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Microbiologia Viral

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TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
 MICROBIOLOGIA 
 VIRAL 
 
 
1. Caracterizar a biologia viral 
(classificação, composição, ciclo de vida, 
formas de infeção). 
Os vírus foram descritos primeiramente 
como “agentes filtráveis”. Seu pequeno 
tamanho permite-lhes passar através de filtros 
projetados para reter bactérias. 
 
Diferente da maioria das bactérias, 
fungos e parasitas, os vírus são parasitas 
intracelulares obrigatórios, que dependem 
do maquinário bioquímico da célula do 
hospedeiro para a sua replicação. Além disso 
a reprodução dos vírus ocorre pela montagem 
dos componentes individuais e não por fissão 
binária. 
 
DEFINIÇÃO E PROPRIEDADES DE UM 
VÍRUS 
Vírus são agentes filtráveis. 
Vírus são parasitas intracelulares obrigatórios. 
Vírus não podem produzir energia ou 
proteínas independentemente da célula 
hospedeira. 
Os genomas virais podem ser DNA ou RNA, 
ou ambos. 
Os vírus possuem uma morfologia de 
capsídeo descoberto ou de envelope. 
Os componentes virais são montados, e não 
se replicam por “divisão”. 
 
CONSEQUÊNCIAS DAS PROPRIEDADES 
VIRAIS 
Os vírus não são vivos. 
Os vírus devem ser infecciosos para 
perdurarem na natureza. 
Os vírus devem ser capazes de usar os 
processos da célula do hospedeiro para 
produzirem seus componentes (RNA 
mensageiro viral, proteína e cópias idênticas 
do genoma). 
Os vírus devem codificar qualquer processo 
necessário não provido pela célula. 
Os componentes virais devem se automontar 
 
 
 
Existem muitas controvérsias na 
comunidade científica a respeito do vírus ser 
ou não um ser vivo. Muitos autores 
consideram que a vida se originou do RNA, 
pois, a partir desta molécula são formadas 
novas quantidades dela mesma. Em 1960, o 
físico alemão Manfred Eigen, ganhador de um 
prêmio Nobel, descobriu que era possível a 
replicação de RNA in vitro. O RNA, portanto, 
tornou-se um grande candidato à condição de 
supermolécula da vida primitiva, capaz de se 
replicar e sofrer mutações, albergando genes 
codificadores de enzimas e outras proteínas. 
 
Essa molécula, denominada RNA de 
Eigen, é muito semelhante ao vírus, pois se 
encontra na fronteira entre o químico e o 
biológico. Uma das hipóteses da origem do 
vírus, denominada TEORIA DOS 
ELEMENTOS SUBCELULARES, é de que o 
vírus seria proveniente de uma molécula de 
RNA. Uma outra hipótese defende que o vírus 
teria se originado de seres unicelulares de 
vida livre que, por uma perda progressiva de 
propriedades celulares, criou uma 
dependência, tornando-o um parasita 
intracelular obrigatório. 
 
Os que defendem que o vírus não é um 
ser vivo partem do princípio de que ele não 
tem vida livre, pois sua replicação só é 
possível dentro de uma célula viva. Além 
disso, alguns desses agentes possuem a 
capacidade de se cristalizar quando 
submetido a situações adversas. 
 
Entretanto, os que o classificam como 
ser vivo se apoiam em duas características. 
1. A primeira se refere à sua 
capacidade de replicação que os 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
diferem de outros agentes, tais 
como as toxinas bacterianas; 
 
2. E a segunda, à presença de uma 
estrutura protetora de seu 
material genético, ausente nos 
plasmídeos (molécula de DNA 
circular). 
 
Apesar de terem a capacidade de se 
replicar, os vírus não possuem um aparato 
enzimático suficiente para a replicação, 
necessitando, assim, da maquinaria celular 
para completar o seu ciclo replicativo, o que o 
torna um parasita intracelular obrigatório. Sua 
“fragilidade” aparente, por ser estritamente 
dependente da célula, é descartada pela 
capacidade de controle e redirecionamento do 
metabolismo celular para o seu próprio 
benefício. 
 
Apesar da baixa complexidade 
estrutural, pode causar grandes danos à 
célula hospedeira, mesmo apresentando 
morfologicamente apenas o material genético, 
um capsídeo e, em alguns vírus, um envelope. 
 
A primeira está relacionada ao seu 
tamanho, o qual pode variar de 10 a 300 nm. 
Dessa forma, são considerados os menores 
microrganismos existentes, podendo ser 
visualizados apenas através da microscopia 
eletrônica. Para fins de comparação, 
lembramos que as bactérias e as hemácias 
possuem, em média, 10 a 15 vezes o tamanho 
dos vírus, o que possibilita a identificação 
destes por meio da microscopia ótica. 
 
A segunda propriedade se refere ao 
genoma viral, que pode ser DNA ou RNA, com 
exceção do Mimivírus (família: Mimiviridae), o 
qual apresenta em seu genoma os dois ácidos 
nucleicos (DNA e RNA), descoberto em 2003, 
por pesquisadores da Universidade francesa 
 
Um ponto importante que devemos 
entender é que o ácido nucleico contém os 
genes responsáveis pelas informações 
genéticas para a codificação de proteínas com 
composição química bem definida, capazes 
de induzir respostas imunológica específicas. 
Esta especificidade é uma das características 
virais, ou seja, quando somos acometidos por 
uma infeção viral, o nosso sistema imune 
produz anticorpos específicos, que podem ser 
identificados através do diagnóstico 
sorológico. O mecanismo de replicação viral 
favorece as frequentes mutações, burlando, 
assim, o sistema imune. 
 
Outra importante propriedade dos vírus 
é a sua natureza particulada, já que ele é 
capaz de se replicar, formando seus 
componentes separadamente, sendo o ácido 
nucleico uma das primeiras moléculas a ser 
formada 
 
O virion (partículas de vírus) consiste em 
um genoma de ácido nucléico empacotado 
numa cobertura proteica (capsídeo) ou numa 
membrana (envelope). 
 
O virion pode conter também certas 
enzimas essenciais ou acessórias, ou outras 
proteínas. As proteínas do capsídeo ou as 
proteínas de ligação ao ácido nucléico 
associam-se ao genoma para formar um 
nucleocapsídeo, que pode ser o mesmo do 
virion ou envolto por um envelope. 
 
O genoma do vírus consiste em DNA e 
RNA. A camada externa do virion é o capsídeo 
ou envelope. Estas estruturas são o pacote, a 
proteção e o veículo de liberação durante a 
transmissão do vírus de um hospedeiro para 
outro e para a dispersão para a célula-alvo 
dentro do hospedeiro. As estruturas da 
superfície do capsídeo e do envelope mediam 
a interação do vírus com a célula-alvo. E 
remoção ou o rompimento da parte externa 
deste pacote inativa o vírus. Os anticorpos 
gerados contra os componentes dessas 
estruturas impedem a infecção viral. 
 
CAPSÍDEO 
O capsídeo é uma estrutura rígida capaz 
de resistir a severas condições ambientais. Os 
vírus com capsídeo sem cobertura são 
geralmente resistentes ao ressecamento, ao 
ácido e a detergentes, incluindo o ácido e a 
bile do trato entérico. Muitos destes vírus são 
transmitidos pela rota fecal-oral e podem 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
preservar a capacidade de transmissão 
mesmo no esgoto. 
 
ENVELOPE 
O envelope é uma membrana composta 
de lipídios, proteínas e glicoproteínas. A 
estrutura membranosa do envelope pode ser 
mantida apenas em soluções aquosas. É 
prontamente rompida pelo ressecamento, 
condições ácidas, detergentes e solventes 
com éter, o que resulta na inativação do vírus. 
Em consequência, vírus envelopados devem 
permanecer “úmidos”, e são geralmente 
transmitidos em fluidos, perdigotos (são 
gotículas contaminadas de saliva que são 
impelidas, geralmente através de um espirro, 
e que acabam por ser depositadas na 
conjuntiva, mucosa nasal, boca ou pele), 
sangue e tecidos. A maioria não pode 
sobreviver às condições severas do trato 
gastrointestinal. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O Comitê Internacional de Taxonomia de 
Vírus (ICTV) vem aprimorando as normas de 
classificação viral passo a passo, 
estabelecendo, assim, uma taxonomia 
exclusiva para a organização dos vírus. 
 
O mais importante de todo esse princípio 
é que os vírus podem ser agrupados de 
acordo com as suas propriedades físico, 
químicas e biológicas, assim como as das 
células que infectam. 
 
Dessa forma, os vírus podem ser 
classificados de acordo com: 
 Tipo de ácido nucleico viral; 
 Estratégia de replicação; 
 Morfologia.Os vírus podem ter os seguintes ácidos 
nucleicos: 
• DNA; 
• RNA; 
• Ou ambos. 
 
Quanto ao genoma dos vírus, este pode 
ser constituído por fita simples (ss) ou dupla 
(ds), linear ou circular, de polaridade positiva 
ou negativa. As diferentes características do 
ácido nucleico conduzirão as variadas 
estratégias de replicação. Alguns vírus são 
capazes de realizar recombinações genéticas 
e montagens incorretas de partículas virais, 
podendo produzir vírus provenientes de 
diferentes ancestrais. Certos vírus, como o 
HIV, têm seus ácidos nucleicos incorporados 
ao genoma da célula hospedeira. Logo, 
através da taxonomia, não é possível 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
associarmos uma espécie de vírus a um 
ancestral comum. 
 
Uma outra classificação viral foi definida 
por David Baltimore, em 1971, a fim de 
correlacionar as características do ácido 
nucleico com as estratégias de replicação. 
Esta classificação não tem finalidade 
taxonômica, uma vez que o autor utiliza a já 
existente. 
 
Classificação de Baltimore: 
• Classe I - DNA de fita dupla - Ex: 
Adenovírus, Herpesvírus e Poxvírus. 
• Classe II - DNA de fita simples positiva 
- Ex: Parvovírus 
• Classe III - RNA de fita dupla - Ex: 
Reovírus, Birnavírus 
• Classe IV - RNA de fita simples positiva 
- Ex: Picornavírus e Togavírus 
• Classe V - RNA de fita simples negativa 
- Ex: Orthomixovírus e Rhabdovírus 
• Classe VI - RNA de fita simples 
positiva, com DNA intermediário no ciclo 
biológico do vírus - Ex: Retrovírus 
• Classe VII - DNA de fita dupla com RNA 
intermediário - Ex. Hepadnavírus 
 
 
 
 
 
A biossíntese do vírus de DNA 
Geralmente, os vírus de DNA replicam 
seu genoma no núcleo da célula hospedeira 
usando enzimas virais e sintetizando as 
proteínas do capsídeo e outras proteínas no 
citoplasma, usando enzimas do hospedeiro. 
As proteínas migram, então, para o núcleo e 
são reunidas com o DNA recém-sintetizado 
para formar os novos vírions. Os vírions são 
transportados pelo retículo endoplasmático 
para a membrana da célula hospedeira e são 
liberados. Os herpevírus, os papovavírus, os 
adenovírus e os hepatovírus seguem esse 
padrão de biossíntese. Os Poxvírus são uma 
exceção, pois todos os seus componentes são 
sintetizados no citoplasma. 
 
