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Aula 06- Criminologia - Carreira Jurídicas 2021

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Aula 06
Criminologia p/ Carreira Jurídica 2021
(Curso Regular)-Profs. Paulo Bilynskyj e
Beatriz Pestilli
Autores:
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo
Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
Aula 06
15 de Março de 2021
35881692373 - Batista Lima Souza
 
Sumário 
1 - Noções introdutórias .................................................................................................................................... 4 
2 – A criminologia no estado democrático de direito........................................................................................ 5 
3 – Modelos de justiça contemporâneos ........................................................................................................... 6 
3.1 – Justiça Restaurativa .............................................................................................................................. 6 
3.2 – Justiça Terapêutica .............................................................................................................................. 10 
3.3 – Justiça Instantânea .............................................................................................................................. 14 
4 – Prisão .......................................................................................................................................................... 14 
4.1 – A prisão como pena hegemônica a alternativas à prisão. .................................................................. 15 
4.2 – A situação Carcerária brasileira e problemas decorrentes ................................................................. 16 
4.2.1 – O Sistema Penitenciário Brasileiro ...................................................................................................................... 16 
4.2.2 – Penitenciária no Brasil ........................................................................................................................................ 17 
4.2.3 – O encarceramento no Brasil: dados e perspectivas ........................................................................................... 18 
4.2.4 – Situação Carcerária Feminina no Brasil .............................................................................................................. 19 
4.2.5– Panorama Geral brasileiro ................................................................................................................................... 20 
4.3 – A prisão e as críticas na sociedade Moderna ...................................................................................... 25 
4.3.1 – Baratta: Processo Negativo de Ressocialização no sistema prisional ................................................................. 25 
4.3.2 – Foucault: o Fracasso da Prisão ............................................................................................................................ 26 
5 – Técnicas contemporâneas .......................................................................................................................... 28 
5.1 – Técnicas de investigação ..................................................................................................................... 28 
5.2 – Técnicas de Investigação sociológica .................................................................................................. 29 
5.2.1 – Investigação extensiva ou quantitativa .............................................................................................................. 29 
5.2.2 – Investigação intensiva ou qualitativa ................................................................................................................. 29 
5.2.3 – Investigação-Ação ............................................................................................................................................... 30 
6 – Testes Criminológicos Contemporâneos .................................................................................................... 32 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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6.1 – Testes de Personalidade Projetivos ..................................................................................................... 33 
6.1.1 – Técnica de Rorschach: ........................................................................................................................................ 33 
6.1.2 – Teste PMK – Psicodiagnóstico Miocinético de Periculosidade Delinquencial: ................................................... 34 
6.1.3 – Teste do Desenho ou HTP – House Tree, Person................................................................................................ 34 
6.1.4 – Tat ou Teste de apercepção temática ................................................................................................................ 34 
6.2 – Testes de Personalidade Prospectivos ................................................................................................. 35 
6.3 – Testes de Inteligência .......................................................................................................................... 35 
6.3.1 – Teste de raciocínio aritmético ............................................................................................................................ 38 
6.3.2 – Teste de memórias para números ...................................................................................................................... 38 
6.3.3 – Teste de semelhança .......................................................................................................................................... 38 
6.3.4 – Teste de arranjo de figuras ................................................................................................................................. 38 
6.3.5 – Teste complementar figuras ............................................................................................................................... 38 
6.3.6 – Teste do desenho de cubos ................................................................................................................................ 39 
6.3.7 – Teste de números e símbolos ............................................................................................................................. 39 
6.3.8 - Teste de arranjo de objetos ................................................................................................................................. 39 
6.3.9 – Teste do Vocabulário .......................................................................................................................................... 39 
7 – Fatores Sociais da Criminalidade................................................................................................................ 40 
8 – Modelos de Criminologia Contemporânea ................................................................................................ 41 
8.1 – Criminologia no Estado Democrático de Direito ................................................................................. 41 
8.2 – Criminologia Ambiental ....................................................................................................................... 42 
8.2.1 – Classificação das teorias ambientais................................................................................................................... 43 
8.2.2 – Teorias teoria das atividades rotineiras .............................................................................................................. 43 
8.2.3 – Teoria da escolha racional .................................................................................................................................. 44 
8.2.4 - Teoria do padrão racional ...................................................................................................................................44 
8.2.5 – Teoria da oportunidade ...................................................................................................................................... 44 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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8.3 – Criminologia Cultural ........................................................................................................................... 45 
8.4 – Criminologia Feminista ........................................................................................................................ 45 
8.5 – Criminologia Queer ............................................................................................................................. 46 
8.6 – Criminologia e o Crime Organizado .................................................................................................... 47 
9 – Outros Temas Contemporâneos ................................................................................................................ 49 
9.1 – Bullying ................................................................................................................................................ 49 
9.1.1 – Legislação de combate à intimidação sistemática - Bullying .............................................................................. 51 
9.1.2 – Classificação da Intimidação sistemática - Bullying ............................................................................................ 51 
9.1.3 - Cyberbullying ....................................................................................................................................................... 52 
9.2 – Assédio Moral ...................................................................................................................................... 52 
9.2.1 – Mobbing .............................................................................................................................................................. 52 
9.3 – Stalking ................................................................................................................................................ 53 
Resumo ............................................................................................................................................................. 55 
Destaques à Legislação e Jurisprudência ......................................................................................................... 66 
Considerações finais ......................................................................................................................................... 72 
Questões comentadas...................................................................................................................................... 73 
Lista de exercícios ............................................................................................................................................ 90 
Gabarito ....................................................................................................................................................... 98 
 
