito. A única diferença entre o inciso 
um e o inciso II é que no inciso II eu já realizei a figura típica e no inciso I a 
consumação do delito ainda não ocorreu. 
A hipótese de situação de flagrância do artigo 302, inciso III é conceituada 
como flagrante impróprio ou imperfeito. O inciso III consagra a possibilidade da 
prisão em flagrante, quando o agente é perseguido logo após pela autoridade, 
pelo ofendido ou qualquer outra pessoa em situação que faça presumir ser ele o 
autor da infração. Para que ocorra o flagrante é preciso estar presente três 
fatores: a perseguição, que é o requisito de atividade; o requisito temporal, que 
significa o logo após; e também a situação que faça presumir a autoria, que é 
qualquer situação que permita-se presumir a autoria do delito. O art. 290 do CPP 
dispõe como essa perseguição pode ser realizada. 
 
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Art. 290. Se o réu, sendo perseguido, 
passar ao território de outro município ou 
comarca, o executor poderá efetuar-lhe a 
prisão no lugar onde o alcançar, 
apresentando-o imediatamente à 
autoridade local, que, depois de lavrado, se 
for o caso, o auto de flagrante, 
providenciará para a remoção do preso. 
§ 1º - Entender-se-á que o executor vai em 
perseguição do réu, quando: 
a) tendo-o avistado, for perseguindo-o sem 
interrupção, embora depois o tenha perdido 
de vista; 
b) sabendo, por indícios ou informações 
fidedignas, que o réu tenha passado, há 
pouco tempo, em tal ou qual direção, pelo 
lugar em que o procure, for no seu encalço. 
§ 2º Quando as autoridades locais tiverem 
fundadas razões para duvidar da 
legitimidade da pessoa do executor ou da 
legalidade do mandado que apresentar, 
poderão pôr em custódia o réu, até que 
fique esclarecida a dúvida. 
 
 Deve considerar que esta perseguição deve se iniciar logo após o crime. 
Esse logo após é um período de tempo bem curto, de forma a permitir a 
conclusão de que a perseguição era possível. Essa perseguição não tem limite, 
podendo durar inclusive várias horas ou vários dias, desde que ela seja 
ininterrupta. Essa perseguição exige uma continuidade, podendo inclusive que o 
perseguidor esteja em perseguição do autor do fato, mesmo que não tenha 
contato visual com ele. Agora se durante a perseguição o policial perde o rastro 
do réu e não tem mais pra onde ir a título de perseguição é sinal que a 
perseguição está finalizando e o réu está saindo do flagrante por esta hipótese 
do inciso III. 
 A hipótese de situação de flagrância do artigo 302, inciso IV é conceituada 
como flagrante presumido ou ficto. Essa hipótese de flagrante é considerada 
como sendo a mais frágil, mais difícil de se legitimar. Para a ocorrência desse 
estado de flagrância é necessário o encontro do réu, que é o requisito atividade 
e o logo depois, que é o requisito temporal, que neste caso será mais dilatado. 
Então entende-se que para procurar o réu, esse início da perseguição poderá 
ser em um espaço de tempo maior do que aquele necessário para a perseguição 
do inciso III. Ainda é necessário a presunção de autoria, tendo que ser 
encontrado de formal causal, logo depois, com instrumentos, armas, objetos ou 
16 
 
papéis do crime ou qualquer outro indício que façam presumir ser ele o autor da 
infração. Nesta hipótese por exemplo não se caracteriza estado de flagrância 
quando o réu tem a intenção de fugir e passa por uma blitz de trânsito educativa 
no posto da Polícia Rodoviária e ao parar e se identificar e após ser feita a 
averiguação são encontrados os indícios de autoria. Neste caso o réu não estará 
preso em flagrante por ter sido encontrado casualmente, pois não foi preso por 
alguém que o estava procurando. 
Contudo, na prática é muito difícil para a defesa conseguir demonstrar que 
esta situação de flagrância não ocorreu, afinal se um policial encontra o réu 
nestas circunstâncias, mesmo que seja uma blitz de trânsito, quando for feita a 
lavratura do auto de prisão em flagrante na Delegacia de Polícia, o policial vai 
dar uma narrativa de modo a justificar a localização do réu e possivelmente não 
vai assumir que foi um encontro casual, alegando então, que realmente estava 
a procura do réu. Então, por mais que você tenha certeza que o réu não estava 
em flagrante no momento da prisão, pode ser que o discurso feito no momento 
da lavratura do auto de prisão, ela seja legitimada, demonstrando a situação de 
flagrância fazendo com que fique difícil para a defesa combater essa ilegalidade. 
A Doutrina nomeia as hipóteses do inciso III e IV como situações de quase 
flagrante ou de flagrante impróprio, que são situações legais de flagrância. Essas 
hipóteses são mais frágeis do ponto de vista da legalidade, uma vez que já se 
tem um certo lapso temporal decorrido desde o cometimento do crime e 
consumação do delito até o momento da prisão. 
Então quando uma pessoa é presa fora dessas hipóteses do artigo 302 do 
CPP, significa que ela não mais poderá ser presa em estado de flagrante delito. 
Mas também essa situação não impede que posteriormente, no curso do 
inquérito ou no curso do processo o juiz decrete a prisão preventiva do réu. Nos 
casos em que a pessoa é presa em flagrante mas a situação não se amoldou às 
hipóteses do art. 302 do CPP, deverá ocorrer o relaxamento da prisão, tendo em 
vista que a prisão se torna ilegal e deve portanto ser relaxada. A primeira conduta 
do juiz ao receberdo delegado o auto de prisão em flagrante delito é avaliar a 
legalidade da prisão em flagrante e se a prisão for legal ele irá homologar o auto 
de prisão e decidirá se irá converter a prisão em flagrante em preventiva ou se 
concederá a liberdade provisória pro réu. 
 
