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MOTIVACAO NO ESPORTE II

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MOTIVAÇÃO NO ESPORTE 
PARTE II 
Conteudista 
Profª. Esp. Viviane Queiroz 
 
 
 
 
A motivação está presente no dia a dia de qualquer ser humano, seja 
para suprir necessidades básicas como alimentação, como até mesmo as 
necessidades de autorrealização. Os níveis motivacionais diferem de pessoa 
para pessoa e essa é a grande questão a ser levada em consideração onde a 
motivação é utilizada como “ferramenta” de trabalho. Para utilizar os conceitos 
e fatores que a motivação apresenta é chave fundamental para o sucesso nas 
relações de trabalho, seja individualmente ou trabalhando com grupos. 
Não se pode pensar em motivação sem lembrar do motivo, que 
é a base do processo motivacional. O motivo é a mola 
propulsora responsável pelo início e manutenção de qualquer 
atividade executada pelo ser humano. Portanto, deve-se 
considerá-lo como a peça fundamental e também aquele que 
origina todo o complexo processo motivacional. (MACHADO, 
2006, p 136). 
Segundo Gouvêa (1997) os motivos é algo interno e são inerentes aos 
seres humanos, além de ser o que dão início, dirigem, bem como integram o 
comportamento. Assim como vimos no ciclo motivacional a força dos motivos é 
que impulsionam o indivíduo a apresentar comportamentos em busca de 
necessidades ainda não satisfeitas. 
Muitas são as teorias motivacionais, como vimos anteriormente, mas 
alguns aspectos devem ser reconsiderados quando se fala em motivação no 
contexto esportivo. Segundo Weinberg & Goul (2008) dois componentes da 
motivação podem e devem ser bem avaliados, a direção e a intensidade do 
esforço. A direção do esforço faz referência às situações que atraiam o 
indivíduo e que tenham relação com a satisfação das necessidades, por 
exemplo, um atleta quando está lesionado tenderá a procurar por tratamento 
médico. A intensidade do esforço é importante por se tratar da quantidade de a 
pessoa irá colocar em determinada situação, o mesmo atleta que procura o 
médico para tratar sua lesão, se não seguir as recomendações do médico pode 
demorar ou não se recuperar, ou seja, ele se aproximou da situação, porém 
com baixo grau de esforço. Pode-se perceber pelos exemplos, que a direção e 
a intensidade estão intimamente relacionadas. 
 
3 
 
Para alguns autores o trabalho motivacional é diferente quando se 
trabalha com atletas individuais e com um grupo de atletas. Segundo Gouvêa 
(1997) muitos técnicos utilizam atividades estruturadas para trabalhar questões 
motivacionais, analisando e discutindo o tema com o atleta ou com o grupo. 
Quando se pensa em motivação no contexto esportivo não deve se 
pautar em como a motivação é utilizada no dia a dia, mas sim em um conceito 
bem definido para que não haja interpretações errôneas e más utilizações. 
Facilmente um técnico utiliza sua visão pessoal para trabalhar a motivação de 
um atleta, no entanto, segundo Weinberg e Gould (2008) por mais pessoal que 
seja a opinião sobre motivação, elas sempre estarão dentre as abordagens que 
explicam a personalidade e por sua vez a maneira de entender a motivação 
segundo três orientações: a orientação de motivação centrada no traço, a 
orientação centrada na situação e a orientação situacional. 
A visão centrada no traço é pautada nas características individuais, ou 
seja, os traços de personalidade bem como os objetivos que a pessoa tem irá 
determinar o comportamento motivado. 
Algumas pessoas têm atributos pessoais que parecem torná-
las mais predispostas ao sucesso e a altos níveis de 
motivação, enquanto outras parecem não ter motivação, 
objetivos pessoais e desejo. Entretanto, a maioria de nós 
concordaria que somos em parte afetados pelas situações nas 
quais somos. Por exemplo, se um professor não criar um 
ambiente de aprendizado motivador, a motivação do aluno, em 
consequência disso, diminuirá. Inversamente, um excelente 
líder, que cria um ambiente positivo, aumenta enormemente a 
motivação. Portanto, ignorar as influências ambientais sobre a 
motivação é irreal, sendo uma das razões pelas quais os 
psicólogos do esporte e do exercício não têm adotado a visão 
centrada no traço para orientar a prática profissional. 
(WEINBERG & GOULD, 2008, p 71). 
 Ao contrário da visão centrada no traço, a orientação centrada na 
situação leva em consideração a influência da situação no nível motivacional 
do indivíduo. Como as situações podem ser positivas e negativas, a orientação 
centrada na situação segundo Weinberg & Gould (2008) não é a mais 
recomendada para o contexto esportivo. 
 