 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
Aula 06
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CRIMINOLOGIA CONTEMPORÂNEA 
1 - NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
Guerreiros, 
Como vimos no decorrer do nosso curso, a Criminologia amadureceu. Como ciência, passou a ter 
autonomia, objetos próprios de investigação e também adquiriu, ao longo dos anos, uma metodologia 
própria. 
Com isso, o estudo do crime esbarrou-se na figura do criminoso que, durante certo tempo ganhou espaço, 
teorias e experimentos a fim de justificar as razões pelas quais o homem era e é capaz de cometer crimes. 
Nesse sentido, as escolas Criminológicas foram surgindo, teorias foram lançadas e, como bem se sabe, a 
Criminologia não é uma ciência exata. Sendo assim, pode-se dizer que algumas teorias que subsidiam a 
conduta criminosa ganharam força, outras não. 
Com o passar dos anos, o estudo “crime-criminoso, criminoso-crime”, se expandiu, ao passo que a 
Criminologia voltou seus olhos a uma terceira figura: a vítima. Na oportunidade, descobriu-se que a vítima 
merecia ser estudada, seja porque o Estado devia preocupar-se com ela, seja porque a figura da vítima tem 
o poder de influenciar na conduta criminosa ou porque é dever do Estado colaborar no reparo à vítima ou 
garantir que isso seja feito. Pois bem, a vítima passou a ser parte do objeto de estudo da Criminologia e 
ganhou importante espaço em nosso estudo. 
Evidentemente, como ciência, não paramos por ali. Avançamos! 
De modo geral, pode-se dizer que como ciência, a Criminologia está em constante evolução. Desse modo, 
teorias que outrora eram esclarecedoras podem, hoje, não fazer tanto sentido. Outras demandam de um 
complemento, digamos “mais moderno”. 
Veremos ao longo deste capítulo que, ao nos referirmos à Criminologia Contemporânea, estaremos 
amadurecendo, esticando e evoluindo todas as teorias, modelos, teses, metodologias e ideologias 
estudadas até aqui. 
Como o próprio nome sugere, “Contemporânea” quer dizer: Que ou quem é do tempo atual1. 
 