17 
 
3.1.1 Flagrante em crimes permanentes e em crimes habituais 
 
 Em relação aos crimes permanentes o artigo 303 do Código de Processo 
Penal traz a previsão expressa sobre este crime, dispondo que " Art. 303. Nas 
infrações permanentes, entende-se o agente em flagrante delito enquanto não 
cessar a permanência''. Crimes permanentes são aqueles que não estão 
concluídos com a realização do tipo penal, tendo em vista que se mantém pela 
vontade delitiva do autor de modo que o agente tem o domínio sobre o momento 
de consumação do crime, o agente cria uma situação típica que se prolonga no 
tempo. Os crimes permanentes são delitos que podem ser considerados como 
sendo mera atividade, ou seja, o constante estado de flagrância como é o caso 
de tráfico de drogas e o sequestro e podem ser também considerados como os 
delitos de resultado, quando o resultado se realiza constantemente e volta a se 
realizar novamente, como exemplo a ocultação de cadáver. 
Portanto enquanto durar a permanência o agente pode ser preso em 
flagrante delito, pois considera-se que o agente ainda está cometendo a infração 
que se enquadra no art. 302 do CPP. O crime permanente estabelece uma 
relação com a questão da prisão em flagrante e consequentemente com uma 
busca domiciliar, sendo que enquanto se está em estado de flagrância a 
autoridade policial não precisa de mandado judicial para entrar na residência 
podendo ser realizada a qualquer hora do dia ou da noite. 
No que tange aos crimes habituais que são aqueles que exigem uma prática 
reiterada e que seja praticada com habitualidade a conduta descrita no tipo 
penal. A título de exemplos temos o curanderismo, exposto no art. 284 do CPP, 
manutenção em casa de prostituição (art. 229 do CPP), o exercício ilegal da 
medicina (282 do CPP). Em relação a prisão em flagrante sobre o crimes 
habituais deve se fazer uma compreensão da relação estabelecida entre o 
flagrante e os conceitos jurídicos penais sobre tentativa e consumação de crime. 
Ao se analisar o inter criminis é que se verifica quando o agente iniciou a prática 
do verbo núcleo do tipo penal e quando se realiza o tipo completamente. Neste 
contexto a maioria dos doutrinadores pregam que não se pode falar em tentativa 
nos crimes habituais, afirmando que a habitualidade é uma característica desta 
infração penal. Então, somente com a prática reiterada de atos é que a infração 
penal estaria configurada, sendo que se praticada de forma isolada seria um 
18 
 
indiferente penal. No exemplo do curanderismo, se a autoridade policial flagra 
alguém cometendo ato de curanderismo, se está diante de um fato atípico, e 
portanto, não haverá flagrante neste caso. Portanto a doutrina majoritária 
entende que não existe possibilidade de flagrante em crime habitual. 
Porém há parte da doutrina que vem ganhando força e que defende 
entendimento diverso, tendo um entendimento mais moderno sustendo que o 
critério da admissibilidade ou inadimissibilidade na tentativa nos crimes 
habituais, somente é valido quando se entende o crime habitual como um delito 
constituído de uma pluralidade necessária de condutas, porém em sentido 
contrário essa corrente argumenta que não se pode conceder o crime habitual 
desta forma, pois além de não haver tentativa, sequer haveria consumação do 
delito. Logo, esta dificuldade de se individualizar o momento da consumação, 
que levou a doutrina mais moderna a considerar o crime habitual como um tipo 
penal que contém um elemento subjetivo diferente do dolo, ou seja, o delito 
habitual ficaria consumado com o primeiro ato, e que além desse dolo exigiria 
para a sua consumação uma habitualidade como elemento do animmus do autor. 
Neste contexto, utilizando o exemplo do curanderismo haveria tentativa na 
conduta de quem abriu um consultório médico, sem ter o diploma e sem licença 
e está examinando o paciente, mesmo sem ter receitado algum medicamento e 
ainda possui outros pacientes na sala de espera, então quando atender a todos 
o delito estará consumado, de modo que a interrupção do inter criminis nesta 
hora constituiria crime tentado. Portanto, com aceitação a essa tese, é possível 
alegar a legalidade da prisão em flagrante em crime habitual nesse momento. 
 
3.1.2 Espécies de flagrante 
 
 Essas espécies de flagrantes são aquelas nas quais a Doutrina dá nomes 
de flagrante forjado, flagrante provocado, flagrante preparado, flagrante 
esperado e flagrante protelado, sendo que é preciso avaliar a legalidade de cada 
uma dessas espécies. Deve ater-se que se o flagrante for considerado ilícito, isto 
não quer dizer que o agente não cometeu crime, só quer dizer que o sujeito não 
está em estado de flagrância. 
 No flagrante forjado é criado uma situação, sendo forjada uma situação 
fática de flagrância para tentar legitimar a prisão. Um exemplo típico de flagrante 
19 
 
forjado é quando o sujeito não é criminoso mas quem está atuando na prisão em 
flagrante planta alguma coisa como prova. Neste caso esse tipo de flagrante é 
ilegal, sendo que neste caso específico não existe crime. Ao se ter a prisão do 
sujeito em flagrante diante desse contexto, ao ser provada haverá o relaxamento 
da prisão que será feito em audiência de custódia. 
 O flagrante provocado também é considerado ilegal, e ocorre quando 
existe uma indunção, um estímulo para que o agente cometa o delito exatamente 
para ser preso. Trata-se daquilo que o direito penal chama de delito putativo por 
obra do agente provocador. Como exemplo temos um policial que se faz passar 
por usuário, induz alguém a lhe vender uma substância entorpecente para que 
a partir desse resultado realize a prisão em flagrante. Penalmente considera-se 
que o agente não tem qualquer possibilidade de sucesso, aplicando-se a regra 
do crime impossível previsto no artigo 17 do CP, sendo esse flagrante, portanto 
ilegal. 
 Art. 17 - Não se pune a tentativa 
quando, por ineficácia absoluta do meio ou 
por absoluta impropriedade do objeto, é 
impossível consumar-se o crime.(Redação 
dada pela Lei nº 7.209, de 11.7.1984) 
 
