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Assédio moral no trabalho

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Engenharia de produção – 10º Período 
Direito Privado 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Assédio Moral no Trabalho 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
1. Introdução ....................................................................................................................................... 3 
2. Revisão da Literatura ....................................................................................................................... 4 
2.1. O QUE É ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO? ..................................................... 4 
2.2. CAUSAS DO ASSÉDIO MORAL E PRINCIPAIS TIPOS DA PRÁTICA NO AMBIENTE DE 
TRABALHO. .......................................................................................................................................... 5 
2.3. COMO IDENTIFICAR ASSEDIADORES E ASSEDIADOS ............................................................... 8 
2.4. AS CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL PARA A ORGANIZAÇÃO E PARA O ASSEDIADO. 10 
2.4.1. CONSEQUÊNCIAS NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL ........................................................ 10 
2.4.2. CONSEQUÊNCIAS EM RELAÇÃO À VÍTIMA .......................................................................... 11 
3. Conclusão ...................................................................................................................................... 13 
Referências ............................................................................................................................................ 14 
 
 
 
 
 
 
1. Introdução 
 
A violência ou assédio moral é uma problemática antiga, mas que tem sido bastante 
evidenciada nos tempos atuais em que pressões cotidianas por produtividade, o aumento da 
competitividade entre indivíduos, falta de comunicação ou comunicação inapropriada entre 
colaboradores causam principalmente o rompimento ou quebra do espírito solidário de 
equipe. 
 Algumas atitudes que ocorrem no local de trabalho, como humilhações, 
constrangimentos, xingamentos, vexames, de forma insistente, podem ser consideradas como 
assédio moral. 
Infelizmente, ainda não há legislação específica para esse tipo de problema aqui no 
Brasil, entretanto, o ramo referente ao Direito do Trabalho vem atuando nessa área onde há 
constatação do assédio moral, podendo ocorrer, por exemplo, a “nulidade da despedida e a 
reintegração ao emprego, resolução do contrato do empregado por descumprimento de 
deveres legais e contratuais ou por rigor excessivo ou exigência de serviços além das forças 
do trabalhador. Também autoriza a justa causa do agressor, que podem ser colegas, chefes, 
gerentes, diretores, responsáveis por agir ilicitamente. Além disso, aos poucos o instituto tem 
sido considerado como doença profissional, com todas as consequências que isso pode 
acarretar”. (CAPELARI, 2009). 
O presente trabalho traz em seu desenvolvimento alguns temas pertinentes à 
problemática do assédio moral no trabalho em forma de uma Revisão da Literatura que 
abordará: O que é assédio moral no ambiente de trabalho?, Causas do assédio moral e 
principais tipos da prática no ambiente de trabalho, Como identificar assediadores e 
assediados, As consequências do assédio moral para a organização e para o assediado. 
Por fim, trará a conclusão obtida pelo grupo sobre a pesquisa literária realizada. 
 
 
 
 
 