 
1 "contemporâneo", in Dicionario Priberam da Língua Portuguesa [em linha], 2008-
2013, https://dicionario.priberam.org/contempor%C3%A2neo [consultado em 07-11-2019]. 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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Isso quer dizer que estudaremos, a partir desta aula, a Criminologia atual e como (de que forma, com quais 
métodos), é possível empregá-la em nosso Estado Democrático de Direito. 
Veremos que, predominantemente, um Estado Democrático de Direito tem como plano de fundo, uma 
orientação prevencionista. Isso significa que, seu interesse é concentrando em evitar o delito, e não puni-
lo, como anteriormente demostravam inúmeras teorias. Veremos inclusive, na próxima aula, que em 
reforço a esta ideia prevencionista, há programas dirigidos à prevenção primária, secundária e terciária. 
Nesse sentido e, para garantir esta orientação prevencionista, medidas indiretas atuam sobre o delito. É 
dizer que, em uma sociedade democrática, preliminarmente, o delito não é alcançado diretamente e sim, 
as causas das quais ele é o efeito. Ou seja, as medidas a serem adotadas devem ter como alvo o indivíduo 
e o meio em que ele vive. 
Nesse sentido, no que tange ao indivíduo, deve-se observar: a personalidade, o caráter e o 
temperamento, com a finalidade de verificar o que motiva sua conduta. Por outro lado, em relação ao 
meio em que ele vive, ou ao meio social, a doutrina ressalta a importância de que seu estudo seja feito no 
maior raio de alcance possível, com vistas a conjugar medidas: sociais, políticas e econômicas que 
proporcionam uma melhoria na qualidade de vida das pessoas. 
Portanto, pode-se dizer que isto é Criminologia Contemporânea. É a adoção de todos estes fatores, que 
somados, passam a ter uma medida de cunho prevencionista. A fim de garanti-la, passaremos agora ao 
estudo do atual cenário democrático, do sistema carcerário, dos modelos de justiça disponíveis, a forma de 
atuação da política criminal, os testes contemporâneos e demais instrumentos utilizados a fim de se 
garantir este modelo prevencionista. 
Portanto, boa leitura. 
 
2 – A CRIMINOLOGIA NO ESTADO DEMOCRÁTICO DE DIREITO 
Sabe-se que o saber criminológico, num Estado Democrático de Direito, tem orientaçãode cunho 
prevencionista, portanto, a melhor ideia é prevenir o crime. 
Prevenir o crime envolve inúmeras questões, sobretudo, aquelas que demandam um acompanhamento 
pormenorizado sobre a matéria criminológica de acordo com a realidade e atualidade de cada espaço 
geográfico. Só assim, é possível chegar às soluções viáveis cujo impacto influencie nos índices 
criminológicos atuais, de forma positiva é claro. 
Por isso, é relevante saber que, atualmente, a Criminologia desenvolve-se sob um viés moderno. A ciência 
empírica que outrora fora relevante ao estudo criminológico, se limitada aos ensinamentos daquela época, 
não traz soluções para o hoje. É que os tempos mudaram. O criminoso que atuava de forma discreta ou 
limitada não atua mais ou atua pouco. Hoje, a ousadia é a maior característica da criminalidade. Foi preciso 
amadurecer. 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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Na Criminologia Contemporânea essa é a pauta de estudo. É possível notar que ela se volta, o tempo todo, 
às questões modernas, amadurecendo técnicas e testes que auxiliam as pesquisas sobre o tema e 
fornecem à política criminal informações mais madurais sobre o crime. 
 
3 – MODELOS DE JUSTIÇA CONTEMPORÂNEOS 
Na Criminologia Contemporânea, 03 (três) modelos de justiça se destacam, são eles: 
 
1. Justiça Restaurativa 
2. Justiça Terapêutica 
3. Justiça Instantânea 
 
Vamos a cada uma delas. 
3.1 – JUSTIÇA RESTAURATIVA 
Ao contrário do que propõe o modelo de justiça retribucionista – aquele que trabalha a pena como forma 
de retribuir o mal injusto -, o modelo de Justiça Restaurativa associa-se à ideia de reação social 
restauradora ou integradora (sinônimo). 
É dizer que o foco, no modelo de Justiça Restaurativa, está direcionado à reparação do dano, pautando-se, 
portanto, na ideia de Direito Penal Mínimo. Aqui, vale um parêntese para lembrá-los de alguns conceitos 
importantes. 
É que, desde os primórdios, fala-se em Direito Penal Mínimo e Direito Penal Máximo. 
 
