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CURSO DE FORMAÇÃO CONTINUADA PARA AS EQUIPES GESTORAS MÓDULO II - GESTÃO DE ENSINO EIXO V - DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DO ALUNO Eixo V: Desenvolvimento Integral do Aluno Carga horária: 15h Competência: Compreender o desenvolvimento global do aluno, utilizando práticas que oportunizem e fortaleçam suas potencialidades, na implementação de uma Educação Integral, conforme preconiza a BNCC. Habilidades: • Reconhecer o desenvolvimento integral de crianças e adolescentes em período escolar; • Identificar o ambiente escolar como um espaço estratégico e privilegiado para o crescimento saudável e integral do aluno; • Desenvolver práticas de Educação Integral baseadas em conhecimentos científicos sobre o desenvolvimento humano. O EIXO DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DO ALUNO ESTÁ ORGANIZADO EM DUAS AULAS Aula I Aula II 1. Introdução ao desenvolvimento humano; 2. As transformações do cérebro ao longo do desenvolvimento; 3. Os principais marcos do desenvolvimento: cognitivos, emocionais, sociais, morais e psicossexuais esperados para crianças e adolescentes em idade escolar. 1. Saúde mental e emocional (BNCC) e educação; 1.1 Saúde mental na escola; 1.2 Problemas e transtornos mentais: o papel da escola e dos educadores; 1.3 Problemas de comportamento em crianças e adolescentes: internalizantes e externalizantes; 1.4 Como as competências socioemocionais promovem saúde mental. QUEM SOMOS Maria do Socorro Onofre Maia Licenciada em Letras Vernáculas – UFAC; Especialista em Língua Portuguesa e Ensino – UFAC; Técnica Pedagógica na Divisão de Formação e Aperfeiçoamento dos Servidores da Secretaria de Educação, planeja, coordena, executa, monitora e avalia diferentes estratégias de formação continuada para os servidores da educação pública estadual do Acre. Maria Irteni do Nascimento Nunes Psicóloga, CRP-24/02537 Pedagoga - UNB Especialista em Avaliação Psicológica Clínica; Técnica no Núcleo de Psicologia Escolar e Educacional – SEE: planeja e realizar projetos e ações na área da Psicologia Educacional e Escolar. Este é um espaço para compartilhar informação sobre o extraordinário e complexo processo do desenvolvimento humano, as transformações do cérebro e os seus principais marcos, ao longo do período escolar. O módulo II visa auxiliar os membros da equipe gestora nos assuntos referentes aos desafios da gestão do ensino. Assim, o foco do Eixo V - Desenvolvimento Integral do Aluno está voltado ao diálogo, em como o conhecimento científico sobre o desenvolvimento humano, em suas múltiplas dimensões, pode contribuir para a efetivação do direito do aluno à educação integral, tal como é preconizado na BNCC. Que este seja um espaço de (re)significação de conhecimentos e saberes já experimentados na sua prática escolar, bem como a (re)afirmação dos princípios de desenvolvimento humano, pautados na totalidade da condição humana. Para início de análise, é importante que você faça uma revisão de alguns dos conceitos definidos nos documentos de referência da Educação Brasileira, no que concerne à formação plena dos estudantes. Para isso, acesse ao Quiz. SEJA BEM-VINDO! Quiz http://ead.see.ac.gov.br/mod/resource/view.php?id=2069 http://ead.see.ac.gov.br/mod/resource/view.php?id=2069 EIXO V DESENVOLVIMENTO INTEGRAL DO ALUNO AULA I Qual estudante queremos formar? A BNCC estabelece que deve-se promover a formação e o desenvolvimento humano global dos estudantes, o que significa orientar-se por uma concepção de Educação Integral, que indica o desenvolvimento em todas as suas dimensões: intelectual, física, emocional, social e cultural. Seguindo esse direcionamento, torna-se necessário expandir o olhar para o complexo e desafiador processo que é crescer. Para início de conversa! ➢ Em sua experiência como educador, você já foi levado a refletir como ocorre a maturação cerebral? ➢ Você sabia que ela está relacionada com o desenvolvimento de habilidades