A biossíntese dos vírus de RNA 
Os vírus de RNA multiplicam-se, 
essencialmente, da mesma forma que os vírus 
de DNA, exceto que os vários grupos de vírus 
de RNA utilizam diferentes mecanismo de 
síntese de mRNA. Os vírus de RNA se 
multiplicam no citoplasma das células 
hospedeira. As principais diferenças entre os 
processos de multiplicação desses vírus 
residem na forma como o mRNA e o RNA viral 
são produzidos. Após a síntese do RNA e das 
proteínas virais, o processo de maturação 
ocorre de maneira similar a todos os outros 
vírus animais. 
 
Como já foi dito os vírus foram 
agrupados em sete classes propostas por 
Baltimore em 1971, de acordo com as 
características do ácido nucleico e as 
estratégias de replicação. 
 
Resumindo, abaixo estão descritas as 
características principais de cada classe. 
• Classe I: Ocorre no citoplasma, 
independente do genoma celular, que é 
bloqueado. 
• Classe II: É realizada no núcleo, 
simultaneamente à síntese do genoma 
celular. 
• Classe III: Processa-se no citoplasma; 
sendo, no início, apenas umas das fitas do 
ácido nucleico copiada. 
• Classe IV: Ocorre no citoplasma, por 
meio de um processo complexo, ainda pouco 
esclarecido. 
• Classe V: A fita simples de RNA serve 
de molde para a formação de genoma viral e 
síntese de RNA mensageiro. 
• Classe VI: Pertence a essa classe a 
família Retroviridae, que possui uma enzima 
chamada Transcriptase Reversa, responsável 
pela síntese de DNA a partir de RNA. 
• Classe VII: Tem como exemplo a 
família Hepadnaviridae, cuja característica 
principal é a formação de um RNA 
intermediário. 
 
 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
Os vírus podem ser classificados em 
vários tipos morfológicos diferentes, com base 
na arquitetura do capsídeo. A estrutura do 
capsídeo tem sido elucidada por microscopia 
eletrônica e uma técnica conhecida como 
cristalografia de raios x. diante disso, os vírus 
podem ser classificados em: 
Helicoidais; 
Poliédricos; 
Envelopados; 
Complexos. 
 
VÍRUS HELICOIDAIS 
Os vírus helicoidais lembram bastões 
longos, que podem ser rígidos ou flexíveis. O 
genoma viral está no interior de um capsídeo 
cilíndrico e oco com estrutura helicoidal. Os 
vírus que causam raiva e febre hemorrágica 
são helicoidais. 
 
 
 
VÍRUS POLIÉDRICOS 
Muitos vírus animais, vegetais e 
bacterianos são poliédricos. O capsídeo da 
maioria dos vírus poliédricos tem a forma de 
um icosaedro, um poliedro regular com 20 
faces triangulares e 12 vértices. Os 
capsômeros de cada face formam um 
triângulo equilátero. O adenovírus é um 
exemplo de vírus poliédrico com a forma de 
um icosaedro. O poliovírus também é 
icosaedro. 
 
 
VÍRUS ENVELOPADO 
Como mencionado anteriormente, o 
capsídeo de alguns vírus é coberto por um 
envelope. Os vírus envelopados são 
relativamente esféricos. Os vírus helicoidais e 
os poliédricos envoltos por um envelope são 
denominados vírus helicoidais envelopados 
ou vírus poliédricos envelopados. Um 
exemplo de vírus helicoidal envelopado é o 
vírus influenza. O vírus do herpes é um 
exemplo de vírus poliédrico envelopado. 
 
 
 
 
 
VÍRUS COMPLEXOS 
Alguns vírus, particularmente os vírus 
bacterianos, possuem estruturas complicadas 
e são denominados vírus complexos. Um 
bacteriófago é um exemplo de vírus complexo. 
Alguns bacteriófagos possuem capsídeo com 
estruturas adicionais aderidas. Nesta figura 
abaixo, note que o capsídeo (cabeça) é 
poliédrico e a bainha é helicoidal. A cabeça 
contem genoma viral. Os Poxvírus são outro 
exemplo de vírus complexos que não 
possuem capsídeo claramente definidos, mas 
apresentam várias coberturas ao redor do 
genoma viral. 
 
 
 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
 
 
Por fim, existe uma outra classificação a 
qual não é oficial, mas é pratica: 
 
 
 
A replicação viral, que ocorre no interior 
da célula do hospedeiro, evolui seguindo as 
etapas de adsorção, penetração, 
desnudamento, transcrição e tradução 
(síntese), maturação e liberação. 
 
ADSORÇÃO 
É a ligação de uma molécula presente na 
superfície da partícula viral com os receptores 
específicos da membrana celular do 
hospedeiro. 
 
Nos vírus envelopados, as estruturas de 
ligação geralmente se apresentam sob a 
forma de espículas, como nos Paramyxovírus 
e nos vírus sem envelope. 
 
A ligação célula-vírus geralmente está 
relacionada a um ou grupo de polipeptídeos 
estruturais, como acontece nos 
Papilomavírus. A presença ou ausência de 
receptores celulares determina o tropismo 
viral, ou seja, o tipo de célula em que são 
capazes de ser replicados. Para haver a 
adsorção, é necessária uma ponte entre as 
proteínas mediadas por íons livres de cálcio e 
magnésio, uma vez que as proteínas 
apresentam carga negativa. 
Outros fatores vão influenciar 
diretamente na adsorção do vírus na 
membrana celular, tais como, temperatura, pH 
e envoltórios com glicoproteínas. 
 
PENETRAÇÃO 
É a entrada do vírus na célula. Esta pode 
ser feita de duas maneiras: 
1. Fusão; 
2. Viropexia. 
 
A fusão é quando a membrana celular e 
o envelope do vírus se fundem, permitindo a 
entrada deste no citosol da célula. A viropexia 
é uma invaginação da membrana celular 
mediada por receptores e por proteínas, 
denominadas clatrinas, que revestem a 
membrana internamente. Nos dois 
mecanismos existe uma dependência em 
relação à temperatura adequada, que fica em 
torno de 37ºC, em vírus que replicam em 
células de vertebrado. 
 
DESNUDAMENTO 
Neste processo, o capsídeo é removido 
pela ação de enzimas celulares existentes nos 
lisossomos, expondo o genoma viral. Além 
disso, se observa a fase de eclipse, onde não 
há aumento do número de partículas 
infecciosas na célula hospedeira. De uma 
maneira geral, o vírus que possui comoácido 
nucleico o DNA faz síntese no núcleo, com 
exceção do Poxvírus, uma vez que precisa da 
enzima polimerase, encontrada no núcleo da 
célula. O vírus que possui como genoma o 
RNA faz a síntese viral no citoplasma, com 
exceção do vírus Influenza, pois já possui a 
enzima polimerase. 
 
SÍNTESE VIRAL 
A síntese viral compreende a formação 
das proteínas estruturais e não estruturais a 
partir dos processos de transcrição e 
tradução. 
 
MONTAGEM E MATURAÇÃO 
Nessa fase, as proteínas vão se 
agregando ao genoma, formando o 
nucleocapsídeo. Alguns vírus, como o 
Rotavírus, apresentam mais de um capsídeo. 
A maturação consiste na formação das 
partículas virais completas, ou vírions, que, 
em alguns casos, requerem a obtenção do 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
envoltório lipídico ou envelope. Este processo, 
dependente de enzimas tanto do vírus quanto 
da célula hospedeira, podendo ocorrer no 
citoplasma ou no núcleo da célula. De uma 
forma geral, os vírus que possuem genoma 
constituído de DNA condensam as suas 
partes no núcleo, enquanto os de RNA, no 
citoplasma. 
 
LIBERAÇÃO 
A saída do vírus da célula pode ocorrer 
por: 
1. Lise celular – CICLO LÍTICO 
2. Brotamento – CICLO 
LISOGÊNICO 
 
Na lise celular (ciclo lítico), a quantidade 
de vírus produzida no interior da célula é tão 
grande que a célula se rompe, liberando 
novas partículas virais que vão entrar em 
outras células. Geralmente, os vírus não 
envelopados realizam este ciclo, ao passo que 
os envelopados saem da célula por 
brotamento. 
 
Neste caso, os nucleocapsídeo migram 
para a face interna da membrana celular e 
saem por brotamento, levando parte da 
membrana. 
 
 
 
Observação: Replicação dos bacteriófagos 
Em relação aos bacteriófagos, nos dois 
ciclos (lítico e lisogênico), as fases de 
replicação são quase idênticas. Entretanto, no 
ciclo lítico, o vírus insere o seu material 
genético na célula hospedeira, onde as 
funções normais desta são interrompidas pela 
inserção do ácido nucleico viral, produzindo 
tantas partículas virais que ao “encher” 
demasiadamente a célula, a arrebenta, 
liberando um grande número de novos vírus. 
Concluindo, no ciclo lítico há uma rápida 
replicação do genoma viral, montagem e 
liberação de vírus completos, levando à lise 
celular, ou seja, a célula infectada rompe-se e 
os novos vírus são liberados. 
 
No lisogênico, o vírus insere seu ácido 
nucleico na célula hospedeira, onde este 
torna-se parte do DNA da célula infectada e a 
célula continua com suas funções normais. 
Durante a mitose, o material genético da 
célula com o do vírus incorporado sofre 
duplicação, gerando células-filhas com o 
“novo” genoma. Logo, a célula infectada 
transmitir· as informações genéticas virais 
sempre que passar por mitose e todas as 
células estarão infectadas também. 
 
 
 
 
 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
Os vírus encontram-se no meio exterior 
e podem ser transferidos de um hospedeiro 
para outro. Esse hospedeiro pode ser 
representado por uma única espécie, ou como 
no caso das zoonoses, transferir-se de uma 
espécie à outra. A transmissão natural dos 
vírus pode ocorrer de forma horizontal ou 
vertical, através de várias portas de entrada. 
 
TRANSMISSÃO HORIZONTAL 
Representa a transmissão de vírus de 
um indivíduo para outro da mesma espécie ou 
não. As vias de transmissão podem ser por 
contacto direto (indivíduo infectado para 
hospedeiro susceptível) ou indireto (através 
de gotículas ou perdigotos), veiculada por 
água ou alimentos contaminados ou através 
de vectores representados por animais 
vertebrados ou invertebrados. 
 
TRANSMISSÃO VERTICAL 
É representada pela transmissão do 
vírus da mãe para o embrião/feto, durante a 
gestação, ou durante o nascimento pela 
passagem através do canal do parto, ou ainda 
pela amamentação. 
 
MUCOSA 
 
 Trato respiratório 
O trato respiratório È a principal via de 
entrada do vírus no organismo. Seus 
mecanismos de defesa compreendem: a 
presença de células epiteliais ciliadas, muco, 
anticorpos secretórios da classe A, células 
fagocitárias alveolares, dentre outros. Alguns 
desses mecanismos auxiliam na remoção de 
partículas estranhas. 
 