 Direito Penal Mínimo – Também é chamado de Minimalismo Penal, propõe como tese a 
proposição de um Direito Penal de "mínima intervenção, com máximas garantias". 
 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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 Direito Penal Máximo – ao contrário do Direito Penal Mínimo tem se a ideia de que o 
Direito Penal é a solução para tudo e todos os problemas da sociedade. Ou seja, o 
Direito Penal é o meio de controle social mais eficaz porque ele restringe a liberdade do 
ser humano, por isso, ele DEVE SER APLICADO EM PRIMEIRO LUGAR. 
Nesse contexto, foram várias as legislações que surgiram a partir de Teorias como estas. No Brasil, por 
exemplo, podemos citar a Lei de Crimes Hediondos, Lei nº 8.072 criada em 1990 pelo legislador que, 
influenciado pela ideia de Direito Penal Máximo, Movimento Lei e Ordem e Teorias 
das Janelas Quebradas, implantou um sistema de política criminal SEVERA, a fim de 
tentar diminuir a criminalidade. Isso fez com que novos tipos penais fossem criados, 
proporcionando um aumento de penas e endurecesse o regime de cumprimento 
de pena em alguns casos. 
Contudo, embora tenhamos exemplos práticos de influência da Teoria do Direito Penal Máximo em nosso 
país, não se pode dizer que ela é predominante. Como já fora dito, num Estado Democrático de Direito, as 
medidas são indiretas e a orientação é preventiva. Isso significa que, a regra, é a adoção de uma justiça que 
restaura. Portanto, pauta-se em um Direito Penal Mínimo, priorizando: 
 Penas alternativas à privativa de liberdade: 
 Reparação; 
 Restituição; 
 Serviços comunitários; 
 Resolução de conflitos, contemplando, inclusive, a participação da vítima. 
São processos que contam com um mediador judicial. 
Note que, neste modelo, a figura da vítima é novamente valorada. Aliás, as partes, devem, num modelo 
restaurativo, participar de forma colaborativa visando à resolução do conflito, de forma mais amigável 
possível, ensejando ainda, redução do dano no mínimo. A propósito, essa é a função do 
mediador/facilitador, trazer, mediante a colaboração do poder público e da sociedade, instrumentos que 
viabilizam o diálogo. 
Veja o que dispõe o art. 60, da Lei 9.099: 
Art. 60. O Juizado Especial Criminal, provido por juízes togados ou togados e leigos, tem competência para a 
conciliação, o julgamento e a execução das infrações penais de menor potencial ofensivo, respeitadas as 
regras de conexão e continência. 
Note que é um modelo mais “zen”. 
A pena é substituída pela conscientização, já que a decisão do juiz pode e deve ser mais flexível, uma vez 
que a preocupação é o “pós-processo”, é o retorno das partes à sociedade. Você já deve estar se 
perguntando, ou, pode ser que já tenha conseguido visualizar nosso exemplo de justiça restaurativa. É isso 
mesmo, no Brasil, a título de exemplo, podemos citar a Lei 9.099/98. 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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Sabemos que no âmbito penal, a Lei 9.099/98 gravita em negociações e, a títulos de exemplos, podemos 
citar: 
 Transação Penal (Art. 60, Lei 9.099/95); 
Art. 60 (...) 
Parágrafo único. Na reunião de processos, perante o juízo comum ou o tribunal do júri, decorrentes da 
aplicação das regras de conexão e continência, observar-se-ão os institutos da transação penal e da 
composição dos danos civis. 
 Composição civil de danos (Art. 72, Lei 9.099/95) 
Art. 72. Na audiência preliminar, presente o representante do Ministério Público, o autor do fato e a vítima e, 
se possível, o responsável civil, acompanhados por seus advogados, o Juiz esclarecerá sobre a possibilidade da 
composição dos danos e da aceitação da proposta de aplicação imediata de pena não privativa de liberdade. 
 Suspensão Condicional do Processo (Art. 89, Lei 9.099/95); 
 Art. 89. Nos crimes em que a pena mínima cominada for igual ou inferior a um ano, abrangidas ou não por 
esta Lei, o Ministério Público, ao oferecer a denúncia, poderá propor a suspensão do processo, por dois a 
quatro anos, desde que o acusado não esteja sendo processado ou não tenha sido condenado por outro crime, 
presentes os demais requisitos que autorizariam a suspensão condicional da pena. 
Fora do JECRIM, também encontramos legislações pautadas em medidas restaurativas, como por 
exemplo: 
 