cognitivas, emocionais e sociais? ➢ Sabia que existem intervalos de tempo em que a pessoa pode aprender determinadas habilidades, de forma mais eficiente, por corresponder a um período de pico de amadurecimento cerebral? PROBLEMATIZAÇÃO Anote suas reflexões em seu caderno de registro! No decorrer da aula, você terá a oportunidade de retomar, confirmar e/ou aprofundar suas impressões. Respeitando a extensão e as diversas abordagens do tema Desenvolvimento Humano Integral, será utilizada como referência básica para esta aula o capítulo 7, do livro Saúde Mental na Escola: o que os educadores devem saber, organizado por Gustavo M. Estanislau e Rogrigo Bressan. Visitaremos informações que mostram como a maturação cerebral está relacionada com o desenvolvimento de habilidades cognitivas, emocionais e sociais; e como todos esses processos estão associados a períodos de reorganização do cérebro. Abordaremos os marcos do desenvolvimento esperados para o período escolar, especialmente, os aspectos cognitivos, emocionais, sociais, morais e psicossexuais. O desenvolvimento global depende concomitante da interação entre fatores biológicos, como carga genética e o ambiente, que podem ser facilitadores ou um inibidores para o desabrochar das habilidades humanas. ESTANISLAU, G M; BRESSAN, R A. Saúde Mental na Escola: o que os educadores devem saber. São Paulo: Artimed, 2014. DESENVOLVIMENTO ESPERADO NO PERÍODO ESCOLAR Apesar de cada um dos marcos amadurecerem de forma independente, o sucesso ou o fracasso de um deles pode influenciar na evolução dos demais. Desenvolvimento Humano É um processo complexo de transformação que tem início na concepção e continua até o final da vida. Estudos na área nos dão a oportunidade de conhecer e estimular o crescimento saudável dos estudantes. Durante sua trajetória, observa-se – marcos do desenvolvimento – que, mesmo admitindo variações de uma pessoa para outra, permite uma compreensão global e esquematizada dessas transformações. (ESTANISLAU; BRESSAN, 2014) É importante considerar que ao chegar à Educação Básica, o estudante já percorreu importantes marcos do desenvolvimento, os quais não iremos tratar aqui. Indicamos o documentário “O Começo da Vida”, como um convite à reflexão sobre os primeiros anos de vida. É possível baixar o arquivo deste filme para sessões Videocamp. Também disponível na Netflix. Veja o trailer, com um clique aqui. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=1eSj8YiMAPE&t=30s https://www.youtube.com/watch?v=1eSj8YiMAPE https://youtu.be/1eSj8YiMAPE O CÉREBRO AO LONGO DO DESENVOLVIMENTO A questão genética versus ambiente Genética e Ambiente O ambiente desenvolve ou inibe o que se herda; tem o papel de “esculturar” o cérebro. Transformações Cerebrais Aperfeiçoamento do sistema sensorial, motor e cognitivo. . Amadurecimento Cerebral Foco, compreensão, linguagem, vida social. No nascimento, temos mais neurônios Bebês estabelecem bilhões de conexões. Extraído de The Post-Natal Development of the Human Cerebral Cortex, vol, 1, de J. L. Conel (Cambridge: Havard University Press, 1939). As conexões são e não são utilizadas “Poda” e reforço - gerando redes de comunicação neural. Mielinização - revestimentos neuronais. Observe as imagens e relacione-as às informações desta aula. REORGANIZAÇÃO CEREBRAL Há períodos em que as conexões, “podas” e mielinização ocorrem com mais intensidade (PICOS) - Períodos de aquisição de habilidades. Lógica de sequência do processo de maturação – o mais básico possibilita o mais complexo. Há um período de amadurecimento das funções executivas – capacidade de planejamento, autocontrole, raciocínio (observe a imagem, ao lado, direção do amadurecimento cerebral). Lobos cerebrais, funções e direção do amadurecimento cerebral ESTANISLAU, G. M.; BRESSAN, R. A. Saúde Mental na Escola: o que os educadores devem saber. São Paulo: Artimed, 2014. O cérebro humano apresenta uma propriedade fantástica chamada plasticidade cerebral, que é a capacidade de modificarsua estrutura