Muitas vezes, os vírus ultrapassam 
essas barreiras, principalmente quando há um 
imunocomprometimento. Inicialmente, esses 
agentes se replicam nas células epiteliais, 
produzindo uma infecção localizada, podendo 
ser disseminada, rapidamente, com o auxílio 
dos fluídos locais. A infecção localizada não 
está, necessariamente, relacionada a uma 
doença mais amena, pois, em muitos casos, 
grandes áreas do trato respiratório podem 
estar acometidas, causando uma enfermidade 
severa. A excreção das partículas virais, por 
esta via para o ambiente, favorece a rápida 
disseminação viral entre os indivíduos. 
 
• Exemplos dos vírus que causam 
infecção localizada no trato respiratório: 
Vírus da influenza, Vírus Parainfluenza, 
Rinovírus, Vírus Respiratório Sincial e 
Adenovírus. 
 
• Exemplos de vírus que infectam 
através do trato respiratório e causam 
infecção disseminada: 
Vírus da Caxumba, Vírus do Sarampo e 
Vírus da Rubéola. 
 
 Trato gastrointestinal 
Nesta via a infecção é dada 
principalmente pela ingestão de alimentos ou 
água contaminados, podendo ocorrer também 
pelo compartilhamento de talheres e copos 
utilizados por pessoas infectadas. A via de 
entrada é a orofaringe, onde esses agentes se 
concentram ou são transportados para o trato 
gastrointestinal. Já a excreção viral é feita 
pelas fezes, completando o ciclo oral-fecal. 
 
 
O trato gastrointestinal, por sua vez, é 
protegido contra os agentes infecciosos por 
imunoglobulinas secretoras (IgA), muco, 
ácidos gástricos, sais biliares, enzimas 
proteolíticas, dentre outros. Além desses, o 
peristaltismo é um importante mecanismo 
para manter o alimento e o agente em 
movimento, dificultando o estabelecimento da 
infecção. Em situações extraordinárias, pode 
ocorrer o inverso, ou seja, um movimento 
antiperistáltico, cuja função é a eliminação do 
microrganismo. Em geral, os vírus que 
causam infecção intestinal são ácido-bile 
resistentes. 
 
• Exemplos dos vírus que causam 
infecção localizada na boca e orofaringe: 
Vírus do Herpes Simplex, Vírus Epstein-
Barr e Citomegalovírus. 
 
• Exemplos de vírus que infectam o 
trato gastrointestinal, produzindo 
enterites: 
Rotavírus, Vírus Norwalk e Astrovírus. 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
• Exemplos de vírus que infectam 
através do trato gastrointestinal e causam 
infecção disseminada: 
Vírus da hepatite A, Vírus da Hepatite E 
e Poliovírus. 
 
 Trato geniturinário 
É uma via de entrada para vários tipos 
de vírus, principalmente os que utilizam via 
sexual. A contaminação é dada pelas diversas 
formas de contato sexual entre indivíduos e 
por instrumentos cirúrgicos ginecológicos e 
roupas íntimas contaminadas (fômites - 
qualquer objeto inanimado ou substância 
capaz de absorver, reter e transportar 
organismos contagiantes ou infecciosos.). 
 
O pH, a microbiota e o muco local 
constituem uma importante proteção desta 
via. Assim como nos tratos discutidos 
anteriormente, o vírus pode se alojar 
localmente ou disseminar para outras áreas. 
 
• Exemplos dos vírus que causam 
infecção localizada no trato geniturinário: 
Vírus do Herpes simplex, Vírus do 
Papiloma. 
 
• Exemplos de vírus que infectam o 
trato geniturinário, produzindo infecções 
sistêmicas: 
Citomegalovírus, Vírus de Hepatite B e C 
e HIV. 
 
 Conjuntiva 
O acometimento da conjuntiva pode se 
dar por infecção dos olhos pelas mãos ou 
objetos contaminados. Pode ser causada, na 
maior parte das vezes, por um Adenovírus, 
que normalmente causa o resfriado comum, 
permitindo a transmissão por gotículas de 
tosse e por espirros. 
 
Embora menos resistente que a pele, a 
conjuntiva é constantemente lavada pela 
secreção lacrimal, que funciona como uma 
barreira bioquímica, contendo principalmente 
a lisozima (enzima microbicida) IgA secretória. 
A conjuntiva é ainda protegidafisicamente 
pelos cílios e movimentos das pálpebras, os 
quais auxiliam na manutenção da lubrificação 
dos olhos. 
 
• Exemplos dos vírus que infectam 
por meio da conjuntiva: 
Enterovírus e Adenovírus. 
 
PELE 
Esta é uma porta de entrada de vários 
agentes microbianos. Apesar de a picada dos 
artrópodes e a contaminação via sanguínea 
terem como primeiro acesso a pele, optamos 
por separá-los deste item para uma melhor 
compreensão do ciclo de transmissão viral. 
 
A infecção da pele é possível através do 
contato direto com lesões de pessoas 
infectadas, mordida de animais vertebrados, 
objetos contaminados (ex: alicates) e a 
presença de solução de continuidade, 
permitindo a penetração do vírus. 
 
Sua proteção se deve ao epitélio 
estratificado da pele, pH, ácidos graxos 
(gordura), secreções (suor), e os pelos que 
revestem a epiderme. 
• Exemplos dos vírus que causam 
lesões cutâneas localizadas: 
Papilomavírus, Poxvírus. 
 
• Exemplos de vírus transmitido por 
mordida de animal: 
Vírus da Raiva (Rhabdovírus). 
 
SANGUE 
A infecção do sangue pode ocorrer por 
meio de compartilhamento de seringas, 
transfusão sanguínea e transplante de 
órgãos. A proteção desta via, além da pele e 
da mucosa (porta de entrada), é o próprio 
sistema imunitário, já que envolve 
componentes sanguíneos (células, sistema 
complemento, imunoglobulinas, etc.) para o 
combate da infecção. Esta defesa pode ser 
burlada pelos vírus, através dos mecanismos 
de escape ou mesmo pelo fato de alguns vírus 
possuírem tropismo por células do sistema 
imune. 
• Exemplos de vírus transmitidos por 
via iatrogênica (agulhas, material 
cirúrgico): 
HIV, Vírus da Hepatite B e C. 
 
{REFERÊNCIAS} 
http://www.epsjv.fiocruz.br/sites/default/files/c
ap2.pdf 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
Microbiologia do Tortora, 10ª edição 
 
https://www.ufrgs.br/labvir/material/aulaCUR
SOFarmacia_3classificacaoviral.pdf 
 
Microbiologia Médica, Patrick R. MURRAY, 5ª 
edição 
 
https://www.atlasdasaude.pt/publico/content/i
nfeccoes-virais 
 
 
2. Descrever a patogênese da dengue, agente 
causador e sorotipagem. 
Dengue é a doença causada por um dos 
quatro tipos do vírus dengue DEN-1,2,3 e 4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A infecção é causada por um vírus de 
genoma RNA pertencente ao grupo B dos 
arbovírus, família Flaviviridae, gênero 
Flavivirus. Compreende quatro sorotipos 
imunologicamente distintos: DEN-1, DEN-2, 
DEN-3 e DEN-4. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
O vírus possui três proteínas estruturais: 
a proteína C, localizada no nucleocapsídeo; a 
proteína M, que está associada com a 
membrana; e a proteína E do envelope, 
principal proteína estrutural, está diretamente 
relacionada com a imunidade e provável 
virulência da amostra. O vírus da dengue tem 
sete outras proteínas não estruturais: (NS1, 
NS2a, NS2b, NS3, NS4a, NS4b, NS5), que 
estão relacionadas com a infecção viral. 
 
As espécies de mosquito envolvidas na 
transmissão da infecção pertencem ao gênero 
Aedes. Nas Américas, o Aedes aegypti é o 
mais importante e talvez o único vetor da 
enfermidade. Caracteriza-se por ser um 
mosquito de hábitos exclusivamente urbanos, 
reproduzindo-se em criadouros artificiais 
localizados nos domicílios e em seus 
arredores. Seus criadouros mais comuns são 
latas, pneus, vasos e demais utensílios 
descartados e encontrados em áreas menos 
providas de infraestrutura, de saneamento 
básico, especialmente no que se refere à 
coleta de lixo e à rede de abastecimento de 
água. 
 
Um outro vetor associado à transmissão 
da doença é o Aedes albopictus, inseto 
originário da Ásia que desde 1980 teve sua 
dispersão para outras partes do mundo. Sua 
primeira identificação no Brasil se deu na 
cidade do Rio de Janeiro, em 1986. 
 
 
 
A infecção por qualquer um dos quatro 
sorotipos do vírus pode variar desde uma 
infecção assintomática até formas graves 
O vírus dengue é classificado 
como um arbovírus 
 
Arboviroses são as doenças 
causadas pelos chamados arbovírus, 
que incluem o vírus da dengue, Zika 
vírus, febre chikungunya e febre 
amarela. A classificação "arbovírus" 
engloba todos aqueles transmitidos por 
artrópodes, ou seja, insetos e 
aracnídeos (como aranhas e 
carrapatos). 
 
A palavra dengue tem origem 
espanhola, e quer dizer "melindre", 
"manha". O nome faz referência ao estado 
de moleza e prostração em que fica a 
pessoa contaminada. 
 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
como a dengue hemorrágica e ou síndrome do 
choque da dengue. 
 
A dengue clássica é caracterizada por: 
 Febre alta de início súbito 
 Cefaléia (dor de cabeça) 
 Dor retrorbital 
 Mialgia e artralgia 
 Astenia (perda ou diminuição da 
força física) 
 Prostração (fraqueza) 
 Exantema 
 Manifestações gastrointestinais 
 Linfoadenopatias. 
 
Os casos de dengue hemorrágica são 
caracterizados por quatro manifestações 
principais: 
 Febre alta, 
 Fenômenos hemorrágicos, 
 Hepatomegalia (aumento do 
fígado) 
 Insuficiência circulatória. 
 
A FHD é classificada em quatro graus de 
gravidade de acordo com os quadros de 
hemorragia e extravasamento de plasma. 
 
Grau I: febre, teste do torniquete positivo 
e/ou tendência a fácil sangramento. 
Grau II: grau I associada a hemorragias 
na pele ou outras. 
Grau III: grau I e grau II, falência 
circulatória com pulso rápido, diminuição da 
pulsação ou hipotensão, presença de 
sudorese, pele úmida e prostração. 
Grau IV: grau I, II e III acompanhada de 
choque profundo com pressão e pulso 
indetectáveis. 
 
Embora todos os sorotipos possam 
estimular a formação de anticorpos 
específicos, a imunidade induzida por um 
sorotipo é apenas parcialmente protetora 
contra outros sorotipos (imunidade heteróloga 
ou cruzada) e desaparece rapidamente. Por 
outro lado, a imunidade conferida pela 
infecção do vírus (homóloga) é permanente 
para o sorotipo que causou a infecção. 
 