2. Revisão da Literatura 
2.1. O QUE É ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO? 
 
A violência moral no trabalho não é considerado um fenômeno novo, já que esta pode 
ser tão antiga quanto o próprio trabalho. Contudo, o problema vem aumentando drásticamente 
nos últimos anos, como consequência das novas relações de trabalho estabelecidas 
(NUCODIS, 2014). Esta violência está relacionada, principalmente a fatores psicossociais que 
se manifestam durante a jornada de trabalho e nas relações laborais, em decorrência da forma 
de organizar o processo produtivo. Logo, deve-se considerar o assédio moral como um risco 
não visível que gera mal-estar e reação social, causa danos psíquicos, desencadeia doenças e, 
em casos mais extremos, pode levar à morte por suicídio (BARRETO, 2013). 
Para a Organização Mundial da Saúde (OMS), o assédio moral constitui o uso 
deliberado da força e do poder contra uma pessoa, grupo ou comunidade que cause ou tenha a 
possibilidade de causar lesões, morte, danos psicológicos, transtornos e privações. 
Já a União Europeia afirma que o assédio moral é qualquer manifestação de conduta 
abusiva, especialmente de comportamentos, palavras, atos, gestos e escritos que possam 
atentar contra a personalidade, a dignidade, a integridade psíquica ou física de um indivíduo. 
Segundo a pesquisadora Marie-France Hirigoyen (2000, apud BARRETO,2013), o 
assédio moral é qualquer conduta abusiva que atente, por sua repetição ou sistematização, 
contra a dignidade, a integridade psíquica ou física de uma pessoa. 
Por outro lado, a Agência Europeia afirma que o assédio moral no local de trabalho é 
um comportamento irracional, repetido, com relação ao empregado ou ao grupo de 
empregados e que constitui um risco para a saúde. 
Em resumo, pode-se entender, quanto assédio moral, qualquer conduta que caracterize 
comportamento abusivo, frequente e intencional, através de atitudes, gestos, palavras ou 
escritos que possam ferir a integridade física ou pisíquica de um indvíduo, vindo a por em 
risco o seu emprego ou degradando seu ambiente de trabalho (NUCODIS, 2014). 
No Brasil, não existem tantas discordâncias sobre o conceito de assédio moral, ficando 
este entendido como um risco não visível em que todos os trabalhadores estão expostos, 
durante a jornada de trabalho, a determinados atos, comportamentos, atitudes e situações 
 
 
 
 
constrangedoras que, de forma repetitiva e prolongada durante a jornada de trabalho, no 
exercício de suas funções, caracterizam-se como assédio moral. Ressaltamos que todos estão 
expostos, mesmo quando um trabalhador é o escolhido para ser constrangido publicamente ou 
a portas fechadas, e o medo passa a rondar no coletivo (BARRETO, 2014). 
Não há previsão na lei federal brasileira acerca do assédio moral. No entanto, há, pelo 
menos, 11 projetos de lei atualmente tramitando no Congresso Nacional sobre o tema. A 
jurisprudencia brasileira, comentada por Coelho (2009), define o seguinte: 
“ASSÉDIO MORAL. RESCISÃO INDIRETA DO CONTRATO DE TRABALHO. 
Define-se o assédio moral - ou mobbing - como a atitude abusiva, de índole 
psicológica, que ofende repetidamente a dignidade psíquica do indivíduo, com o 
intento de eliminá-lo do ambiente laboral. Provando-se que os prepostos do 
empregador arquitetaram um plano para que o trabalhador, diante da perseguição de 
seus superiores, pedisse demissão ou cometesse algum deslize apto a atrair a 
aplicação do art. 482 da CLT, resta configurado o comportamento empresarial 
causador do assédio moral e da rescisão indireta do contrato de trabalho. Recurso 
conhecido e desprovido. PROC 00687-2006-002-10-00-5 RO - AC 3ª T - 10ª 
REGIÃO - Grijalbo Fernandes Coutinho - Juiz Relator. DOE/SP de 11/05/2007 - 
(DT – Julho 2007 – vol. 156, p. 91).” 
 
Segundo Caixeta (2005, apud. COELHO, 2009), cerca de 40% dos trabalhadores 
brasileiros estão sugeitos a sofrerem violência moral. Muitos são os exemplos de assédio 
moral nas relações de trabalho, as causas e tipos desta violência serão tratados a seguir. 
2.2. CAUSAS DO ASSÉDIO MORAL E PRINCIPAIS TIPOS DA PRÁTICA 
NO AMBIENTE DE TRABALHO. 
 
O direito do trabalho vem protegendo os trabalhadores que sofrem o Assédio Moral, 
embora ainda não seja contemplado na legislação trabalhista, o entendimento é de que o 
trabalhador que sofre esse tipo de assédio deve ser indenizado, até mesmo como forma de 
coibir novos casos. (CAPELARI, 2010) 
O assédio moral conta com algumas estratégias do agressor, definidas no guia 
trabalhista como: 
● Escolher a vítima e isolar do grupo. 
● Impedir de se expressar enão explicar o porquê. 
● Fragilizar, ridicularizar, inferiorizar, menosprezar em frente aos pares. 
● Culpabilizar/responsabilizar publicamente, podendo os comentários de sua 
incapacidade invadir, inclusive, o espaço familiar. 
 