perante experiências de vida (boas ou más) e, assim, possibilitar a aprendizagem. O vídeo A Plasticidade Cerebral, da Dr. Adriana Foz, explica de maneira simples, como isso acontece. Assista no link: https://www.youtube.com/watch?v=TJdn4QjFYi8 https://www.youtube.com/watch?v=TJdn4QjFYi8 https://www.youtube.com/watch?v=TJdn4QjFYi8 O QUE É PERÍODO SENSÍVEL PARA O DESENVOLVIMENTO CEREBRAL? Imagine o papel que o ambiente escolar desempenha sobre o desenvolvimento cerebral de um indivíduo, um vez que boa parte do processo de “estruturação” do cérebro, acontece até o fim da adolescência. Quais reflexões essas informações despertam em você? Picos de amadurecimento cerebral São intervalos em que a pessoa pode aprender determinada habilidade de forma mais eficaz. São caracterizados por elevadas taxas de aprendizagem, bem como pela durabilidade das conexões que são formadas. Depois de um período sensível, a aprendizagem pode acontecer, mas de forma menos eficaz. Nos próximos slides, faremos uma breve revisão dos marcos do desenvolvimento humano para os anos escolares, mas antes, assistam à palestra Saúde Mental na Escola: uma conversa sobre prevenção (35min), do Prof. Dr. Arthur A. Berberian Neuropsicólogo, Doutor em Psiquiatria e Psicologia Médica pela Universidade Federal de São Paulo. Clique aqui para assistir. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dAu3b4pVXHE. https://www.youtube.com/watch?v=dAu3b4pVXHE https://www.youtube.com/watch?v=dAu3b4pVXH https://www.youtube.com/watch?v=dAu3b4pVXHE MARCOS COGNITIVOS: DOS 6 AOS 8 ANOS Com o amadurecimento gradual do lobo frontal do cérebro, a criança desenvolve mais autocontrole, que ajuda a respeitar melhor as regras de convívio social e a fazer novas amizades. Período de consolidação das habilidades básicas de leitura, escrita e aritmética. Memória e atenção Com a evolução do autocontrole aprende a direcionar sua atenção aumentando sua capacidade de memorização. Orientação tempo-espaço Dos 7 aos 8 anos desenvolve-se maior orientação espacial e temporal. Passando a antever melhor e esperar por intervalos curtos de tempo, mas os mais extensos ainda podem ser difíceis de assimilar..Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/28654718. MARCOS COMPORTAMENTAIS E SOCIOEMOCIONAIS: DOS 6 AOS 8 ANOS Comportamento Aprendem a esperar por uma recompensa, enquanto se engajam em outra atividade. Aumento da autorreflexão. Em parte, isso é facilitado pela observação de colegas. Desenvolvimento emocional A fase de alfabetização é um período crucial para o desenvolvimento da autoestima. Esse é o momento em que as crianças começam a se comparar; sua autoestima é posta à prova, ficando muito sensíveis às críticas. As comparações devem ser evitadas. Desenvolvimento social A maturação social evolui, direcionam mais atenção para os amigos e passam a ter uma percepção mais clara de suas qualidades e defeitos. Desenvolvimento psicossexual Nessa fase apresentam tendência a se identificar com pessoas do mesmo sexo, embora possam ter amizades com o sexo oposto. (ESTANISLAU; BRESSAN, 2014) Crianças de 6 a 8 anos ainda não conseguem memorizar várias coisas ao mesmo tempo. Nessa idade passa a conseguir relembrar situações que viveu, utilizando-se de elementos centrais dos acontecimentos, em especial aqueles que atingiram as emoções. Quando estabelecemos um planejamento a longo prazo para uma criança dessa idade (preparação para uma atividade com muita antecedência), é possível que os resultados não sejam os melhores. Lembre-se que as capacidades ainda não consolidadas são “portas abertas” para estímulos. Por exemplo, o caso do estímulo à orientação espacial, podemos utilizar, como estratégia, incentivar a criança a plantar um pé de feijão e registrar o tempo de seu crescimento. (ESTANISLAU; BRESSAN, 2014) E você, cursista, em sua atuação, está atento e reconhece sinais daquilo que é esperado para o desenvolvimento do estudante? Pondera aquilo que pode ser apreendido, e o que ainda não é o momento de