Existem dois padrões de respostas à 
infecção pelo vírus da dengue: primária e 
secundária. A resposta primária ocorre em 
indivíduos que não são imunes aos flavivírus, 
que ainda não tinham sido infectados por 
flavivírus ou não tinham sido inoculados com 
a vacina da febre amarela ou da encefalite 
japonesa. Neste tipo de infecção os anticorpos 
são mono-específicos (mais altos contra o 
sorotipo infectante que contra os outros). 
 
A resposta secundária é observada em 
indivíduos com infecção por dengue que já 
tiveram infecção prévia por flavivírus. Pode 
apresentar-se como resultado à imunidade a 
algum sorotipo diferente do vírus da dengue, 
que é o mais freqüente, ou por vacinação 
prévia contra outros flavivírus. 
 
Uma única fêmea do mosquito pode 
colocar até 150 ovos. Estes, por sua vez, 
podem resistir por mais de um ano sem 
umidade. Devido a esses fatores e à 
capacidade de proliferação, o Aedes se faz 
presente em mais de quatro mil cidades 
brasileiras. 
 
O período de incubação médio da 
doença é de quatro a sete dias, e a infecção 
pode apresentar-se, por exemplo, como 
assintomática, febre indiferenciada, síndrome 
da dengue e dengue hemorrágica. 
 
O ciclo de transmissão da dengue se 
inicia quando o mosquito Aedes aegypti, vetor 
da doença no Brasil, pica uma pessoa 
infectada. O vírus multiplica-se no intestino 
médio do vetor e infecta outros tecidos 
chegando finalmente às glândulas salivares. 
Uma vez infectado o mosquito é capaz de 
transmitir enquanto viver. Não existe 
transmissão da doença através do contato 
entre indivíduos doentes e pessoas 
saudáveis. Após a picada do mosquito, inicia-
se o ciclo de replicação viral nas células 
estriadas, lisas, fibroblastos e linfonodos 
locais, a seguir ocorre a viremia, com a 
disseminação do vírus no organismo do 
indivíduo. Os primeiros sintomas como febre, 
dor de cabeça e mal-estar surgem após um 
período de incubação que pode variar de 2-10 
dias. Uma vez infectada por um dos sorotipos 
do vírus, a pessoa adquire imunidade para 
aquele sorotipo especifico. 
 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
O Aedes aegyptié o mosquito 
transmissor da dengue, Zika, Chikungunya e 
febre amarela e o seu ciclo de vida é divido em 
4 fases: 
 Ovo; 
 Larva; 
 Pupa; 
 Mosquito desenvolvido. 
 
O ciclo começa quando uma fêmea 
adulta deposita seus ovos nas paredes dos 
reservatórios com água LIMPA (não somente 
limpa), parada e normalmente após 7 dias, a 
larva cresce e vira pupa e, 2 dias depois, o 
mosquito está completamente formado e 
pronto para picar. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Os ovos do mosquito são muito 
resistentes e sobrevivem até mesmo por 1 ano 
num local seco e quando este local recebe 
água, em cerca de meia hora de submersão 
este ovo pode se desenvolver. Este mosquito 
leva em média 10 dias para se desenvolver e 
vive durante 30 dias. Uma única fêmea produz 
e 60 a 120 ovos em cada ciclo reprodutivo e 
pode ter mais de 3 ciclos durante sua vida. 
 
Como já foi dito o tempo médio de vida 
de um mosquito adulto é de 30 dias e durante 
este período cada fêmea pode colocar cerca 
de 3000 ovos. 
 
 
 
 
A picada do mosquito Aedes aegypti 
pode acontecer em qualquer hora do dia, no 
entanto o mosquito evita o sol forte e ao ar 
livre, prefere à sombra mas geralmente pica 
de manhã ou no final da tarde e à noite entre 
as 7:00 e 10:00h e entre as 16:00 e às 19:00h. 
 
Quanto à patogenia do vírus da dengue, 
esta já vem sendo discutida há mais de 30 
anos, e algumas hipóteses tentam explicar a 
Se em passado recente 
acreditávamos que o Aedes aegypti, 
mosquito transmissor da dengue só 
proliferava em água limpa, uma recente 
pesquisa realizada pela 
Superintendência de Controle de 
Endemias de São Paulo, mostra que o 
mosquito não se reproduz apenas em 
água limpa. 
 
O estudo comprovou uma mutação 
no mosquito que larvas do Aedes 
aegypti, que até então só se reproduzia 
em água limpa. Durante o trabalho de 
campo realizado em São Sebastião, 
litoral norte de São Paulo, a 
pesquisadora responsável, Marylene 
Brito, encontrou mais de trezentos 
pontos infestados com algum tipo de sal 
ou produto químico, como resíduos de 
tinta e restos de óleo, evidenciando que 
as larvas do mosquito também se 
desenvolvem em ambientes sujos e até 
em água salgada. 
 
“O mosquito está evoluindo. Todas 
as espécies tentam manter sua 
população. Se não encontram o 
ambiente que preferiam antes, acabam 
se adaptando ao que existe.” 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
ocorrência destas formas graves (FHD/SCD), 
como a da infecção sequencial postulada por 
Halstead (1970, 1980 e 1982), e a da 
virulência de determinadas cepas do vírus, 
defendida por Rosen (1977). 
 
Entretanto, uma terceira teoria proposta 
por Kouri et al., (1987) reconhece que as duas 
primeiras não explicam de forma isolada os 
eventos epidemiológicos que vêm ocorrendo 
no mundo e propõe uma teoria integral de 
multicasualidade, onde há integração de 
vários fatores de risco como: individuais – 
idade, sexo, raça, estado nutricional, 
preexistência de enfermidades crônicas e 
presença de anticorpos. 
 
Esses são fatores predisponentes que 
fazem com que a doença seja mais freqüente 
em certos grupos de idade ou raça, no entanto 
a presença de anticorpos é o principal fator 
individual, mas não é o único; epidemiológicos 
– imunidade de grupo, competência e 
densidade vetorial, intensidade da circulação 
viral e intervalo de tempo entre as infecções 
por diferentes sorotipos; e os fatores virais – 
virulência da cepa circulante, sorotipos virais 
envolvidos em cada epidemia. Geralmente os 
fatores epidemiológicos e virais são 
determinantes para uma epidemia. 
 
A infecção causada pelo vírus da dengue 
é iniciada pela picada do mosquito 
transmissor do vírus na pele, onde o vírus 
interage com as células dendríticas 
residentes, denominadas células de 
Langerhans. 
 
 
 
Essas células expressam DC-SIGN (é 
um receptor de lectina do tipo C presente na 
superfície dos macrófagos e das células 
dendríticas), o qual se liga à glicoproteína do 
envelope de todos os quatro sorotipos do vírus 
da dengue. 
 
Desse modo, o DC-SIGN é responsável 
por mediar a entrada do vírus, permitindo 
subseqüente infecção viral, o que leva à 
liberação de vírions dentro da célula. A 
migração de células de Langerhans para os 
nódulos linfóides permite a apresentação do 
vírus à célula T. 
 
Interessantemente, recentes trabalhos 
evidenciam que, enquanto as células 
dendríticas são imediatamente infectadas, as 
células de Langerhans não são e que o DC-
SIGN somente concentra o vírus na superfície 
celular e que um outro co-receptor, ainda não 
identificado seria o responsável pela 
internalização do vírus. 
 
O vírus da dengue infecta 
predominantemente células do sistema 
reticuloendotelial (baço, fígado e medula 
óssea), incluindo monócitos, linfócitos, células 
de Kupffer e macrófagos alveolares. 
 
De modo geral os trabalhos apontam o 
fígado como órgão principal na infecção. No 
entanto, a imunopatogênese das formas 
graves da infecção não está totalmente 
esclarecida. A disfunção observada no fígado 
poderia ser por efeitos diretos nas células 
hepáticas ou consequências adversas na 
resposta imune desregulada do hospedeiro 
contra o vírus. 
 
As alterações histológicas presentes no 
tecido hepático decorrentes da infecção 
incluem: esteatose microvesicular, necrose 
hepatocelular, hiperplasia e destruição de 
células de Kupffer, corpúsculo de Councilman 
e infiltrado inflamatório na região portal. 
 
Interessantemente, a região medio-
zonal do fígado é a mais comprometida, 
possivelmente devido a uma sensibilidade 
maior dos hepatócitos à anóxia ou a produtos 
da resposta imune (citocinas e quimiocinas), 
bem como a uma preferência do vírus infectar 
os hepatócitos dessa região. 
 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
Durante a infecção, células dendríticas, 
macrófagos, linfócitos B, linfócitos T, células 
NK e mastócitos estão envolvidos na resposta 
imune do hospedeiro contra o vírus. 
 
Outro fenômeno importante presente é a 
apoptose, que tem sido mostrada como um 
mecanismo pelo qual o vírus da dengue pode 
causar a morte celular. Devido a este 
fenômeno pode ocorrer disseminação do vírus 
para outras células vizinhas e diminuição da 
resposta imune. 
 
Outros estudos demonstram níveis 
aumentados de TRANSAMINASES no soro 
durante a infecção, no entanto, os níveis estão 
mais elevados na FHD/SCD do que na FD e 
tendem a retornar ao normal em 14-21 dias 
após a infecção. Dentre os trabalhos que 
investigam as possíveis alterações das 
transaminases durante a infecção pelo vírus 
da dengue, grande parte aponta elevações 
maiores da AST do que da ALT. Tem sido 
sugerido que esse padrão possa ser devido ao 
excesso de liberação da AST a partir dos 
miócitos durante a infecção, porém, isto não 
está totalmente esclarecido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Devido à complexidade da infecção 
causada pelo vírus da dengue, a 
compreensão dos mecanismos envolvidos na 
imunopatologia da doença é principalmente 
importante para o desenvolvimento de 
terapêuticas e vacinas eficazes para prevenir 
a FHD. 
 
Os dados sobre o tipo 5 da doença foram 
apresentados em uma conferência realizada 
no final de outubro, se eu não me engano de 
2013, em Bancoc, na Tailândia. A descoberta 
se deu quando cientistas da Universidade do 
Texas receberam amostras de sangue de uma 
epidemia de dengue ocorrida em 2007, na 
Malásia, e ao estudá-lo encontraram um tipo 
completamente diferente. 
 
 
 
 
{REFERÊNCIAS} 
Kumar, V. Robbins & Cotran Patologia - 
Bases Patológicas das Doenças. Grupo GEN, 
2016. [Minha Biblioteca]. 
 
http://www.ioc.fiocruz.br/dengue/textos/sobre
ovirus.html 
 
https://www.arca.fiocruz.br/handle/icict/24607
#:~:text=Arboviroses%20s%C3%A3o%20as
%20doen%C3%A7as%20causadas,(como%
20aranhas%20e%20carrapatos). 
 
https://www.tuasaude.com/ciclo-de-vida-do-
aedes-
aegypti/#:~:text=O%20Aedes%20aegypti%20
%C3%A9%20o,larva%2C%20pupa%20e%20
mosquito%20desenvolvido.&text=Este%20m
osquito%20leva%20em%20m%C3%A9dia,e%20vive%20durante%2030%20dias. 
 
https://hepato.com/2020/01/02/transaminases
-elevadas-o-que-indicam/ 
 
As transaminases são enzimas 
intracelulares que atuam catalisando 
diversas reações, principalmente no 
fígado, mas que também se encontram 
em outros tecidos do organismo, 
quando estão elevadas são um 
indicador importante indicando que 
existe algum problema, muito 
provavelmente no fígado. 
 
