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Alice Iris MedUfma TXV Eixo II Caso 3: Gravidez programada • Assim, a assistência pré-natal torna-se um momento privilegiado para discutir e esclarecer questões que são únicas para cada mulher e seu parceiro, aparecendo de forma individualizada, até mesmo para quem já teve outros filhos. Temas tabus, como a sexualidade, poderão suscitar dúvidas ou necessidade de esclarecimentos. • Maioria das questões que emerge no grupo de pré-natal: CONDIÇÕES PARA UMA ASSISTÊNCIA PRÉ- NATAL EFETIVA, DEVE-SE GARANTIR: I. Discussão permanente com a população da área, em especial com as mulheres, sobre a importância da assistência pré-natal na unidade de saúde e nas diversas ações comunitárias II.Identificação precoce de todas as gestantes na comunidade e o pronto início do acompanhamento pré-natal, para que tal se dê ainda no 1 trimestre da gravidez, sejam eles preventivos ou terapêuticos III. Sistema eficiente de referência e contrarreferência IV. Acompanhamento periódico e contínuo de todas as mulheres grávidas Fluxo de informações: • Cartão da gestante: instrumento de registro. Deve conter os principais dados de acompanhamento da gestação, os quais são importantes para a referência e contrarreferência • Ficha perinatal: instrumento de coleta de dados para uso dos profissionais da unidade. Deve conter os principais dados de acompanhamento da gestação, do parto, do recém-nascido e do puerpério • Mapa de registro diário: instrumento de avaliação das ações de assistência pré-natal. Deve conter as informações mínimas necessárias de cada consulta prestada O CALENDÁRIO DE ATENDIMENTO PRÉ- NATAL DEVE SER PROGRAMADO EM FUNÇÃO: • Idade gestacional na primeira consulta • Dos períodos mais adequados para a coleta de dados necessários ao bom seguimento da gestação • Dos períodos nos quais se necessita intensificar a vigilância, pela possibilidade maior de incidência de complicações • Dos recursos disponíveis nos serviços de saúde e da possibilidade de acesso da clientela aos mesmos • O intervalo entre as consultas deve ser de quatro semanas. Após a 36 semana, a De acordo com a Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, o pré-natal de baixo risco pode ser inteiramente acompanhado pela enfermeira user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Sublinhar user Sublinhar user Sublinhar Alice Iris MedUfma TXV gestante deverá ser acompanhada a cada 15 dias, visando à avaliação da PA, da presença de edemas, da altura uterina, dos movimentos do feto e dos bpm cardiofetais NÍVEIS DE EXECUÇÃO DA ASSISTENCIA PRE-NATAL • Agente Comunitário i. Realiza visitas domiciliares, orientando sobre os cuidados básicos de saúde e nutrição ii. Deve encaminhar a gestante ao serviço de saúde ou avisar ao enfermeiro ou ao médico de sua equipe, caso apresente algum sintoma iii. Orienta sobre a periodicidade das consultas, identifica situações de risco e encaminha para diagnóstico e tratamento iv. Realiza visitas no período puerperal, acompanha o processo de aleitamento, orienta sobre planejamento familiar • Auxiliar de enfermagem i. Orienta sobre a importância do pré-natal ii. Verifica peso, PA, anota no cartão da gestante iii. Fornece medicação, mediante receita médica iv. Aplica vacina antitetânica v. Participa de atividades educativas • Enfermeiro i. Orienta sobre a importância do pré-natal, vacinação, da amamentação, vacinação etc ii. Solicita exames de rotina e orienta tratamento conforme protocolo do serviço iii. Encaminha gestantes de risco para o médico iv. Realiza coleta de exame citopatológico v. Fornece o cartão da gestante devidamente atualizado a cada consulta • Médico i. Realiza a consulta de pré-natal, intercalando com o enfermeiro ii. Solicita exames e orienta tratamento iii. Orienta quanto aos fatores de risco iv. Realiza exame citopatológico v. Participa de grupos de gestantes e realiza visita domiciliar vi. Atende às