acontecer? MARCOS COGNITIVOS: DOS 9 AOS 11 ANOS Nessa idade, a criança direciona cada vez mais o foco da atenção de si para os outros, passa a compreender o que o outro pensa, sente e se comporta de maneiras diferentes da sua. O jovem passa a se autodefinir como competente ou não com relação aos seus desafios. MARCOS COGNITIVOS ➢ Memória e atenção: seguem aumentando. A criança entrando na puberdade já é capaz de lembrar de várias coisas ao mesmo tempo, seguir instruções e fazer relatos mais ricos. ➢ Resolução de problemas: o pensamento torna-se mais criativo. Desenvolve a metacognição e, por meio do autocontrole cognitivo, pode monitorar melhor seus pensamentos e ações. O Padrão de pensamento segue sendo concreto. ➢ Linguagem: a expansão do vocabulário, passa a ser mais espontânea; aprende a modificar o tema da conversa. Que tal convidar sua equipe para juntos assistirem ao mais novo capítulo do documentário “O começo da vida 2. Lá fora”? Educadores podem assistir de graça na plataforma VIDEOCAMP. Disponível na Netflix. Veja ao trailer aqui. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=Je1CK3WqTFY https://www.youtube.com/watch?v=Je1CK3WqTFY https://www.youtube.com/watch?v=Je1CK3WqTFY https://www.youtube.com/watch?v=Je1CK3WqTFY https://www.youtube.com/watch?v=Je1CK3WqTFY Desenvolvimento social O grupo de amigos começa a ser tão importante quanto a família. Passam a se interessar pelos pensamentos e sentimentos dos outros. MARCOS COMPORTAMENTAIS E SOCIOEMOCIONAIS DOS 9 AOS 11 ANOS Desenvolvimento psicossexual A curiosidade sexual aumenta, à medida que o amadurecimento físico avança. Os interesses românticos e sexuais podem começar a se desenvolver, embora só se tornem evidentes na puberdade. Desenvolvimento emocional Acontece o refinamento de emoções mais complexas, como orgulho, vergonha e culpa, com isso os comportamentos que surgem como respostas às emoções tendem a serem mais adequados. Nessa fase a autoestima se baseia na autopercepção de competências, no retorno de outras pessoas e na identificação com os adultos. Desenvolvimento Moral Leis e regras são vistas como mais flexíveis ou negociáveis e passam a se sustentar pelo senso de justiça e da autoconsciência, não mais pelo medo de punição externa. O senso de moral e ética, ou seja, a percepção interna do que é certo e errado passa por um refinamento. (ESTANISLAU e BRESSAN, 2014) Nessa idade, acontece importante avanço na compreensão e na regulação das emoções. Veja o que dizem alguns especialistas: Compreender e regular suas próprias emoções contribui para a competência social da criança, ou seja, para a sua capacidade de se dar bem com os outros (Denham et al.,2003) e ajuda a criança a orientar seu comportamento e falar sobre seus sentimentos (Laible & Thompson 1998). A compreensão das emoções lhe permite controlar o modo como demonstra seus sentimentos e ser sensível ao que os outros sentem (Garner & Power, 1996). O FILME DIVERTIDA MENTE Você, que já viu o filme, o que achou? Se não viu, tem que ver!!!. O filme aborda, de forma divertida e cheia de resoluções de algo fundamental para nossas vidas e para aprendizagem, as emoções. A história se passa dentro da cabeça da garotinha Riley, de onze anos, e também fora dela, com todas as questões que circundam sua vida e de sua família. As personagens do filme, que ocupam a sala de comando da sua mente, são as emoções básicas Alegria, Tristeza, Medo, Nojo e Raiva. Veja o trailer em https://www.youtube.com/watch?v=LSpeM7G4zfY https://www.youtube.com/watch?v=LSpeM7G4zfY https://www.youtube.com/watch?v=LSpeM7G4zfY https://www.youtube.com/watch?v=LSpeM7G4zfY https://www.youtube.com/watch?v=LSpeM7G4zfY A puberdade é a fase do desenvolvimento humano caracterizado pelo amadurecimento dos órgãos sexuais. Costuma iniciar-se mais cedo para as meninas (8 a 13 anos) do que para os meninos (9 a 14 anos).A puberdade dá início ao que chamamos de adolescência. Segundo Goldstein e Naglieri (2011), a adolescência é um estágio da vida que