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TUTORIA - UCT5 – SP2 MICROBIOLOGIA VIRAL 1. Caracterizar a biologia viral (classificação, composição, ciclo de vida, formas de infeção). Os vírus foram descritos primeiramente como “agentes filtráveis”. Seu pequeno tamanho permite-lhes passar através de filtros projetados para reter bactérias. Diferente da maioria das bactérias, fungos e parasitas, os vírus são parasitas intracelulares obrigatórios, que dependem do maquinário bioquímico da célula do hospedeiro para a sua replicação. Além disso a reprodução dos vírus ocorre pela montagem dos componentes individuais e não por fissão binária. DEFINIÇÃO E PROPRIEDADES DE UM VÍRUS Vírus são agentes filtráveis. Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios. Vírus não podem produzir energia ou proteínas independentemente da célula hospedeira. Os genomas virais podem ser DNA ou RNA, ou ambos. Os vírus possuem uma morfologia de capsídeo descoberto ou de envelope. Os componentes virais são montados, e não se replicam por “divisão”. CONSEQUÊNCIAS DAS PROPRIEDADES VIRAIS Os vírus não são vivos. Os vírus devem ser infecciosos para perdurarem na natureza. Os vírus devem ser capazes de usar os processos da célula do hospedeiro para produzirem seus componentes (RNA mensageiro viral, proteína e cópias idênticas do genoma). Os vírus devem codificar qualquer processo necessário não provido pela célula. Os componentes virais devem se automontar Existem muitas controvérsias na comunidade científica a respeito do vírus ser ou não um ser vivo. Muitos autores consideram que a vida se originou do RNA, pois, a partir desta molécula são formadas novas quantidades dela mesma. Em 1960, o físico alemão Manfred Eigen, ganhador de um prêmio Nobel, descobriu que era possível a replicação de RNA in vitro. O RNA, portanto, tornou-se um grande candidato à condição de supermolécula da vida primitiva, capaz de se replicar e sofrer mutações, albergando genes codificadores de enzimas e outras proteínas. Essa molécula, denominada RNA de Eigen, é muito semelhante ao vírus, pois se encontra na fronteira entre o químico e o biológico. Uma das hipóteses da origem do vírus, denominada TEORIA DOS ELEMENTOS SUBCELULARES, é de que o vírus seria proveniente de uma molécula de RNA. Uma outra hipótese defende que o vírus teria se originado de seres unicelulares de vida livre que, por uma perda progressiva de propriedades celulares, criou uma dependência, tornando-o um parasita intracelular obrigatório. Os que defendem que o vírus não é um ser vivo partem do princípio de que ele não tem vida livre, pois sua replicação só é possível dentro de uma célula viva. Além disso, alguns desses agentes possuem a capacidade de se cristalizar quando submetido a situações adversas. Entretanto, os que o classificam como ser vivo se apoiam em duas características. 1. A primeira se refere à sua capacidade de replicação que os TUTORIA - UCT5 – SP2 diferem de outros agentes, tais como as toxinas bacterianas; 2. E a segunda, à presença de uma estrutura protetora de seu material genético, ausente nos plasmídeos (molécula de DNA circular). Apesar de terem a capacidade de se replicar, os vírus não possuem um aparato enzimático suficiente para a replicação, necessitando, assim, da maquinaria celular para completar o seu ciclo replicativo, o que o torna um parasita intracelular obrigatório. Sua “fragilidade” aparente, por ser estritamente dependente da célula, é descartada pela capacidade de controle e redirecionamento do metabolismo celular para o seu próprio benefício. Apesar da baixa complexidade estrutural, pode causar grandes danos à célula hospedeira, mesmo apresentando morfologicamente apenas o material genético, um capsídeo e, em alguns vírus, um envelope. A primeira está relacionada ao seu tamanho, o qual pode variar de 10 a 300 nm. Dessa forma, são considerados os menores microrganismos existentes, podendo ser visualizados apenas através da microscopia eletrônica. Para fins de comparação, lembramos que as bactérias e as hemácias possuem, em média, 10 a 15 vezes o tamanho dos vírus, o que possibilita a identificação destes por meio da microscopia ótica. A segunda propriedade se refere ao genoma viral, que pode ser DNA ou RNA, com exceção do Mimivírus (família: Mimiviridae), o qual apresenta em seu genoma os dois ácidos nucleicos (DNA e RNA), descoberto em 2003, por pesquisadores da Universidade francesa Um ponto importante que devemos entender é que o ácido nucleico contém os genes responsáveis pelas informações genéticas para a codificação de proteínas com composição química bem definida, capazes de induzir respostas imunológica específicas. Esta especificidade é uma das características virais, ou seja, quando somos acometidos por uma infeção viral, o nosso sistema imune produz anticorpos específicos, que podem ser identificados através do diagnóstico sorológico. O mecanismo de replicação viral favorece as frequentes mutações, burlando, assim, o sistema imune. Outra importante propriedade dos vírus é a sua natureza particulada, já que ele é capaz de se replicar, formando seus componentes separadamente, sendo o ácido nucleico uma das primeiras moléculas a ser formada O virion (partículas de vírus) consiste em um genoma de ácido nucléico empacotado numa cobertura proteica (capsídeo) ou numa membrana (envelope). O virion pode conter também certas enzimas essenciais ou acessórias, ou outras proteínas. As proteínas do capsídeo ou as proteínas de ligação ao ácido nucléico associam-se ao genoma para formar um nucleocapsídeo, que pode ser o mesmo do virion ou envolto por um envelope. O genoma do vírus consiste em DNA e RNA. A camada externa do virion é o capsídeo ou envelope. Estas estruturas são o pacote, a proteção e o veículo de liberação durante a transmissão do vírus de um hospedeiro para outro e para a dispersão para a célula-alvo dentro do hospedeiro. As estruturas da superfície do capsídeo e do envelope mediam a interação do vírus com a célula-alvo. E remoção ou o rompimento da parte externa deste pacote inativa o vírus. Os anticorpos gerados contra os componentes dessas estruturas impedem a infecção viral. CAPSÍDEO O capsídeo é uma estrutura rígida capaz de resistir a severas condições ambientais. Os vírus com capsídeo sem cobertura são geralmente resistentes ao ressecamento, ao ácido e a detergentes, incluindo o ácido e a bile do trato entérico. Muitos destes vírus são transmitidos pela rota fecal-oral e podem TUTORIA - UCT5 – SP2 preservar a capacidade de transmissão mesmo no esgoto. ENVELOPE O envelope é uma membrana composta de lipídios, proteínas e glicoproteínas. A estrutura membranosa do envelope pode ser mantida apenas em soluções aquosas. É prontamente rompida pelo ressecamento, condições ácidas, detergentes e solventes com éter, o que resulta na inativação do vírus. Em consequência, vírus envelopados devem permanecer “úmidos”, e são geralmente transmitidos em fluidos, perdigotos (são gotículas contaminadas de saliva que são impelidas, geralmente através de um espirro, e que acabam por ser depositadas na conjuntiva, mucosa nasal, boca ou pele), sangue e tecidos. A maioria não pode sobreviver às condições severas do trato gastrointestinal. O Comitê Internacional de Taxonomia de Vírus (ICTV) vem aprimorando as normas de classificação viral passo a passo, estabelecendo, assim, uma taxonomia exclusiva para a organização dos vírus. O mais importante de todo esse princípio é que os vírus podem ser agrupados de acordo com as suas propriedades físico, químicas e biológicas, assim como as das células que infectam. Dessa forma, os vírus podem ser classificados de acordo com: Tipo de ácido nucleico viral; Estratégia de replicação; Morfologia.Os vírus podem ter os seguintes ácidos nucleicos: • DNA; • RNA; • Ou ambos. Quanto ao genoma dos vírus, este pode ser constituído por fita simples (ss) ou dupla (ds), linear ou circular, de polaridade positiva ou negativa. As diferentes características do ácido nucleico conduzirão as variadas estratégias de replicação. Alguns vírus são capazes de realizar recombinações genéticas e montagens incorretas de partículas virais, podendo produzir vírus provenientes de diferentes ancestrais. Certos vírus, como o HIV, têm seus ácidos nucleicos incorporados ao genoma da célula hospedeira. Logo, através da taxonomia, não é possível TUTORIA - UCT5 – SP2 associarmos uma espécie de vírus a um ancestral comum. Uma outra classificação viral foi definida por David Baltimore, em 1971, a fim de correlacionar as características do ácido nucleico com as estratégias de replicação. Esta classificação não tem finalidade taxonômica, uma vez que o autor utiliza a já existente. Classificação de Baltimore: • Classe I - DNA de fita dupla - Ex: Adenovírus, Herpesvírus e Poxvírus. • Classe II - DNA de fita simples positiva - Ex: Parvovírus • Classe III - RNA de fita dupla - Ex: Reovírus, Birnavírus • Classe IV - RNA de fita simples positiva - Ex: Picornavírus e Togavírus • Classe V - RNA de fita simples negativa - Ex: Orthomixovírus e Rhabdovírus • Classe VI - RNA de fita simples positiva, com DNA intermediário no ciclo biológico do vírus - Ex: Retrovírus • Classe VII - DNA de fita dupla com RNA intermediário - Ex. Hepadnavírus A biossíntese do vírus de DNA Geralmente, os vírus de DNA replicam seu genoma no núcleo da célula hospedeira usando enzimas virais e sintetizando as proteínas do capsídeo e outras proteínas no citoplasma, usando enzimas do hospedeiro. As proteínas migram, então, para o núcleo e são reunidas com o DNA recém-sintetizado para formar os novos vírions. Os