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Enterobacteriaceae PROF. Me Johnatan Sousa Revisão 1. Quais as principais características do grupo de bacilos gram negativos não fermentadores? 2. Quais os principais meios de cultura utilizados para diagnóstico de Bacilos Gram Negativos Não Fermentadores? Revisão 03. Os pseudomonas pertencentes ao grupo fluorescente são P.aeruginosa, P. fluorescens e P.putida. A prova que diferencia a P.aeruginosa dos demais é: A A oxidase B A motilidade C O crescimento a 42ºC D A pioverdina E A resistência à polimixina REVISÃO 04. Pseudomonas aeruginosa é um patógeno tipicamente oportunista, podendo causar várias doenças, principalmente em imunodeprimidos. Atualmente, é considerado um patógeno alerta em infecções nosocomiais, devido a sua característica de manutenção em locais úmidos e elevada resistência a muitos antibióticos e antissépticos. Assinale a alternativa que descreve corretamente a análise de identificação microbiológica da Pseudomonas aeruginosa. •A.Não fermenta glicose, oxidase positiva e algumas cepas produzem um pigmento azul-esverdeado chamado piocianina •B.Oxidase e catalase positivos, móvel, aeróbio, não fermentador •C.Fermentadores da glicose, anaeróbios facultativos, oxidase positivav •D.Aeróbias, móveis e oxidase negativa •E.Aeróbias, não fermenta glicose, oxidase negativa Revisão 05. Os pseudomonas pertencentes ao grupo fluorescente são P.aeruginosa, P. fluorescens e P.putida. A prova que diferencia a P.aeruginosa dos demais é: A A oxidase B A motilidade C O crescimento a 42ºC D A pioverdina E A resistência à polimixina Características Gerais ✓Bacilos Gram negativos; ✓Descritos 32 gêneros e 130 espécies; ✓Habitat natural: água, solo e trato intestinal de seres humanos e animais; ✓Bactérias aeróbias ou anaeróbias facultativas; ✓Imóveis ou móveis; ✓Não formam esporos; ✓Produzem várias toxinas e fatores de virulência; Características Gerais ◼ Possuem estrutura antigênica complexa; ◼ Reduzem nitratos a nitritos. ◼ Fermentam glicose com produção de ácido ou ácido e gás. ◼ São oxidase negativas (ausência da citocromo-oxidase). ◼ Catalase-positivas Cultura e Características de Crescimento ◼ Cultura em meios diferenciais: ◼ Eosina azul de metileno – EMB ◼ Meio de Mac Conkey; ◼ Meio CLED; ◼ Distinguem colônias fermentadoras (pigmentadas) de não fermentadoras (não pigmentadas) da lactose. ◼ Fermentedores intensos ◼ E.coli: colônias vermelhas, com pigmentação do meio; ◼ Klebsiella:colônias mucóides, vermelhas menos intensas, com uma zona de preciptação de bile em volta; ◼ Enterobacter: colônias vermelhas menos intensas, com uma zona de preciptação de bile em volta; ◼ Fermentadores lentos ou fracos: ◼ Citrobacter, Providencia, Serratia e Hafnia: colônias rosa- pálido ◼ Não fermentadoras: ◼ Proteus, Edwardsiella, Salmonella e Shiguella: colônias incolores. Mac Conkey EMB ◼ Fermentedores intensos ◼ E.coli: colônias negro-esverdeadas com brilho metálico; ◼ Outros fermentadores: ◼ Klebsiella, Enterobacter, Serratia e Hafnia : colônias púrpuras; ◼ Não-fermentadores: ◼ Proteus, Salmonella e Shiguella: colônias transparentes Estrutura Antigênica ◼ Antígenos O (somáticos) ◼ Constituem a parte mais externa do lipopolissacarídeo da parede celular. ◼ São resistentes ao calor e ao álcool. ◼ São detectados por aglutinação bacteriana. ◼ Os anticorpos predominantes contra Ag O são da classe IgM. ◼ Antígenos K ◼ São externos aos Ag O em algumas bactérias