 Delação Premiada (Parágrafo único do art. 16, Lei 8137/90); 
Art. 16. Qualquer pessoa poderá provocar a iniciativa do Ministério Público nos crimes descritos nesta lei, 
fornecendo-lhe por escrito informações sobre o fato e a autoria, bem como indicando o tempo, o lugar e os 
elementos de convicção. 
Parágrafo único. Nos crimes previstos nesta Lei, cometidos em quadrilha ou co-autoria, o co-autor ou partícipe 
que através de confissão espontânea revelar à autoridade policial ou judicial toda a trama delituosa terá a 
sua pena reduzida de um a dois terços. 
 
 Delação Premiada (Parágrafo único do art. 8, Lei 8.072/90); 
Art. 8º Será de três a seis anos de reclusão a pena prevista no art. 288 do Código Penal, quando se tratar de 
crimes hediondos, prática da tortura, tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins ou terrorismo. 
Parágrafo único. O participante e o associado que denunciar à autoridade o bando ou quadrilha, possibilitando 
seu desmantelamento, terá a pena reduzida de um a dois terços. 
 
 Delação Premiada (Art. 14, Lei 9.807/99)Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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Art. 14. O indiciado ou acusado que colaborar voluntariamente com a investigação policial e o processo 
criminal na identificação dos demais co-autores ou partícipes do crime, na localização da vítima com vida e na 
recuperação total ou parcial do produto do crime, no caso de condenação, terá pena reduzida de um a dois 
terços. 
 
 Lei de Drogas - usuário – (Art. 28, Lei 11.343/2006) 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, 
drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às 
seguintes penas: 
I - advertência sobre os efeitos das drogas; 
II - prestação de serviços à comunidade; 
III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
 
 Composição dos danos por parte do infrator, como forma de benefício – (Art. 27, Lei 9.605/98) 
Art. 27. Nos crimes ambientais de menor potencial ofensivo, a proposta de aplicação imediata de pena 
restritiva de direitos ou multa, prevista no art. 76 da Lei nº 9.099, de 26 de setembro de 1995, somente poderá 
ser formulada desde que tenha havido a prévia composição do dano ambiental, de que trata o art. 74 da 
mesma lei, salvo em caso de comprovada impossibilidade. 
É oportuno ressaltar que, acerca do tema Justiça Restaurativa, a ONU já elaborou recomendações aos 
estados membros, para que a matéria seja implantada e desenvolvida em seus territórios. É o que 
podemos encontrar nas Resoluções abaixo: 
 Resolução nº 1999/26 - ONU; Desenvolvimento e Implementação de Medidas de Mediação e 
Justiça Restaurativa na Justiça Criminal. 
 Resolução nº 2000/14 - ONU; Princípios Básicos para utilização de Programas Restaurativos em 
Matérias Criminais. 
 Resolução nº 2002/12 – ONU; Princípios básicos para utilização de programas de justiça 
restaurativa em matéria criminal. (Cujo inteiro teor está disponível no tópico “Destaque a 
Legislação e Jurisprudências”). 
Outro tema que merece destaque é a implementação da Justiça Restaurativa no âmbito policial. No Brasil, 
a Polícia de São Paulo foi pioneira ao incluir em sua estrutura os NECRIM’s, conhecidos como NÚCLEOS 
ESPECIAIS CRIMINAIS, responsáveis pela mediação de conflitos de Menor Potencial Ofensivo. Na prática, 
as sessões são presididas por um delta. O objetivo é, dentro deste padrão restaurativo, resolver o litígio e, 
em caso de êxito, o acordo é encaminhado ao Judiciário para homologação. 
Vejam como este tema foi explorado em provas de concurso da Defensoria Pública: 
O tema em provas da Defensoria Pública 
 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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FGV/ANALISTA EM PSICOLOGIA DPE RO – 2015 
Alunos rebeldes, que jogam bombas no recreio, usam drogas ou cometem violência contra o 
professor são expulsos da escola. Depois, expulsos novamente de outra instituição, acabam 
desistindo de estudar. Continuam cometendo delitos até que, por fim, são recolhidos à 
Fundação Casa. A trajetória é muito conhecida por juízes da Vara da Infância, que sabem que 
o resgate desses menores para a sociedade vai se tornando cada vez mais difícil. No entanto, 
a aplicação da Justiça Restaurativa nas escolas do Estado de São Paulo tem rompido esse ciclo 
de violência e recuperado adolescentes para o convívio social e escolar sem a necessidade de 
aplicação de medidas de caráter meramente punitivo". (Portal CNJ em 06/01/2015). 
Em relação à Justiça Restaurativa, analise as características a seguir: 
I - o processo decisório compartilhado com as pessoas envolvidas; 
II - a estrita observância do contencioso e do contraditório; 
III - a participação voluntária e o procedimento criativo e voltado para o futuro. 
Trata-se de característica(s) da Justiça Restaurativa: 
A. somente I; 
B. somente II; 
C. somente I e III; 
D. somente II e III; 
E. I, II e III. 
Gabarito: Letra C 
Tecidas as considerações sobre a Justiça Restaurativa, estudaremos agora um outro modelo, também 
presente na Criminologia Contemporânea, o chamado Modelo de Justiça Terapêutico. 
 