vírions são transportados pelo retículo endoplasmático para a membrana da célula hospedeira e são liberados. Os herpevírus, os papovavírus, os adenovírus e os hepatovírus seguem esse padrão de biossíntese. Os Poxvírus são uma exceção, pois todos os seus componentes são sintetizados no citoplasma. A biossíntese dos vírus de RNA Os vírus de RNA multiplicam-se, essencialmente, da mesma forma que os vírus de DNA, exceto que os vários grupos de vírus de RNA utilizam diferentes mecanismo de síntese de mRNA. Os vírus de RNA se multiplicam no citoplasma das células hospedeira. As principais diferenças entre os processos de multiplicação desses vírus residem na forma como o mRNA e o RNA viral são produzidos. Após a síntese do RNA e das proteínas virais, o processo de maturação ocorre de maneira similar a todos os outros vírus animais. Como já foi dito os vírus foram agrupados em sete classes propostas por Baltimore em 1971, de acordo com as características do ácido nucleico e as estratégias de replicação. Resumindo, abaixo estão descritas as características principais de cada classe. • Classe I: Ocorre no citoplasma, independente do genoma celular, que é bloqueado. • Classe II: É realizada no núcleo, simultaneamente à síntese do genoma celular. • Classe III: Processa-se no citoplasma; sendo, no início, apenas umas das fitas do ácido nucleico copiada. • Classe IV: Ocorre no citoplasma, por meio de um processo complexo, ainda pouco esclarecido. • Classe V: A fita simples de RNA serve de molde para a formação de genoma viral e síntese de RNA mensageiro. • Classe VI: Pertence a essa classe a família Retroviridae, que possui uma enzima chamada Transcriptase Reversa, responsável pela síntese de DNA a partir de RNA. • Classe VII: Tem como exemplo a família Hepadnaviridae, cuja característica principal é a formação de um RNA intermediário. TUTORIA - UCT5 – SP2 Os vírus podem ser classificados em vários tipos morfológicos diferentes, com base na arquitetura do capsídeo. A estrutura do capsídeo tem sido elucidada por microscopia eletrônica e uma técnica conhecida como cristalografia de raios x. diante disso, os vírus podem ser classificados em: Helicoidais; Poliédricos; Envelopados; Complexos. VÍRUS HELICOIDAIS Os vírus helicoidais lembram bastões longos, que podem ser rígidos ou flexíveis. O genoma viral está no interior de um capsídeo cilíndrico e oco com estrutura helicoidal. Os vírus que causam raiva e febre hemorrágica são helicoidais. VÍRUS POLIÉDRICOS Muitos vírus animais, vegetais e bacterianos são poliédricos. O capsídeo da maioria dos vírus poliédricos tem a forma de um icosaedro, um poliedro regular com 20 faces triangulares e 12 vértices. Os capsômeros de cada face formam um triângulo equilátero. O adenovírus é um exemplo de vírus poliédrico com a forma de um icosaedro. O poliovírus também é icosaedro. VÍRUS ENVELOPADO Como mencionado anteriormente, o capsídeo de alguns vírus é coberto por um envelope. Os vírus envelopados são relativamente esféricos. Os vírus helicoidais e os poliédricos envoltos por um envelope são denominados vírus helicoidais envelopados ou vírus poliédricos envelopados. Um exemplo de vírus helicoidal envelopado é o vírus influenza. O vírus do herpes é um exemplo de vírus poliédrico envelopado. VÍRUS COMPLEXOS Alguns vírus, particularmente os vírus bacterianos, possuem estruturas complicadas e são denominados vírus complexos. Um bacteriófago é um exemplo de vírus complexo. Alguns bacteriófagos possuem capsídeo com estruturas adicionais aderidas. Nesta figura abaixo, note que o capsídeo (cabeça) é poliédrico e a bainha é helicoidal. A cabeça contem genoma viral. Os Poxvírus são outro exemplo de vírus complexos que não possuem capsídeo claramente definidos, mas apresentam várias coberturas ao redor do genoma viral. TUTORIA - UCT5 – SP2 Por fim, existe uma outra classificação a qual não é oficial, mas é pratica: A replicação viral, que ocorre no interior da célula do hospedeiro, evolui seguindo as etapas de adsorção, penetração, desnudamento, transcrição e tradução (síntese), maturação e liberação. ADSORÇÃO É a ligação de uma molécula presente na superfície da partícula viral com os receptores específicos da membrana celular do hospedeiro. Nos vírus envelopados, as estruturas de ligação geralmente se apresentam sob a forma de espículas, como nos Paramyxovírus e nos vírus sem envelope. A ligação célula-vírus geralmente está relacionada a um ou grupo de polipeptídeos estruturais, como acontece nos Papilomavírus. A presença ou ausência de receptores celulares determina o tropismo viral, ou seja, o tipo de célula em que são capazes de ser replicados. Para haver a adsorção, é necessária uma ponte entre as proteínas mediadas por íons livres de cálcio e magnésio, uma vez que as proteínas apresentam carga negativa. Outros fatores vão influenciar diretamente na adsorção do vírus na membrana celular, tais como, temperatura, pH e envoltórios com glicoproteínas. PENETRAÇÃO É a entrada do vírus na célula. Esta pode ser feita de duas maneiras: 1. Fusão; 2. Viropexia. A fusão é quando a membrana celular e o envelope do vírus se fundem, permitindo a entrada deste no citosol da célula. A viropexia é uma invaginação da membrana celular mediada por receptores e por proteínas, denominadas clatrinas, que revestem a membrana internamente. Nos dois mecanismos existe uma dependência em relação à temperatura adequada, que fica em torno de 37ºC, em vírus que replicam em células de vertebrado. DESNUDAMENTO Neste processo, o capsídeo é removido pela ação de enzimas celulares existentes nos lisossomos, expondo o genoma viral. Além disso, se observa a fase de eclipse, onde não há aumento do número de partículas infecciosas na célula hospedeira. De uma maneira geral, o vírus que possui comoácido nucleico o DNA faz síntese no núcleo, com exceção do Poxvírus, uma vez que precisa da enzima polimerase, encontrada no núcleo da célula. O vírus que possui como genoma o RNA faz a síntese viral no citoplasma, com exceção do vírus Influenza, pois já possui a enzima polimerase. SÍNTESE VIRAL A síntese viral compreende a formação das proteínas estruturais e não estruturais a partir dos processos de transcrição e tradução. MONTAGEM E MATURAÇÃO Nessa fase, as proteínas vão se agregando ao genoma, formando o nucleocapsídeo. Alguns vírus, como o Rotavírus, apresentam mais de um capsídeo. A maturação consiste na formação das partículas virais completas, ou vírions, que, em alguns casos, requerem a obtenção do TUTORIA - UCT5 – SP2 envoltório lipídico ou envelope. Este processo, dependente de enzimas tanto do vírus quanto da célula hospedeira, podendo ocorrer no citoplasma ou no núcleo da célula. De uma forma geral, os vírus que possuem genoma constituído de DNA condensam as suas partes no núcleo, enquanto os de RNA, no citoplasma. LIBERAÇÃO A saída do vírus da célula pode ocorrer por: 1. Lise celular – CICLO LÍTICO 2. Brotamento – CICLO LISOGÊNICO Na lise celular (ciclo lítico), a quantidade de vírus produzida no interior da célula é tão grande que a célula se rompe, liberando novas partículas virais que vão entrar em outras células. Geralmente, os vírus não envelopados realizam este ciclo, ao passo que os envelopados saem da célula por brotamento. Neste caso, os nucleocapsídeo migram para a face interna da membrana celular e saem por brotamento, levando parte da membrana. Observação: Replicação dos bacteriófagos Em relação aos bacteriófagos, nos dois ciclos (lítico e lisogênico), as fases de replicação são quase idênticas. Entretanto, no ciclo lítico, o vírus insere o seu material genético na célula hospedeira, onde as funções normais desta são interrompidas pela inserção do ácido nucleico viral, produzindo tantas partículas virais que ao “encher” demasiadamente a célula, a arrebenta, liberando um grande número de novos vírus. Concluindo, no ciclo lítico há uma rápida replicação do genoma viral, montagem e liberação de vírus completos, levando à lise celular, ou seja, a célula infectada rompe-se e os novos vírus são liberados. No lisogênico, o vírus insere seu ácido nucleico na célula hospedeira, onde este torna-se parte do DNA da célula infectada e a célula continua com suas funções normais. Durante a mitose, o material genético da célula com o do vírus incorporado sofre duplicação, gerando células-filhas com o “novo” genoma. Logo, a célula infectada transmitir· as informações genéticas virais sempre que passar por mitose e todas as células estarão infectadas também. TUTORIA - UCT5 – SP2 Os vírus encontram-se no meio exterior e podem ser transferidos de um hospedeiro para outro. Esse hospedeiro pode ser representado por uma única espécie, ou como no caso das zoonoses, transferir-se de uma espécie à outra. A transmissão natural dos vírus pode ocorrer de forma horizontal ou vertical, através de várias portas de entrada. TRANSMISSÃO HORIZONTAL Representa a transmissão de vírus de um indivíduo para outro da mesma espécie ou não. As vias de transmissão podem ser por contacto direto (indivíduo infectado para hospedeiro susceptível) ou indireto (através de gotículas ou perdigotos), veiculada por água ou alimentos contaminados ou através de vectores representados por animais vertebrados ou invertebrados. TRANSMISSÃO VERTICAL É representada pela transmissão do vírus da mãe para o embrião/feto, durante a gestação, ou durante o nascimento pela passagem através do canal do parto, ou ainda pela amamentação. MUCOSA Trato respiratório O trato respiratório È a principal via de entrada do vírus no organismo. Seus mecanismos de defesa compreendem: a presença de células epiteliais