O flagrante preparado também é ilegal e também está vinculado a um crime 
impossível. No flagrante preparado não há uma indução ou provocação, mas 
ocorre uma preparação meticulosa e perfeita pela polícia, sendo que em 
nenhum momento o bem jurídico tutelado será colocado em risco. Neste caso é 
aplicada a Súmula Vinculante 145 STF- Não há crime, quando a preparação do 
flagrante pela polícia torna impossível a sua consumação. 
No caso do flagrante esperado, nem todos flagrante esperado será ilegal. 
Nesta espécie não há induzimento, preparação ou provocação, mas a polícia 
arma por exemplo um sistema de vigilância e consegue prender o agressor ou 
ladrão antes ou no início do cometimento do crime, permanecendo a tentativa e 
a prisão é válida e o crime existe. Isso ocorre também quando a polícia é 
informada sobre o assalto de um estabelecimento, e espera que o delito esteja 
ocorrendo para realizar a prisão, surpreendendo o criminoso. No caso de furto 
em supermercado a Súmula 567 do STJ diz que, Sistema de vigilância realizado 
por monitoramento eletrônico ou por existência de segurança no interior de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art17
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/LEIS/1980-1988/L7209.htm#art17
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20 
 
estabelecimento comercial, por si só, não torna impossível a configuração do 
crime de furto. (SÚMULA 567, TERCEIRA SEÇÃO, julgado em 24/02/2016, DJe 
29/02/2016)(DIREITO PENAL - CRIME IMPOSSÍVEL). 
A grande diferença entre o flagrante preparado e o flagrante esperandoé a 
forma de como a polícia irá agir. 
O flagrante protelado ou diferido é uma medida excepcional que tem 
previsão na Lei de Organizações Criminosas, não sendo uma espécie de 
flagrância como os demais, é interpretado como uma autorização especial para 
que o delegado não atue no momento de consumação de um delito, sendo a 
prisão em flagrante retardada para um momento posterior ao cometimento do 
crime, mais adequado do ponto de vista da persecução penal. Isto porque a 
Constituição fala que qualquer do povo poderá e a autoridade deverá prender 
que se acha em flagrante delito. Com isso portanto, essa previsão serve para 
que o delegado não efetue a prisão em flagrante, para que diante da situação de 
flagrância e sua consumação passe a monitorar os criminosos para que 
conduza a uma prisão e identificação de toda a organização criminosa. Neste 
caso o flagrante é legal, porém abre possibilidades de abusos e ilegalidades por 
parte da autoridade policial. Com isso a doutrina fala que o que controlaria a 
legalidade da ação policial seria se houvesse na Lei de Organização Criminosa 
em seu artigo 2º a previsão de um limite temporal para que a prisão em flagrante 
ocorre e não se prolongue no tempo muito dilatado que torne questionável o 
estado de flagrância. 
O flagrante protelado tem que ser objeto de controle rigoroso por parte do 
Ministério Público e por parte do juiz, o delegado precisa documentar a ação 
com filmagens, fotos e meios que permitam controlar a legalidade da ação 
policial. Se houver dúvidas em relação ao flagrante, este deverá ser relaxado 
sem prejuízo de uma eventual decretação de prisão preventiva. 
 
3.1.3 Prisão em flagrante nos crimes de ação penal privada e nos 
crimes de ação penal pública condicionada à representação 
 
 Atualmente essas questões se revestem de pouco relevância, uma vez 
que a maioria dos delitos de ação penal privada e de ação penal pública 
condicionada à representação são delitos de menor potencial ofensivo sendo de 
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21 
 
competência do Juizado Especial. A Lei 9.999/95 em seu parágrafo único que 
trata o seguinte: Ao autor do fato que, após a lavratura do termo, for 
imediatamente encaminhado ao juizado ou assumir o compromisso de a ele 
comparecer, não se imporá prisão em flagrante, nem se exigirá fiança. 
 No caso do agente se recusar a ser encaminhado ao Juizado e não 
assuma o compromisso de comparecer, irá ocorrer a lavratura do auto de prisão 
em flagrante, tendo que ocorrer a representação do ofendido e nos crimes de 
ação penal pública condicionada o requerimento do ofendido nos crimes de ação 
penal privada. É imprescindível que a manifestação do ofendido seja formalizada 
antes da concretização do auto de prisão em flagrante, visto que sequer o 
inquérito policial pode ser iniciado nesses crimes sem a representação e sem o 
requerimento da vítima. (Art. 5º incisos IV e V do CPP) 
 
3.1.4 Procedimento para a lavratura do auto da prisão em flagrante 
 
 Há duas previsões legais que são de mera importância, sendo o art. 293 
e o art. 294 do CPP. 
Art. 293. Se o executor do mandado 
verificar, com segurança, que o réu entrou 
ou se encontra em alguma casa, o morador 
será intimado a entregá-lo, à vista da ordem 
de prisão. Se não for obedecido 
imediatamente, o executor convocará duas 
testemunhas e, sendo dia, entrará à força 
na casa, arrombando as portas, se preciso; 
sendo noite, o executor, depois da 
intimação ao morador, se não for atendido, 
fará guardar todas as saídas, tornando a 
casa incomunicável, e, logo que amanheça, 
arrombará as portas e efetuará a prisão. 
Parágrafo único. O morador que se recusar 
a entregar o réu oculto em sua casa será 
levado à presença da autoridade, para que 
se proceda contra ele como for de direito. 
Art. 294. No caso de prisão em flagrante, 
observar-se-á o disposto no artigo anterior, 
no que for aplicável. 
 