4 
 
 A visão interacional é a mais utilizada no contexto esportivo, uma vez 
que considera não só as características do indivíduo, mas também a situação 
que o indivíduo se encontra, analisar essa relação é o cerne dessa visão. 
Segundo Weinberg & Gould (2008) em um estudo realizado por Sorrentino e 
Sheppard (1978) com nadadores buscou identificar a reação individual e em 
grupo dos atletas e avaliar o nível motivacional baseado na necessidade social. 
Nessa pesquisa foi possível identificar aspectos positivos e negativos 
influenciando a motivação desempenho em provas individuais e coletivas e o 
resultado foi que atletas com orientação positiva para aprovação social 
nadaram melhor no revezamento do que sozinhos e nadadores que tinham 
medo da rejeição dos colegas (orientação negativa) fizeram melhores tempos 
nas provas individuais do que no revezamento, concluindo assim que: 
Conhecer apenas as características pessoais de um nadador 
(orientação motivacional) não foi a melhor maneira de prever o 
comportamento (o tempo individual), porque o desempenho 
dependia sim (atuar individualmente ou em revezamento). Do 
mesmo modo, seria um erro considerar apenas a situação 
como a fonte principal de motivação, porque melhor 
velocidade dependia de um nadador ser mais orientado à 
aprovação ou temeroso de rejeição. O essencial, então era 
entender a interação entre a constituição pessoal dos atletas e 
a situação. (p 72). 
A figura abaixo demonstra a visão interacional da motivação: 
 
 
 
 
5 
 
Para Samulski (2008) essa orientação interacional da motivação é a 
mais indicada não só para o contexto esportivo, mas também para outros 
contextos, uma vez que “no decorrer da vida de uma pessoa, a importância dos 
fatores pessoais e situacionais acima mencionadas podem mudar, dependendo 
das necessidades e oportunidades atuais”. (p 105) 
O estudo da motivação é de suma importância para o 
entendimento de diversas ocorrências que envolvem e 
compõem a prática esportiva, seja com crianças, jovens ou 
adultos. Ela apresenta-se em qualquer tipo de prática 
esportiva, independendo, inclusive, do nível de habilidade em 
que se encontram seus praticantes (iniciação/ aprendizagem, 
treinamento ou lazer). Está presente inclusive no ambiente 
escolar, no qual há a interação de todos os níveis de 
habilidade. (MACHADO, 2006, p 136). 
 
Segundo Weinberg & Gould (2008) para aplicar o modelo interacional da 
motivação deve-se atentar para cinco diretrizes básicas, a saber: 
 Diretriz 1: tanto as situações como os traços motivam as pessoas; 
 Diretriz 2: as pessoas têm vários motivos para participar; 
 Diretriz 3: mude o ambiente para aumentar a motivação; 
 Diretriz 4: incentivo à motivação; e 
 Diretriz 5: use modificação do comportamento para alterar 
motivos indesejáveis do participante. 
Essas diretrizes podem orientar o trabalho de um professor, de um 
técnico e até mesmo ser utilizada em outros contextos, como por exemplo, o 
organizacional (de onde surgiram os primeiros experimentos sobre motivação). 
Ao pensarmos na primeira diretriz deve-se levar em conta que as pessoas e as 
situações mudam então a interação de fatores pessoais e situações devem ser 
observadas por um período de tempo considerável para entender o 
funcionamento dessa interação e extrair o melhor dela. A segunda diretriz leva 
em consideração os motivos aos quais as pessoas resolvem praticar exercíciosfísicos ou aprender um esporte. Muitos podem ser esses motivos e em uma 
equipe eles podem ser conflitantes, compartilhados e até mesmo únicos. 
 
