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Assistência de Enfermagem ao paciente com problemas cardiovasculares Francismeire Brasileiro Magalhães Barboza OBJETIVOS Rever a anatomia e fisiologia do sistema cardiovascular; Rever a interação entre o sistema cardiovascular e respiratório; Apresentar as alterações cardiológicas relacionadas a processos obstrutivos e degenerativos do sistema cardiológico e vascular em adultos e idosos; Diferenciar as doenças cardiovasculares e expor suas repercussões na vida do indivíduo; Identificar as necessidades de cuidados de enfermagem nas doenças cardiovasculares; Embasar a SAE em doenças cardiovasculares. ESTRUTURA DO CONTEÚDO Fisiologia e anatomia do sistema cardiovascular; Arteriosclerose e aterosclerose; - Angina; Síndromes coronarianas agudas; Aneurisma; HAS; Insuficiência Cardíaca; Acidentes tromboembólicos; - Assistência de Enfermagem em doenças cardiovasculares; Promoção da saúde e prevenção de doenças cardiovasculares. 3 Fisiologia e anatomia do sistema cardiovascular ANATOMIA Valvas cardíacas Vasos do pescoço AS CORONÁRIAS Posicionamento das valvas cardíacas no tórax Condução cardíaca O Eletrocardiograma O eletrocardiógrafo Derivações bipolares Derivações unipolares . Periféricas . Precordiais O Eletrocardiograma https://www.youtube.com/watch?v=e6OmrI9U3pE https://www.youtube.com/watch?v=XH_EMXrXQ7Y Síndrome metabólica Importante fator de risco para doença cardiovascular; Resistência a insulina ( glicemia em jejum >100 mg/dl OU TOTG anormal; Obesidade central ; Dislipidemia; 4. PA > 120x80 mg/dl; Níveis elevados de proteína C reativa; Estado protrombótico; SINAIS E SINTOMAS DE COMPROMETIMENTO Dor torácica; Dispnéia; Edema; Tosse; Pele fria e sudoreica; Cianose; Pulso alternante; Alterações do estado mental; Fadiga; Alterações na ausculta cardio-pulmonar; HAS; Alterações glicêmicas HIPERTENSÃO ARTERIAL SISTÊMICA- sbc Classificação PAS (mm Hg) PAD (mm Hg) Normal ≤ 120 ≤ 80 Pré-hipertensão 121-139 81-89 Hipertensão estágio 1 140-159 90-99 Hipertensão estágio 2 160-179 100-109 Hipertensão estágio 3 ≥ 180 ≥ 110 Hipertensão arterial sistêmica- aha DOENÇA ARTERIAL CORONARIANA ZONA DE ISQUEMIA CORTE HISTOLÓGICO NORMAL VASO COM +70 % DE OBSTRUÇÃO FATORES DE RISCO Tabagismo Idade (Homem > 45 anos e mulher > 55 anos) . Sexo masculino . HAS . DM . Dislipidemia . AF (Homem < 55 anos e mulher < 65 anos) . Síndrome metabólica . Sedentarismo . DAC prévia ANGINA PECTORIS DOENÇA ARTERIAL CORONÁRIANA SCA ANGINA ESTÁVEL INFARTO ANGINA ESTÁVEL IAM S/ SUPRA DE ST IAM COM SUPRA DE ST Dor previsível e consistente que ocorre ao esforço, mas que é aliviada pelo repouso e ou uso de nitrato ANGINA ESTÁVEL TESTE ERGOMÉTRICO INFRA DE ST Benigno TRATAMENTO AAS ANTI AGREGAÇÃO PLAQUETÁRIA, REDUZ EM 35 % CHANCE DE IAM NITRATOS REDUZ RETORNO VENOSO, DIMINUINDO TAMBÉM A PRESSÃO VENTRICULAR ESTATINAS ATUAM REDUZINDO OS NIVEIS DE COLESTEROL OBS: CUIDADO COM ASSOCIAÇÃO COM INIBIDORES DE FOSFODIESTERASE BETA BLOQUEADOR REDUZ A CONTRATILIDADE E FREQUECIA CARDIACA DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM Perfusão ineficaz de tecido cardíaco secundário à DAC evidenciado pela dor torácica e outros sintomas padromicos. CUIDADOS DE ENFERMEGEM Agir imediatamente