 
 
 
● Desestabilizar emocional e profissionalmente. A vítima gradativamente vai perdendo 
simultaneamente sua autoconfiança e o interesse pelo trabalho. 
● Destruir a vítima (desencadeamento ou agravamento de doenças pré-existentes). A 
destruição da vítima engloba vigilância acentuada e constante. A vítima se isola da 
família e amigos, passando muitas vezes a usar drogas, principalmente o álcool. 
● Livrar-se da vítima que são forçados/as a pedir demissão ou são demitidos/as, 
frequentemente, por insubordinação. 
● Impor ao coletivo sua autoridade para aumentar a produtividade. 
Segundo cartilha da NUCODIS (núcleo de combate à discriminação e promissão da 
igualdade de oportunidades) o assédio moral caracteriza-se por algumas condutas comuns, 
como: 
● instruções confusas e imprecisas ao(à) trabalhador(a); 
● dificultar o trabalho; 
● atribuir erros imaginários ao(à) trabalhador(a); 
● exigir, sem necessidade, trabalhos urgentes; 
● sobrecarga de tarefas; 
● ignorar a presença do(a) trabalhador(a), ou não cumprimentá- lo(a) ou, ainda, não lhe 
dirigir a palavra na frente dos outros, deliberadamente; 
● fazer críticas ou brincadeiras de mau gosto ao(à) trabalhador(a) em público; 
● impor horários injustificados; 
● retirar-lhe, injustificadamente, os instrumentos de trabalho; 
● agressão física ou verbal, quando estão sós o(a) assediador(a) e a vítima; 
● revista vexatória; 
● restrição ao uso de sanitários; 
● ameaças; 
● insultos; 
● isolamento. 
Dentre diversas discussões, Capelari (2010) explica que o assédio moral geralmente é 
direcionado do detentor do poder, superior hierárquico – muitas vezes o gerente, supervisor, 
diretor – ao seu subordinado. É certo que esta é a hipótese mais recorrente, mas casos 
diferenciados ocorrem também de forma rotineira e são reconhecidos como espécies típicas 
de assédio. 
O autor ainda identifica três espécies básicas de assédio moral: o assédio moral 
vertical, o assédio moral horizontal ou o assédio misto. 
 
 
 
 
 Assédio moral vertical: Esta espécie de Assédio ocorre de duas formas. A uma quando 
praticado pelo hierarquicamente superior visando atingir o seu subordinado, conhecido 
como vertical descendente. A outra, quando praticado pelo hierarquicamente inferior, 
com o intuito de assediar o seu superior, denominado se vertical ascendente. 
 
 A primeira forma – assédio vertical descendente onde o superior 
hierárquico pressiona o empregado. É muito comum até pelo poder diretivo, 
disciplinar, fiscalizatório inerente à empresa que é repassado aos seus prepostos. O 
problema é o abuso no uso dessas prerrogativas, como por exemplo deixar um 
empregado sem trabalho ou sem equipamentos de trabalho, dar-lhe uma tarefa difícil 
e procurar os erros que tenha cometido para depois demiti-lo por essa falha, dentre 
outros. 
 A segunda forma – assédio vertical ascendente. É, a título de exemplo, 
o caso da secretária que sabe de algum fato errado praticado pelo seu chefe e passa a 
assediá-lo de forma que ele faça suas vontades sob pena de ela o entregar. Vale 
lembrar que esse tipo de assédio, onde a vítima é o superior hierárquico, pode ocorrer 
tendo como agressor não só um, mas vários funcionários ao mesmo tempo. 
“É a cumplicidade de todo um grupo para se livrar de um superior hierárquico que 
lhe foi imposto e que não é aceito. É o que acontece com freqüência na fusão ou 
compra de um grupo industrial por outro. Faz-se um acordo relacionado à direção 
para ‘misturar’ os executivos vindos de diferentes empresas, e a distribuição dos 
cargos é feita unicamente por critérios políticos ou estratégicos, sem qualquer 
consulta aos funcionários. Estes, de um modo puramente instintivo, então se unem 
para se livrar do intruso” (HIRIGOYEN, 2002, p. 116). 
 