ciliadas, muco, anticorpos secretórios da classe A, células fagocitárias alveolares, dentre outros. Alguns desses mecanismos auxiliam na remoção de partículas estranhas. Muitas vezes, os vírus ultrapassam essas barreiras, principalmente quando há um imunocomprometimento. Inicialmente, esses agentes se replicam nas células epiteliais, produzindo uma infecção localizada, podendo ser disseminada, rapidamente, com o auxílio dos fluídos locais. A infecção localizada não está, necessariamente, relacionada a uma doença mais amena, pois, em muitos casos, grandes áreas do trato respiratório podem estar acometidas, causando uma enfermidade severa. A excreção das partículas virais, por esta via para o ambiente, favorece a rápida disseminação viral entre os indivíduos. • Exemplos dos vírus que causam infecção localizada no trato respiratório: Vírus da influenza, Vírus Parainfluenza, Rinovírus, Vírus Respiratório Sincial e Adenovírus. • Exemplos de vírus que infectam através do trato respiratório e causam infecção disseminada: Vírus da Caxumba, Vírus do Sarampo e Vírus da Rubéola. Trato gastrointestinal Nesta via a infecção é dada principalmente pela ingestão de alimentos ou água contaminados, podendo ocorrer também pelo compartilhamento de talheres e copos utilizados por pessoas infectadas. A via de entrada é a orofaringe, onde esses agentes se concentram ou são transportados para o trato gastrointestinal. Já a excreção viral é feita pelas fezes, completando o ciclo oral-fecal. O trato gastrointestinal, por sua vez, é protegido contra os agentes infecciosos por imunoglobulinas secretoras (IgA), muco, ácidos gástricos, sais biliares, enzimas proteolíticas, dentre outros. Além desses, o peristaltismo é um importante mecanismo para manter o alimento e o agente em movimento, dificultando o estabelecimento da infecção. Em situações extraordinárias, pode ocorrer o inverso, ou seja, um movimento antiperistáltico, cuja função é a eliminação do microrganismo. Em geral, os vírus que causam infecção intestinal são ácido-bile resistentes. • Exemplos dos vírus que causam infecção localizada na boca e orofaringe: Vírus do Herpes Simplex, Vírus Epstein- Barr e Citomegalovírus. • Exemplos de vírus que infectam o trato gastrointestinal, produzindo enterites: Rotavírus, Vírus Norwalk e Astrovírus. TUTORIA - UCT5 – SP2 • Exemplos de vírus que infectam através do trato gastrointestinal e causam infecção disseminada: Vírus da hepatite A, Vírus da Hepatite E e Poliovírus. Trato geniturinário É uma via de entrada para vários tipos de vírus, principalmente os que utilizam via sexual. A contaminação é dada pelas diversas formas de contato sexual entre indivíduos e por instrumentos cirúrgicos ginecológicos e roupas íntimas contaminadas (fômites - qualquer objeto inanimado ou substância capaz de absorver, reter e transportar organismos contagiantes ou infecciosos.). O pH, a microbiota e o muco local constituem uma importante proteção desta via. Assim como nos tratos discutidos anteriormente, o vírus pode se alojar localmente ou disseminar para outras áreas. • Exemplos dos vírus que causam infecção localizada no trato geniturinário: Vírus do Herpes simplex, Vírus do Papiloma. • Exemplos de vírus que infectam o trato geniturinário, produzindo infecções sistêmicas: Citomegalovírus, Vírus de Hepatite B e C e HIV. Conjuntiva O acometimento da conjuntiva pode se dar por infecção dos olhos pelas mãos ou objetos contaminados. Pode ser causada, na maior parte das vezes, por um Adenovírus, que normalmente causa o resfriado comum, permitindo a transmissão por gotículas de tosse e por espirros. Embora menos resistente que a pele, a conjuntiva é constantemente lavada pela secreção lacrimal, que funciona como uma barreira bioquímica, contendo principalmente a lisozima (enzima microbicida) IgA secretória. A conjuntiva é ainda protegidafisicamente pelos cílios e movimentos das pálpebras, os quais auxiliam na manutenção da lubrificação dos olhos. • Exemplos dos vírus que infectam por meio da conjuntiva: Enterovírus e Adenovírus. PELE Esta é uma porta de entrada de vários agentes microbianos. Apesar de a picada dos artrópodes e a contaminação via sanguínea terem como primeiro acesso a pele, optamos por separá-los deste item para uma melhor compreensão do ciclo de transmissão viral. A infecção da pele é possível através do contato direto com lesões de pessoas infectadas, mordida de animais vertebrados, objetos contaminados (ex: alicates) e a presença de solução de continuidade, permitindo a penetração do vírus. Sua proteção se deve ao epitélio estratificado da pele, pH, ácidos graxos (gordura), secreções (suor), e os pelos que revestem a epiderme. • Exemplos dos vírus que causam lesões cutâneas localizadas: Papilomavírus, Poxvírus. • Exemplos de vírus transmitido por mordida de animal: Vírus da Raiva (Rhabdovírus). SANGUE A infecção do sangue pode ocorrer por meio de compartilhamento de seringas, transfusão sanguínea e transplante de órgãos. A proteção desta via, além da pele e da mucosa (porta de entrada), é o próprio sistema imunitário, já que envolve componentes sanguíneos (células, sistema complemento, imunoglobulinas, etc.) para o combate da infecção. Esta defesa pode ser burlada pelos vírus, através dos mecanismos de escape ou mesmo pelo fato de alguns vírus possuírem tropismo por células do sistema imune. • Exemplos de vírus transmitidos por via iatrogênica (agulhas, material cirúrgico): HIV, Vírus da Hepatite B e C. {REFERÊNCIAS} http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/c ap2.pdf TUTORIA - UCT5 – SP2 Microbiologia do Tortora, 10ª edição https://www.ufrgs.br/labvir/material/aulaCUR SOFarmacia_3classificacaoviral.pdf Microbiologia Médica, Patrick R. MURRAY, 5ª edição https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/i nfeccoes-virais 2. Descrever a patogênese da dengue, agente causador e sorotipagem. Dengue é a doença causada por um dos quatro tipos do vírus dengue DEN-1,2,3 e 4. A infecção é causada por um vírus de genoma RNA pertencente ao grupo B dos arbovírus, família Flaviviridae, gênero Flavivirus. Compreende quatro sorotipos imunologicamente distintos: DEN-1, DEN-2, DEN-3 e DEN-4. O vírus possui três proteínas estruturais: a proteína C, localizada no nucleocapsídeo; a proteína M, que está associada com a membrana; e a proteína E do envelope, principal proteína estrutural, está diretamente relacionada com a imunidade e provável virulência da amostra. O vírus da dengue tem sete outras proteínas não estruturais: (NS1, NS2a, NS2b, NS3, NS4a, NS4b, NS5), que estão relacionadas com a infecção viral. As espécies de mosquito envolvidas na transmissão da infecção pertencem ao gênero Aedes. Nas Américas, o Aedes aegypti é o mais importante e talvez o único vetor da enfermidade. Caracteriza-se por ser um mosquito de hábitos exclusivamente urbanos, reproduzindo-se em criadouros artificiais localizados nos domicílios e em seus arredores. Seus criadouros mais comuns são latas, pneus, vasos e demais utensílios descartados e encontrados em áreas menos providas de infraestrutura, de saneamento básico, especialmente no que se refere à coleta de lixo e à rede de abastecimento de água. Um outro vetor associado à transmissão da doença é o Aedes albopictus, inseto originário da Ásia que desde 1980 teve sua dispersão para outras partes do mundo. Sua primeira identificação no Brasil se deu na cidade do Rio de Janeiro, em 1986. A infecção por qualquer um dos quatro sorotipos do vírus pode variar desde uma infecção assintomática até formas graves O vírus dengue é classificado como um arbovírus Arboviroses são as doenças causadas pelos chamados arbovírus, que incluem o vírus da dengue, Zika vírus, febre chikungunya e febre amarela. A classificação "arbovírus" engloba todos aqueles transmitidos por artrópodes, ou seja, insetos e aracnídeos (como aranhas e carrapatos). A palavra dengue tem origem espanhola, e quer dizer "melindre", "manha". O nome faz referência ao estado de moleza e prostração em que fica a pessoa contaminada. TUTORIA - UCT5 – SP2 como a dengue hemorrágica e ou síndrome do choque da dengue. A dengue clássica é caracterizada por: Febre alta de início súbito Cefaléia (dor de cabeça) Dor retrorbital Mialgia e artralgia Astenia (perda ou diminuição da força física) Prostração (fraqueza) Exantema Manifestações gastrointestinais Linfoadenopatias. Os casos de dengue hemorrágica são caracterizados por quatro manifestações principais: Febre alta, Fenômenos hemorrágicos, Hepatomegalia (aumento do fígado) Insuficiência circulatória. A FHD é classificada em quatro graus de gravidade de acordo com os quadros de hemorragia e extravasamento de plasma. Grau I: febre, teste do torniquete positivo e/ou tendência a fácil sangramento. Grau II: grau I associada a hemorragias na pele ou outras. Grau III: grau I e grau II, falência circulatória com pulso rápido, diminuição da pulsação ou hipotensão, presença de sudorese, pele úmida e prostração. Grau IV: grau I, II e III acompanhada de choque profundo com pressão e pulso indetectáveis. Embora todos os sorotipos possam estimular a formação de anticorpos específicos, a imunidade induzida por um sorotipo é apenas parcialmente protetora contra outros sorotipos (imunidade heteróloga ou cruzada) e desaparece rapidamente. Por outro lado, a imunidade conferida pela infecção do vírus (homóloga) é permanente para o sorotipo que causou a infecção. Existem dois padrões de respostas à infecção pelo vírus da dengue: primária e secundária. A resposta primária ocorre em indivíduos que não são imunes aos flavivírus, que ainda não tinham sido