22 
 
 Esses artigos se refere a situação em que a pessoa está para ser presa, 
seja em flagrante ou por cumprimento de mandado de prisão, ela entra na 
residência de um terceiro, onde não é o foco do flagrante. Neste contexto, o 
morador é intimado a entregar a pessoa à vista da ordem de prisão e se não for 
obedecido há duas situações distintas, onde serão convocadas duas 
testemunhas, e se for durante o dia a entrada estará autorizada, se for durante 
a noite o executor da prisão irá intimar o proprietário da casa e se ele não for 
atendido, ele não pode entrar na casa naquele momento. Com isso irá guardar 
as saídas da casa, tornando a casa incomunicável e ao amanhecer irá efetuar a 
prisão. 
 Após ser efetuada a prisão em flagrante pelo policial ou por qualquer 
pessoa do povo e imediatamente o policial militar oferta voz de prisão, dizendo 
que está preso em flagrante, e a partir desse momento ele deve ser apresentado, 
conduzido à presença da autoridade policial. Uma demora injustificada na 
apresentação do preso, pode caracterizar se estiver sendo cometida por um 
agente da autoridade, crime de abuso de autoridade, e se for uma prisão 
cometida por particular pode caracterizar crime de constrangimento ilegal (art. 
146 do CP), ou até mesmo sequestro e cárcere privado (art. 148 do CP), 
conforme o caso concreto. 
 Dada a voz de prisão em flagrante na rua, será levado à presença da 
autoridade policial, conforme art. 304 do CPP, e a autoridade policial irá iniciar 
as apurações para ratificar ou não a prisão em flagrante que foi dada pelo policial 
ou por um cidadão. O primeiro ato praticado pelo delegado é ouvir o condutor, 
ou seja, o responsável pela prisão. Em seguida será feito a inquirição da vítima, 
das testemunhas e ao final será ouvido o preso. Tudo será formalizado, sendo 
recolhido os depoimentos e assinado pelas pessoas que prestaram as 
declarações. Caso não haja testemunhas da infração, nada impede que seja 
realizada a prisão, conforme o art. 304 parágrafo 2º que diz que o termo deve 
ser assinado pelo menos por duas pessoas que tenham testemunhado a 
apresentação do preso à autoridade policial, são as chamadas testemunhas de 
apresentação, pois elas nada sabem do fato e somente do ato da prisão. 
 Por fim o preso é interrogado e todos os direitos que são destinados para 
o preso no interrogatório judicial, também são garantidos no interrogatório 
policial. Portanto, é imprescindível a presença de um advogado ou de um 
23 
 
defensor, tem direito a entrevista reservada com o seu advogado, tem direito ao 
silêncio, sendo todos os direitos previsto no art. 185 do CPP. A ausência do 
advogado no momento da prisão, não impede a lavratura do auto de prisão em 
flagrante. Outra regra que já foi muito contestado e que hoje está bem 
sedimentada é a possibilidade do advogado fazer perguntas no momento da 
lavratura do auto de prisão em flagrante, sendo que o art. 188 do CPP não coloca 
nenhum empecilho e privilegia a ampla defesa e o contraditório, sendo este 
interrogatório reduzido a termo e assinado pelo imputado, por seu advogado e 
também pela autoridade policial. O art. 304, parágrafo 3º, fala que quando preso 
se recusar a assinar ou estiver impossibilitado de fazê-lo por qualquer motivo, o 
auto de prisão será assinado por duas testemunhas que tenham presenciado a 
leitura do depoimento e as demais peças que foram lavradas. 
 Após a oitiva da vítima, do condutor e do preso o delgado lavra uma nota 
chamada Nota de Culpa, na qual é esclarecido par a pessoa o motivo da prisão, 
o nome do responsável pela prisão, o nome das testemunhas, tendo o preso que 
assinar o recibo da nota de culpa e entregar ao delegado. Se o preso se recusar 
a assinar a nota de culpa será assinado novamente pelas testemunhas. 
Finalizado esse procedimento, o delegado terá um prazo de 24 horas para 
remeter aquele auto de prisão em flagrante para a autoridade judiciária. (art. 310 
do CPP). Se o delegado não ratificar o auto de prisão,todos serão liberados, 
sendo exposto as razões da motivação em despacho. O requisito da 
prisão como já mencionado é a prova da materialidade e o indício suficiente de 
autoria, e após o delegado ratificar o auto de prisão em flagrante ele pode arbitrar 
fiança para a pessoa nesse momento, podendo arbitrar fiança apenas nos crimes 
com pena máxima de até quatro anos. Se a pena máxima do delito for superior 
a quatro anos terá que concretizar a prisão. 
 As comunicações que devem ser feita pelo delegado no prazo de 24 
horas, estão apresentadas no art. 306 do CPP. 
 
Art. 306. A prisão de qualquer pessoa e o 
local onde se encontre serão comunicados 
imediatamente ao juiz competente, ao 
Ministério Público e à família do preso ou à 
pessoa por ele indicada. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 1o Em até 24 (vinte e quatro) horas após 
a realização da prisão, será encaminhado 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
24 
 
ao juiz competente o auto de prisão em 
flagrante e, caso o autuado não informe o 
nome de seu advogado, cópia integral para 
a Defensoria Pública. (Redação 
dada pela Lei nº 12.403, de 2011). 
§ 2o No mesmo prazo, será entregue ao 
preso, mediante recibo, a nota de culpa, 
assinada pela autoridade, com o motivo da 
prisão, o nome do condutor e os das 
testemunhas. (Redação dada pela 
Lei nº 12.403, de 2011). 
 