intercorrências e encaminha as gestantes para a unidade de referência IMPORTÂNCIA DO PRÉ-NATAL DEVERÁ SER FORNECIDO PELO SERVIÇO DE SAÚDE: • Cartão da gestante com identificação preenchida e orientação sobre o mesmo • Calendário de vacinas e suas orientações • A solicitação de exames de rotina • As orientações sobre a sua participação nas atividades educativas • Agendamento de consulta médica para pesquisa de fatores de risco VANTAGENS • Permite identificar doenças que já estavam presentes no organismo, porém, evoluindo de forma silenciosa, como a Hipertensão Arterial, diabetes, doenças do coração, anemias, sífilis etc. • Detecta problemas fetais, como más formações user Sublinhar user Sublinhar user Sublinhar user Sublinhar user Sublinhar Alice Iris MedUfma TXV • Avalia aspectos relativos à placenta, possibilitando tratamento adequado PRINCIPAIS OBJETIVOS • Preparar a mulher para a maternidade, trazendo informações educativas sobre o parto e o cuidado da criança (puericultura) • Fornecer orientações essenciais sobre hábitos de vida e higiene pré-natal • Orientar sobre a manutenção do estado nutricional apropriado • Tratar das manifestações físicas próprias da gravidez • Tratar de doenças existentes • Orientar psicologicamente para enfrentamento da maternidade • É o primeiro passo para parto e nascimento humanizados e pressupõe a relação de respeito que os profissionais de saúde estabelecem com as mulheres durante o processo de parturição WEBPALESTRA Alice Iris MedUfma TXV GRAVIDEZ DE ALTO RISCO • Gestação de Alto Risco é “aquela na qual a vida ou a saúde da mãe e/ou do feto e/ou do recém-nascido têm maiores chances de serem atingidas que as da média da população considerada” • Uma vez encaminhada para acompanhamento em um serviço especializado em pré-natal de alto risco é importante que a gestante seja orientada a não perder o vínculo com a equipe de atenção básica ou Saúde da Família que iniciou o acompanhamento. Por sua vez esta equipe deve ser mantida informada a respeito da evolução da gravidez e tratamentos administrados à gestantes por meio de contrarreferência e de busca ativa das gestantes em seu território de atuação, por meio de visita domiciliar PLANEJAMENTO FAMILIAR • Dia Mundial de População 2008: Planejamento familiar foi o tema • Direito de todas as pessoas a escolher livre e responsavelmente sobre o número de crianças que desejam ter e o momento das gestações como direito humano fundamental • Para garantir esse direito, é preciso o efetivo acesso à métodos contraceptivos ou conceptivos para todas as pesas em idade reprodutiva • Estima-se que 68 mil mulheres morram todos os anos em decorrência de abortos inseguros e outros 5,3 milhões de mulheres fiquem com sequelas. Em todo o mundo cerca de 90% dessas mortes e user Sublinhar Alice Iris MedUfma TXV sequelas poderiam ser evitadas se as mulheres tivessem acesso a métodos efetivos de anticoncepcionais • De acordo com OMS, mais de 120 milhões de mulheres em todo o mundo desejam evitar a gravidez. Por isso, a lei Planejamento Familiar foi desenvolvida pelo Governo Brasileiro, com intuito de orientar e conscientizar a respeito da gravidez e da instituição familiar • O Estado Brasileiro, desde 1998, possui medidas que auxiliam no planejamento, como a distribuição gratuita de métodos anticoncepcionais. Já em 2007, foi criada a Política Nacional de Planejamento Familiar, que incluiu a distribuição de camisinhas, e a venda de anticoncepcionais, além de expandir as ações educativas sobre a saúde sexual e a saúde reprodutiva • Em 2009,o Ministério da Saúde reforçou a política de planejamento e ampliou o acesso aos métodos contraceptivos, disponibilizando mais de oito tipos de métodos nos postos de saúde e hospitais públicos. Constituição Federal • Entende-se planejamento familiar como o conjunto de ações de regulação da fecundidade que garanta direitos iguais de constituição, limitação ou aumento da prole