6 
 
Weinberg & Gould (2008) alerta para as razões culturais para a participação 
em atividades esportivas. A terceira diretriz diz respeito à adequação do 
ambiente para que atenda as necessidades de todos os participantes, por isso 
a estrutura do ambiente, fazendo os ajustes de acordo com as características 
individuais e d grupo ao mesmo tempo. A quarta diretriz orienta o olhar do 
técnico ou professor de educação física para cada atleta ou aluno como 
alguém que estimulará a motivação, ou seja, irá identificar as características 
deles para assim extrair o melhor em suas ações. A quinta diretriz tem papel 
fundamental no trabalho do profissional que atua no contexto esportivo ou de 
prática de atividade física, pois, através do papel de líder, o técnico ou 
professor irá atuar no ambiente motivacional de forma direta ou até mesmo 
indiretamente, mas é preciso identificar o que pode ser mudado e quanto 
tempo levará par interferir no comportamento motivacional do indivíduo de 
forma positiva. 
Segundo Samulski (1995) “a motivação é caracterizada como 
um processo ativo, intencional e dirigido a uma meta, o qual 
depende da interação de fatores pessoais (intrínsecos) e 
ambientais (extrínsecos)”. Segundo esse modelo, a motivação 
apresenta uma determinante energética (nível de ativação) e 
uma determinada direção do comportamento (intenções, 
interesses, motivos e metas). Com base nesse conceito de 
motivação, pode-se distinguir técnicas de ativação (activation-
control) e em técnicas de estabelecer metas (goal-setting 
strategies). (SAMULSKI, 2008, p104). 
 
Pensando no conceito descrito acima, vamos discutir as teorias 
motivacionais utilizadas no contexto esportivo. 
A teoria de necessidade para o rendimento de Atkinson e Mc Clelland 
leva em consideração tanto fatores pessoais e situacionais. A figura abaixo 
demonstra os cinco fatores determinantes para a motivação. 
 
 
7 
 
 
Fonte: Weinberg & Gould (2008, p 80) 
A teoria representada na figura acima traz a visão de dois motivos 
importantes que conduzem o comportamento do atleta: buscar o sucesso e 
evitar o fracasso. Pode parecer algo óbvio e muito conhecido por nós, uma vez 
que todo ser humano busca o prazer e tende a evitar o que causa dor e 
sofrimento. Porém além de características pessoais como desenvolvimento da 
personalidade, os autores avaliam os resultantes da ações que de certa forma 
irão orientar os comportamentos futuros. 
A combinação dos fatores pessoais e situacionais resultam no 
comportamento do atleta. Quando um atleta é motivado para a realização de 
uma atividade em que haja grande probabilidade de êxito, o resultado será a 
busca de situações semelhantes em que ele obtenha sucesso, ou situações 
mais desafiadores para desenvolver suas habilidades. O contrário também 
pode acontecer, por exemplo, um atleta que seja motivado para evitar o 
fracasso tenderá a procurar atividades que possua domínio e que consegui 
vencer. O medo da derrota fará com que o atleta evite desafios ou situações 
que possa fracassar. Segundo Machado (2006, p 142) “essa atitude fará com 
que ele mantenha seus níveis de habilidade, impedindo que aprenda ou se 
desenvolva, física e mentalmente, além de selecionar seus desafios, a fim de 
garantir a vitória”. 
 