entéricas. ◼ Podem ser polissacarídeos ( E.coli ) ou proteínas. ◼ Estão associados à virulência da bactéria. ◼ E.coli produtoras de K1 estão associadas a meningite neonatal. ◼ Ag termolábeis ◼ Ag K da E.coli promovem a fixação da bactéria a células do trato gastrointestinal e do trato urinário. ◼ Antígenos H ◼ Localizam-se nos flagelos. ◼ São desnaturados ou removidos pelo calor ou álcool. ◼ Os anticorpos predominantes contra o Ag H são da classe IgG. Principais gêneros e espécies Citrobacter freundii*, diversus*, koseri Edwardsiella tarda Enterobacter aerogenes*cloacae* Escherichia coli*, fergusonii, hermannii Hafnia alvei Klebsiella pneumoniae*, oxytoca* Morganella morganii* Proteus mirabilis*, vulgaris*, penneri* Providencia rettgeri*, stuartii*, alcalifaciens* Salmonella enteridis*, typhi, typhimurium Shigella dysenteriae, flexneri*, boydii, sonnei* Serratia marcescens*, liquefaciens* Yersinia enterocolitica*, pseudotuberculosis, pestis Escherichia coli ◼ Patogenia: ◼ Endotoxina: responsáveis por muitas das manifestações sistêmicas: ◼ febre, ativação do complemento, liberação de citocinas, choque, etc. ◼ Depende do componente lipídico A do lipopolissacarídio, liberado na lise celular. ◼ Adesinas: aderência às células do trato gastro- intestinal ou trato urinário; ◼ Exotoxinas: Shiga, termolábeis, termoestáveis (gastroenterites) e hemolisinas (uropatogênicas) Síndromes Clínicas ◼ Septicemia: ◼ Originada geralmente do TU ou do TGI; ◼ Mortalidade alta em imunocomprometidos e quando a infecção primária é no abdome ou SNC; ◼ 90% das ITU em mulheres jovens; ◼ Infecção ascendente (cistite ou pielonefrite); ◼ Fatores de virulência: ◼ Adesinas: principalmente pili P, fímbrias agregativas de aderência e fímbrias Dr; ◼ Hemolisinas; ◼ Ag K tem importância na patogenia da infecção das vias urinárias superiores. Infecção das vias urinárias Meningite Neonatal ◼ Junto com estreptococos grupo B, causam a maioria das infecções em crianças < 1 mês; ◼ E. coli que apresentam o Ag capsular K1. Gastroenterite ◼ E.coli enterotoxigênica (ETEC)=intestino delgado: ◼ Diarréia do viajante. ◼ Controle genético mediada por plamídio. ◼ Exotoxinas termolábeis e/ou termoestáveis; ◼ Hipersecreção intensa e prolongada de água e cloretos com inibição da reabsorção de sódio. ◼ Diarréia aquosa, vômitos, cólicas, naúseas e febre baixa ◼ Não há inflamação da mucosa intestinal. E.coli enteropatogênica (EPEC)= Intest. Delgado ◼ Importante causa de diarréia em lactentes em países pobres; ◼ Aderência da bactéria às células epiteliais, mediada por plamídios; ◼ Destruição das microvilosidades= má absorção e diarréia; ◼ Febre, mal-estar, vômito, diarréia, nas fezes = ↑muco e ↓sangue. Esquema dos danos celulares que levam à diarréia na infecção por EPEC. E. coli enteroinvasora (EIEC)= Intest. grosso ◼ Invasão e destruição das células epiteliais que revestem o cólon mediada por plasmídios; ◼ Doença dos países sub-desenvolvidos; ◼ Lise do vacúolo fagocítico e replicação no citoplasma das células; ◼ Diarréia inflamatória (sangue, muco e neutrófilos segmentados nas fezes); ◼ Febre, cólica e diarréia aquosa. ◼ Nas fezes: ↑muco e ↓sangue e leucócitos. E. coli enterohemorrágica (EHEC) = Intest. grosso ◼ Mais comum em países desenvolvidos; ◼ Plasmídios adquiridos por bacteriófagos lisogênicos ◼ Mediada pelas toxinas Shiga (Stx-1 e Stx-2) com paralisação de síntese de proteínas; ◼ Destruição das microvilosidades; ◼ Diarréia sanguinolenta, com