 Mesmo que o delegado conceda a fiança, a prisão deve ser informada ao 
juiz, pois após a comunicação o Ministério Público irá olhar a legalidade do 
arbitramento da fiança, podendo pedir inclusive a cassação desta fiança se for o 
caso. Não havendo nenhum erro grosseiro por parte do delegado ou se não for 
caso de inovação da capitulação pelo Ministério Público, o promotor não se opõe 
ao arbitramento da fiança e então se convalida. Quando o delegado mantém a 
pessoa presa, ele precisa fazer a comunicação para o juiz de direito, para o 
promotor de justiça, par a família do preso ou a pessoa por ele indicada e 
também a Defensoria Pública no caso da pessoa não indicar que é o seu 
advogado particular. Neste mesmo prazo deve entregar a nota de culpa para o 
preso. 
 As garantias constitucionais previstas no art. 5º, incisos LXI, LXII, LXIII, 
LXIV, LXV E LXVI da Constituição devem ter eficácia desde o primeiro momento 
da prisão. A regra do inciso LXI restringe a possibilidade da prisão em dois casos, 
sendo o flagrante delito e decisão judicial escrita e fundamentada. Sendo 
exceções a transgressão militar ou crime propriamente militar. Com essa 
previsão foi sepultada de vez o que antes era chamado de prisão para 
averiguações, não existindo mais. O inciso LXII fala que a dupla comunicação 
da prisão, que é feita imediatamente a comunicação ao juiz e a família do preso, 
garante uma lisura e uma possibilidade da pessoa posteriormente a prisão se 
insurgir contra ela. Além da comunicação à família e ao juiz, as novas previsões 
do Código de Processo Penal exigem também que seja feita a comunicação ao 
Ministério Público para que avalie a legalidade da prisão. Se o juiz ao avaliar a 
legalidade da prisão entender que a prisão é ilegal, irá relaxar a prisão, mas se 
considerar que a prisão é legal irá homologar o auto de prisão e passa a analisar 
a necessidade de manutenção daquela prisão. 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2011-2014/2011/Lei/L12403.htm#art1
25 
 
 Em relação ao lapso temporal que pode existir entre a prisão em flagrante 
e a lavratura do auto de prisão, tem-se por base a decisão proferida pelo 
Supremo Tribunal Federal, consolidou-se o entendimento de que é nulo o auto 
de prisão em flagrante lavrado no dia imediato a perpetração do crime. Então foi 
reforçado o entendimento, que na medida em que a nota de culpa deve ser 
entregue ao preso em 24 horas e sendo ela o último ato do auto de prisão em 
flagrante, não restaram dúvidas de que o procedimento deve ser encerrado e 
imediatamente encaminhado ao juiz neste espaço de tempo. 
 Segundo Aury Lopes Júnior, ainda que exista uma prisão em flagrante é 
importante a necessidade do processo, tendo em vista que a prisão em flagrante 
traz uma contaminação da evidência, trazendo a ilusão de certeza gerada pela 
situação de flagrância. Essa certeza é questionável, sendo uma questão muito 
complexa, enfrentada por grande parte da doutrina, que chegaram a conclusão 
com base em casos concretos e estudos aprofundados, afirmando que essa 
evidência não basta para a afirmação da verdade, ainda que exista uma 
proximidade muito forte entre verdade e evidência. Então é preciso separar a 
verdade da evidência da verdade da prova. Portanto, o processo penal é 
entendido como um instrumento de controle e correção do caráter alucinatório, 
deturpado que a evidência pode gerar, para que ao passar pelos filtros 
processuais a evidência seja confirmada e se torne uma certeza. 
 
3.1.5 Relação de prejudicialidade e prestação de socorro e a prisão em 
flagrante 
 
 O art. 301 da Lei 9.503 que é o Código de Trânsito, traz que em se 
tratando de delitos ao trânsito, ao condutor de veículo nos casos de acidente de 
trânsito de que resulte vítima não se imporá a prisão em flagrante nem se exigirá 
fiança se prestar pronto e integral socorro à vítima. Essa previsão é um estímulo 
para que o autor de um crime de trânsito preste o devido socorro a vítima sem o 
receio de ser presa por isto. 
 
 
3.2 Prisão Preventiva 
 
26 
 
 A medida de prisão preventiva é decretada por um juiz competente, 
podendo ser tanto na fase do processual quanto na fase de inquérito policial, 
cabendo em qualquer crime. A prisão preventiva não pode ser decretada de 
ofício pelo juiz. 
 
Art. 311. Em qualquer fase da investigação 
policial ou do processo penal, caberá a 
prisão preventiva decretada pelo juiz, a 
requerimento do Ministério Público, do 
querelante ou do assistente, ou por 
representação da autoridade policial. 
 
 Um artigo de grande importância é o art. 282 do CPP que menciona o 
princípio da necessidade e da adequação, mas comete o erro de prever um 
fundamento da prisão que está disposto no art. 312 que é a reiteração criminosa. 
O art. 282 do CPP seu parágrafo 6º, dispõe que " a prisão preventiva somente 
será determinada quando não for cabível a sua substituição por outra medida 
cautelar, observado o art. 319 deste Código, e o não cabimento da substituição 
por outra medida cautelar deverá ser justificado de forma fundamentada nos 
elementos presentes do caso concreto, de forma individualizada. Com isso a 
prisão preventiva será a última opção, a última rátio. 
 A prisão preventiva tutela uma situação, sendo provisional, ou seja, tutela 
um risco atual e iminente, uma situação fática presente. Nesses moldes, tanto o 
STJ quanto o STF têm reconhecido muito a exigência da atualidade e 
contemporaneidade dos fatos e consequentemente do perigo gerado pela 
liberdade do réu. Como exemplo, temos a jurisprudência no RHC do STJ Nº 
67534/RJ e do RHC do STF Nº 126815/MG que julgado pelo Ministro Marco 
Aurélio de Melo, onde todos os dois julgados consagraram a regra de que, 
recepcionaram o entendimento que a decisão que decretar a prisão preventiva 
deve ser motivada e fundamentada em receio de perigo e existência concreta de 
fatos contemporâneos, fatos novos que justifiquem à aplicação da medida 
cautelar adotada. A redação do art. 315 do CPP também traz que a prisão deve 
ser motivada e fundamentada e em seu parágrafo 1º, expõe que a prisão cautelar 
além de tutelar uma situação específica, é preciso que a situação que seja atual 
e iminente,que esteja gerando seus riscos, seus reflexos no momento presente, 
e a isso tudo se deu o nome de Contemporaneidade dos fatos em relação ao 
27 
 
decreto de prisão. O juiz irá analisar a necessidade da prisão, devendo 
fundamentar a decisão de decretação da prisão preventiva, de acordo com o art. 
312 do CPP. 
 