liga a infância à idade adulta. Um período de transição caracterizado por mudanças biológicas, cognitivas e psicossociais significativas, que tem seu início marcado pela puberdade e, sua conclusão, na segunda década de vida, quando assumimos plenamente um papel adulto. Fase inicial A puberdade acentua as respostas emocionais, a busca por sensações e a orientação para recompensas. Fase intermediária Período de maior vulnerabilidade para assumir comportamento de risco e problemas na regulação do afeto e do comportamento. Fase tardia A maturação do lobo frontal aumenta a capacidade de autorregulação e gerenciamento. Fonte: STEINBERG (2005). Os principais eventos ao longo da adolescência. DOS 12 AOS 18 ANOS: DA PUBERDADE À INDEPENDÊNCIA MARCOS COGNITIVOS: DOS 12 AOS 18 ANOS O princípio da justiça e da equidade O raciocínio crítico mais aguçado traz à tona esses princípios. Por isso, é comum que adolescentes fiquem apontando falhas entre o que o adulto fala e o que o adulto faz. Autoconsciência e egocentrismo Devido a diversas mudanças externas e internas, sentem- se constantemente em evidência, o que pode levar a preocupações demasiadas. Há acréscimo de autoconsciência e um avanço da metacognição (capacidade de monitorar e autorregular os processos cognitivos). Esse é um período em que se pensa demais em si mesmo. Linguagem O vocabulário vai tornando-se mais abstrato e complexo, possibilitando o uso da ironia e do sarcasmo. Verifica-se o aumento da capacidade de realizar cálculos matemáticos complexos. Orientação tempo-espaço Até os 14 anos, a tendência é de fazer planos no aqui e agora. Como o tempo é capaz de planejamentos voltados para o futuro próximo; e só depois, passa a fazer planos a longo prazo. Resolução de problemas A capacidade de entender conceitos abstratos e constituir hipóteses se estabelece. Esse novo “poder” precisa ser testado, o que pode gerar deliciosos debates, amistosos ou grandes situações de conflitos. Memória e atenção Já existe uma boa maturação de áreas ligadas ao raciocínio complexo e o surgimento de competências intelectuais, embora o funcionamento pleno do lobo frontal não seja igual ao que se espera em uma pessoa adulta. Desenvolvimento psicossexual O sexo passa a ser uma maneira acessível de se sentir estimulado. A privacidade torna-se importante. Em relação ao corpo, passam a experimentar sensações bastante divergentes. São “bombardeados” por mudanças desconcertantes. Esse é um período em que costumam se perguntar se são “normais” (do ponto de vista mental e físico). Com o tempo, desenvolvem uma identidade sexual mais sólida. MARCOS COMPORTAMENTAIS E SOCIOEMOCIONAIS DOS 12 AOS 18 ANOS A construção da identidade A identidade se estrutura conforme vai desenvolvendo um autoconceito, e definindo sua autoestima, que é o que a pessoa sente a respeito do seu autoconceito. Desenvolvimento social A necessidade de aprovação aumenta e junta-se à busca por uma identidade própria. Há todo um investimento para pertencer a um grupo que gosta basicamente das mesma coisas. A partir dos 16, as “panelinhas” passam a ser mais diversificadas. Estudos demostram a importância que pais e professores participativos tendem a influenciar, de forma positiva, para que o adolescente possa atravessar suas experimentações de forma saudável. Desenvolvimento emocional Senso de identidade mais claro. Afasta-se dos pais e aproxima-se de seus grupos. Humor irritável e oscilatório. Nessa fase, as emoções ainda são processadas pela amígdala (estrutura cerebral ativada em relação ao medo e a raiva), posteriormente são transferidas para a região mais frontal do cérebro, ligada ao auto controle. Desenvolvimento moral Ideias e ídolos se estabelecem. O adolescente mais jovem costuma testar limites, sentindo-se frequentemente injustiçado. (ESTANISLAU e BRESSAN, 2014) Os cientistas que estudam como as pessoas se desenvolvem, embora não tenham todas as respostam, já nos presentearam com muita informação que pode nos possibilitar reflexão acerca