infectados por flavivírus ou não tinham sido inoculados com a vacina da febre amarela ou da encefalite japonesa. Neste tipo de infecção os anticorpos são mono-específicos (mais altos contra o sorotipo infectante que contra os outros). A resposta secundária é observada em indivíduos com infecção por dengue que já tiveram infecção prévia por flavivírus. Pode apresentar-se como resultado à imunidade a algum sorotipo diferente do vírus da dengue, que é o mais freqüente, ou por vacinação prévia contra outros flavivírus. Uma única fêmea do mosquito pode colocar até 150 ovos. Estes, por sua vez, podem resistir por mais de um ano sem umidade. Devido a esses fatores e à capacidade de proliferação, o Aedes se faz presente em mais de quatro mil cidades brasileiras. O período de incubação médio da doença é de quatro a sete dias, e a infecção pode apresentar-se, por exemplo, como assintomática, febre indiferenciada, síndrome da dengue e dengue hemorrágica. O ciclo de transmissão da dengue se inicia quando o mosquito Aedes aegypti, vetor da doença no Brasil, pica uma pessoa infectada. O vírus multiplica-se no intestino médio do vetor e infecta outros tecidos chegando finalmente às glândulas salivares. Uma vez infectado o mosquito é capaz de transmitir enquanto viver. Não existe transmissão da doença através do contato entre indivíduos doentes e pessoas saudáveis. Após a picada do mosquito, inicia- se o ciclo de replicação viral nas células estriadas, lisas, fibroblastos e linfonodos locais, a seguir ocorre a viremia, com a disseminação do vírus no organismo do indivíduo. Os primeiros sintomas como febre, dor de cabeça e mal-estar surgem após um período de incubação que pode variar de 2-10 dias. Uma vez infectada por um dos sorotipos do vírus, a pessoa adquire imunidade para aquele sorotipo especifico. TUTORIA - UCT5 – SP2 O Aedes aegyptié o mosquito transmissor da dengue, Zika, Chikungunya e febre amarela e o seu ciclo de vida é divido em 4 fases: Ovo; Larva; Pupa; Mosquito desenvolvido. O ciclo começa quando uma fêmea adulta deposita seus ovos nas paredes dos reservatórios com água LIMPA (não somente limpa), parada e normalmente após 7 dias, a larva cresce e vira pupa e, 2 dias depois, o mosquito está completamente formado e pronto para picar. Os ovos do mosquito são muito resistentes e sobrevivem até mesmo por 1 ano num local seco e quando este local recebe água, em cerca de meia hora de submersão este ovo pode se desenvolver. Este mosquito leva em média 10 dias para se desenvolver e vive durante 30 dias. Uma única fêmea produz e 60 a 120 ovos em cada ciclo reprodutivo e pode ter mais de 3 ciclos durante sua vida. Como já foi dito o tempo médio de vida de um mosquito adulto é de 30 dias e durante este período cada fêmea pode colocar cerca de 3000 ovos. A picada do mosquito Aedes aegypti pode acontecer em qualquer hora do dia, no entanto o mosquito evita o sol forte e ao ar livre, prefere à sombra mas geralmente pica de manhã ou no final da tarde e à noite entre as 7:00 e 10:00h e entre as 16:00 e às 19:00h. Quanto à patogenia do vírus da dengue, esta já vem sendo discutida há mais de 30 anos, e algumas hipóteses tentam explicar a Se em passado recente acreditávamos que o Aedes aegypti, mosquito transmissor da dengue só proliferava em água limpa, uma recente pesquisa realizada pela Superintendência de Controle de Endemias de São Paulo, mostra que o mosquito não se reproduz apenas em água limpa. O estudo comprovou uma mutação no mosquito que larvas do Aedes aegypti, que até então só se reproduzia em água limpa. Durante o trabalho de campo realizado em São Sebastião, litoral norte de São Paulo, a pesquisadora responsável, Marylene Brito, encontrou mais de trezentos pontos infestados com algum tipo de sal ou produto químico, como resíduos de tinta e restos de óleo, evidenciando que as larvas do mosquito também se desenvolvem em ambientes sujos e até em água salgada. “O mosquito está evoluindo. Todas as espécies tentam manter sua população. Se não encontram o ambiente que preferiam antes, acabam se adaptando ao que existe.” TUTORIA - UCT5 – SP2 ocorrência destas formas graves (FHD/SCD), como a da infecção sequencial postulada por Halstead (1970, 1980 e 1982), e a da virulência de determinadas cepas do vírus, defendida por Rosen (1977). Entretanto, uma terceira teoria proposta por Kouri et al., (1987) reconhece que as duas primeiras não explicam de forma isolada os eventos epidemiológicos que vêm ocorrendo no mundo e propõe uma teoria integral de multicasualidade, onde há integração de vários fatores de risco como: individuais – idade, sexo, raça, estado nutricional, preexistência de enfermidades crônicas e presença de anticorpos. Esses são fatores predisponentes que fazem com que a doença seja mais freqüente em certos grupos de idade ou raça, no entanto a presença de anticorpos é o principal fator individual, mas não é o único; epidemiológicos – imunidade de grupo, competência e densidade vetorial, intensidade da circulação viral e intervalo de tempo entre as infecções por diferentes sorotipos; e os fatores virais – virulência da cepa circulante, sorotipos virais envolvidos em cada epidemia. Geralmente os fatores epidemiológicos e virais são determinantes para uma epidemia. A infecção causada pelo vírus da dengue é iniciada pela picada do mosquito transmissor do vírus na pele, onde o vírus interage com as células dendríticas residentes, denominadas células de Langerhans. Essas células expressam DC-SIGN (é um receptor de lectina do tipo C presente na superfície dos macrófagos e das células dendríticas), o qual se liga à glicoproteína do envelope de todos os quatro sorotipos do vírus da dengue. Desse modo, o DC-SIGN é responsável por mediar a entrada do vírus, permitindo subseqüente infecção viral, o que leva à liberação de vírions dentro da célula. A migração de células de Langerhans para os nódulos linfóides permite a apresentação do vírus à célula T. Interessantemente, recentes trabalhos evidenciam que, enquanto as células dendríticas são imediatamente infectadas, as células de Langerhans não são e que o DC- SIGN somente concentra o vírus na superfície celular e que um outro co-receptor, ainda não identificado seria o responsável pela internalização do vírus. O vírus da dengue infecta predominantemente células do sistema reticuloendotelial (baço, fígado e medula óssea), incluindo monócitos, linfócitos, células de Kupffer e macrófagos alveolares. De modo geral os trabalhos apontam o fígado como órgão principal na infecção. No entanto, a imunopatogênese das formas graves da infecção não está totalmente esclarecida. A disfunção observada no fígado poderia ser por efeitos diretos nas células hepáticas ou consequências adversas na resposta imune desregulada do hospedeiro contra o vírus. As alterações histológicas presentes no tecido hepático decorrentes da infecção incluem: esteatose microvesicular, necrose hepatocelular, hiperplasia e destruição de células de Kupffer, corpúsculo de Councilman e infiltrado inflamatório na região portal. Interessantemente, a região medio- zonal do fígado é a mais comprometida, possivelmente devido a uma sensibilidade maior dos hepatócitos à anóxia ou a produtos da resposta imune (citocinas e quimiocinas), bem como a uma preferência do vírus infectar os hepatócitos dessa região. TUTORIA - UCT5 – SP2 Durante a infecção, células dendríticas, macrófagos, linfócitos B, linfócitos T, células NK e mastócitos estão envolvidos na resposta imune do hospedeiro contra o vírus. Outro fenômeno importante presente é a apoptose, que tem sido mostrada como um mecanismo pelo qual o vírus da dengue pode causar a morte celular. Devido a este fenômeno pode ocorrer disseminação do vírus para outras células vizinhas e diminuição da resposta imune. Outros estudos demonstram níveis aumentados de TRANSAMINASES no soro durante a infecção, no entanto, os níveis estão mais elevados na FHD/SCD do que na FD e tendem a retornar ao normal em 14-21 dias após a infecção. Dentre os trabalhos que investigam as possíveis alterações das transaminases durante a infecção pelo vírus da dengue, grande parte aponta elevações maiores da AST do que da ALT. Tem sido sugerido que esse padrão possa ser devido ao excesso de liberação da AST a partir dos miócitos durante a infecção, porém, isto não está totalmente esclarecido. Devido à complexidade da infecção causada pelo vírus da dengue, a compreensão dos mecanismos envolvidos na imunopatologia da doença é principalmente importante para o desenvolvimento de terapêuticas e vacinas eficazes para prevenir a FHD. Os dados sobre o tipo 5 da doença foram apresentados em uma conferência realizada no final de outubro, se eu não me engano de 2013, em Bancoc, na Tailândia. A descoberta se deu quando cientistas da Universidade do Texas receberam amostras de sangue de uma epidemia de dengue ocorrida em 2007, na Malásia, e ao estudá-lo encontraram um tipo completamente diferente. {REFERÊNCIAS} Kumar, V. Robbins & Cotran Patologia - Bases Patológicas das Doenças. Grupo GEN, 2016. [Minha Biblioteca]. http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/sobre ovirus.html https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24607 #:~:text=Arboviroses%20s%C3%A3o%20as %20doen%C3%A7as%20causadas,(como% 20aranhas%20e%20carrapatos). https://www.tuasaude.com/ciclo-de-vida-do- aedes- aegypti/#:~:text=O%20Aedes%20aegypti%20 %C3%A9%20o,larva%2C%20pupa%20e%20 mosquito%20desenvolvido.