 
8 
 
A teoria da atribuição é outra teoria motivacional a ser considerada no 
contexto esportivo, uma vez que visa sistematizar as várias maneiras que as 
pessoas tem de explicar o próprios sucessos e fracassos em 3 categorias de 
atribuição: estabilidade, local de causalidade e local de controle. A estabilidade 
está relacionada às características e fatores que “provocam” o sucesso ou o 
fracasso, chamadas atribuições. Essas atribuições podem afetar expectativas 
em relação ao futuro e também às reações emocionais do atleta. Os fatores de 
causalidade podem ser internos ou externos e evocar emoções como orgulho e 
vergonha em seus polos (aumentado ou diminuído) dependendo da situação. E 
os fatores controladores que podem ou não estar sob controle do atleta e afetar 
a motivação, aumentando-a ou diminuindo-a de acordo com o resultado. A 
figura abaixo ilustra a teoria da atribuição. 
A teoria das metas e da realização tem como foco principal entender as 
formas que as pessoas compreendem o que é sucesso e fracasso e, além 
disso, como se percebem detentoras de habilidades (ou não) para atingir suas 
metas. Nessa teoria a maneira que o indivíduo percebe seu autoconceito, sua 
competência e suas capacidades é que poderão fazer com que se compreenda 
a maneira que ela utiliza para as metas e realizações. Nessa teoria os autores 
 
9 
 
entendem que o indivíduo apresentará comportamentos baseados nos 
objetivos de realização (os quais podem ser baseados na orientação da tarefa 
e orientados para o resultado), a capacidade de perceber seu desempenho 
(alta ou baixa capacidade ou competência) e o comportamento de realização 
propriamente dito que dependem do desempenho, esforço e persistência 
demonstrados pelo atleta em tarefas realizadas. 
A teoria da motivação para competência vem de encontro com as novas 
formas de estilos gerenciais, uma vez que a motivação ainda é muito estudada 
no contexto organizacional. Apesar de ter sido criada por uma psicóloga do 
desenvolvimento Susan Harter (1988) e estar sendo utilizada para a análise do 
comportamento infantil essa teoria postula que a dignidade e competência são 
pilares fundamentais para a motivação. Os sentimentos de controle da situação 
e de competência para a realização da tarefa influenciam o estado emocional 
do atleta (satisfação, ansiedade, orgulho e vergonha) que por sua vez irá 
influenciar a motivação. 
Ao apresentar as teorias acima citadas, pode-se pensar no dia a dia do 
profissional que trabalha no contexto esportivo, outros fatores podem 
influenciar fortemente a motivação como, por exemplo, a ansiedade, o 
estresse, bem como a relação com a própria família e com a torcida. 
A ansiedade pode ser definida como os sentimentos que surgem diante 
de um perigo (ou a expectativa de) e geram ansiedade. A relação entre 
motivação, ansiedade e desempenho esportivo, baseia-se no grau de influencia 
dos fatores externos e internos geradores de ansiedade. As experiências que 
os atletas tem ao longo da carreira esportiva podem gerar mais ou menos 
ansiedade conforme o resultado alcançado. 
O aumento da ansiedade conduz o atleta a ater-se, 
principalmente, às dificuldades e incapacidades diante de 
determinadas situações, somando-se a isso “pensamentos 
perturbadores de caráter negativo e a interpretar como 
‘perigosos’ ou ameaçadores muitos ‘sinais’ e ‘pistas’ do meio 
ambiente”. (CRUZ E VIANA, 1996, apud MACHADO, 2006, p 
147) 
 