3.2 – JUSTIÇA TERAPÊUTICA 
A Justiça Terapêutica resume-se em um conjunto de medidas que tem como objetivo elevar a 
possibilidade de o delinquente, usuário ou dependente de drogas, por exemplo, entrar e permanecer em 
tratamento de forma a modificar seu proceder desviante. (Lima, Júnior. 2017, p. 161) 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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No Brasil, o modelo de Justiça Terapêutica foi iniciado pelo Ministério Público do Rio Grande do Sul e 
voltou-se ao atendimento, especificamente, do usuário de drogas infrator. Além disso, a doutrina aponta 
que a Justiça Terapêutica tem origem no Estatuto da Criança e do Adolescente, Lei nº 8069/90, 
especificamente no art. 98, III, veja: 
Art. 98. As medidas de proteção à criança e ao adolescente são aplicáveis sempre que os direitos reconhecidos 
nesta Lei forem ameaçados ou violados: 
I - por ação ou omissão da sociedade ou do Estado; 
II - por falta, omissão ou abuso dos pais ou responsável; 
III - em razão de sua conduta. 
 
Nesse sentido, a justiça terapêutica é vista como um modelo de proteção, uma vez que a criança ou 
adolescente em situação de risco, por sua própria conduta, deve ser protegida, sujeitando-se às medidas 
protetivas do art. 101 do mesmo diploma legal. Veja: 
Art. 101. Verificada qualquer das hipóteses previstas no art. 98, a autoridade competente poderá determinar, 
dentre outras, as seguintes medidas: 
I - encaminhamento aos pais ou responsável, mediante termo de responsabilidade; 
II - orientação, apoio e acompanhamento temporários; 
III - matrícula e frequência obrigatórias em estabelecimento oficial de ensino fundamental; 
V - requisição de tratamento médico, psicológico ou psiquiátrico, em regime hospitalar ou ambulatorial; 
VI - inclusão em programa oficial ou comunitário de auxílio, orientação e tratamento a alcoólatras e 
toxicômanos; 
VII - acolhimento institucional; 
VIII - inclusão em programa de acolhimento familiar; (Redação dada pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
IX - colocação em família substituta 
§ 1 o O acolhimento institucional e o acolhimento familiar são medidas provisórias e excepcionais, utilizáveis 
como forma de transição para reintegração familiar ou, não sendo esta possível, para colocação em família 
substituta, não implicando privação de liberdade. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
§ 2 o Sem prejuízo da tomada de medidas emergenciais para proteção de vítimas de violência ou abuso sexual 
e das providências a que alude o art. 130 desta Lei, o afastamento da criança ou adolescente do convívio 
familiar é de competência exclusiva da autoridade judiciária e importará na deflagração, a pedido do 
Ministério Público ou de quem tenha legítimo interesse, de procedimento judicial contencioso, no qual se 
garanta aos pais ou ao responsável legal o exercício do contraditório e da ampla defesa. (Incluído pela Lei nº 
12.010, de 2009) Vigência 
§ 3 o Crianças e adolescentes somente poderão ser encaminhados às instituições que executam programas de 
acolhimento institucional, governamentais ou não, por meio de uma Guia de Acolhimento, expedida pela 
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autoridade judiciária, na qual obrigatoriamente constará, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 
2009) Vigência 
I - sua identificação e a qualificação completa de seus pais ou de seu responsável, se conhecidos; (Incluído pela 
Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
II - o endereço de residência dos pais ou do responsável, com pontos de referência; (Incluído pela Lei nº 
12.010, de 2009) Vigência 
III - os nomes de parentes ou de terceiros interessados em tê-los sob sua guarda; (Incluído pela Lei nº 12.010, 
de 2009) Vigência 
IV - os motivos da retirada ou da não reintegração ao convívio familiar. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 
2009) Vigência 
§ 4 o Imediatamente após o acolhimento da criança ou do adolescente, a entidade responsável pelo programa 
de acolhimento institucional ou familiar elaborará um plano individual de atendimento, visando à 