&text=Este%20m osquito%20leva%20em%20m%C3%A9dia,e%20vive%20durante%2030%20dias. https://hepato.com/2020/01/02/transaminases -elevadas-o-que-indicam/ As transaminases são enzimas intracelulares que atuam catalisando diversas reações, principalmente no fígado, mas que também se encontram em outros tecidos do organismo, quando estão elevadas são um indicador importante indicando que existe algum problema, muito provavelmente no fígado. O fígado produz mais de 60 transaminases, sendo que apenas duas são de maior importância clínica, a alanina aminotransferase (ALT) ou transaminase glutâmico-pirúvica (TGP) e a aspartato aminotransferase (AST) ou transaminase glutâmico- oxaloacética (TGO). TUTORIA - UCT5 – SP2 http://www2.fm.usp.br/pfh/mostrahp2.php?ori gem=pfh&xcod=Dengue&dequem=Principal#: ~:text=O%20v%C3%ADrus%20da%20dengu e%20infecta,como%20%C3%B3rg%C3%A3o %20principal%20na%20infec%C3%A7%C3% A3o. http://www.sbmt.org.br/portal/noticias- 2557/?fb_comment_id=1138520726245083_ 1167558493341306 http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACE T/IMAGENS/biblioteca- digital/microbiologia/hepatites_outras_viroses /11-Diagnostico-laboratorial-da-dengue.pdf 3. Explique como é realizado o diagnóstico laboratorial da dengue. Os testes para detectar dengue já estão bem-estabelecidos no Brasil, no entanto alguns apresentam reação cruzada com outras doenças e resultado falso positivo- negativo. Por isso, é importante que o profissional analise os resultados considerando o quadro clínico do paciente e a situação endêmica local. Quando uma região está passando por uma epidemia de dengue, o diagnóstico pode ser feito apenas pela sintomatologia (este critério dependerá de orientações da vigilância sanitária local) e dados epidemiológicos locais. Os critérios de indicação de realização dos exames de diagnóstico etiológico também podem variar de acordo com a situação epidemiológica e também se a doença está na fase aguda (inicial) ou não. Na fase inicial da doença ou fase aguda, podem ser feitos alguns exames para auxiliar o diagnóstico da dengue. O teste para antígeno NS1 (proteína produzida intensamente pelo vírus da dengue) e o teste molecular ou PCR, que avalia o RNA do vírus. Estes são métodos disponíveis geralmente nos laboratórios de referência estaduais e nacionais, seu uso deve, sempre, ser discutido com os integrantes das equipes de Vigilância Epidemiológica; recomenda-se a realização nos primeiros três dias da doença, podendo ser realizado até o quinto dia. Pode ser utilizado também o teste rápido IgG/IgM, utilizado para triagem inicial da doença. DETECÇÃO DO ÁCIDO NUCLEICO VIRAL PELO MÉTODO DA TRANSCRIÇÃO REVERSA SEGUIDA DA REAÇÃO EM CADEIA DA POLIMERASE (RT–PCR): não é utilizada na rotina diagnóstica por se tratar de uma técnica dispendiosa. É de grande importância nos casos em que as técnicas de rotina foram insuficientes para a definição diagnóstica, especialmente naqueles que evoluíram para óbito. O método pode ser realizado em amostras de sangue, soro, líquido cefalorraquidiano (LCR), fragmentos de vísceras (fígado, baço, linfonodos, coração, pulmão, rim e cérebro) e ainda em lotes de mosquitos vetores. A amostra deve ser armazenada e conservada em freezer - 70ºC ou nitrogênio líquido. DENGUE ANTÍGENO NS1 (TESTE RÁPIDO DA DENGUE): é a nova ferramenta diagnóstica e se trata de um teste qualitativo, usado na detecção da antigenemia NS1 da dengue pela técnica Elisa de captura; auxilia no diagnóstico sorológico da doença em amostras colhidas principalmente até o terceiro dia do início dos sintomas; o ideal é que a amostra seja colhida no primeiro dia dos sintomas, o que, muitas vezes, permitirá a liberação do resultado antes do momento de efervescência da febre; seu desempenho é equivalente ao do RT-PCR, porém, não permite a identificação do sorotipo. Atualmente, o Ministério da Saúde disponibiliza kits para o uso em amostras de unidades-sentinela de monitoramento do vírus da dengue. O uso da proteína NS1 tem uma alta especificidade (82 a 100%), mas tem moderada sensibilidade (mediana 64%, intervalo de 34-72%), de acordo com Guzman (2010). De acordo com o estudo de Chatterji (2011), a sensibilidade é mais baixa nas infecções secundárias, quando comparada com as infecções primarias. O teste NS1 negativo não exclui a possibilidade da doença. Conclui-se, portanto, é um teste rápido, qualitativo, de detecção precoce – 1 a 3 dias de doença. Pode estar presente até 9-10 dias do início dos sintomas, mas sua detecção é mais difícil após a soroconversão. Portanto, a presença do antígeno NS1 é indicativo de doença aguda e ativa. Já um resultado TUTORIA - UCT5 – SP2 negativo, diante de um quadro suspeito de dengue, não exclui o diagnóstico. MÉTODO ELISA IGM E IGG – teste rápido, baseado na detecção qualitativa e diferencial de anticorpos IgM e IgG, permite diagnóstico ou descarte, em curto espaço de tempo. É utilizado para triagem inicial e as amostras reativas devem ser confirmadas por ensaios imunoenzimáticos (ex. ELISA) ou outros ensaios imunológicos. A partir do 6° dia da doença é possível detectar apenas os anticorpos: o IgM, produzido na fase aguda, e o IgG, que demora mais a ser produzido. Geralmente, o IgG detecta uma infecção antiga, mas, a partir do 8º a 10º dia de sintomas, já pode dar positivo para uma doença recente. Dentre os exames sorológicos a serem realizados após o 6° dia estão: MÉTODO ELISA IGM – baseado em detecção de anticorpo, este método costuma positivar após o sexto dia da doença. Detecta o anticorpo de defesa presente no organismo que tem doença ativa MÉTODO ELISA IGG – baseado em detecção de anticorpo, este método costuma positivar a partir do nono dia de doença, na infecção primaria, e já estar detectável desde o primeiro dia de doença na infecção secundária. Detecta anticorpo presente no organismo que teve infecção passada Outros exames também podem ser utilizados para o diagnóstico da dengue: ISOLAMENTO VIRAL: é considerado o método mais específico (padrão ouro) para o isolamento e a identificação do sorotipo do VDEN responsável pela infecção. Pode ser realizado em amostras de sangue, líquido cefalorraquidiano (LCR) e fragmentos de vísceras (fígado, baço, coração, pulmão, rim e cérebro). O período recomendado para colheita da amostra de sangue é de, preferencialmente, até o quarto dia do início dos sintomas, durante o período de viremia. A coleta de espécimes biológicos para isolamento viral deve ser orientada pela Vigilância Epidemiológica, respeitando-se a capacidade dos laboratórios de referência. A amostra deve ser armazenada e conservada em freezer -70º C ou nitrogênio líquido. IMUNO-HISTOQUÍMICA: permite a detecção de antígenos virais em cortes de tecidos fixados em formalina e emblocados em parafina, corados pela fosfatase alcalina ou peroxidase marcada com anticorpo específico. Essa técnica é bastante sensível e específica e deve ser utilizada após o diagnóstico histopatológico presuntivo. HEMOGRAMA E PLAQUETAS – Pode ser realizado em alguns casos. A periodicidade de repetição do exame ao longo do período de acompanhamento clínico do paciente irá depender da classificação clínica do paciente. O hemograma tem como finalidade principal avaliar o hematócrito, para identificação de hemoconcentração. Hemoconcentração indica provável alteração de permeabilidade capilar (extravasamento plasmático), associado à gravidade, além de definir a necessidade de hidratação e resposta a terapia de reposição instituída. Queda de hematócrito pode sugerir hemorragias. A redução na contagem de plaquetas, principalmente quando associada à elevação concomitante do hematócrito, pode também indicar risco aumentado de evolução desfavorável. Avaliação do paciente com suspeita de dengue A presença de sinais de alarme deve ser pesquisada em todos os pacientescom suspeita de Dengue, pois indica a possibilidade de gravidade do quadro clínico e de evolução para febre hemorrágica da Isolamento viral e PCR são os exames mais específicos para diagnóstico de Dengue, mas são pouco disponíveis. São utilizados principalmente para fins epidemiológicos ou em estudos científicos. TUTORIA - UCT5 – SP2 dengue ou síndrome do choque da dengue. Deve também ser dada atenção a sinais de choque ao exame físico. Tabela 1: Sinais de alarme na Dengue e sinais de choque Sinais de alarme Dor abdominal intensa e contínua; vômitos persistentes; hipotensão postural e/ou lipotímia; hepatomegalia dolorosa; hemorragias importantes (hematêmese e/ou melena); sonolência e/ou irritabilidade; diminuição da diurese; diminuição repentina da temperatura corpórea ou hipotermia; aumento repentino do hematócrito; queda abrupta de plaquetas; desconforto respiratório. Sinais de choque Hipotensão arterial; pressão arterial convergente (PA diferencial < 20 mmHg); extremidades frias, cianose; pulso rápido e fino; enchimento capilar lento (> 2 segundos). Embora seja exame inespecífico, o Ministério da Saúde recomenda a prova do laço em todos os casos suspeitos de Dengue, pois é um exame de triagem que representa fragilidade capilar. Os passos para realizar a prova do laço são os seguintes: 1. Desenhar um quadrado de 2,5 cm de lado (ou uma área ao redor da falange distal do polegar) no antebraço da pessoa e verificar a PA. 2. Calcular o valor médio: (PAS+PAD) /2. Por exemplo, se o valor de pressão arterial for 120x80, deve-se insuflar o manguito até os 100 mmHg; 3. Insuflar novamente o manguito até o valor médio e manter por 5 minutos em adulto (em crianças, 3 minutos) ou até o aparecimento de petéquias ou equimoses. 