O fígado produz mais de 60 
transaminases, sendo que apenas duas 
são de maior importância clínica, a 
alanina aminotransferase (ALT) ou 
transaminase glutâmico-pirúvica (TGP) 
e a aspartato aminotransferase (AST) 
ou transaminase glutâmico-
oxaloacética (TGO). 
 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
http://www2.fm.usp.br/pfh/mostrahp2.php?ori
gem=pfh&xcod=Dengue&dequem=Principal#:
~:text=O%20v%C3%ADrus%20da%20dengu
e%20infecta,como%20%C3%B3rg%C3%A3o
%20principal%20na%20infec%C3%A7%C3%
A3o. 
 
http://www.sbmt.org.br/portal/noticias-
2557/?fb_comment_id=1138520726245083_
1167558493341306 
 
http://www.ciencianews.com.br/arquivos/ACE
T/IMAGENS/biblioteca-
digital/microbiologia/hepatites_outras_viroses
/11-Diagnostico-laboratorial-da-dengue.pdf 
 
 
3. Explique como é realizado o diagnóstico 
laboratorial da dengue. 
Os testes para detectar dengue já estão 
bem-estabelecidos no Brasil, no entanto 
alguns apresentam reação cruzada com 
outras doenças e resultado falso positivo-
negativo. Por isso, é importante que o 
profissional analise os resultados 
considerando o quadro clínico do paciente e a 
situação endêmica local. Quando uma região 
está passando por uma epidemia de dengue, 
o diagnóstico pode ser feito apenas pela 
sintomatologia (este critério dependerá de 
orientações da vigilância sanitária local) e 
dados epidemiológicos locais. Os critérios de 
indicação de realização dos exames de 
diagnóstico etiológico também podem variar 
de acordo com a situação epidemiológica e 
também se a doença está na fase aguda 
(inicial) ou não. 
 
Na fase inicial da doença ou fase aguda, 
podem ser feitos alguns exames para auxiliar 
o diagnóstico da dengue. O teste para 
antígeno NS1 (proteína produzida 
intensamente pelo vírus da dengue) e o teste 
molecular ou PCR, que avalia o RNA do vírus. 
Estes são métodos disponíveis geralmente 
nos laboratórios de referência estaduais e 
nacionais, seu uso deve, sempre, ser 
discutido com os integrantes das equipes de 
Vigilância Epidemiológica; recomenda-se a 
realização nos primeiros três dias da doença, 
podendo ser realizado até o quinto dia. Pode 
ser utilizado também o teste rápido IgG/IgM, 
utilizado para triagem inicial da doença. 
DETECÇÃO DO ÁCIDO NUCLEICO 
VIRAL PELO MÉTODO DA TRANSCRIÇÃO 
REVERSA SEGUIDA DA REAÇÃO EM 
CADEIA DA POLIMERASE (RT–PCR): não é 
utilizada na rotina diagnóstica por se tratar de 
uma técnica dispendiosa. É de grande 
importância nos casos em que as técnicas de 
rotina foram insuficientes para a definição 
diagnóstica, especialmente naqueles que 
evoluíram para óbito. O método pode ser 
realizado em amostras de sangue, soro, 
líquido cefalorraquidiano (LCR), fragmentos 
de vísceras (fígado, baço, linfonodos, 
coração, pulmão, rim e cérebro) e ainda em 
lotes de mosquitos vetores. A amostra deve 
ser armazenada e conservada em freezer -
70ºC ou nitrogênio líquido. 
 
 DENGUE ANTÍGENO NS1 (TESTE 
RÁPIDO DA DENGUE): é a nova ferramenta 
diagnóstica e se trata de um teste qualitativo, 
usado na detecção da antigenemia NS1 da 
dengue pela técnica Elisa de captura; auxilia 
no diagnóstico sorológico da doença em 
amostras colhidas principalmente até o 
terceiro dia do início dos sintomas; o ideal é 
que a amostra seja colhida no primeiro dia dos 
sintomas, o que, muitas vezes, permitirá a 
liberação do resultado antes do momento de 
efervescência da febre; seu desempenho é 
equivalente ao do RT-PCR, porém, não 
permite a identificação do sorotipo. 
 
Atualmente, o Ministério da Saúde 
disponibiliza kits para o uso em amostras de 
unidades-sentinela de monitoramento do vírus 
da dengue. O uso da proteína NS1 tem uma 
alta especificidade (82 a 100%), mas tem 
moderada sensibilidade (mediana 64%, 
intervalo de 34-72%), de acordo com Guzman 
(2010). De acordo com o estudo de Chatterji 
(2011), a sensibilidade é mais baixa nas 
infecções secundárias, quando comparada 
com as infecções primarias. O teste NS1 
negativo não exclui a possibilidade da doença. 
 
Conclui-se, portanto, é um teste rápido, 
qualitativo, de detecção precoce – 1 a 3 dias 
de doença. Pode estar presente até 9-10 dias 
do início dos sintomas, mas sua detecção é 
mais difícil após a soroconversão. Portanto, a 
presença do antígeno NS1 é indicativo de 
doença aguda e ativa. Já um resultado 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
negativo, diante de um quadro suspeito de 
dengue, não exclui o diagnóstico. 
 
MÉTODO ELISA IGM E IGG – teste 
rápido, baseado na detecção qualitativa e 
diferencial de anticorpos IgM e IgG, permite 
diagnóstico ou descarte, em curto espaço de 
tempo. É utilizado para triagem inicial e as 
amostras reativas devem ser confirmadas por 
ensaios imunoenzimáticos (ex. ELISA) ou 
outros ensaios imunológicos. 
 
A partir do 6° dia da doença é possível 
detectar apenas os anticorpos: o IgM, 
produzido na fase aguda, e o IgG, que demora 
mais a ser produzido. Geralmente, o IgG 
detecta uma infecção antiga, mas, a partir do 
8º a 10º dia de sintomas, já pode dar positivo 
para uma doença recente. 
 
Dentre os exames sorológicos a serem 
realizados após o 6° dia estão: 
 
MÉTODO ELISA IGM – baseado em 
detecção de anticorpo, este método costuma 
positivar após o sexto dia da doença. Detecta 
o anticorpo de defesa presente no organismo 
que tem doença ativa 
 
MÉTODO ELISA IGG – baseado em 
detecção de anticorpo, este método costuma 
positivar a partir do nono dia de doença, na 
infecção primaria, e já estar detectável desde 
o primeiro dia de doença na infecção 
secundária. Detecta anticorpo presente no 
organismo que teve infecção passada 
 
Outros exames também podem ser 
utilizados para o diagnóstico da dengue: 
 
ISOLAMENTO VIRAL: é considerado o 
método mais específico (padrão ouro) para o 
isolamento e a identificação do sorotipo do 
VDEN responsável pela infecção. Pode ser 
realizado em amostras de sangue, líquido 
cefalorraquidiano (LCR) e fragmentos de 
vísceras (fígado, baço, coração, pulmão, rim e 
cérebro). O período recomendado para 
colheita da amostra de sangue é de, 
preferencialmente, até o quarto dia do início 
dos sintomas, durante o período de viremia. A 
coleta de espécimes biológicos para 
isolamento viral deve ser orientada pela 
Vigilância Epidemiológica, respeitando-se a 
capacidade dos laboratórios de referência. A 
amostra deve ser armazenada e conservada 
em freezer -70º C ou nitrogênio líquido. 
 
IMUNO-HISTOQUÍMICA: permite a 
detecção de antígenos virais em cortes de 
tecidos fixados em formalina e emblocados 
em parafina, corados pela fosfatase alcalina 
ou peroxidase marcada com anticorpo 
específico. Essa técnica é bastante sensível e 
específica e deve ser utilizada após o 
diagnóstico histopatológico presuntivo. 
 
HEMOGRAMA E PLAQUETAS – Pode 
ser realizado em alguns casos. A 
periodicidade de repetição do exame ao longo 
do período de acompanhamento clínico do 
paciente irá depender da classificação clínica 
do paciente. O hemograma tem como 
finalidade principal avaliar o hematócrito, para 
identificação de hemoconcentração. 
Hemoconcentração indica provável alteração 
de permeabilidade capilar (extravasamento 
plasmático), associado à gravidade, além de 
definir a necessidade de hidratação e resposta 
a terapia de reposição instituída. Queda de 
hematócrito pode sugerir hemorragias. A 
redução na contagem de plaquetas, 
principalmente quando associada à elevação 
concomitante do hematócrito, pode também 
indicar risco aumentado de evolução 
desfavorável. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Avaliação do paciente com 
suspeita de dengue 
A presença de sinais de alarme deve ser 
pesquisada em todos os pacientescom 
suspeita de Dengue, pois indica a 
possibilidade de gravidade do quadro clínico e 
de evolução para febre hemorrágica da 
Isolamento viral e PCR são os 
exames mais específicos para 
diagnóstico de Dengue, mas são 
pouco disponíveis. São utilizados 
principalmente para fins 
epidemiológicos ou em estudos 
científicos. 
 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
dengue ou síndrome do choque da dengue. 
Deve também ser dada atenção a sinais de 
choque ao exame físico. 
 
Tabela 1: Sinais de alarme na Dengue e sinais de choque 
 
 
 
 
 
Sinais 
de 
alarme 
Dor abdominal intensa e contínua; 
vômitos persistentes; hipotensão 
postural e/ou lipotímia; 
hepatomegalia dolorosa; 
hemorragias importantes 
(hematêmese e/ou melena); 
sonolência e/ou irritabilidade; 
diminuição da diurese; diminuição 
repentina da temperatura 
corpórea ou hipotermia; aumento 
repentino do hematócrito; queda 
abrupta de plaquetas; desconforto 
respiratório. 
 
 
Sinais 
de 
choque 
Hipotensão arterial; pressão 
arterial convergente (PA 
diferencial < 20 mmHg); 
extremidades frias, cianose; pulso 
rápido e fino; enchimento capilar 
lento (> 2 segundos). 
 
 
 
Embora seja exame inespecífico, o 
Ministério da Saúde recomenda a prova do 
laço em todos os casos suspeitos de Dengue, 
pois é um exame de triagem que representa 
fragilidade capilar. Os passos para realizar a 
prova do laço são os seguintes: 
1. Desenhar um quadrado de 2,5 cm 
de lado (ou uma área ao redor da falange 
distal do polegar) no antebraço da pessoa e 
verificar a PA. 
 