Art. 312. A prisão preventiva poderá ser 
decretada como garantia da ordem pública, 
da ordem econômica, por conveniência da 
instrução criminal ou para assegurar a 
aplicação da lei penal, quando houver prova 
da existência do crime e indício suficiente 
de autoria e de perigo gerado pelo estado 
de liberdade do imputado. (Redação 
dada pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 1º A prisão preventiva também poderá 
ser decretada em caso de descumprimento 
de qualquer das obrigações impostas por 
força de outras medidas cautelares (art. 
282, § 4o). (Redação dada pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
§ 2º A decisão que decretar a prisão 
preventiva deve ser motivada e 
fundamentada em receio de perigo e 
existência concreta de fatos novos ou 
contemporâneos que justifiquem a 
aplicação da medida adotada. (Incluído 
pela Lei nº 13.964, de 2019) 
 
 O art. 312 do CPP traz como requisitos a materialidade, indícios de autoria 
e o perigo libertatis para a decretação da prisão preventiva. O inciso I traz em 
sua primeira parte que a prisão preventiva poderá ser decretada em razão da 
garantia da ordem pública, devendo deixar claro que os crimes que causam 
clamor social não podem ser usados como garantia de ordem pública e o 
linchamento do sujeito também não configura motivo para a prisão preventiva do 
sujeito. Essa garantia abrange três correntes, sendo que a primeira corrente 
minoritária diz que não figura como uma fundação da cautelar, o cumprimento 
da realidade da pena. A segunda corrente de caráter restritivo entende como 
garantia o risco considerável do sujeito voltar a delinquir (Lei 12.403). A terceira 
corrente, sendo a majoritária está prevista no art. 282 no inciso I do CPP, vem 
servindo de parâmetro para a decretação de prisão preventiva como garantia da 
ordem pública, contemplando que com o sujeito em liberdade o meio social 
ficaria completamente abalado. O juiz pode utilizar dos delitos cometidos pelo 
sujeito quando era menor para fundamentar a prisão preventiva, como garantia 
da ordem pública. Lembrando que se houver uma distância temporal e o ato 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art282.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/decreto-lei/del3689compilado.htm#art282.
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
28 
 
infracional o juiz só poderá utilizar como fundamento se a fundamentação 
anterior tiver sido uma fundamentação concreta. 
 Quanto a garantia da ordem econômica, há a possibilidade da decretação 
da prisão quando houver o periculum libertatis. E a decretação da prisão 
preventiva de modo a assegurar a lei penal será imposta quando ficar 
demonstrado que o sujeito pretende fugir de forma concreta para não cumprir a 
pena, isto é para nunca mais voltar, um risco de fuga iminente. Quando o sujeito 
foge do mandado de prisão porque ele entende que a prisão é ilegal não é 
fundamento para a garantia da aplicação da lei penal, pois o sujeito foge para 
discutir no judiciário. Em relação ao estrangeiro que comete crime no Brasil, deve 
ser analisado o caso concreto. Então se não há nenhum elemento demonstrando 
que ele vá fugir, poderá permanecer em liberdade. Poderá acontecer neste caso 
também a cautelar diversa da prisão, que seria a retenção do passaporte. 
Quando o sujeito está em liberdade atrapalhando a instrução criminal, como 
ameaçando e coagindo as testemunhas, coagindo, ele será preso com base na 
garantia da instrução criminal. 
 O art. 312 deve ser conjugado com o art. 313 do CPP que fala que será 
admitida a decretação da prisão preventiva nos os crimes dolosos punidos com 
pena privativa de liberdade máxima superior a 4 (quatro) anos, se tiver sido 
condenado por outro crime doloso, em sentença transitada em julgado, com 
adendo que após cinco anos não é mais condenado reincidente, e se o crime 
envolver violência doméstica e familiar contra a mulher, criança, adolescente, 
idoso, enfermo ou pessoa com deficiência, para garantir a execução das 
medidas protetivas de urgência, sendo que estes crimes praticados neste 
contexto não são passíveis de interpretação. Na contravenção penal por vias de 
fato não há cabimento da prisão preventiva. 
 A prisão preventiva uma vez decretada ela não tem previsão de prazo 
máximo de duração, por isso foi necessário que a jurisprudência encontra-se 
uma forma de limitar essa indeterminação da prisão preventiva colocando 
parâmetros que orientam os operadores do direito no que tange a possível 
ocorrência de excesso de prazo. De forma paleativa o Pacote Anticrime da Lei 
13.964/2019, que entrou a pouco tempo, trouxe uma inovação que é a regra do 
art. 316 parágrafo único do CPP, que foi a obrigação do juiz passar a ter a 
obrigação de rever a prisão preventiva a cada 90 dias. O pedido de prisão 
29 
 
preventiva é de competência do Ministério Público, do querelante e do assistente 
de acusação (Art. 311 CPP). 
 