 Assédio moral horizontal: O assédio horizontal é aquele praticado entre 
sujeitos que estão no mesmo nível hierárquico, inexistindo entre eles relações de 
subordinação. Nesta situação, a vítima se vê diante de circunstâncias em que seus pares são os 
agressores. Existem os mais variados motivos para esse tipo de assédio: busca de uma 
promoção, intolerância religiosa, ética, política, discriminação sexual, dentre outros. Essa 
espécie de assédio lembra muito a figura do Bullying (no Brasil usado também como 
sinônimo de Assédio Moral). E o que se tem notado é que as empresas observam esse tipo de 
assédio e se mantêm inertes acreditando que esse tipo de assédio estimula a produtividade, 
porém estas tem responsabilidade pelo ocorrido. 
 
 
 
 
 Assédio moral misto: O assédio moral misto exige a presença de pelo menos 
três sujeitos: o assediador vertical, o assediador horizontal e a vítima. Neste caso, o assediado 
é atingido por todos, superior e colegas. A agressão terá um ponto de partida que pode ser do 
superior ou dos colegas, mas com o decorrer do tempo tenderá a se generalizar. É o caso do 
superior que começa a excluir um empregado e os outros empregados ou por medo ou por 
quererem se posicionar ao lado do superior, adotam a mesma posição. A vítima passa a ser 
culpada por tudo de errado na empresa. Os “espectadores” do assédio normalmente passam a 
agir ou a se omitir, contribuindo para o resultado pretendido pelo agressor originário. Dentro 
das empresas a vítima é conhecida como “Bode Espiatório”. 
 
2.3. COMO IDENTIFICAR ASSEDIADORES E ASSEDIADOS 
 
O estudo realizado pelo NUCODIS, que resultou em uma cartilha explicativa sobre o 
assunto, traçou o perfil mais comuns das vítimas de assédio moral: 
 trabalhadores com mais de 35 anos; 
 os que atingem salários muito altos, não se curvam ao autoritarismo nem se deixam 
subjugar e são mais competentes que o agressor; 
 saudáveis, escrupulosos e honestos, perfeccionistas, não hesitam em trabalhar nos 
finais de semana, ficam até mais tarde e não faltam ao trabalho mesmo quando 
doentes; 
 pessoas que têm senso de culpa muito desenvolvido e aqueles que vivem sós; 
 pessoas que estão perdendo a cada dia a resistência física e psicológica para suportar 
humilhações; portadores de algum tipo de deficiência ou problemas de saúde; 
 os que têm crença religiosa ou orientação sexual diferente daquele que assedia; 
 os que têm limitação de oportunidades por serem especialistas; 
 homens em um grupo de mulheres e mulheres em um grupo de homens; 
Com relação às mulheres, acrescentam-se ainda: 
 as casadas, grávidas ou as que têm filhos pequenos; 
Além dos trabalhadores acima citados, pode-se ainda destacar o “assédio moral” 
vivenciado pelos egressos do sistema prisional. 
 
 
 