4. Contar o número de petéquias no quadrado. A prova será positiva se houver 20 ou mais petéquias em adultos e 10 ou mais em crianças. Este exame pode também ser conhecido como prova do torniquete, prova de Rumpel- Leede ou simplesmente teste de fragilidade capilar, e faz parte das recomendações da Organização Mundial de Saúde para o diagnóstico de dengue, apesar de nem sempre este exame ser positivo nas pessoas com dengue. É por esse motivo que, após o resultado positivo se deve fazer um exame de sangue que confirme a presença do vírus. Como identifica o risco de sangramento, a prova do laço não precisa ser utilizada quando já existem sinais de hemorragia, como sangramento nas gengivas e nariz ou presença de sangue urina. Além disso, a prova do laço pode apresentar falsos resultados em situações como uso de aspirina, corticoides, fase de pré ou pós- menopausa, ou quando existe queimadura solar, por exemplo. {REFERÊNCIAS} https://www.medicinanet.com.br/conteudos/re visoes/1615/dengue.htm TUTORIA - UCT5 – SP2 http://telessaude.ba.gov.br/quais-exames- solicitar-para-um-paciente-com-quadro- suspeito-de-dengue/ https://www.tuasaude.com/prova-do-laco/ 4. Compreender os períodos de desenvolvimento de doenças virais (latência, incubação, convalescença). Toda doença que afeta o organismo acaba por afetar as estruturas e funções de modo específico, se traduzindo em sintomas como dor ou indisposição e sinais como lesões, inchaços, febre e paralisia. Um dos critérios de avaliação de uma doença é sua gravidade e duração. Uma doença aguda é aquela que se desenvolve rapidamente, porém dura pouco tempo, como a gripe. Já uma doença crônica se desenvolve lentamente com recorrência por longos períodos. Uma doença latente é aquela na qual o agente causador permanece inativo por algum tempo, mas se ativa novamente, como exemplo a herpes. Latência: baixa replicação= baixa exposição de antígenos EXEMPLOS Vírus herpes simplex (HSV): infecção epitélio e neurônios. Vírus latente (quiescente) nos neurônios que inervam lábios. Reativação: sol, infecção bacteriana, hormônios (várias vezes). Vírus herpes zoster (varicela zoster): latente nos gânglios dorsais Reativação: stress ou imunossupressão (geralmente uma vez na vida) Epstein-Barr (EBV): infecção primária aria de células B geralmente assintomática. Latente em células B de memória Uma vez que o microrganismo adentra a célula do hospedeiro e ativa suas defesas, o desenvolvimento da doença tende a seguir certa sequência linear, independente de ser aguda ou crônica. PERÍODO DE INCUBAÇÃO: é o intervalo entre a infecção inicial e o surgimento dos primeiros sinais e sintomas, onde essa incubação depende do tipo específico de microrganismo envolvido, de sua virulência (grau de patogenicidade), número de microrganismos infectantes e da resistência do hospedeiro. PERÍODO PRODRÔMICO: é um período curto que se segue ao período de incubação, onde há o aparecimento dos primeiros sintomas precoces e leves, como dor e indisposição. PERÍODO DE DOENÇA: é um quadro mais severo, onde a pessoa exibe sinais e sintomas claros (febre, calafrios, dores musculares, sensibilidade a luz, dor de garganta, inchaço nos linfonodos e distúrbios gastrintestinais) e o número de leucócitos pode aumentar ou diminuir. Geralmente, quando as células de defesa são capazes de eliminar o patógeno, há o fim da doença, no entanto, quando a doença não é controlada com sucesso, o paciente vai a óbito durante esse período. PERÍODO DE DECLÍNIO: os sinais e sintomas começam a perder a intensidade, durando menos de 24 horas a vários dias, onde o paciente ainda se encontra vulnerável a infecções secundárias. PERÍODO DE CONVALESCÊNCIA: é durante esse período que a pessoa recobra sua força e o organismo retorna ao estado anterior à doença. TUTORIA - UCT5 – SP2 {REFERÊNCIAS} TORTORA, Gerard J., et al. Microbiologia. 10ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. ABBAS, Abul K. Imunologia Celular e Molecular. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3040 90/mod_resource/content/1/Evasao2015.pdf 5. Explicar o mecanismo de imunidade inata contra vírus Os vírus são organismos intracelulares obrigatórios que passam por fase extracelular no período inicial da infecção, ou na ocasião em que são liberados das células infectadas lisadas. Dessa forma, uma resposta imune eficiente aos vírus deve resultar da integração dos mecanismos da imunidade natural, ou inata, e os da imunidade adquirida, ou específica. Os componentes da imunidade natural, ou inata, são os primeiros a realizar o controle das infecções por vírus pelo bloqueio da disseminação de partículas virais às células do hospedeiro, devido aos interferons do tipo I assim como à morte das células infectadas, mediada pela ação de células NK. INTERFERONS DO TIPO I Interferons do tipo I são citocinas, produzidas por diversas células, que inibem a infecção viral. São constituídos por dois grupos de proteínas distintas: interferon alfa (IFN-α) e interferon beta (IFN-β). O primeiro grupo - interferon alfa – é produzido por fagócitos mononucleares e, assim, conhecido como interferon leucocitário. Compreende uma família de, no mínimo, 15 polipeptídeos estruturalmente relacionados, constituídos por cadeia de 143 aminoácidos. Cada espécie molecular de IFN-α é codificada por um gene localizado no cromossomo 9. Já o segundo grupo – interferon beta- é uma glicoproteína codificada por um único gene, também localizado no cromossomo 9 nos humanos. a cadeia proteica é constituída por 145 aminoácidos, é glicosilada, diversamente à molécula de IFN- α. O IFN-β é produzido por muitos tipos celulares, principalmente por fibroblastos e, por isso, é conhecido como interferon de fibroblasto. Tanto os vírus DNA como os RNA induzem a produção de IFN tipo I pela célula infectada. A síntese de mínima quantidade de moléculas de RNA de fita duplaviral leva à produção das moléculas de IFN tipo I. A quantidade secretada é de cerca de um picograma (10 a menos 12 gramas) para cada um milhão de células infectadas. Uma vez produzidas, as moléculas de IFN tipo I estimulam a célula infectada a sintetizar inúmeras enzimas como por exemplo, 2’-5’ oligoadenilato sintetase, cuja ação interfere na replicação do RNA ou do DNA viral. A ação biológica dos IFN tipo I é parácrina e, assim, a célula infectada secreta moléculas de IFN que agirão em outras células vizinhas, não-infectadas, protegendo- as da infecção viral. Lembre-se A imunidade inata (natural) é assim denominada porque está presente desde o nascimento e não precisa ser aprendida através da exposição de um invasor. Assim, ela oferece uma resposta imediata a invasões estranhas. Entretanto, seus componentes tratam todos os invasores estranhos basicamente do mesmo modo. Eles reconhecem somente um número limitado de substâncias de identificação (antígenos) nos invasores estranhos. No entanto, estes antígenos estão presentes em muitos invasores distintos. A imunidade inata, ao contrário da imunidade adquirida, não possui memória dos encontros, não se lembra de antígenos estranhos específicos e não oferece qualquer proteção contínua contra infecções futuras. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/doen%C3%A7as-imunol%C3%B3gicas/biologia-do-sistema-imunol%C3%B3gico/imunidade-adquirida TUTORIA - UCT5 – SP2 A estrutura dos interferons é variável entre as espécies e também pode variar entre células de uma mesma espécie. Tanto as moléculas de IFN-α como as de IFN-β, apesar de apresentarem estruturas diferentes, interagem com o mesmo receptor da superfície das células, um heterodímero denominado IFN-α/BR, presente em, praticamente, todas as células. A interação de IFN-α ou IFN-β com o receptor IFN-α/BR ativa uma tirosina quinase citoplasmática que fosforila a proteína STAT2. Essa molécula transduz sinais e ativa a transcrição de vários genes codificadores de citocinas, inclusive os IFN do tipo I. entre esses genes há também o que codificar a 2’, 5’ – oligo A-sintetase que, por sua vez, ativa RNAse L, uma enzima que digere moléculas de RNA genômico do vírus, de RNA mensageiro celular e do vírus e de RNA ribossômico celular. Esse mecanismo leva à redução da síntese proteica, inibindo a replicação de partículas virais e o consequente dano celular. Outro processo, resultante da ligação de molécula de IFN do tipo I? ao seu receptor, é a ativação de PKR (Proteína quinase ativada por AMP), uma proteína que fosforila um fator celular que é requerido pelos ribossomos para o início da tradução, que resulta também no bloqueio da síntese de proteínas. Dessa forma, ambos os mecanismos têm como resultado a inibição da produção de proteínas, como a consequente inibição da replicação do vírus, protegendo, assim, as células de dano ou morte. CÉLULAS NK As células NK (do inglês natural killer) representam uma subpopulação de linfócitos, essenciais nos mecanismos da imunidade natural contra os vírus. Os linfócitos NK derivam de precursores da medula óssea, porém, não passam pelo timo para maturar, como os linfócitos T, não expressam em sua membrana moléculas de imunoglobulinas ou TCR, características dos linfócitos B e T, respectivamente, e não se diferencial em células de memória. Os receptores de membrana das células NK têm a propriedade de se ligar a moléculas de proteínas glicolisadas ou lipídicas presentes na superfície das células-alvo. Dessa forma, conseguem lisar células que expressem moléculas virais na sua membrana. As células NK também expressam três tipos de receptores inibitórios: nas células de humanos, foram identificados os receptores KIRs e NKG2; nas de roedores, o receptor Ly49. Esses receptores inibitórios reconhecem as moléculas de classe I do Complexo Principal de Histocompatibilidade (MHC) e o resultado dessa interação é a inibição da ação das células NK, o que impede a