pela mulher, pelo homem ou pelo casal. I – a assistência à concepção e contracepção; II – o atendimento pré-natal; III – a assistência ao parto, ao puerpério e ao neonato; IV – o controle das doenças sexualmente transmissíveis; V – o controle e prevenção do câncer cérvico-uterino, do câncer de mama e do câncer de pênis. • Na vigência de sociedade conjugal, a esterilização depende do consentimento expresso de ambos os cônjuges. • O planejamento familiar no Brasil é inacessível aos que mais necessitam dele user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar Alice Iris MedUfma TXV Condicionamento Físico: ato ou efeito de condicionar o corpo tornando-o apto para a realização de atividades motoras específicas • O condicionamento físico se relaciona pela capacidade de melhorar o sistema cardiovascular, o sistema respiratório e principalmente o sistema muscular. É com o condicionamento físico que o sistema energético consegue produzir energia suficiente para realizar tarefas diárias, ou seja movimentos funcionais, sem causar dores ou cansaço. É com um condicionamento físico bom que você consegue ter uma qualidade de vida saudável. • Porém, o processo de condicionamento se não mantido, se perde conforme o tempo passa. Ou seja, se você parar de se exercitar tudo o que você fez até aqui não serve para ganhos lá na frente. É por isso que é importante encontrar um profissional de educação física adequado ou Personal Trainer que possa montar um programa de treinos de acordo com a sua rotina e objetivos. • Para obter um bom condicionamento físico é preciso, além de manter periodicidade, executar os exercícios de forma assertiva. O nosso corpo foi programado para movimentar- se e ser sempre o mais eficiente possível, por isso que os movimentos não tendem a ser tão difíceis. O nosso corpo já está preparado para eles, mas não acostumados. O segredo é habituar o corpo a exercícios e garantir a melhor qualidade de vida. • As alterações nos sistemas cardiorrespiratórios, musculoesqueléticos e no metabolismo em geral, provenientes da gravidez podem ocasionar nas mulheres hipertensão, diabetes gestacional, ganho de peso excessivo, dor lombar e pélvica e alteração no equilíbrio, na postura e na marcha, prejudicando sua qualidade de vida • A prática de exercício físico durante a gravidez não é determinante nas caraterísticas biométricas e na saúde do recém-nascido. Na gestante, a prática de exercício físico reduz os valores da frequência cardíaca e da proteinúria, assim como contribui para um menor ganho de peso durante a gravidez (pesquisa realizada em 2018-2019 com 1562 gestantes de 18-43 anos que realizaram diferentes tipos de exercícios. • Todos estes (pre)conceitos podem ter como base os pareceres do American College of Obstetrics and Gynecology (ACOG) que emitiu desde 1980 recomendações para restringir a atividade física das gestantes, desencorajando essa atividade ou aconselhando a sua prática com cautela. • Os primeiros estudos que abordaram esta temática (Bell, Palma e Lumley, 1995) sugerem que durante o exercício materno, especialmente de forte intensidade, o fluxo calórico e sanguíneo dirigido para os músculos em atividade pode atenuar o crescimento fetal, elevando o risco de prematuridade nos recém- nascidos, ou de nascimento de bebés pequenos para a idade gestacional, aumentar o risco de lesões musculoesqueléticas na mãe, lesões no feto e efeitos potencialmente deletérios pelo aumento da temperatura central no embrião, circulação de hormonas de stress, e variações desfavoráveis na libertação de oxigénio da placenta para os tecidos periféricos. • De acordo com Barakat et al. (2014), a atividade física regular durante a gravidez ajuda no controlo do ganho de peso gestacional, diabetes gestacional, depressão pré-natal, ou melhora o metabolismo e a aptidão cardiorrespiratória da gestante, sem afetar negativamente o desenvolvimento do feto (May, Allen e Gustafson, 