 
Quanto ao perfil dos assediadores, este mesmo material destaca alguns exemplos, 
como: 
 um superior (chefe) agride um subordinado. É a situação mais freqüente; 
 um colega agride outro colega; 
 um superior é agredido por subordinados. É um caso mais difícil de acontecer. A 
vítima vem de fora da empresa, tem uma maneira de exercer a chefia, que o grupo não 
aceita. Pode ser também um antigo colega, que é promovido a chefe, sem que o grupo 
tenha sido consultado. 
Baseada em observações Martha Halfeld Furtado de Mendonça Schmidt, em sua obra 
“O assédio moral no Direito do Trabalho” (1999, apud. NUCODIS, 2014) traçou alguns tipos 
esteriótipos de assediadores: 
 Profeta - para ele demitir é “grande realização”. Gosta de humilhar com cautela, 
reserva e elegância; 
 Pit-bull - humilha os subordinados por prazer. É agressivo, violento e até perverso no 
que fala e em suas ações; 
 Troglodita - é aquele que sempre tem razão; 
 Tigrão - quer ser temido para esconder sua incapacidade e necessita de público para 
sentir-se respeitado. 
 Mala-babão - é um “capataz moderno” que controla e persegue os subordinados com“mão de ferro”. 
 Grande irmão - finge ser amigo do trabalhador , mas depois de conhecer seus 
problemas particulares manipula - o na primeira oportunidade. 
 Garganta - vive contando vantagens e não admite que seus subordinados saibam mais 
que ele. 
 Tassea (“Tá se achando”) - É confuso e inseguro. Dá ordens contraditórias. Se são 
feitos elogios ao trabalho, está sempre pronto para recebê-los; contudo, se é criticado, 
coloca a culpa nos subordinados. 
 
 
 
 
 
 
2.4. AS CONSEQUÊNCIAS DO ASSÉDIO MORAL PARA A ORGANIZAÇÃO 
E PARA O ASSEDIADO. 
2.4.1. CONSEQUÊNCIAS NO ÂMBITO ORGANIZACIONAL 
 
Apesar de não existir uma norma específica que identifique o assédio moral no 
trabalho, suas consequências recaem sobre os envolvidos, sobre o ambiente de trabalho e 
também sobre a empresa. 
 Uma das consequências deste comportamento de natureza perversa nas relações de 
trabalho, é em relação ao ambiente de trabalho. Tornando-se progressivamente insuportável 
de forma que a vítima quase sempre não tem outra escolha, senão afastar-se do trabalho, 
enquanto o agressor permanece no local (FONSECA, 2007, p.38). Na Constituição Federal, a 
tutela jurídica presente no art. 225, caput, 84 torna obrigatória a proteção do meio ambiente, 
pois o homem, para alcançar uma sadia qualidade de vida, precisa viver em um ambiente 
equilibrado (MELO, 2001,p. 13): 
“Art. 225 - Todos têm direito ao meio ambiente ecologicamente equilibrado, bem de 
uso comum do povo e essencial à sadia qualidade de vida, impondo-se ao Poder 
Público e à coletividade o dever de defendê-lo e preservá-lo para as presentes e 
futuras gerações. [...].” 
Violências prolongadas como o caso do assédio moral podem agravar o 
desenvolvimento do trabalho e o ambiente psicossocial do trabalho (LEYMANN, 1996). 
Algumas implicações organizacionais proporcionadas pelo assédio são apresentadas por Hoel, 
Sparks e Cooper (2001) e Hoel, Einarsen e Cooper (2003): 
 
 
 
 
 
Efeitos organizacionais 
Absenteísmo Perda de habilidade 
Rotatividade de pessoal (turnover) Enfraquecimento da adesão a organização 
Redução da produtividade e desempenho Aumento dos custos devido ao absenteísmo 
Perda de equipamento e produção Aposentadoria prematura 
Queda na qualidade do trabalho Custos de reposição de pessoal 
Erros e acidentes Eventual redução do valor da empresa 
Redução da atratividade de talentos no mercado em virtude da exposição negativa 
 