10 
 
 Como a ansiedade o estado de estresse que o atleta se encontra, 
também, pode predizer qual será o seu desempenho em determinada prática e 
consequentemente a motivação do atleta em realizar novamente a atividade ou 
não. Além dos fatores físicos e psicológicos outros fatores, como o grau de 
dificuldade da tarefa e a atenção necessária para a execução da tarefa podem 
aumentar ou diminuir o nível do estresse no atleta. Há um nível intermediário 
de ansiedade e estresse que produzirá um efeito ótimo de motivação, mesmo 
sabendo que a motivação pode variar de pessoa para pessoa, bem como o 
estresse, nem todo mundo reage da mesma forma na fase inicial do estresse 
(alerta), na motivação algumas tarefas podem ser motivantes do que outras. 
 Outro fator de grande influencia na motivação do atleta no contexto 
esportivo, é a influencia da família. Se pensarmos que pai, mãe e irmão são o 
primeiro contato que o individuo tem com a sociedade, muitas vezes as 
primeiras práticas de atividade esportiva, também acontecem dentro do seiofamiliar. As regras, limites, bem como o padrão moral dos filhos são adquiridos 
a partir da observação dos modelos dados pelo comportamento dos pais. 
Segundo Machado (2006, p 151) “através da imitação dos comportamentos, 
tanto dos pais como, por exemplo, dos professores e técnicos, a criança irá 
desenvolver o processo de facilitação social, que é definida, como influência 
sofrida por um agente quando em presença de outras pessoas”. 
As disponibilidades econômicas influem também na opção 
esportiva, pois, quanto menores estas disponibilidades, 
maiores serão as chances de os filhos praticarem esportes que 
exigem um baixo investimento, ou, então, deixarem a prática 
para envolverem-se em atividades mais lucrativas. 
(MACHADO, 2006, p 151) 
As modalidades esportivas que dependem de um investimento maior ou 
acabam sendo realizadas por pessoas com um poder aquisitivo maior, ou em 
projetos sociais, como por exemplo a fundação Guga Kuerten que apresenta o 
tênis à crianças de baixa renda. 
Os pais além de influenciarem a prática esportiva, podem influenciar 
também o comportamento motivado dos filhos, uma vez que na maioria das 
 
11 
 
vezes a primeira experiência esportiva dos filhos acontece de acordo com a 
vontade dos pais (geralmente os pais escolhem a modalidade de esporte que 
os filhos irão desenvolver) e nem sempre vai de encontro com a vontade da 
criança e esse é uma das principais questões motivacionais. 
Uma criança, que é apresentada a uma modalidade esportiva e forçada 
a desempenhá-la por vontade dos pais pode gerar mais prejuízos ao 
desenvolvimento do que benefícios. Um pai muito autoritário que mais pune 
diante dos erros e não elogia diante dos acertos vai contribuir para sentimentos 
de medo e fracasso. Já pais mais democráticos que além de discutir com a 
criança sobre a modalidade esportiva que a criança deseja desenvolver 
também sabe dosar os reforçamentos diante das situações vivenciadas no 
esporte. 
A presença da família, como de toda a torcida, inibe ou 
estimula a atuação da criança, dependendo do nível de 
habilidade em que se encontra. O efeito da inibição ou 
estimulação será proporcional à importância que a torcida tem 
na vida do atleta. Portanto, considerando-se o papel 
fundamental da família na vida da criança, quanto maior apoio 
familiar, maior será o empenho da criança dentro da atividade. 
(MACHADO, 2006, p 154) 
 
 Ainda há muito que se estudar sobre motivação no contexto esportivo 
como, por exemplo, a relação com a competitividade, o monitoramento e 
avaliação da motivação, bem como as metas e propostas para técnicos e 
treinadores atuarem com os atletas. 
 Medidas de ativação de motivação são de extrema importância e os 
profissionais da área esportiva devem saber desenvolver. 
 Pode-se concluir que da mesma forma que existem muitas diferenças 
pessoais, existem várias teorias para explicar a motivação que, como tema, é 
um, senão o tema central, das atividades realizadas no contexto esportivo. 
Entender como a motivação acontece (como processo) e os fatores que 
influenciam pode levar à máxima do trabalho com atletas e equipes esportivas. 
 
12 
 
 Referências 
GOUVEA, F. C. A motivação e o esporte: uma análise inicial. In Psicólogo 
Brasileiro: práticas emergentes e desafios para formação. São Paulo: Casa do 
Psicólogo, 1994. 
MACHADO, A. A. Psicologia do Esporte: da Educação Física Escolar ao 
Esporte de Alto Nível. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2006. 
RÚBIO, K.(org) Instrumentos de avaliação em psicologia do esporte . São 
Paulo: Casa do Psicólogo, 2007. 
SAMULSKI. D. Psicologia do esporte. São Paulo, Ed. Manole, 2002. 
WEINBERG, R.S. Fundamentos da Psicologia do esporte e do exercício. Porto 
Alegre: Artemed, 2008.

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