nos casos em que o paciente se queixe de dor ou sintomas sugestivos de isquemia cardíaca, considerando a sensação de indigestão ou náuseas, peso, fraqueza ou dormência nos membros superiores, tontura ou dispneia. Orientar o paciente para interromper a atividades e sentar-se ou repousar no leito na posição de semi-Fowler, assim reduzindo as necessidades de oxigênio do miocárdio isquêmico. Verificar os sinais vitais e observar a existência de sinais de angústia respiratória. Coletar as enzimas cardíacas e providenciar o raio-X de tórax. Administrar nitroglicerina por via sublingual e avaliar a resposta do paciente. Fornecer informações essenciais sobre a doença e os métodos de prevenção. SÍNDROME CORONARIANA AGUDA ANGINA ISTÁVEL IAM C/ SUPRA IAM S/ SUPRA ANGINA ESTÁVEL X INSTÁVEL ANGINA INSTÁVEL E IAM SEM SUPRA DE ST Na angina instável, ocorre a redução do fluxo sanguíneo em uma artéria coronária , frequentemente devido à ruptura de uma placa aterosclerótica, porém a artéria não esta totalmente ocluída. Conhecida também como Pré Infarto ANGINA INSTÁVEL X IAM SEM SUPRA DE ST ANGINA INSTAVEL OBSTRUÇÃO PARCIAL SEM CELULAS NECROSADAS IAM S/ SUPRA OBSTRUÇÃO PARCIAL APRESENTA AREA DE NECROSE TECIDUAL ATENDIMENTO INICIAL 1.História Clínica 2.Exame Físico 3.Diagnósticos diferenciais 4.ECG 5.MNM MARCADORES DE NECROSE MIOCARDICA TROPONINA 2 SEMANAS CK-MB 2 a 4 DIAS TRATAMENTO FARMACOLÓGICO IAM COM SUPRA DE ST No IAM com supradesnivelamento do seguimento ST, temos a oclusão total do vaso, causando isquemia e necrose tecidual TRATAMENTO FARMACOLÓGICO DO IAM C/ SUPRA MORFINA OXIGÊNIO NITRATO AAS BETA BLOQUEADOR CLOPDOGREL HEPARINA MORFINA POR QUÊ ? ↓ retorno venoso ↓ dor da isquemia ↓ ansiedade COMO 2 a 4 mg IV cada 5 min CUIDADOS PAS< 90 mm Hg Depressão da ventilação - DPOC IAM inferior ou de V.D. OXIGÊNIO POR QUÊ ? Melhora oxigenação COMO catéter nasal 3 /m NITRATO POR QUÊ ? SL: nitrato 5 mg cada 5 min IV : nitroglicerina 10-20 µg/min Aumentar 5-10 µg cada 5-10 min COMO VO - Sublingual CUIDADOS Cuidado com associação com inibidores de fosfodiesterase (VIAGRA) ASS POR QUÊ Antiagregação plaquetária Efeito aditivo ao fibrinolítico COMO VO CUIDADOS Alergias BETA BLOQUEADOR POR QUÊ Diminui FC e Contratilidade COMO Metoprolol – 25 a 50 mg Atenolol 25 a 50 mg Propranolol 20 a 40 mg CUIDADOS FC< 50 a 60 bpm PAS< 90 mm Hg Congestão Pulmonar Broncoespasmo CLOPDOGREL POR QUÊ Antiagregação plaquetária COMO 300mg (04 comprimidos VO) ● Ticagrelor – 180mg v.o.) POR QUÊ Em idosos> 75 anos – dose de 75mg VO HEPARINA COMO HBPM (Enoxaparina) Ataque 30 mg IV (exceto idoso e renal crônico) 1mg/kg SC 12/12hs TRATAMENTO TEMPO PORTA AGULHA TEMPO PORTA BALÃO CIRURGIA REPARADORA CATETERISMO CARDIACO REVASCULARIZAÇÃO MIOCARDICA TRATAMENTO APH Estreptoquinase (Não disponível) 1,5 milhões U IV em 1 h Alteplase (rt-PA) (Fibrino Específico) 15 mg IV em bolus 0,75 mg/Kg em 30 min (max 50 mg) 0,50 mg/Kg em 1 h (máx 35 mg) Tenecteplase (TNK) (Fibrino Específico) 30 a 50 mg IV em bolus (5 a 10 seg) – de acordo com peso CONTRA INDICAÇÕES – AVC hemorrágico – AVCI < 3 meses – Neoplasia intracraniana ; M.A.V. – TCE OU NO ROSTO significativos < 3 meses – Sangramento interno ativo (exceto menstruação) – Suspeita de dissecção de aorta – Discrasias Sanguineas COMPLICAÇÕES DAS SCA INSTABILIDADE HEMODINÂMICA -Hipotensão, choque cardiogênico; -Edema agudo de pulmão; -Insuficiência cardíaca congestiva. ARRITMIAS -Taquicardias ventriculares; -Fibrilação ventricular; -Bloqueios atrioventriculares avançados. INSUFICIÊNCIA CARDÍACA “Síndrome clínica complexa e progressiva, que pode resultar de qualquer distúrbio funcional ou estrutural do coração que altere sua capacidade de enchimento e/ou ejeção. Caracterizada clinicamente por dispnéia, fadiga, edema e redução da sobrevida.” Icc- etiologia Distúrbios do músculo cardíaco: redução nas propriedades contráteis do coração; Aterosclerose coronariana: interfere na irrigação normal para o m. cardíaco; HAS: hipertrofia das fibras miocárdicas; Doença muscular inflamatória ou degenerativa : levam à lesão direta das fibras miocárdicas. OUTRAS DOENÇAS CARDÍACAS: Doenças cardíacas que afetam o miocárdio apenas secundariamente; Estenose de valva semilunar, tamponamento pericárdico ou insuficiência das valvas AV; FATORES SISTÊMICOS: Aumento da taxa metabólica, a hipóxia e a anemia exigem maior DC; Acidose (respiratória ou metabólica) e os distúrbios eletrolíticos podem reduzir a contratilidade miocárdica; Evento inicial Débito cardíaco Ativação neuro-humoral renina-angiotensina simpático (Nadr) vasopressinaendotelina Vasoconstrição Edema Hipertrofia Remodelagem Necrose / Apoptose Fibrose Progressão Morte Fisiopatologia IC esquerda Confusão, dificuldade de concentração, cefaleia, insônia e ansiedade Cardiomegalia, taquicardia, Pulso alternante, arritmias, baixa reserva Oligúria Nictúria Fadiga, astenia Dispnéia, ortopnéia, Dispnéia paroxística noturna, Respiração de Cheyne – Stokes, Edema agudo Confusão, dificuldade de concentração, cefaléia, insônia e ansiedade Estase jugular (vídeo) Hepatomegalia, dor , pulsátil e esplenomegalia (Refluxo hepatojugular) Nictúria Fadiga, astenia Cardiomegalia, taquicardia, Pulso alternante, arritmias, baixa reserva Derrames Cavitários Edema em MMII Cianose Avaliação Clínica da Insuficiência Cardíaca Anamnese / Exame Físico / Peso Rx tórax (congestão / cardiomegalia) Eletrocardiograma (FA, sobrecargas, isquemia) Ecocardiograma (FE, valva, câmaras) Tratamento Não Farmacológico Ingestão de NaCl Controle da Obesidade Exercícios Caminhadas TRATAMENTO Promover o repouso para reduzir o trabalho imposto ao coração; Aumentar a força e eficiência da contração miocárdica através da ação dos agentes farmacológicos; Eliminar a excessiva acumulação de água corporal através de tratamento diurético, dieta e repouso. HISTÓRICO DE ENFERMAGEM Respiratória; Cardíaca; Nível de consciência; Extremidades periféricas; - Distensão de v. jugulares; DIAGNÓSTICOS DE ENFERMAGEM Intolerância à atividade relacionada à fadiga secundárias à diminuição do débito cardíaco; Ansiedade relacionada à diminuição do oxigênio e inquietude secundária à oxigenação inadequada; Perfusão tissular periférica prejudicada relacionada à estase venosa. PLANEJAMENTO E IMPLEMENTAÇÃO DO PLANO DE CUIDADOS Promover o repouso; Aliviar a ansiedade; Promover a perfusão tecidual normal. EVOLUÇÃO DE ENFERMAGEM EDEMA AGUDO DE PULMÃO Edema agudo de pulmão Fisiopatologia Síndrome clínica que caracteriza uma emergência