morte das células normais do hospedeiro. Como se sabe, as células nucleadas apresentam em sua membrana moléculas de classe I do MHC, as quais se associam a peptídeos antigênicos. Dessa forma, linfócitos I citotóxico (CD8+); através de seus receptores de antígenos expressos na sua membrana – os TCRs -, podem reconhecer peptídeos antigênicos associados às moléculas de classe I do MHC (peptídeo/ MHC-cl I). Porém, vários vírus desenvolveram mecanismos de escape do sistema imune, como aquele que inibe a célula infectada de expressar as moléculas de classe I do MHC. Assim, esses vírus podem escapar da ação líticas dos linfócitos T citotóxicos. No entanto, a presença das células NK garante a ação lítica sobre as células infectadas, mesmo aquelas em que as TUTORIA - UCT5 – SP2 moléculas de classe I do MHC não estão expressas na superfície celular. No período inicial de uma infecção viral, a presença das células NK é fundamental porque elas lisam as células infectadas numa fase em que os linfócitos T citotóxicos ainda não estão ativados. As células NK, assim como os linfócitos T citotóxicos têm no seu citoplasma grânulos que contêm perforina, uma proteína que gera poros na membrana da célula infectada. Têm, também, as grazimas que entram na célula- alvo pelos poros feitos pela perforina e induzem a apoptose daquela célula. A proliferação das células NK é estimulada por IL-12, citocina produzida por macrófagos, e por IL-15, produzida por macrófagos e outros tipos celulares. Essas citocinas, além de estimularem a proliferação das células NK, aumentam sua atividade citolítica e, também, aumentam a produção de IFN-γ é outra espécie molecular de interferon, conhecido como interferon do tipo II e produzido, predominantemente, por linfócitos T na resposta imune específica. É uma proteína estruturalmente diferente dos interferons do tipo I, codificada por um único gene localizado no cromossomo 12 nos humanos, que estimula a atividade microbicida dos fagócitos, promovendo a destruição de microorganismos fagocitados. Também estimula a produção de anticorpos com propriedades opsonizantes, facilitando a fagocitose de microorganismos. {REFERÊNCIAS} Microbiologia – Luiz Rachid Trabulsi e Flávio Alterthum – 5ª Edição. https://www.msdmanuals.com/pt/casa/doen% C3%A7as-imunol%C3%B3gicas/biologia-do- sistema-imunol%C3%B3gico/imunidade-inata 6. Explicar o mecanismo de imunidade adaptativa contra vírus. A primeira linha de defesa nos estágios iniciais da infecção viral é constituída pelos componentes da imunidade inata. A resposta imune adquirida, ou específica, estabelece após um intervalo de tempo, necessário para a ativação, proliferação e diferenciação de linfócitos potencialmente reconhecedores dos epítopos antigênicos virais. Além de linfócitos, outros elementos participam de uma resposta específica: Células apresentadoras de antígenos (APC) Os anticorpos; As citocinas; E as moléculas de classe I e classe II do complexo histocompatibilidade principal (MHC), que são proteínas expressas na membrana das células do hospedeiro, codificadas por genes do MHC, e que se associam com peptídeos antigênicos. Há dois tipos de resposta imune específica: 1. A RESPOSTA HUMORAL – mediada por anticorpos, que são produzidos pelos linfócitos B; 2. E a RESPOSTA CELULAR ou IMUNIDADE CELULAR, mediada pelos linfócitos T. Os linfócitos B e T são produzidos a partir de células precursoras, na medula óssea. Os linfócitos B tornam-se células maduras na própria medula óssea, enquanto os linfócitos T são maturados ao passarem pelo timo. Nesse órgão, os linfócitos T diferenciam-se em linfócitos T auxiliares, ou T CD4+, e em linfócitos T citotóxicos, ou T CD8+. A característica dos linfócitos maduros é a expressão, na sua membrana, de receptores para antígenos, mas tambémde algumas moléculas necessárias à transdução de sinais e ativação da célula. Os receptores para antígenos, nos linfócitos B, são as imunoglobulinas, que interagem diretamente com epítopos antigênicos. Nos linfócitos T, os receptores para antígenos são denominados TCR, têm estrutura molecular similar às imunoglobulinas, mas diferentemente destas, somente reconhecem peptídeos antigênicos TUTORIA - UCT5 – SP2 associados a moléculas de classe I ou de classe II do MHC (MHC-cl I ou MHC-cl II). De maneira geral, o reconhecimento de peptídeos antigênicos pelas Igs ou pelos TCRs exige a participação de moléculas co- estimulatórias e da cooperação de citocinas, produzidas pelos linfócitos T, para que se realize a ativação, proliferação e diferenciação dos linfócitos em células efetoras da resposta imune e em células de memória. A especificidade a epítopos antigênicos distintos e a capacidade de memória, que resulta em respostas rápidas e ampliadas, representam as características da imunidade adquirida, humoral e celular. IMUNIDADE HUMORAL A presença de anticorpos específicos, que caracteriza a resposta imune humoral, é muito importante para impedir a disseminação do vírus na fase em que as células infectadas foram destruídas pela replicação e as partículas virais são liberadas no meio extracelular para infectar outras células. Igualmente, na fase inicial de uma reinfecção, a presença de anticorpos específicos já formados é fundamental para bloquear a penetração do vírus na célula. Os anticorpos, também chamados imunoglobulinas (Ig), são constituídos por quatro cadeias polipeptídicas ligadas entre si por pontes dissulfídicas; são duas cadeias leves com aproximadamente, 214 aminoácidos e duas cadeias pesadas com cercas de 1,328 aminoácidos. O sítio de combinação com o antígeno se localiza nas porções amino-terminais de uma cadeia leve e de uma pesada onde a sequência de aminoácido é extremamente variável. Existem cinco tipos diferentes de cadeia pesadas que definem as cinco classes de Ig, temos: a IgM, IgD, IgG, IgA e IgE. Como já mencionamos, as imunoglobulinas expressas na membrana celular (mIg) são receptores para antígeno dos linfócitos B, os quais, quando imaturos, expressam moléculas de IgM. Os linfócitos B maduros expressam IgM e IgD simultaneamente. A ativação celular pode dar-se pela ligação de uma ou mais moléculas de mIg à partícula antigênica. Ainda, como têm a função de células apresentadoras de antígenos (APC), os linfócitos B internalizam e degradam os complexos formados pela ligação de partículas antigênicas com as mIg. Os peptídeos antigênicos degradados associam- se a moléculas de classe II do MHC e este complexo (peptídeo/MHC-cl II) é então, expresso na membrana do linfócito T que prolifera gerando células efetoras, as quais secretam várias citocinas necessárias para a proliferação e diferenciação dos linfócitos B em plasmócitos secretores de Igs específicas ao epítopo antigênico inicial. Dependendo da classe a que pertencem, as Igs desempenham funções diversas para realizarem a eliminação do vírus e, assim, inibirem a infecção ou a reinfecção. A IgA secretora, principal Ig presente nas membranas mucosa que revestem os tratos respiratórios e gastrointestinal, bloqueia a ligação do vírus às células do hospedeiro destes locais. A ligação de IgG, IgM ou IgA aos vírus bloqueia a fusão do envelope viral com a TUTORIA - UCT5 – SP2 membrana plasmática da célula do hospedeiro. A IgG aumenta a fagocitose das partículas virais por fagócitos que expressam receptores para a região Fc de IgG. As classes IgM e IgG apresentam a propriedade de ativar o sistema complemento (série de proteínas com atividade enzimática sequencial); essa ativação resulta na formação de dois componentes importantes para a eliminação do vírus: o complexo ataque à membrana MAC que lisa as partículas virais com envelope, e o fragmento C3b que facilita a fagocitose do vírus por fagócitos que expressam receptores para essa proteínas. A IgM tem ainda a propriedade de aglutinar as partículas virais. O primeiro contato de um vírus com o sistema imune do hospedeiro leva à ativação de linfócitos B virgens, os quais, como já visto, proliferam e diferenciam-se em células de memória e plasmócitos, estabelecendo uma resposta primária de produção de anticorpos específicos àquele vírus. Os primeiros anticorpos produzidos nas respostas primárias pertencem à classe IgM e, pouco mais tarde, são produzidas IgG específicas. À segunda vez que o hospedeiro é infectado pelo vírus, encontra-se uma população de linfócitos B específicos bem maior que a da primeira vez, resultando da expansão de clones e formação de células de memória produzidas na primeira infecção. Além dos linfócitos, anticorpos específicos podem ser encontrados, dependendo do intervalo de tempo entre a primeira e a segunda exposição ao vírus. A resposta imune que então se estabelece é denominada resposta secundária na qual ocorre a produção predominante de IgG específica. A concentração dos anticorpos formados na resposta secundária é muito superior à detectada na resposta primária, e a produção é bem mais persistente. IMUNIDADE CELULAR As células responsáveis pela especificidade da resposta imune celular são os linfócitos T. no timo, essas células se diferenciam em linfócitos T citotóxicos CD8+ (Tc) e linfócitos T auxiliares CD4+ (Th), os quais reconhecem pelos TCRs peptídeos antigênicos virais associados, respectivamente, a moléculas MHC-cl I e MHC-cl II. As moléculas de MHC-cl I são encontradas na membrana de quase todas as células nucleadas, enquanto as moléculas MHC-cl II são expressas apenas por poucos tipos celulares – as APCs -, geralmente macrófago e células dendríticas. Os peptídeos associados a molécula MHC-cl I (peptídeo/MHC-cl I) são reconhecidos pelos TCRs dos linfócitos Tc, enquanto os