2. Calcular o valor médio: (PAS+PAD) 
/2. Por exemplo, se o valor de pressão arterial 
for 120x80, deve-se insuflar o manguito até os 
100 mmHg; 
 
3. Insuflar novamente o manguito até o 
valor médio e manter por 5 minutos em adulto 
(em crianças, 3 minutos) ou até o 
aparecimento de petéquias ou equimoses. 
 
4. Contar o número de petéquias no 
quadrado. A prova será positiva se houver 20 
ou mais petéquias em adultos e 10 ou mais 
em crianças. 
 
 
 
 
 
Este exame pode também ser conhecido 
como prova do torniquete, prova de Rumpel-
Leede ou simplesmente teste de fragilidade 
capilar, e faz parte das recomendações da 
Organização Mundial de Saúde para o 
diagnóstico de dengue, apesar de nem 
sempre este exame ser positivo nas pessoas 
com dengue. É por esse motivo que, após o 
resultado positivo se deve fazer um exame de 
sangue que confirme a presença do vírus. 
 
Como identifica o risco de sangramento, 
a prova do laço não precisa ser utilizada 
quando já existem sinais de hemorragia, como 
sangramento nas gengivas e nariz ou 
presença de sangue urina. Além disso, a 
prova do laço pode apresentar falsos 
resultados em situações como uso de 
aspirina, corticoides, fase de pré ou pós-
menopausa, ou quando existe queimadura 
solar, por exemplo. 
 
{REFERÊNCIAS} 
https://www.medicinanet.com.br/conteudos/re
visoes/1615/dengue.htm 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
http://telessaude.ba.gov.br/quais-exames-
solicitar-para-um-paciente-com-quadro-
suspeito-de-dengue/ 
 
https://www.tuasaude.com/prova-do-laco/ 
 
 
4. Compreender os períodos de 
desenvolvimento de doenças virais 
(latência, incubação, convalescença). 
Toda doença que afeta o organismo 
acaba por afetar as estruturas e funções de 
modo específico, se traduzindo em sintomas 
como dor ou indisposição e sinais como 
lesões, inchaços, febre e paralisia. 
 
Um dos critérios de avaliação de uma 
doença é sua gravidade e duração. Uma 
doença aguda é aquela que se desenvolve 
rapidamente, porém dura pouco tempo, como 
a gripe. Já uma doença crônica se 
desenvolve lentamente com recorrência por 
longos períodos. Uma doença latente é 
aquela na qual o agente causador permanece 
inativo por algum tempo, mas se ativa 
novamente, como exemplo a herpes. 
 
Latência: baixa replicação= baixa 
exposição de antígenos 
 
EXEMPLOS 
Vírus herpes simplex (HSV): infecção 
epitélio e neurônios. Vírus latente (quiescente) 
nos neurônios que inervam lábios. 
Reativação: sol, infecção bacteriana, 
hormônios (várias vezes). 
 
Vírus herpes zoster (varicela zoster): 
latente nos gânglios dorsais Reativação: 
stress ou imunossupressão (geralmente uma 
vez na vida) 
 
Epstein-Barr (EBV): infecção primária 
aria de células B geralmente assintomática. 
Latente em células B de memória 
 
Uma vez que o microrganismo adentra a 
célula do hospedeiro e ativa suas defesas, o 
desenvolvimento da doença tende a seguir 
certa sequência linear, independente de ser 
aguda ou crônica. 
 
PERÍODO DE INCUBAÇÃO: é o 
intervalo entre a infecção inicial e o 
surgimento dos primeiros sinais e sintomas, 
onde essa incubação depende do tipo 
específico de microrganismo envolvido, de 
sua virulência (grau de patogenicidade), 
número de microrganismos infectantes e da 
resistência do hospedeiro. 
 
PERÍODO PRODRÔMICO: é um 
período curto que se segue ao período de 
incubação, onde há o aparecimento dos 
primeiros sintomas precoces e leves, como 
dor e indisposição. 
 
PERÍODO DE DOENÇA: é um quadro 
mais severo, onde a pessoa exibe sinais e 
sintomas claros (febre, calafrios, dores 
musculares, sensibilidade a luz, dor de 
garganta, inchaço nos linfonodos e distúrbios 
gastrintestinais) e o número de leucócitos 
pode aumentar ou diminuir. Geralmente, 
quando as células de defesa são capazes de 
eliminar o patógeno, há o fim da doença, no 
entanto, quando a doença não é controlada 
com sucesso, o paciente vai a óbito durante 
esse período. 
 
PERÍODO DE DECLÍNIO: os sinais e 
sintomas começam a perder a intensidade, 
durando menos de 24 horas a vários dias, 
onde o paciente ainda se encontra vulnerável 
a infecções secundárias. 
 
PERÍODO DE CONVALESCÊNCIA: é 
durante esse período que a pessoa recobra 
sua força e o organismo retorna ao estado 
anterior à doença. 
 
 
 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
{REFERÊNCIAS} 
TORTORA, Gerard J., et al. Microbiologia. 10ª 
ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. 
 
ABBAS, Abul K. Imunologia Celular e 
Molecular. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2008. 
 
https://edisciplinas.usp.br/pluginfile.php/3040
90/mod_resource/content/1/Evasao2015.pdf 
 
5. Explicar o mecanismo de imunidade inata 
contra vírus 
Os vírus são organismos intracelulares 
obrigatórios que passam por fase extracelular 
no período inicial da infecção, ou na ocasião 
em que são liberados das células infectadas 
lisadas. Dessa forma, uma resposta imune 
eficiente aos vírus deve resultar da integração 
dos mecanismos da imunidade natural, ou 
inata, e os da imunidade adquirida, ou 
específica. 
 
 
 
 
Os componentes da imunidade natural, 
ou inata, são os primeiros a realizar o controle 
das infecções por vírus pelo bloqueio da 
disseminação de partículas virais às células 
do hospedeiro, devido aos interferons do tipo 
I assim como à morte das células infectadas, 
mediada pela ação de células NK. 
 
INTERFERONS DO TIPO I 
Interferons do tipo I são citocinas, 
produzidas por diversas células, que inibem a 
infecção viral. São constituídos por dois 
grupos de proteínas distintas: interferon alfa 
(IFN-α) e interferon beta (IFN-β). 
 
O primeiro grupo - interferon alfa – é 
produzido por fagócitos mononucleares e, 
assim, conhecido como interferon leucocitário. 
Compreende uma família de, no mínimo, 15 
polipeptídeos estruturalmente relacionados, 
constituídos por cadeia de 143 aminoácidos. 
Cada espécie molecular de IFN-α é codificada 
por um gene localizado no cromossomo 9. 
 
Já o segundo grupo – interferon beta- é 
uma glicoproteína codificada por um único 
gene, também localizado no cromossomo 9 
nos humanos. a cadeia proteica é constituída 
por 145 aminoácidos, é glicosilada, 
diversamente à molécula de IFN- α. O IFN-β é 
produzido por muitos tipos celulares, 
principalmente por fibroblastos e, por isso, é 
conhecido como interferon de fibroblasto. 
 
Tanto os vírus DNA como os RNA 
induzem a produção de IFN tipo I pela célula 
infectada. 
 
A síntese de mínima quantidade de 
moléculas de RNA de fita duplaviral leva à 
produção das moléculas de IFN tipo I. A 
quantidade secretada é de cerca de um 
picograma (10 a menos 12 gramas) para cada 
um milhão de células infectadas. Uma vez 
produzidas, as moléculas de IFN tipo I 
estimulam a célula infectada a sintetizar 
inúmeras enzimas como por exemplo, 2’-5’ 
oligoadenilato sintetase, cuja ação interfere na 
replicação do RNA ou do DNA viral. 
 
A ação biológica dos IFN tipo I é 
parácrina e, assim, a célula infectada secreta 
moléculas de IFN que agirão em outras 
células vizinhas, não-infectadas, protegendo-
as da infecção viral. 
 
Lembre-se 
A imunidade inata (natural) é 
assim denominada porque está 
presente desde o nascimento e não 
precisa ser aprendida através da 
exposição de um invasor. Assim, ela 
oferece uma resposta imediata a 
invasões estranhas. Entretanto, seus 
componentes tratam todos os invasores 
estranhos basicamente do mesmo 
modo. Eles reconhecem somente um 
número limitado de substâncias de 
identificação (antígenos) nos invasores 
estranhos. No entanto, estes antígenos 
estão presentes em muitos invasores 
distintos. A imunidade inata, ao 
contrário da imunidade adquirida, não 
possui memória dos encontros, não se 
lembra de antígenos estranhos 
específicos e não oferece qualquer 
proteção contínua contra infecções 
futuras. 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/doen%C3%A7as-imunol%C3%B3gicas/biologia-do-sistema-imunol%C3%B3gico/imunidade-adquirida
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
A estrutura dos interferons é variável 
entre as espécies e também pode variar entre 
células de uma mesma espécie. Tanto as 
moléculas de IFN-α como as de IFN-β, apesar 
de apresentarem estruturas diferentes, 
interagem com o mesmo receptor da 
superfície das células, um heterodímero 
denominado IFN-α/BR, presente em, 
praticamente, todas as células. 
 
A interação de IFN-α ou IFN-β com o 
receptor IFN-α/BR ativa uma tirosina quinase 
citoplasmática que fosforila a proteína STAT2. 
Essa molécula transduz sinais e ativa a 
transcrição de vários genes codificadores de 
citocinas, inclusive os IFN do tipo I. entre 
esses genes há também o que codificar a 2’, 
5’ – oligo A-sintetase que, por sua vez, ativa 
RNAse L, uma enzima que digere moléculas 
de RNA genômico do vírus, de RNA 
mensageiro celular e do vírus e de RNA 
ribossômico celular. Esse mecanismo leva à 
redução da síntese proteica, inibindo a 
replicação de partículas virais e o 
consequente dano celular. 
Outro processo, resultante da ligação de 
molécula de IFN do tipo I? ao seu receptor, é 
a ativação de PKR (Proteína quinase ativada 
por AMP), uma proteína que fosforila um fator 
celular que é requerido pelos ribossomos para 
o início da tradução, que resulta também no 
bloqueio da síntese de proteínas. Dessa 
forma, ambos os mecanismos têm como 
resultado a inibição da produção de proteínas, 
como a consequente inibição da replicação do 
vírus, protegendo, assim, as células de dano 
ou morte. 
 
 
 
CÉLULAS NK 
As células NK (do inglês natural killer) 
representam uma subpopulação de linfócitos, 
essenciais nos mecanismos da imunidade 
natural contra os vírus. 
 
Os linfócitos NK derivam de precursores 
da medula óssea, porém, não passam pelo 
timo para maturar, como os linfócitos T, não 
expressam em sua membrana moléculas de 
imunoglobulinas ou TCR, características dos 
linfócitos B e T, respectivamente, e não se 
diferencial em células de memória. 
 
Os receptores de membrana das células 
NK têm a propriedade de se ligar a moléculas 
de proteínas glicolisadas ou lipídicas 
presentes na superfície das células-alvo. 
Dessa forma, conseguem lisar células que 
expressem moléculas virais na sua 
membrana. 
 
As células NK também expressam três 
tipos de receptores inibitórios: nas células de 
humanos, foram identificados os receptores 
KIRs e NKG2; nas de roedores, o receptor 
Ly49. 
 