médica, determinada pelo acúmulo anormal de fluidos no compartimento extravascular pulmonar, hipoxemia, resultando em trabalho respiratório, diminuição aumento do da complacência pulmonar e alteração da relação ventilação- perfusão. QF = KF (Pc – Pi) – KP (πc – πi) QF= taxa de filtração de fluidos KF= coeficiente de transporte de água KP= Coeficiente de transporte de proteínas Pc= pressão hidrostática capilar Pi= pressão hidrostática intersticial Πc= pressão coloidosmótica capilar Πi= pressão coloidosmótica intersticial EAP Cardiogênico Ocorre por um desequilíbrio entre a pressão hidrostática capilar elevada e a pressão intersticial normal, em proporções em que o líquido extravasado já não pode ser removido adequadamente. OUTROS MECANISMOS DE FORMAÇÃO DO EAP Aumento da permeabilidade capilar pulmonar Pressão coloidosmótica intravascular reduzida Aumento da pressão negativa intersticial Insuficiência pós- transplantes/linfangites Causa neurogênica Fenômenos não explicados ETIOLOGIA Causas secundárias a cardiopatias: Isquemia miocárdica aguda Hipertensão arterial sistêmica Vavulopatia Miocardiopatia primária Cardiopatias congênitas Mixoma atrial SOBRECARGA VOLÊMICA DO VE Insuficiência aórtica Rotura do septo interventricular Hipervolemia secundária a doença renal ou outras. OBSTRUÇÃO DA VIA DE SAÍDA DO VE Estenose aórtica Emergência hipertensiva CAUSAS NÃO RELACIONADAS A CARDIOPATIAS Lesão encefálica ou hemorragia intracraniana Feocromocitoma SARA Desnutrição severa Síndrome nefrótica Após drenagem torácica Após transplantes FENÔMENOS NÃO EXPLICADOS Edema pulmonar neurogênico Devido a grandes altitudes Pós cardioversão Superdose de narcóticos QUADRO CLÍNICO: Dispnéia aos esforços Dispnéia paroxística noturna Tosse Sibilância SINTOMATOLOGIA DRAMÁTICA Ansiedade Agitação Sentado, com os membros pendentes Dispnéia Precordialgia Expectoração rósea espumosa, associada aos demais sintomas, em casos extremos EXAME FÍSICO Palidez cutânea e sudorese fria Cianose de extremidades Uso da musculatura respiratória acessória Taquipnéia Estertores crepitantes audíveis em extensão variável do tórax Sibilância difusa Ausculta cardíaca prejudicada pela respiração ruidosa, Elevações pressóricas EXAMES COMPLEMENTARES ECG GASOMETRIA ARTERIAL RX TÓRAX ECOCARDIOGRAMA HEMOGRAMA, ELETRÓLITOS,ENZIMAS CARDÍACAS, UREÍA E CREATININA FUNÇÃO HEPÁTICA TRATAMENTO MEDIDAS GERAIS: MANTER O PACIENTE SENTADO: Reduzir a pré-carga Diminuir o retorno venoso Favorecimento da musculatura Respiratória OXIGENIOTERAPIA SEMPRE INICIAR ATRAVÉS DOS SISTEMAS DE MÁSCARA, COM FLUXOS MAIS ALTOS, COM O OBJETIVO DE MANTER A SATURAÇÃO DE O2 >95% VENTILAÇÃO MECÂNICA NÃO INVASIVA COM PRESSÃO POSITIVA Observar as contra-indicações: Instabilidade hemodinâmica, uso de vasopressores, arritmias; Trauma facial Risco de aspiração de secreções Inabilidade de cooperar Rebaixamento do sensório Sangramento gastrointestinal ESSA HISTÓRIA TE COMOVE ? ENTÃO MERECE M.O.V Monitor Oxigênio Veia REFERÊNCIAS Smeltzer SC, Bare BG. Brunner & Suddarth: Tratado de Enfermagem MédicoCirúrgica. 13 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2015. vol. I e II. American Heart Associaction. Advancet Cardiovascular Life Life Support Provider Manual EUA,2016.