Art. 316. O juiz poderá, de ofício ou a 
pedido das partes, revogar a prisão 
preventiva se, no correr da investigação ou 
do processo, verificar a falta de motivo para 
que ela subsista, bem como novamente 
decretá-la, se sobrevierem razões que a 
justifiquem. (Redação dada pela Lei nº 
13.964, de 2019) 
 
Parágrafo único. Decretada a prisão 
preventiva, deverá o órgão emissor da 
decisão revisar a necessidade de sua 
manutenção a cada 90 (noventa) dias, 
mediante decisão fundamentada, de ofício, 
sob pena de tornar a prisão 
ilegal. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 
2019) 
 
 O art. 316 mostra que a prisão é situacional, ela tutela uma situação 
específica, a situação de risco desapareceu, acabou o motivo da prisão. O prazo 
do parágrafo único é um prazo sanção e após o fim deste prazo a prisão ilegal 
tem que ser relaxada pelo juiz. Quando a prisão é legal, você combate a prisão 
pedindo a liberdade provisória do réu ou a revogação. 
 
 
3.3 Prisão Temporária 
 
 A prisão temporária não tem previsão no Código de Processo Penal, tendo 
previsão em lei específica, a Lei Especial- 7.960/1989. A prisão temporária é 
uma prisão destinada para o inquérito policial, sendo assim, para que o delegado 
possa pedir a decretação da prisão temporária é preciso que se tenha uma 
investigação em curso, uma apuração já em andamento. 
 Temos a incidência da prisão temporária, quando a pessoa não é presa 
em flagrante, mas é dada uma notícia da prática de um crime para a autoridade 
policial. A autoridade ao reconhecer que a pessoa já não ostenta mais o estado 
de flagrância, o delegado entendo que a prisão do réu é necessária para o êxito 
das investigações ele precisa realizar os pedidos de prisão através das 
representações para decretação da prisão que são formuladas pelo delegado de 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2019-2022/2019/Lei/L13964.htm#art3
30 
 
polícia. Uma dessas representações é pela prisão temporária. Então o delegado 
irá pleitear junto ao juiz a decretação da prisão temporária. A prisão temporária 
só pode ser decretadana fase de inquérito. 
 Essa prisão temporária que segue em termos, os moldes da prisão 
preventiva, é uma prisão bastante discutida, porque o réu não é obrigado a 
contribuir com as investigações e não é obrigado a produzir provas contra ele 
mesmo. Se a prisão for decretada neste contexto ela será ilegal. Hoje na teoria 
a prisão temporária pode ser decretada se ficar evidenciada que a liberdade do 
réu pode acarretar prejuízos para a investigação. 
 Para entender a prisão temporária é preciso voltar em um contexto 
histórico de que, até a Constituição de 88 a autoridade policial podia entrar nas 
residências sem mandado de busca expedido pela autoridade judiciária e podia 
efetuar a prisão sem uma ordem judicial. A Constituição de 88 trouxe inúmeras 
garantias para o cidadão, sendo entre elas a necessidade da prisão ser 
decretada por ordem judicial escrita e fundamentada, a necessidade da busca 
domiciliar ser autorizada pelo juiz e também a necessidade do delegado 
comunicar tanto aos órgãos estatais quanto à família do preso a ocorrência da 
prisão. Com o fim das possibilidades de atuação do delegado de polícia sem 
ordem judicial, a polícia judiciária teve seus métodos de investigação castrados. 
 Além deste contexto conturbado da prisão temporária, ela ainda tem um 
defeito genético de nascimento, que em razão de ter sido criado por Medida 
Provisória, Medida Provisória 111 de 24 de novembro de 1989, que viola de 
imediato o artigo 22, inciso 11 da Constituição da República que trouxe a 
previsão de que não se pode legislar sobre matéria processual penal através de 
medidas provisórias. Posteriormente essa medida provisória foi convertida em 
lei, mas essa conversão a princípio não sanaria o vício de nascimento da prisão 
temporária. Contudo, mesmo assim, toda a Doutrina. Jurisprudência fechou os 
olhos para esse problema genético e passou a admitir a prisão para averiguação. 
 Hoje em dia quando a defesa pretende combater a prisão temporária não 
se entra no mérito do vício de nascimento da lei. 
 O fato de a prisão temporária ter sido criada através de medida provisória, 
significa que a prisão temporária foi crida para satisfazer à polícia, após as 
mudanças que aconteceram após a Constituição de 88 com o fim da prisão para 
averiguações. Hoje sobre o pretexto de que a prisão do réu é imprescindível 
31 
 
para as investigações, o que se permite é que a autoridade policial disponha do 
imputado como ela bem entender. 
 Apesar do defeito de criação da prisão temporária, há uma qualidade 
bastante ponderável que é ter prazo determinado previsto em lei para a duração 
da prisão. O prazo em relação a duração da prisão temporária é um prazo 
sanção, onde uma vez atingido o limite do prazo para a duração dessa prisão, 
segundo o art. 2º parágrafo 7º da Lei 7.960/89, determina que a pessoa deve ser 
colocada imediatamente em liberdade após o término do prazo da prisão 
temporária, sob pena de configuração de crime de abuso de autoridade. Então, 
da mesma forma que a prisão em flagrante precisa ser convertida em prisão 
preventiva, a prisão temporária também precisa ser convertida em prisão 
preventiva após o término de seu prazo. Portanto, a pessoa presa 
temporariamente, com o fim deste prazo se o juiz não converter a prisão 
temporária em prisão em preventiva, o investigado deverá ser colocado em 
liberdade. Sendo que esta colocação em liberdade independe da expedição de 
alvará de soltura pelo juiz. 
 A prisão temporária então, tem que ser decretada pelo juiz, podendo ser 
decretada mediante requerimento do Ministério Público ou representação da 
autoridade policial e não pode ser decretada de ofício pelo juiz sem um pedido. 
O decreto de prisão temporária deve ser fundamentado, de acordo com o art. 93 
inciso 9 da Constituição e o art. 2º parágrafo 2º da Lei 7.960/89. 
 Os prazos para a duração da prisão temporária estão previstos no art. 2º 
da Lei 7.960/89 e no art. 2º parágrafo 4º da Lei de Crimes Hediondos 8.072/1990. 
 