muito muco, sem febre, com graves cólicas abdominais. ◼ Stx-1: associada à síndrome hemolítico-urêmica (dano renal agudo, trombocitopenia e anemia hemolítica), principalmente em crianças ◼ Maioria dos isolados pertence aos sorotipo 0157: H7 E.coli enteroagregativa (EAEC)= Intest. delgado ◼ Diarréia aguda e crônica em crianças de países em desenvolvimento. ◼ Aderem às células epiteliais como pillhas de ladrilho,mediada por plasmídio (biofilmes); ◼ Encurtamento das vilosidades, infiltração de mononucleares e hemorragia. E. Coli difusamente aderente (DAEC) ◼ Aderência a cultura de células; ◼ Estimulam o alongamento das vilosidades com as bactérias alojadas na membrana celular; ◼ Diarréia aquosa em crianças entre 1 e 5 anos. Klebsiella pneumoniae ◼ Aparência mucóide (cápsula proeminente); ◼ É encontrada nas vias respiratórias e nas fezes de cerca de 5% dos indivíduos normais◼ Pode provocar extensa consolidação necrosante hemorrágica dos pulmões (escarro sanguinolento); ◼ Grupo de risco: alcoólatras e pessoas com as funções pulmonares comprometidas; ◼ Provoca ITU, infecção de ferimentos, dos tecidos moles e bacteremia com lesões focais em pacientes debilitados. K. pneumoniae em ágar Mac conkey K. Pneumoniae em ágar sangue Proteus ◼ Encontrados em solos, água e materiais contaminados com fezes ◼ Doença mais comum: ITU; ◼ Forma véu nos meios de cultura. ◼ P. mirabilis = associado a infecções urinárias e de feridas; ◼ P. vulgaris = Provocam bacteremia, pneumonia e lesões focais em pacientes imunossuprimidos ou que recebem infusões intravenosas. ◼ Espécies produtoras de urease → uréia = CO2 + NH4. Véu de Proteus em ágar sangue ◼ Enterobacter aerogenes ◼ Pode ser encontrado em vida livre ou no trato intestinal. ◼ Provoca infecção das vias urinárias e sepse. ◼ Serratia marcescens ◼ Patógeno oportunista em pacientes hospitalizados. ◼ Causa pneumonia, bacteremia e endocardite em viciados em narcóticos. Colônias pigmentadas de Serratia marcescens em meio de cultura MacConkey ◼ Morganella morganii: ◼ Causa de infecções urinárias e de feridas ◼ Yersinia enterocolítica: ◼ Amplamente encontrada em lagos e reservatórios de água; ◼ Pode causar diarréia, linfadenopatia, pneumonia e abortos espontâneos. ◼ Providencia: ◼ São membros da microbiota intestinal normal ◼ Podem causar infecções urinárias nosocomiais. ◼ Citrobacter: ◼ Causa de infecções hospitalares em neonatos e inmunocomprometidos; ◼ Podem causar infecções urinárias e sepse; ◼ C. koseri mostrou predileção por causar meningite e abcessos cerebrais em recém- nascidos. Epidemiologia, Prevenção e Controle ◼ As bactérias entéricas estabelecem-se no trato intestinal normal dentro de poucos dias após o nascimento, passando a constituir parte da microbiota normal. ◼ Em hospitais essas bactérias são transmitidas pela equipe, pelos instrumentos ou pela medicação parenteral. ◼ Controle: ◼ Lavagem das mãos ◼ Assepsia vigorosa e esterilização do equipamento ◼ Desinfecção ◼ Restrição da terapia intravenosa ◼ Precauções estritas para manter as vias urinárias estéreis. Shigella ◼ Morfologia e identificação: ◼ Bastonetes gram negativos. ◼ Em culturas, apresentam-se em formas cocobacilares. ◼ Anaeróbios facultativos. ◼ Fermentam glicose, mas não lactose. ◼ Formam ácidos a partir de carboidratos, sem gás. ◼ Em ágar SS=colônias incolores; ◼ Em HK=colônias esverdeadas ◼ Estrutura Antigênica ◼ Antígenos O somáticos (LPS). ◼ A especificidade sorológica depende do