Esses receptores inibitórios reconhecem 
as moléculas de classe I do Complexo 
Principal de Histocompatibilidade (MHC) e o 
resultado dessa interação é a inibição da ação 
das células NK, o que impede a morte das 
células normais do hospedeiro. 
 
Como se sabe, as células nucleadas 
apresentam em sua membrana moléculas de 
classe I do MHC, as quais se associam a 
peptídeos antigênicos. Dessa forma, linfócitos 
I citotóxico (CD8+); através de seus 
receptores de antígenos expressos na sua 
membrana – os TCRs -, podem reconhecer 
peptídeos antigênicos associados às 
moléculas de classe I do MHC (peptídeo/ 
MHC-cl I). 
 
Porém, vários vírus desenvolveram 
mecanismos de escape do sistema imune, 
como aquele que inibe a célula infectada de 
expressar as moléculas de classe I do MHC. 
Assim, esses vírus podem escapar da ação 
líticas dos linfócitos T citotóxicos. 
 
No entanto, a presença das células NK 
garante a ação lítica sobre as células 
infectadas, mesmo aquelas em que as 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
moléculas de classe I do MHC não estão 
expressas na superfície celular. 
 
No período inicial de uma infecção viral, 
a presença das células NK é fundamental 
porque elas lisam as células infectadas numa 
fase em que os linfócitos T citotóxicos ainda 
não estão ativados. 
 
As células NK, assim como os linfócitos 
T citotóxicos têm no seu citoplasma grânulos 
que contêm perforina, uma proteína que gera 
poros na membrana da célula infectada. Têm, 
também, as grazimas que entram na célula-
alvo pelos poros feitos pela perforina e 
induzem a apoptose daquela célula. 
 
A proliferação das células NK é 
estimulada por IL-12, citocina produzida por 
macrófagos, e por IL-15, produzida por 
macrófagos e outros tipos celulares. Essas 
citocinas, além de estimularem a proliferação 
das células NK, aumentam sua atividade 
citolítica e, também, aumentam a produção de 
IFN-γ é outra espécie molecular de interferon, 
conhecido como interferon do tipo II e 
produzido, predominantemente, por linfócitos 
T na resposta imune específica. É uma 
proteína estruturalmente diferente dos 
interferons do tipo I, codificada por um único 
gene localizado no cromossomo 12 nos 
humanos, que estimula a atividade 
microbicida dos fagócitos, promovendo a 
destruição de microorganismos fagocitados. 
Também estimula a produção de anticorpos 
com propriedades opsonizantes, facilitando a 
fagocitose de microorganismos. 
 
{REFERÊNCIAS} 
Microbiologia – Luiz Rachid Trabulsi e Flávio 
Alterthum – 5ª Edição. 
 
https://www.msdmanuals.com/pt/casa/doen%
C3%A7as-imunol%C3%B3gicas/biologia-do-
sistema-imunol%C3%B3gico/imunidade-inata 
 
6. Explicar o mecanismo de imunidade 
adaptativa contra vírus. 
A primeira linha de defesa nos estágios 
iniciais da infecção viral é constituída pelos 
componentes da imunidade inata. A resposta 
imune adquirida, ou específica, estabelece 
após um intervalo de tempo, necessário para 
a ativação, proliferação e diferenciação de 
linfócitos potencialmente reconhecedores dos 
epítopos antigênicos virais. Além de linfócitos, 
outros elementos participam de uma resposta 
específica: 
 Células apresentadoras de antígenos 
(APC) 
 Os anticorpos; 
 As citocinas; 
 E as moléculas de classe I e classe II 
do complexo histocompatibilidade 
principal (MHC), que são proteínas 
expressas na membrana das células do 
hospedeiro, codificadas por genes do 
MHC, e que se associam com 
peptídeos antigênicos. 
 
Há dois tipos de resposta imune 
específica: 
1. A RESPOSTA HUMORAL – 
mediada por anticorpos, que são 
produzidos pelos linfócitos B; 
2. E a RESPOSTA CELULAR ou 
IMUNIDADE CELULAR, mediada 
pelos linfócitos T. 
 
Os linfócitos B e T são produzidos a 
partir de células precursoras, na medula 
óssea. Os linfócitos B tornam-se células 
maduras na própria medula óssea, enquanto 
os linfócitos T são maturados ao passarem 
pelo timo. Nesse órgão, os linfócitos T 
diferenciam-se em linfócitos T auxiliares, ou 
T CD4+, e em linfócitos T citotóxicos, ou T 
CD8+. 
 
A característica dos linfócitos maduros é 
a expressão, na sua membrana, de receptores 
para antígenos, mas tambémde algumas 
moléculas necessárias à transdução de sinais 
e ativação da célula. Os receptores para 
antígenos, nos linfócitos B, são as 
imunoglobulinas, que interagem diretamente 
com epítopos antigênicos. 
 
Nos linfócitos T, os receptores para 
antígenos são denominados TCR, têm 
estrutura molecular similar às 
imunoglobulinas, mas diferentemente destas, 
somente reconhecem peptídeos antigênicos 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
associados a moléculas de classe I ou de 
classe II do MHC (MHC-cl I ou MHC-cl II). 
 
De maneira geral, o reconhecimento de 
peptídeos antigênicos pelas Igs ou pelos 
TCRs exige a participação de moléculas co-
estimulatórias e da cooperação de citocinas, 
produzidas pelos linfócitos T, para que se 
realize a ativação, proliferação e diferenciação 
dos linfócitos em células efetoras da resposta 
imune e em células de memória. 
 
A especificidade a epítopos antigênicos 
distintos e a capacidade de memória, que 
resulta em respostas rápidas e ampliadas, 
representam as características da imunidade 
adquirida, humoral e celular. 
 
IMUNIDADE HUMORAL 
A presença de anticorpos específicos, 
que caracteriza a resposta imune humoral, é 
muito importante para impedir a disseminação 
do vírus na fase em que as células infectadas 
foram destruídas pela replicação e as 
partículas virais são liberadas no meio 
extracelular para infectar outras células. 
 
Igualmente, na fase inicial de uma 
reinfecção, a presença de anticorpos 
específicos já formados é fundamental para 
bloquear a penetração do vírus na célula. 
 
Os anticorpos, também chamados 
imunoglobulinas (Ig), são constituídos por 
quatro cadeias polipeptídicas ligadas entre si 
por pontes dissulfídicas; são duas cadeias 
leves com aproximadamente, 214 
aminoácidos e duas cadeias pesadas com 
cercas de 1,328 aminoácidos. 
 
O sítio de combinação com o antígeno 
se localiza nas porções amino-terminais de 
uma cadeia leve e de uma pesada onde a 
sequência de aminoácido é extremamente 
variável. 
 
Existem cinco tipos diferentes de cadeia 
pesadas que definem as cinco classes de Ig, 
temos: a IgM, IgD, IgG, IgA e IgE. 
 
Como já mencionamos, as 
imunoglobulinas expressas na membrana 
celular (mIg) são receptores para antígeno 
dos linfócitos B, os quais, quando imaturos, 
expressam moléculas de IgM. 
 
Os linfócitos B maduros expressam IgM 
e IgD simultaneamente. A ativação celular 
pode dar-se pela ligação de uma ou mais 
moléculas de mIg à partícula antigênica. 
 
Ainda, como têm a função de células 
apresentadoras de antígenos (APC), os 
linfócitos B internalizam e degradam os 
complexos formados pela ligação de 
partículas antigênicas com as mIg. Os 
peptídeos antigênicos degradados associam-
se a moléculas de classe II do MHC e este 
complexo (peptídeo/MHC-cl II) é então, 
expresso na membrana do linfócito T que 
prolifera gerando células efetoras, as quais 
secretam várias citocinas necessárias para a 
proliferação e diferenciação dos linfócitos B 
em plasmócitos secretores de Igs específicas 
ao epítopo antigênico inicial. 
 
 
 
Dependendo da classe a que pertencem, 
as Igs desempenham funções diversas para 
realizarem a eliminação do vírus e, assim, 
inibirem a infecção ou a reinfecção. A IgA 
secretora, principal Ig presente nas 
membranas mucosa que revestem os tratos 
respiratórios e gastrointestinal, bloqueia a 
ligação do vírus às células do hospedeiro 
destes locais. 
 
A ligação de IgG, IgM ou IgA aos vírus 
bloqueia a fusão do envelope viral com a 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
membrana plasmática da célula do 
hospedeiro. A IgG aumenta a fagocitose das 
partículas virais por fagócitos que expressam 
receptores para a região Fc de IgG. As 
classes IgM e IgG apresentam a propriedade 
de ativar o sistema complemento (série de 
proteínas com atividade enzimática 
sequencial); essa ativação resulta na 
formação de dois componentes importantes 
para a eliminação do vírus: o complexo ataque 
à membrana MAC que lisa as partículas virais 
com envelope, e o fragmento C3b que facilita 
a fagocitose do vírus por fagócitos que 
expressam receptores para essa proteínas. A 
IgM tem ainda a propriedade de aglutinar as 
partículas virais. 
 
O primeiro contato de um vírus com o 
sistema imune do hospedeiro leva à ativação 
de linfócitos B virgens, os quais, como já visto, 
proliferam e diferenciam-se em células de 
memória e plasmócitos, estabelecendo uma 
resposta primária de produção de anticorpos 
específicos àquele vírus. 
 
Os primeiros anticorpos produzidos nas 
respostas primárias pertencem à classe IgM e, 
pouco mais tarde, são produzidas IgG 
específicas. 
 
 À segunda vez que o hospedeiro é 
infectado pelo vírus, encontra-se uma 
população de linfócitos B específicos bem 
maior que a da primeira vez, resultando da 
expansão de clones e formação de células de 
memória produzidas na primeira infecção. 
 
Além dos linfócitos, anticorpos 
específicos podem ser encontrados, 
dependendo do intervalo de tempo entre a 
primeira e a segunda exposição ao vírus. 
 
A resposta imune que então se 
estabelece é denominada resposta 
secundária na qual ocorre a produção 
predominante de IgG específica. A 
concentração dos anticorpos formados na 
resposta secundária é muito superior à 
detectada na resposta primária, e a produção 
é bem mais persistente. 
 
 
 
IMUNIDADE CELULAR 
As células responsáveis pela 
especificidade da resposta imune celular são 
os linfócitos T. no timo, essas células se 
diferenciam em linfócitos T citotóxicos CD8+ 
(Tc) e linfócitos T auxiliares CD4+ (Th), os 
quais reconhecem pelos TCRs peptídeos 
antigênicos virais associados, 
respectivamente, a moléculas MHC-cl I e 
MHC-cl II. 
 
As moléculas de MHC-cl I são 
encontradas na membrana de quase todas as 
células nucleadas, enquanto as moléculas 
MHC-cl II são expressas apenas por poucos 
tipos celulares – as APCs -, geralmente 
macrófago e células dendríticas. 
 