do nosso fazer e a praticar uma educação mais respeitosa. Ao consideramos que ➢a infância e a adolescência são períodos durante o qual o cérebro passa por mudanças significativas de grande importância para a constituição do ser humano; ➢o desenvolvimento de habilidades cognitivas, emocionais e sociais estão relacionadas a essas mudanças; os processos de aquisição de conhecimento, de si mesmo o do mundo, acontecem ao mesmo tempo; ➢a existência dos marcos do desenvolvimento humano, ou seja, os intervalos de tempo em que a pessoa pode aprender determinadas habilidades de forma mais eficiente e duradoura, são flexíveis, pois existem diversos fatores que podem determinar um padrão de desenvolvimento um pouco mais precoce ou tardio, sem que isso reflita um problema. Esperamos ter contribuído para ampliar sua compreensão sobre desenvolvimento integral do estudante e que as informações aqui compartilhada, possam favorecer ações que implementem a educação integral em sua escola. É importante lembrá-los que, nesta aula, fizemos apenas um pequeno recorte do complexo processo do desenvolvimento humano, priorizando dos 6 aos 18 anos, que correspondem aos anos referentes à Educação Básica. SÍNTESE CONSIDERAÇÕES FINAIS Chegamos ao final da nossa primeira aula! Desejamos que os assuntos discutidos até aqui tenham acrescentado ao seu olhar, como educador, em tempos de grandes transformações. Esperamos que este tema possa ser debatido em seus grupos de estudos, promovendo a ampliação das reflexões propostas aqui. Como vimos, os complexos processos do desenvolvimento das nossas crianças estão diretamente comprometidos com o ambiente que nós, adultos, proporcionamos. E como você tem se relacionado consigo mesmo? Com seu ambiente de trabalho? Com a sua fase de desenvolvimento? Pensar a educação integral também pode ser um convite a autoeducação. Despedimo-nos da aula I, com a indicação do documentário Nunca me Sonharam. Nele, os valores da educação são colocados em reflexão por meio das vozes de estudantes, gestores, professores e especialistas. Os educadores podem assistir na plataforma VIDEOCAMP. Equipe gestora, Organize sua sessão e clique aqui para assistir. https://vimeo.com/embed-redirect/217723625?embedded=true&source=video_title&owner=12512957 https://vimeo.com/embed-redirect/217723625?embedded=true&source=video_title&owner=12512957 REFERÊNCIAS ESTANISLAU, G. M.; BRESSAN, R. A. Saúde Mental na Escola: o que os educadores devem saber. São Paulo: Artimed, 2014. JACOWSKI, A. P. et al. Desenvolvimento Normal no Período Escolar. In: ETANISLAU, G. M.; BRESSAN, R. A. [orgs.] Saúde Mental na Escola: o que os educadores devem saber. Porto Alegre: Artmed, 2014. p. 81- 100. PAPALIA, D. E.; FELDMAN, R. D. (Colab.). Desenvolvimento Humano. 12. ed. Porto Alegre: AMGH Editora, 2013. BERBERIAN. A. A. Saúde Mental na Escola: uma conversa sobre prevenção”. Ginde Unifieo, 2015. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=dAu3b4pVXHE. Acesso em: 02 ago. 2021. FOZ, A. A Plasticidade Cerebral. Casa do Saber, 2016. Disponível em: https://www.youtube.com/watch?v=TJdn4QjFYi8. Acesso em: 30 julh. 2021. QUINO. Toda Mafalda. São Paulo: Martins Fontes, 2003. Disponível em: https://brainly.com.br/tarefa/28654718. Acesso em: 24 jul. 2021. DEPARTAMENTO DE FORMAÇÃO E ASSISTÊNCIA EDUCACIONAL Chefe: Lídia Maria Cavalcante Lima DIVISÃO DE FORMAÇÃO E APERFEIÇOAMENTO DOS SERVIDORES DA SEE Chefe: Leomar de Aguiar Mariano EQUIPE DE FORMADORES DA DIVISÃO Albanir da Silva Lebre Maia Ana Elisa Piedade Sodero Martins Ângela Maria Bastos de Albuquerque Cláudia Regina da Silva Dourado Luzenilda Macambira Gama da Silva Maria de Nazaré Bezerra Figueiredo Maria do Socorro D’Ávila de Oliveira Maria do Socorro Onofre MaiaMário Roberto Machado Torres Sebastiana Gama dos Santos ASSESSOR EM EaD Wanderson da Costa Damasceno ORGANIZAÇÃO/RESPONSÁVEIS PELO EIXO TEMÁTICO Maria do Socorro Onofre Maia Maria Irteni do Nascimento Nunes 25
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