Art. 1° (...) 
Art. 2° A prisão temporária será decretada 
pelo Juiz, em face da representação da 
autoridade policial ou de requerimento do 
Ministério Público, e terá o prazo de 5 
(cinco) dias, prorrogável por igual período 
em caso de extrema e comprovada 
necessidade. 
 
Art. 2º Os crimes hediondos, a prática da 
tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e 
drogas afins e o terrorismo são 
insuscetíveis de: (Vide Súmula 
Vinculaste) 
§ 4o A prisão temporária, sobre a qual 
dispõe a Lei no 7.960, de 21 de dezembro 
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=1271
http://www.stf.jus.br/portal/jurisprudencia/menuSumario.asp?sumula=1271
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7960.htm
32 
 
de 1989, nos crimes previstos neste artigo, 
terá o prazo de 30 (trinta) dias, prorrogável 
por igual período em caso de extrema e 
comprovada 
necessidade. (Incluído pela 
Lei nº 11.464, de 2007) 
 
 Em crimes comuns os prazo será de 05 dias prorrogáveis por mais 05 dias 
em caso de extrema e comprovada necessidade ou nos casos de crimes 
hediondos será de 30 dias prorrogáveis por mais 30 dias em caso de extrema e 
comprovada necessidade. O juiz ao decretar a prisão do réu por 05 dias, se no 
terceiro dia o delegado falar que ela não necessita mais da prisão, a pessoa pode 
ser colocada em liberdade antes de finalizar o prazo marcado. O juiz pode 
decretar três dias de prisão temporária, por exemplo, não precisando ser os cinco 
dias, mas ele não pode exceder este primeiro limite de cinco dias. Se o juiz quiser 
prorrogar por mais dois dias é preciso esperar primeiro o término no prazo de 
cinco dias. Se o juiz decretar por exemplo no caso de crimes hediondos 15 dias 
de prisão, ele poderá depois prorrogar por mais 45 dias, até o limite de 60 dias. 
Então, deve ser observado, que o juiz nunca no primeiro decreto pode extrapolar 
os cinco ou trinta dias. A conversão da prisão temporária em prisão preventiva 
não precisa ocorrer só após a prorrogação da prisão, podendo depois do fim do 
primeiro prazo já ser decretada a prisão preventiva, podendo também ser 
decretada de pronto. 
 A prisão temporária é destinada para o êxito do inquérito policial, então, 
em nenhuma hipótese a prisão temporária pode invadir o curso do processo, 
podendo vigorar apenas na fase de inquérito. Se for oferecida a denúncia, não 
foi convertida a temporária em preventiva o réu deve ser liberado. No momento 
em que a prisão vai ser requerida é preciso demonstrar que estão presentes os 
requisitos e fundamentos da prisão temporária. O caráter cautelar da prisão 
temporária é voltada para a investigação e não para o processo. 
 A prisão temporária só cabe para os crimes previstos na Lei 7.960/89, no 
rol do art. 1º inciso III, tendo como requisito o Fumus Comissi delictida (prática 
de um fato aparentemente criminoso com indícios suficientes de autoria). O 
delegado deve alegar que, de acordo com as provas constantes do inquérito 
existe fundadas razões de participação ou autoria do investigado nos crimes 
previstos naquele rol. A prisão temporária não cabe em crimes culposos e nem 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/L7960.htm
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11464.htm#art1
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_Ato2007-2010/2007/Lei/L11464.htm#art1
33 
 
nos crimes não incluídos no rol da Lei 7.960/89. O fundamento a prisão 
preventiva está previsto do art. 1º inciso I da Lei 7.960/89, quando for 
imprescindível para as investigações policiais, o chamado Periculum libertatis 
(perigo decorrente da liberdade do réu). A presença de apenas um deles, ou 
seja, apenas do requisito ou apenas do fundamento não conduz a decretação da 
prisão temporária, sendo preciso a conjugação do dois. Por entendimento 
doutrinário e jurisprudencial é que o inciso II do art. 1º da Lei 7.960/89 é 
entendido como estando absorvidopelo inciso I, pois se o investigado não tem 
residência fixa ou não está sendo devidamente identificado, é sinal que a prisão 
dele é imprescindível para as investigações. 
 
 
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Á face do exposto observou-se que o observou-se que o instituto da prisão 
cautelar, seja ela provisória, temporária ou em flagrante, está ligado 
intrinsecamente com o princípio de presunção de inocência. As prisões 
cautelares têm como finalidade garantir a correta aplicação da instrução penal, 
sendo que nenhuma pessoa seja submetida à privação de liberdade, por estar 
sendo acusado de ser o possível autor de um delito, devendo ter o devido 
processo legal para que se tenha a certeza em relação aos fatos narrados, 
gerando uma maior eficácia na decretação ou não das prisões cautelares. 
 Houve diversas mudanças e alterações para se chegar ao modelo atual, 
sendo que há diversas outras medidas cautelares diversas da prisão que podem 
ser aplicadas, sendo portanto a prisão cautelar considerada como a última 
medida a ser utilizada. 
 Sendo assim, é importante salientar que o presente trabalho não teve o 
intuito de esgotar o tema proposto, mas sim, analisar em linhas gerais, as 
principais características e aplicações da prisões cautelares e demonstrar 
alguns entendimentos que parecem relevantes para a compreensão e análise 
desse instituto jurídico. 
 
 
34 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
BRASIL. Código de Processo Penal. decreto lei nº 3.689, de 03 de outubro de 
1941. Disponível em: <http://www.planalto.gov.br/CCIVIL/Decreto-
Lei/Del3689.htm.> Acesso em 27 de outubro de 2021. 
 
JÚNIOR. Aury Lopes. Direito Processual penal – 16. ed. – São Paulo. Saraiva 
Educação, 2019. 1. Processo penal – Brasil I. Tı́tulo. 
 
BRASIL. Constituição da República Federativa do Brasil. 1988. Brasília. Net. 
Disponível em 
<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm>. Acesso em 
28/10/2021 às 14h44min. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm
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