2016). A realização de exercício físico durante a gravidez, quando praticado com segurança, tem múltiplos benefícios para a mãe, incluindo melhoria da saúde mental, redução do risco de diabetes e hipertensão, e recuperação pós-parto mais rápida e sem riscos comprovados para o feto. • Mas, de um modo geral, exercícios de intensidade moderada, executados 3-4 vezes/semana são seguros, tanto para a mãe como para o bebé em gestações de baixo risco (Lewis, 2014). Porém, atividades específicas que aumentem o risco de queda, promovam trauma abdominal ou perturbem o consumo equilibrado de oxigénio, devem ser evitadas. • Todas estas questões do paradigma inicial fizeram com que o ACOG mudasse profundamente as suas recomendações quanto à prática de atividade física, sugerindo que gestantes sem complicações médicas e user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar Alice Iris MedUfma TXV obstétricas devem realizar 30 minutos diários de um nível moderado de atividade física. • Contudo, num outro estudo (Dodd, Densseu e Louise, 2018), com 624 gestantes, verificou-se uma maior redução na incidência de RNs com um peso superior a 4000g no grupo de mulheres que realizaram o programa Life Style Advice (LSA), comparativamente ao grupo de mulheres que seguiram apenas os seus cuidados habituais. • Apesar da realização de diferentes tipos de exercício durante a gestação não ter promovido uma influência significativa no peso médio do RN, uma pequena redução ponderal pode ser relevante, visto que a realização de exercícios diminuiu o número de RNs com macrossomia, o que poderá contribuir para reduzir o risco de ter um trabalho de parto prolongado, e consequentemente diminuir a probabilidade de ocorrência de hipoxia fetal. • Portanto, as gestantes que participaram no programa Study Water Exercise Pregnant (SWEP) apresentam diferenças significativas em comparação às gestantes sedentárias na diferença de peso entre o 1º e o 3º trimestre de gestação. O ganho excessivo de peso materno pode levar à possibilidade de nascimentos de bebés macrossómicos. • Após a realização deste estudo, e face ao objetivo proposto, conclui-se que a prática de exercício físico pela gestante não tem uma influência significativa nas caraterísticas biométricas e na saúde do recém-nascido (RN) • Alguns estudos realizados no Brasil demonstram dados alarmantes em relação à prática de atividade física durante a gestação. Tavares et al.4, acompanhando uma coorte de 118 gestantes no Nordeste, encontraram um reduzido nível de atividade física nas gestantes durante todo o período, e 100% da amostra alcançou o padrão sedentário na 32a semana gestacional. • O ganho de peso excessivo está claramente relacionado a resultados gestacionais desfavoráveis, como DG, hipertensão, complicações no trabalho de parto e no parto, e macrossomia fetal, e associado ao fato de que a retenção de peso no pós-parto pode aumentar significativamente o risco de obesidade na mulher em idade reprodutiva Tipos de exercícios • A gestante deve escolher uma atividade que melhor se adapte às suas características e interesses para, com isso, aumentar a aderência ao exercício escolhido em longo prazo. Sempre devem ser evitados exercícios que coloquem a gestante ou o feto em risco, como atividades de alto impacto, com risco de queda ou traumaabdominal e esportes de contato. Exercícios aeróbicos • Entre as modalidades de exercício, os aeróbicos são os mais estudados. A caminhada é o exercício mais frequente e o mais escolhido entre as gestantes18. O objetivo do exercício aeróbico durante a gestação é manter a capacidade cardiorrespiratória e o condicionamento físico ao longo do processo, além de auxiliar na prevenção e no controle do DG, da hipertensão gestacional e do ganho de peso materno (caminhada, corrida leve, natação, hidroginástica, dança, ginástica aeróbica de baixo impacto, bicicleta estacionária) Treino de resistência muscular • O possível benefício do fortalecimento muscular é a manutenção do condicionamento muscular ou o aumento de força muscular global, permitindo melhor adaptação do organismo materno às alterações posturais provenientes da evolução gestacional e contribuindo para a prevenção de traumas e Gestantes sem complicações clínicas ou obstétricas submetidas a exercício físico aeróbico em esteira até a fadiga não apresentaram alterações das repercussões fetais ao estudo da dopplervelocimetria após o exercício. Esses resultados indicam que em gestantes sem complicações clínicas ou obstétricas o feto saudável é capaz de desenvolver mecanismos compensatórios e não entrar em sofrimento após o exercício, o que permite a homeostase das trocas gasosas e impede efeitos deletérios da hipóxia fetal, mesmo durante a atividade física moderada a intensa em gestantes previamente sedentárias user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar Alice Iris MedUfma TXV quedas, bem como para a prevenção e o tratamento de desconfortos musculoesqueléticos. O fortalecimento deve priorizar a musculatura Paravertebral lombar, a cintura escapular e, preferencialmente, envolver grandes grupos musculares. Deve-se preferir, como critério de escolha, utilizar o próprio peso corporal e faixas elásticas no lugar de aparelhos de musculação ou pesos livres. Deve-se também evitar cargas elevadas, exercícios isométricos intensos repetidos e posturas que coloquem a gestante em risco, principalmente aquelas que possam afetar seu equilíbrio. Os exercícios de resistência muscular devem ser adaptados com muito cuidado a cada período gestacional • Alguns exemplos de exercícios de resistência muscular que as gestantes podem realizar são: Yoga28, Pilates®, musculação com cargas leves, treinamento funcional e treino com circuito • Um estudo aleatorizado que incluiu 160 gestantes, no qual 80 realizaram treino de resistência muscular leve (10 a 12 repetições envolvendo vários grupos musculares, com pesos leves, ≤3 kg ou faixas elásticas) três vezes por semana, durante o segundo e o terceiro trimestres da gestação, não revelou diferença em relação ao peso do RN e mostrou que aquelas gestantes que participaram do treino de fortalecimento muscular tiveram menor ganho de peso gestacional. Alongamento muscular • O alongamento muscular é parte fundamental do programa de exercício, permitindo melhorar a flexibilidade e o relaxamento muscular, e ajudando na adaptação postural e na prevenção de dores de origem musculoesqueléticas. Deve ser complementar ao exercício aeróbico e ao treinamento de resistência11,29,32. Técnicas de alongamento muscular, como o Yoga e o Strecthing Global Ativo, comprovadamente diminuem as queixas de dor pélvica posterior e de dor lombar durante a gestação. Diante do aumento nos níveis de relaxina e da progesterona durante a gestação, devem-se evitar alongamentos extremos para prevenir lesões ligamentares e articulares. Treinamento dos músculos do assoalho pélvico. • Existe evidência científica de que o treinamento dos músculos do assoalho pélvico (TMAP) durante a gestação diminui o risco de incontinência urinária no pós-parto. A gravidez é um momento oportuno para introduzir a prática de exercícios perineais na vida da mulher. Não há contraindicações para sua prática durante e após a gestação, devendo exercícios desse tipo ser recomendados sistematicamente para todas as gestantes. A gestante deve realizar o TMAP com contrações sustentadas, ou seja, contrair e manter durante cinco a dez segundos, e contrações rápidas (contrair e relaxar) em diferentes posturas. Como sugestão, deve realizar diariamente duas séries de oito contrações sustentadas por cinco segundos e duas séries de dez contrações rápidas. Intensidade dos exercícios • A intensidade do exercício deve ser medida preferencialmente pela FC ou pela sensação subjetiva de esforço (Escala de Borg) • A Sociedade Canadense de Ginecologistas