peptídeos associados a moléculas MHC-cl II (peptídeo/MHC-cl II) são reconhecidos pelos TCRs dos linfócitos Th. O processo de ativação dos linfócitos Th é desencadeado por um primeiro sinal gerado pela interação do TCR com o peptídeo/MHC- cl II expresso na APC e, ainda, por um segundo sinal consequente à interação de moléculas co-estimulatórias presentes nas membranas do linfócito e da APC. Uma vez ativado, o linfócito Th prolifera levando a uma expansão clonal. Assim, a população de linfócitos específicos para o peptídeo viral indutor aumenta e as células diferenciam-se, parte em células efetoras das respostas específicas e parte em células de memória. TUTORIA - UCT5 – SP2 Os linfócitos Th efetores têm como principal função a secreção de várias glicoproteínas de baixo peso molecular- as citocinas – que auxiliam a regulação da resposta imune. Para a ativação dos linfócitos Tc, também são necessários dos sinais: 1. O primeiro dá-se pela interação do TCR com o peptídeo/MHC-cl I expresso na superfície da célula-alvo; 2. O segundo sinal é transmitido pela ação de IL-2, citocina produzida pelos linfócitos Th. Como se vê, a ativação dos linfócitos é um processo integrado que inclui células e moléculas solúveis e de membrana. Após a ativação celular, os linfócitos Tc passam pelo processo de expansão clonal e diferenciam-se nos linfócitos citotóxicos efetores ou em células de memória. Numa infecção viral, quando os vírus já penetraram as células do hospedeiro e estão na sua fase intracelular, a neutralização das partículas virais por anticorpos não é possível uma vez que estes não têm acesso ao interior das células infectada. Nesses casos, os linfócitos Tc são os mais eficientes elementos da imunidade adquirida para conter a infecção. A interação do Tc com a célula infectada com o vírus – célula alvo- desencadeia alterações queresultam na desgranulação do linfócito. Nesse processo, os grânulos são dirigidos para a área de interação entre Tc e célula-alvo onde se fundem com a membrana do Tc. Os grânulos do Tc (como os das células NK) contêm moléculas de perforina e granzimas que são liberadas sobre a célula- alvo, resultando em lise osmótica, e as granzimas induzem a morte da célula-alvo por apoptose. Nessa ocasião, em que as células infectadas são destruídas pela ação de células NK, as partículas virais são expulsas das células e voltam a ficar expostas no ambiente extracelular. Nesse momento, os anticorpos são muito eficazes para interagir com os epítopos antigênicos dos vírus e, assim, impedir que novas células sejam infectadas. Como se percebe o controle de uma infecção representa a eficiência da cooperação dos elementos das diversas vias efetoras da resposta imune- inata e adquirida, humoral e celular. {REFERÊNCIAS} Microbiologia – Luiz Rachid Trabulsi e Flávio Alterthum – 5ª Edição. 7. Quais os processos de resposta imunológica (anticorpos, tipos de imunoglobulinas). Os anticorpos são proteínas globulinas, de uma família de proteínas com forma globular e compactas, por isso, denominadas de imunoglobulinas. Elas são solúveis produzidas em resposta a um antígeno que podem reconhecer e se ligar a ele. Cada anticorpo tem pelo menos dois sítios idênticos que se ligam aos epítopos, conhecidos como sítios de ligação ao antígeno, sendo o número de sítios denominado de valência do anticorpo. A maioria dos anticorpos humanos são monômeros, ou seja, apresentam uma estrutura simples, com duas cadeias leves e TUTORIA - UCT5 – SP2 duas cadeias pesadas unidas por ligações dissulfeto e outras ligações para formar uma molécula em forma de Y. Existem também, as regiões variáveis, que se encontram nas terminações dos braços em Y, onde se ligam ao epítopo. Já a haste do monômero é formada pela região constante. As cinco classes de imunoglobulinas designadas são as IgG, IgM, IgA, IgD e IgE. IgG: provem da fração gamaglobulina do sangue, responsável por 80% de todos os anticorpos do soro. Nos locais de inflamação, essas imunoglobulinas atravessam as paredes dos vasos sanguíneos e penetram o fluido tecidual, protegendo contra as bactérias circulantes e vírus, neutralizando as toxinas bacterianas, ativando o sistema complemento e intensificando a eficácia das células fagocíticas. IgM: são anticorpos grandes que produzem ate 5 a 10% de todos os anticorpos circulantes. Tem uma estrutura pentâmera formado por cinco monômeros unidos por uma cadeia J. Por conta de seu tamanho, eles não são capazes de se deslocarem livremente, permanecendo então, apenas nos vasos sanguíneos. Essa imunoglobulina é muito eficaz no agrupamento de células e vírus e em reações envolvendo o sistema complemento. Sua principal característica é aparecer primeiro nas respostas a uma infecção primária e ser de vida relativamente curta. IgA: é responsável por 10 a 15% dos anticorpos no soro, presentes nas membranas mucosas e em secreções como o muco, saliva, lágrimas e leite materno. A IgA que circula no soro, chamada de IgA sérica, é encontrada na forma de um monômero, já a IgA que consiste em dois monômeros conectada por um dímero, é chamada de IgA secretora. Ela é produzida pelos plasmócitos nas mucosas, que penetra e atravessa essa mucosa, onde adquire um polipeptídio chamado de componente secretor, que protege a IgA da degradação enzimática, impedindo a fixação de patógenos na superfície mucosa, com duração curta. IgD: constituem 0,2% dos anticorpos no soro com estrutura de um pentâmero, encontrados no sangue, linfa e na superfície das células B, entretanto, sem função definida. IgE: são maiores que as IgG, constituindo 0,002% dos anticorpos no soro total, onde se ligam por suas porções Fc aos receptores de mastócitos e basófilos, que são células especializadas que participam das reações alérgicas, liberando histamina e outros mediadores químicos, o que induz a uma resposta. Essa resposta, ao mesmo tempo, pode ser protetora, uma vez que, atrai o sistema complemento e as células fagocíticas. TUTORIA - UCT5 – SP2 {REFERÊNCIA} TORTORA, Gerard J., et al. Microbiologia. 10ª ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. 8. Evasão das respostas imunológicas pelos vírus. Mesmo com mecanismos de resposta imunológica natural e adquirida a fim da eliminação dos patógenos virais, os vírus conseguiram desenvolver numerosos mecanismos para escapar da imunidade do hospedeiro, sendo assim: (1) Os vírus podem alterar seus antígenos (glicoproteínas de superfície) e não serem mais alvos da resposta imunológica, bem como os epítopos das células T. Os principais mecanismos de variação antigênica são mutações e redistribuições dos genomas de RNA, o que faz com que os vírus se tornem resistentes à imunidade gerada na população pelas infecções prévias. (2) Alguns vírus inibem a apresentação de antígenos proteicos citosólico associados ao MHC classe I, onde as células infectadas não podem ser reconhecidas ou mortas pelas CTLs CD8+. As células NK podem ser uma adaptação dessa estratégia de evasão, pois são ativadas pelas células infectadas na ausência de MHC classe I. (3) Alguns vírus produzem moléculas que inibem a imunidade natural e adaptativa, que codificam moléculas e se ligam a citosinas, incluindo os IFN-γ, TFN, IL-1, IL-18 e quimiocinas. As proteínas de ligação a essas citosinas podem atuar como seus antagonistas, nesse caso. (4) Algumas infecções virais crônicas são associadas a falha das respostas de CTL, o que permite sua resistência viral, resultando de uma ativação nas vias inibidoras de células T. (5) Os vírus podem infectar e destruir ou inativar células imunocompetentes, como exemplo o HIV, que sobrevive infectando e eliminando células T CD4+. Os agentes infecciosos desenvolveram diversos mecanismos para evadir a resposta imune do hospedeiro. A variação antigênica é uma estratégia adotada tanto por bactérias, quanto por vírus e parasitos, e é caracterizada por mutações genéticas que podem modificar os epítopos que eram anteriormente reconhecidos por anticorpos ou outros componentes do sistema imune dificultando, desta forma, a eliminação do agente infeccioso. TUTORIA - UCT5 – SP2 O conhecimento sobre os mecanismos de evasão utilizados pelos patógenos permite o desenvolvimento de novas estratégias de combate a estes microorganismos e consequentemente uma melhor qualidade de vida para o ser humano. {REFERÊNCIAS} ABBAS, Abul K. Imunologia Celular e Molecular. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 2008. file:///C:/Users/usuario/Downloads/ed-11- mecanismos-de-imunidade-contra-agentes- infecciosos.pdf file:///C:/Users/usuario/Downloads/Reconheci mento-e-evas%C3%A3o-do-sistema-imune- inato-por-fungos-e-protozo%C3%A1rios.pdf 9. Como funciona o processo de memória imunológica e seus mecanismos. A resposta humoral é realizada por anticorpos, que são produzidos pelas células B quando as mesmas são expostas a antígenos livres ou extracelulares. Cada célula B possui imunoglobulinas em sua superfície, tendo como principais as IgM e IgD. Quando uma imunoglobulina da célula B se liga ao epítopo para o qual se tornou especifica, ela se ativa, onde a partir daí, sofre expansão clonal ou proliferação. Geralmente, essas células B requerem células T auxiliares. O processo é iniciado quando a célula tem contato com um antígeno, onde o antígeno é processado enzimaticamente dentro da célula B e seus fragmentos são combinados com o complexo principal de histocompatibilidade, ou sistema de antígeno leucocitário humano. Essa interação de células B com células T auxiliares secretam citocinas, onde as células B originam grande clones de células,
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