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Autor: Viviane Giori Côco Ficou com alguma dúvida? Entre em contato com a gente nas redes ao lado. Em seu plano de metas, Juscelino Kubitschek definiu 5 pilares de desenvolvimento: energia, indústria, transporte, alimentação e educação. Infelizmente, o último aspecto não recebeu tantos investimentos quanto os outros, evidenciando o descaso do governo com a educação. De fato, um reflexo desse panorama é o alto índice de analfabetismo no Brasil, que é agravado por aspectos socioeconômicos e políticos. Portanto, faz-se necessário debater o problema do analfabetismo no contexto nacional. Em primeiro lugar, é inegável que a desigualdade social presente no Brasil torna- se um agravante das taxas de analfabetismo. D e acordo com o Índice de Gini, o Brasil é o 7° país mais desigual do mundo, o que pode ser observado pela comparação dos níveis de analfabetismos funcionais entre as regiões do país: enquanto a região Sudeste apresenta apenas 12,7%, a região Nordeste tem mais de 25% de sua população nesse quadro, conforme dados do IBGE. Essa situação decorre do processo histórico de desenvolvimento nacional, em que a maioria do capital estatal foi canalizado para o Sudeste, enquanto o Nordeste foi totalmente sucateado. Nesse sentido, é inaceitável que não exista hoje nenhuma política pública para nivelar essa discrepância, o que corrobora a manutenção dos níveis de analfabetismo. Tal contexto vai de encontro ao princípio de equidade proposto por Aristóteles, que afirma que devemos tratar os desiguais de forma desigual, na medida de sua desigualdade, com o propósito de promover a democracia. Outrossim, é indubitável que o Estado beneficia-se desse contexto de analfabetismo. Nessa perspectiva, o sociólogo alemão Karl Marx defendeu a ideia de que as classes dominantes, a partir de uma ideologia, alienam a classe subordinada, a fim de ter controle sobre esta. Dessa forma, a leitura e o conhecimento proporcionado por ela – ferramentas que os analfabetos não possuem – são os principais agentes formadores de senso crítico, elemento fundamental para sair da alienação realizada pelos comandantes, na medida em que o cidadão passa a ter plena consciência de seus direitos. Logo, é de interesse do Governo dar o mínimo de educação para o povo, o que fica claro nos sucessivos cortes de verba destinados à área, uma vez que a população alienada por conta do analfabetismo pode não só ser feita de massa de manobra, como também não realiza manifestações e cobranças essenciais para a reivindicação de direitos. Nessa sequência, esse contexto fere um dos pilares democráticos, a justiça, tendo em vista que está previsto na Constituição que todo cidadão deve ter acesso à educação de qualidade, situação alarmante que deve ser combatida. Destarte, medidas são necessárias para a resolução desse impasse. Para isso, cabe ao Ministério da Educação, por meio da contratação de professores concursados, criar um curso que deve ser ministrado em escala municipal, que separe os analfabetos por nível de dificuldade, trabalhando com cada grupo disciplinas primordiais para preencher a lacuna de conhecimento, como português, matemática, filosofia e direito básico, bem como a presença de disciplinas profissionalizantes, a fim de solucionar não só o analfabetismo, mas também desenvolver empregos e senso crítico. É somente assim que o Brasil cumprirá sua meta educacional.