e Obstetras (SCGO) assume as seguintes faixas de treinamentos para gestantes: idade<20 anos: 140 a 155 batimentos cardíacos por minuto (bpm); 20–29 anos: 135 a 150 bpm; 30– 39 anos: 130 a 145 bpm; >40 anos: 125 a 140 bpm • Outro critério é a escala de percepção subjetiva de esforço de Borg, que varia de 6 (sem esforço) a 20 (esforço máximo). A intensidade deve ser preferencialmente entre 12 e 14, correspondendo a uma atividade leve a um pouco cansativa • Outra opção mais simples é o Talk-test, em que a gestante é orientada a observar sua habilidade em manter uma conversa durante o exercício físico, o que assegura que este está sendo realizado em intensidade leve a moderada, prevenindo-se o esforço físico excessivo Frequência e duração • Mulheres ativas podem manter ou adaptar sua rotina de exercícios entre 4 e 5 vezes na semana em sessões de 30 minutos ou mais de exercícios. Mulheres previamente sedentárias devem começar com 15 minutos de exercício aeróbico 3 vezes por semana e aumentar gradativamente o tempo de exercícios. Por exemplo, acrescentar 5 minutos por semana até o recomendado de 150 minutos de exercício aeróbico por semana ou 30 minutos de exercício 5 vezes na semana user Destacar user Sublinhar user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar Alice Iris MedUfma TXV • Vale lembrar que o ideal é a combinação de exercícios aeróbicos, de resistência e o alongamento muscular. Logo, uma ou duas sessões de exercício aeróbico na semana podem ser substituídas pelo treino de resistência muscular em dias não consecutivos. Recomendações de exercício físico por trimestre gestacional Primeiro trimestre • A gestante somente deve iniciar ou retomar a sua própria rotina de exercícios habituais após a primeira consulta de pré-natal, estabelecida a ausência de risco gestacional e após liberação médica. A atividade física de intensidade leve a moderada é recomendada a todas as grávidas, mesmo as sedentárias que desejam iniciá-la durante a gestação, sendo nesse caso a recomendação atual iniciá-la após a 12a semana de gestação. As gestantes fisicamente ativas antes de engravidar podem manter suas atividades inclusive no primeiro trimestre gestacional, porém modificando (ou adaptando) sua intensidade e frequência • Contudo, o primeiro trimestre pode ser uma fase delicada para a prática de exercício, pois as alterações hormonais determinam com relativa frequência mal-estar, como náuseas e vômitos, além de sonolência e indisposição, o que pode dificultar a aderência e a disposição para os exercícios Segundo trimestre • Em geral, é o melhor período para a prática de exercícios, pois a mulher se encontra mais disposta, livre, em geral, dos inconvenientes do início da gravidez. Mulheres que não praticavam exercício antes da gestação podem iniciar sua prática a partir do segundo trimestre. • Quanto ao alongamento, embora recomendado para esse período, deve levar em conta alguns cuidados a partir da décima semana de gestação, quando ocorre o pico do hormônio relaxina circulante, levando à maior flexibilidade dos tecidosarticulares e ligamentares; logo, alongamentos extensos e extremos podem aumentar o risco de lesões dessas estruturas. Terceiro trimestre • A gestante naturalmente tende a diminuir a intensidade dos exercícios em função do aumento de peso corporal e outros desconfortos e limitações. No entanto, a prática de exercícios leves deve continuar a ser estimulada. Nesse período, atividades aeróbicas na água, como natação e hidroginástica, e caminhadas são indicadas para manter a capacidade aeróbica e o condicionamento físico, assim como os exercícios de respiração, mobilizações e relaxamento envolvidos na preparação para o parto. • Nesse contexto, a prática de exercício físico é uma das formas mais produtivas de se incrementar a saúde materna, ajudar no controle de vários desconfortos durante a gestação e no parto, bem como no controle do ganho de peso