 
2.4.2. CONSEQUÊNCIAS EM RELAÇÃO À VÍTIMA 
 
 O desenvolvimento do assédio moral no trabalho causa efeitos nefastos sobre a saúde 
da vítima. A humilhação repetida e prolongada no ambiente de trabalho constitui um risco 
invisível, porém concreto nas relações de trabalho e na saúde dos trabalhadores. É que se 
tornou prática costumeira nas empresas onde há menosprezo a indiferença pelo sofrimento 
dos trabalhadores que, mesmo adoecidos, continuam a trabalhar. Isso revela uma das mais 
poderosas formas de violência sutil nas relações organizacionais. (BARRETO, 2001). 
 Os distúrbios psicossomáticos, embora não haja uma definição científica para o termo, 
representam problemas físicos que aparecem normalmente por influência de fatores 
psicológicos. Cansaço, nervosismo, demasia ou ausência de sono, enxaqueca, problemas 
digestivos, dores na coluna, gastrites, úlceras de estômago, hiper ou hipotensão arterial, 
doenças de pele, pequenos incômodos na saúde, vertigens, são alguns distúrbios considerados 
psicossomáticos. 
 A depressão é uma conseqüência que surge no assediado a partir da prática prolongada 
do assédio moral. Ela é considerada por profissionais da área médica como uma patologia que 
deve ser tratada a partir do uso de medicação recomendada. Sintomas da depressão atingem a 
mente e corpo da pessoa e provoca mudanças consideráveis no comportamento, afetividade, 
ânimo e 53 energia. “Mas, se o assédio moral se prolonga por mais tempo ou recrudesce, um 
 
 
 
 
estado depressivo mais forte pode se solidificar. A pessoa assediada apresenta então apatia, 
tristeza, complexo de culpa, obsessão e até desinteresse por seus próprios valores” 
(HIRIGOYEN, 2006, p. 159). 
O assédio moral proporciona a perda da vontade de trabalhar e o interesse pelo 
trabalho, desestabiliza o lado emocional a vítima, causando o surgimento de novos distúrbios 
e ainda o agravamento de doenças já existentes. 
 
 
 
 
 
3. Conclusão 
 
Como mostrado durante todo o trabalho, o Assédio Moral é uma realidade e deve ser 
levado em consideração pelas Empresas para que possam fazer suas adaptações, 
principalmente quanto à relação entre os empregados, pois certamente responderão pelo 
Assédio Moral realizado entre eles. Mesmo que não tenham conhecimento, serão as 
responsáveis pela composição dos danos causados à vítima, pois ‘deveriam’ estar cientes de 
todas as situações ocorridas dentro de seu estabelecimento ou seu campo de responsabilidade. 
Lembrando que posteriormente poderão ajuizar ação de regresso contra o agressor. 
O Assédio Moral também deve ser levado a sério pelos empregados, pois muitas vezes 
os empregadores confundem o poder diretivo e disciplinar com abuso de poder, e os 
empregados não são obrigados a tolerar situações que vão além de suas obrigações. Mas 
infelizmente os empregados normalmente não sabem que estão sendo vítimas de Assédio 
Moral, pensam que faz parte de sua atividade tolerar situações humilhantes. 
 
 
 
 
 
Referências 
 
ALMEIDA, Dayse Coelho De. Jurisprudência comentada - Assédio Moral. In: Âmbito 
Jurídico, Rio Grande, XII, n. 64, maio 2009. Disponível em: <http://www.ambito-
juridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=6224>. Acesso em 
nov 2015. 
BARRETO, Margarida. Assédio moral: Trabalho, doenças e morte. In: SEMINÁRIO 
COMPREENDENDO O ASSÉDIO MORAL NO AMBIENTE DE TRABALHO, 1., 2013, 
São Paulo. Anais... . São Paulo: Fundacentro, 2013. p. 13 - 26. Disponível em: 
<http://www.sintrajud.org.br/userfiles/cartilha_artigos_fundacentro(1).pdf>. Acesso em: 10 
nov. 2015. 
NÚCLEO DE COMBATE À DISCRIMINAÇÃO E PROMOÇÃO DA IGUALDADE DE 
OPORTUNIDADES - NUCODIS. Assédio Moral no Local de Trabalho. Disponível em: 
<http://sinpolma.org.br/wp-content/uploads/2014/04/cartilha-assedio-moral.pdf>. Acesso em: 
10 nov. 2015. 
CAPELARI, L. S. T. O assédio moral no trabalho e a responsabilidade da empresa pelos 
danos causados ao empregado . In: Âmbito Jurídico, Rio Grande, XII, n. 71, dez 2009. 
Disponível em: 
<http://www.ambitojuridico.com.br/site/index.php?n_link=revista_artigos_leitura&artigo_id=
6668>. Acesso em nov 2015.

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