reintegração familiar, ressalvada a existência de ordem escrita e fundamentada em contrário de autoridade 
judiciária competente, caso em que também deverá contemplar sua colocação em família substituta, 
observadas as regras e princípios desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
§ 5 o O plano individual será elaborado sob a responsabilidade da equipe técnica do respectivo programa de 
atendimento e levará em consideração a opinião da criança ou do adolescente e a oitiva dos pais ou do 
responsável. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
§ 6 o Constarão do plano individual, dentre outros: (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
I - os resultados da avaliação interdisciplinar; (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
II - os compromissos assumidos pelos pais ou responsável; e (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
III - a previsão das atividades a serem desenvolvidas com a criança ou com o adolescente acolhido e seus pais 
ou responsável, com vista na reintegração familiar ou, caso seja esta vedada por expressa e fundamentada 
determinação judicial, as providências a serem tomadas para sua colocação em família substituta, sob direta 
supervisão da autoridade judiciária. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
§ 7 o O acolhimento familiar ou institucional ocorrerá no local mais próximo à residência dos pais ou do 
responsável e, como parte do processo de reintegração familiar, sempre que identificada a necessidade, a 
família de origem será incluída em programas oficiais de orientação, de apoio e de promoção social, sendo 
facilitado e estimulado o contato com a criança ou com o adolescente acolhido. (Incluído pela Lei nº 12.010, 
de 2009) Vigência 
§ 8 o Verificada a possibilidade de reintegração familiar, o responsável pelo programa de acolhimento familiar 
ou institucional fará imediata comunicação à autoridade judiciária, que dará vista ao Ministério Público, pelo 
prazo de 5 (cinco) dias, decidindo em igual prazo. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
§ 9 o Em sendo constatada a impossibilidade de reintegração da criança ou do adolescente à família de 
origem, após seu encaminhamento a programas oficiais ou comunitários de orientação, apoio e promoção 
social, será enviado relatório fundamentado ao Ministério Público, no qual conste a descrição pormenorizada 
das providências tomadas e a expressa recomendação, subscrita pelos técnicos da entidade ou responsáveis 
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pela execução da política municipal de garantia do direito à convivência familiar, para a destituição do poder 
familiar, ou destituição de tutela ou guarda. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
§ 10. Recebido o relatório, o Ministério Público terá o prazo de 15 (quinze) dias para o ingresso com a ação de 
destituição do poder familiar, salvo se entender necessária a realização de estudos complementares ou de 
outras providências indispensáveis ao ajuizamento da demanda. (Redação dada pela Lei nº 13.509, de 2017) 
§ 11. A autoridade judiciária manterá, em cada comarca ou foro regional, um cadastro contendo informações 
atualizadas sobre as crianças e adolescentes em regime de acolhimento familiar e institucional sob sua 
responsabilidade, com informações pormenorizadas sobre a situação jurídica de cada um, bem como as 
providências tomadas para sua reintegração familiar ou colocação em família substituta, em qualquer das 
modalidades previstas no art. 28 desta Lei. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
§ 12. Terão acesso ao cadastro o Ministério Público, o Conselho Tutelar, o órgão gestor da Assistência Social e 
os Conselhos Municipais dos Direitos da Criança e do Adolescente e da Assistência Social, aos quais incumbe 
deliberar sobre a implementação de políticas públicas que permitam reduzir o número de crianças e 
adolescentes afastados do convívio familiar e abreviar o período de permanência em programa de 
acolhimento. (Incluído pela Lei nº 12.010, de 2009) Vigência 
 