Os peptídeos associados a molécula 
MHC-cl I (peptídeo/MHC-cl I) são 
reconhecidos pelos TCRs dos linfócitos Tc, 
enquanto os peptídeos associados a 
moléculas MHC-cl II (peptídeo/MHC-cl II) são 
reconhecidos pelos TCRs dos linfócitos Th. 
 
 
 
O processo de ativação dos linfócitos Th 
é desencadeado por um primeiro sinal gerado 
pela interação do TCR com o peptídeo/MHC-
cl II expresso na APC e, ainda, por um 
segundo sinal consequente à interação de 
moléculas co-estimulatórias presentes nas 
membranas do linfócito e da APC. 
 
Uma vez ativado, o linfócito Th prolifera 
levando a uma expansão clonal. Assim, a 
população de linfócitos específicos para o 
peptídeo viral indutor aumenta e as células 
diferenciam-se, parte em células efetoras das 
respostas específicas e parte em células de 
memória. 
 
TUTORIA - UCT5 – SP2 
 
Os linfócitos Th efetores têm como 
principal função a secreção de várias 
glicoproteínas de baixo peso molecular- as 
citocinas – que auxiliam a regulação da 
resposta imune. 
 
Para a ativação dos linfócitos Tc, 
também são necessários dos sinais: 
1. O primeiro dá-se pela interação do TCR 
com o peptídeo/MHC-cl I expresso na 
superfície da célula-alvo; 
2. O segundo sinal é transmitido pela 
ação de IL-2, citocina produzida pelos 
linfócitos Th. 
 
Como se vê, a ativação dos linfócitos é 
um processo integrado que inclui células e 
moléculas solúveis e de membrana. 
 
Após a ativação celular, os linfócitos Tc 
passam pelo processo de expansão clonal e 
diferenciam-se nos linfócitos citotóxicos 
efetores ou em células de memória. 
 
 
 
Numa infecção viral, quando os vírus já 
penetraram as células do hospedeiro e estão 
na sua fase intracelular, a neutralização das 
partículas virais por anticorpos não é possível 
uma vez que estes não têm acesso ao interior 
das células infectada. Nesses casos, os 
linfócitos Tc são os mais eficientes elementos 
da imunidade adquirida para conter a 
infecção. 
 
A interação do Tc com a célula infectada 
com o vírus – célula alvo- desencadeia 
alterações queresultam na desgranulação do 
linfócito. Nesse processo, os grânulos são 
dirigidos para a área de interação entre Tc e 
célula-alvo onde se fundem com a membrana 
do Tc. 
 
 
 
Os grânulos do Tc (como os das células 
NK) contêm moléculas de perforina e 
granzimas que são liberadas sobre a célula-
alvo, resultando em lise osmótica, e as 
granzimas induzem a morte da célula-alvo por 
apoptose. 
 
Nessa ocasião, em que as células 
infectadas são destruídas pela ação de 
células NK, as partículas virais são expulsas 
das células e voltam a ficar expostas no 
ambiente extracelular. Nesse momento, os 
anticorpos são muito eficazes para interagir 
com os epítopos antigênicos dos vírus e, 
assim, impedir que novas células sejam 
infectadas. 
 
Como se percebe o controle de uma 
infecção representa a eficiência da 
cooperação dos elementos das diversas vias 
efetoras da resposta imune- inata e adquirida, 
humoral e celular. 
 
{REFERÊNCIAS} 
Microbiologia – Luiz Rachid Trabulsi e Flávio 
Alterthum – 5ª Edição. 
 
7. Quais os processos de resposta imunológica 
(anticorpos, tipos de imunoglobulinas). 
Os anticorpos são proteínas globulinas, 
de uma família de proteínas com forma 
globular e compactas, por isso, denominadas 
de imunoglobulinas. Elas são solúveis 
produzidas em resposta a um antígeno que 
podem reconhecer e se ligar a ele. 
 
Cada anticorpo tem pelo menos dois 
sítios idênticos que se ligam aos epítopos, 
conhecidos como sítios de ligação ao 
antígeno, sendo o número de sítios 
denominado de valência do anticorpo. 
 
 
A maioria dos anticorpos humanos são 
monômeros, ou seja, apresentam uma 
estrutura simples, com duas cadeias leves e 
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duas cadeias pesadas unidas por ligações 
dissulfeto e outras ligações para formar uma 
molécula em forma de Y. 
Existem também, as regiões variáveis, 
que se encontram nas terminações dos 
braços em Y, onde se ligam ao epítopo. Já a 
haste do monômero é formada pela região 
constante. 
 
 
 
 
 
As cinco classes de imunoglobulinas 
designadas são as IgG, IgM, IgA, IgD e IgE. 
 
IgG: provem da fração gamaglobulina do 
sangue, responsável por 80% de todos os 
anticorpos do soro. Nos locais de inflamação, 
essas imunoglobulinas atravessam as 
paredes dos vasos sanguíneos e penetram o 
fluido tecidual, protegendo contra as bactérias 
circulantes e vírus, neutralizando as toxinas 
bacterianas, ativando o sistema complemento 
e intensificando a eficácia das células 
fagocíticas. 
 
IgM: são anticorpos grandes que 
produzem ate 5 a 10% de todos os anticorpos 
circulantes. Tem uma estrutura pentâmera 
formado por cinco monômeros unidos por uma 
cadeia J. Por conta de seu tamanho, eles não 
são capazes de se deslocarem livremente, 
permanecendo então, apenas nos vasos 
sanguíneos. Essa imunoglobulina é muito 
eficaz no agrupamento de células e vírus e em 
reações envolvendo o sistema complemento. 
Sua principal característica é aparecer 
primeiro nas respostas a uma infecção 
primária e ser de vida relativamente curta. 
 
IgA: é responsável por 10 a 15% dos 
anticorpos no soro, presentes nas membranas 
mucosas e em secreções como o muco, 
saliva, lágrimas e leite materno. A IgA que 
circula no soro, chamada de IgA sérica, é 
encontrada na forma de um monômero, já a 
IgA que consiste em dois monômeros 
conectada por um dímero, é chamada de IgA 
secretora. Ela é produzida pelos plasmócitos 
nas mucosas, que penetra e atravessa essa 
mucosa, onde adquire um polipeptídio 
chamado de componente secretor, que 
protege a IgA da degradação enzimática, 
impedindo a fixação de patógenos na 
superfície mucosa, com duração curta. 
 
IgD: constituem 0,2% dos anticorpos no 
soro com estrutura de um pentâmero, 
encontrados no sangue, linfa e na superfície 
das células B, entretanto, sem função 
definida. 
 
IgE: são maiores que as IgG, 
constituindo 0,002% dos anticorpos no soro 
total, onde se ligam por suas porções Fc aos 
receptores de mastócitos e basófilos, que são 
células especializadas que participam das 
reações alérgicas, liberando histamina e 
outros mediadores químicos, o que induz a 
uma resposta. Essa resposta, ao mesmo 
tempo, pode ser protetora, uma vez que, atrai 
o sistema complemento e as células 
fagocíticas. 
 
 
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{REFERÊNCIA} 
TORTORA, Gerard J., et al. Microbiologia. 10ª 
ed. Porto Alegre: Artmed, 2012. 
 
8. Evasão das respostas imunológicas pelos 
vírus. 
Mesmo com mecanismos de resposta 
imunológica natural e adquirida a fim da 
eliminação dos patógenos virais, os vírus 
conseguiram desenvolver numerosos 
mecanismos para escapar da imunidade do 
hospedeiro, sendo assim: 
 
(1) Os vírus podem alterar seus 
antígenos (glicoproteínas de superfície) e não 
serem mais alvos da resposta imunológica, 
bem como os epítopos das células T. Os 
principais mecanismos de variação antigênica 
são mutações e redistribuições dos genomas 
de RNA, o que faz com que os vírus se tornem 
resistentes à imunidade gerada na população 
pelas infecções prévias. 
 
(2) Alguns vírus inibem a apresentação 
de antígenos proteicos citosólico associados 
ao MHC classe I, onde as células infectadas 
não podem ser reconhecidas ou mortas pelas 
CTLs CD8+. As células NK podem ser uma 
adaptação dessa estratégia de evasão, pois 
são ativadas pelas células infectadas na 
ausência de MHC classe I. 
 
(3) Alguns vírus produzem moléculas 
que inibem a imunidade natural e adaptativa, 
que codificam moléculas e se ligam a 
citosinas, incluindo os IFN-γ, TFN, IL-1, IL-18 
e quimiocinas. As proteínas de ligação a 
essas citosinas podem atuar como seus 
antagonistas, nesse caso. 
 
(4) Algumas infecções virais crônicas 
são associadas a falha das respostas de CTL, 
o que permite sua resistência viral, resultando 
de uma ativação nas vias inibidoras de células 
T. 
 
(5) Os vírus podem infectar e destruir ou 
inativar células imunocompetentes, como 
exemplo o HIV, que sobrevive infectando e 
eliminando células T CD4+. 
 
Os agentes infecciosos desenvolveram 
diversos mecanismos para evadir a resposta 
imune do hospedeiro. A variação antigênica é 
uma estratégia adotada tanto por bactérias, 
quanto por vírus e parasitos, e é caracterizada 
por mutações genéticas que podem modificar 
os epítopos que eram anteriormente 
reconhecidos por anticorpos ou outros 
componentes do sistema imune dificultando, 
desta forma, a eliminação do agente 
infeccioso. 
 
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O conhecimento sobre os mecanismos 
de evasão utilizados pelos patógenos permite 
o desenvolvimento de novas estratégias de 
combate a estes microorganismos e 
consequentemente uma melhor qualidade de 
vida para o ser humano. 
 
{REFERÊNCIAS} 
ABBAS, Abul K. Imunologia Celular e 
Molecular. 6ª ed. Rio de Janeiro: Elsevier, 
2008. 
 
file:///C:/Users/usuario/Downloads/ed-11-
mecanismos-de-imunidade-contra-agentes-
infecciosos.pdf 
 
file:///C:/Users/usuario/Downloads/Reconheci
mento-e-evas%C3%A3o-do-sistema-imune-
inato-por-fungos-e-protozo%C3%A1rios.pdf 
 
9. Como funciona o processo de memória 
imunológica e seus mecanismos. 
A resposta humoral é realizada por 
anticorpos, que são produzidos pelas células 
B quando as mesmas são expostas a 
antígenos livres ou extracelulares. 
 
Cada célula B possui imunoglobulinas 
em sua superfície, tendo como principais as 
IgM e IgD. Quando uma imunoglobulina da 
célula B se liga ao epítopo para o qual se 
tornou especifica, ela se ativa, onde a partir 
daí, sofre expansão clonal ou proliferação. 
Geralmente, essas células B requerem células 
T auxiliares. O processo é iniciado quando a 
célula tem contato com um antígeno, onde o 
antígeno é processado enzimaticamente 
dentro da célula B e seus fragmentos são 
combinados com o complexo principal de 
histocompatibilidade, ou sistema de antígeno 
leucocitário humano. 
 
Essa interação de células B com células 
T auxiliares secretam citocinas, onde as 
células B originam grande clones de células,

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