mês a mês, e facilitar seu retorno às condições ponderais do pós-parto, propiciando um período puerperal e de amamentação mais confortável e prazeroso. • Vale ressaltar a importância da constituição e participação de equipe com formação multidisciplinar, incluindo Enfermagem, Fisioterapia ou Educação Física, Nutrição, Psicologia e Serviço Social, que permita uma abordagem global da saúde da mulher nesse período especial de sua vida reprodutiva APTIDÃO FÍSICA X CONDICIONAMENTO FÍSICO • Aptidão: TAF; avalia a força muscular, resistência cardiorrespiratória; Capacidade fazer a atividade física em segurança sem comprometer sua segurança, por isso a necessidade de atestado. Vigor e dinamismo de uma atividade; vitalidade • Condicionamento: condicionar o corpo, tornando-o apto para a realização de alguns exercícios específicos. Desenvolvimento equilibrado de todas as capacidades relacionadas a condição física. Relacionada a saúde capacidade do coração, pulmão, músculos de resistis as atividades diárias e ocasionais, sem provocar desconforto. Não user Destacar Alice Iris MedUfma TXV requer atividade física extrema, precisa apenas regularidade. EFEITOS AGUDOS DO EXERCÍCIO FÍSICO SOBRE A FUNÇÃO CARDIOVASCULAR • Dois tipos: estático e dinâmico, sendo que cada um desses exercícios implica em respostas cardiovasculares distintas. • Dinâmico: ou isotônico; há contração muscular, seguida de movimento articular. Aumento da atividade nervosa simpática, aumento da FC, do volume sistólico e do débito cardíaco, aumento da PA sistólica e manutenção ou redução da diastólica. As respostas são maiores tanto quanto maior for a intensidade do exercício, mas não se alteram com a duração do exercício, caso ele seja realizado numa intensidade inferior ao limiar anaeróbico • Estático: ou isométrico; há contração muscular, sem movimento articular; há aumento da frequência cardíaca, com manutenção ou até redução do volume sistólico e pequeno acréscimo do débito cardíaco. Há aumento da resistência vascular periférica, que resulta na elevação exacerbada da PA. Depende da intensidade do exercício, de sua duração e a sua massa. EXERCÍCIOS AERÓBICOS E ANAERÓBICOS • Aeróbicos: oxigênio funciona como fonte de queima dos substratos que produzirão a energia transportada para o músculo em atividade. Utilizam vários grupos musculares ao mesmo tempo. A duração influencia mais do que a velocidade para se caracterizar se a atividade é suave, moderada e exaustiva; utiliza fontes de nutrientes da corrente sanguínea para produção de energia - Longa duração, contínuo e de baixa e de moderada intensidade - Melhora a função dos sistemas cardiorrespiratório e vascular - Baixa intensidade - Demora para cansar - Utiliza os nutrientes da corrente sanguínea (alimentos) para produzir energia Ex: caminhar, correr, andar, pedalar, nadar e dançar • Anaeróbico: qualquer atividade física que trabalhe diversos grupos musculares durante um determinado e constante período de tempo, de forma contínua e ritmada. Utiliza fontes de energia presente nos músculos - Alta intensidade e curta duração - Melhora o funcionamento do coração e de todo o sistema cardiovascular - Pouco tempo e alta intensidade - Cansa rápido - Leva ao limite - Utiliza as energias do músculo Ex: corrida de 100 metros, musculação, ginástica olímpica, yoga, pilates, levantamento de peso O Código de Ética Médica estabelece que é proibido ao médico prescrever qualquer tipo de medicamento controlado ou entorpecente a amigos e familiares, logo, a decisão ética a ser tomada seria não prescrever o medicamento Não há nada no Código de Ética Médica que proíba o atendimento a pessoas da própria família. Entretanto, é recomendado que o profissional indique ao familiar a procurar de outro profissional, isento e especialista no tratamento do problema de saúde. user Destacar user Destacar user Destacar user Destacar
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