polissacarídeo. ◼ Espécies Patogênicas ◼ S. sonnei. ◼ S. dysenteriae. ◼ S. flexneri. ◼ S. boydii. ◼ Patogenia e Patologia ◼ As infecções limitam-se ao trato gastrointestinal. ◼ São altamente contagiosas. ◼ Invasão da mucosa através de fagocitose induzida, escape do vacúolo fagocítico, multiplicação e disseminação no citoplasma e passagem para células adjacentes. ◼ Formação de microabscessos no intestino grosso e íleo terminal com necrose da mucosa ◼ Ulceração superficial, sangramento e formação de pseudomembrana na área ulcerada. Shigella penetra na célula epitelial Multiplica-se dentro da célula Invasão das células epiteliais vizinhas Abscesso é formado à medida que as células do epitélio intestinal são mortas pela infecção ◼ Toxinas ◼ Endotoxina: Autólise com liberação de lipopolissacarídeo tóxico que provoca irritação da parede intestinal. ◼ Exotoxina de Shigella dysenteriae ◼ Afeta sistema nervoso central e intestino. ◼ Proteína antigênica que estimula a produção de antitoxina. ◼ Inibe a absorção de açúcar e de aminoácidos no intestino delgado. Epidemiologia, Prevenção e Controle ◼ São transmitidas por alimentos , dedos, fezes e moscas de pessoa para pessoa. ◼ A infecção ocorre em crianças com menos de 10 anos de idade. ◼ Eliminação do microrganismo do reservatório (ser humano): ◼ controle sanitário da água, alimentos e leite. Salmonella ◼ Morfologia e identificação ◼ São móveis. ◼ Possuem flagelos peritríquios. ◼ Não fermentam a lactose. ◼ Formam ácido , algumas vezes gás, a partir da glicose. ◼ Produzem H2S. ◼ Em em meio SS=colônias incolores com centro negro. ◼ Em meio HK=colônias azul esverdeadas com centro negro. Salmonella em meio HK ◼ Estrutura antigênica ◼ Antígenos O ◼ Antígenos H ◼ Antígenos K ( capsulares - VI ): Capacidade de invasão. ◼ Classificação ◼ Existem 4 espécies principais: ◼ Salmonella typhi (um sorotipo) ◼ Salmonella paratyphi (um sorotipo) ◼ Salmonella choleraesius (um sorotipo) ◼ Salmonella enteritidis (mais de 1500 sorotipos) Salmonella Patogenia Ingestão de alimentos ou bebidas contaminadas Penetração da mucosa intestinal Disseminação via linfáticos e corrente sanguínea Multiplicação local Febre Entérica Septicemia Enterocolite Febres entéricas Sepse Enterocolite Incubação 7-20dias Variável 8-48h Início Insidioso Abrupto Abrupto Febre Gradual Elevação rápida Geralmente baixa Duração Semanas Variável 2-5dias Sintomas gastrointestinais Constipação e depois diarréia Frequentemente nenhum No início náuseas, diarréia e vômitos Hemoculturas (+) nas 1ª e 2ª sem (+) durante febre alta Negativas Coproculturas (+) a partir da 2ª semana Raramente positivas (+) no início ◼ Portadores: Após infecção manisfesta ou subclínica 3% dos pacientes continuam a abrigar Salmonellas em seus tecidos( vesícula biliar , trato biliar ou, raramente, intestino ou vias urinárias). ◼ Fontes de infecção: bebidas e alimentos contaminados por fezes. Epidemiologia ◼ Leite e derivados: Contaminação com fezes e pasteurização inadequada ou manipulação imprópria. ◼ Frutos do mar : Devido à água contaminada. ◼ Ovos desidratados ou congelados : Aves infectadas ou contaminadas durante o processo. ◼ Carne e seus produtos: Animais infectados, ou contaminação por fezes de roedores ou humanos. ◼ Cozimento total das aves domésticas carnes e ovos infectados. ◼ Portadores não devem trabalhar em manipulação de alimentos. Prevenção e Controle Obrigado!!!
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