Ainda no âmbito da legislação penal, são exemplos de normas com aplicabilidade terapêutica a: 
 Lei nº 11.343/2006 – que prevê justiça terapêutica aos usuários de drogas (Art. 28); e ainda tipifica 
a conduta como MPO – menor potencial ofensivo; 
Art. 28. Quem adquirir, guardar, tiver em depósito, transportar ou trouxer consigo, para consumo pessoal, 
drogas sem autorização ou em desacordo com determinação legal ou regulamentar será submetido às 
seguintes penas: 
(...) III - medida educativa de comparecimento a programa ou curso educativo. 
Outro destaque que merece ser lembrado é o fato de que a Lei de Drogas reafirma a ideia de Justiça 
Restaurativa nas normas brasileiras, mas não só pelo exemplo acima. Ao contrário, a Lei nº 11.343/2006 
excluiu a possibilidade de aplicação de PPL – Pena Privativa de Liberdade ao usuário de drogas, e vale 
lembrar, que a redação anterior trazia tal previsibilidade no art. 16 da Lei nº 6.368/76. 
Portanto, diante de tudo que fora exposto neste tópico, é possível reforçar a ideia inicial de nossa aula, isso 
porque, conforme se nota, a Justiça Terapêutica colabora integralmente com o caráter prevencionista do 
nosso Estado Democrático de Direito, reafirmando assim, uma Criminologia Contemporânea, frisando, 
portanto, em evitar o delito, e não puni-lo, como anteriormente demostravam inúmeras teorias. 
 
 
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3.3 – JUSTIÇA INSTANTÂNEA 
Guerreiro, 
Outro modelo de justiça muito presente atualmente e que reforça a ideia prevencionista, é a Justiça 
Instantânea. 
Conforme explica Natacha Alves (2018, p. 277), a Justiça Instantânea incide em processos que versem 
sobre o envolvimento de adolescentes em atos infracionais, o modelo encontra previsão no art. 88, v, da 
Lei nº 8.069/90. 
Art. 88. São diretrizes da política de atendimento: 
(...) 
V - Integração operacional de órgãos do Judiciário, Ministério Público, Defensoria, Segurança Pública e 
Assistência Social, preferencialmente em um mesmo local, para efeito de agilização do atendimento inicial a 
adolescente a quem se atribua autoria de ato infracional; 
 
Perceba que a celeridade processual é estabelecida como diretriz de atendimento em casos de 
adolescentes que enfrentam problemas com a lei e, para isso, é necessário que haja uma integração entre 
os modelos de controle social formal, ou seja, Ministério Público, Defensoria Pública e sistema de 
segurança pública. 
No Brasil, o primeiro estado a adotaro modelo de Justiça Instantânea também foi o Rio Grande do Sul. 
4 – PRISÃO 
Evidentemente que a Criminologia Contemporânea traz inúmeras saídas e seus estudos colaboram de 
forma excepcional à política criminal. 
Por outro lado, é possível chocar-se com os problemas modernos no Brasil, a exemplo, temos o sistema 
penitenciário como grande representante dessa categoria de problemas contemporâneos e, por isso, 
excelente tema a ser explorado em provas. 
Veremos neste tópico, em especial, a prisão como pena hegemônica à alternativa de prisão, a 
consequência das medidas privativas de liberdade e como refletem no Sistema Penitenciário brasileiro. 
Lembrando que nosso objetivo é destacar o tema “Prisão” na contemporaneidade, pontuando as críticas e 
considerações de importantes estudiosos como Baratta, Foucault, entre outros. 
Vamos lá! 
 
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4.1 – A PRISÃO COMO PENA HEGEMÔNICA A ALTERNATIVAS À 
PRISÃO. 
Ainda sobre prisão, outro tema que muito se discute atualmente é a prisão como pena hegemônica às 
alternativas de prisão. 
 
O elevado índice de encarceramento é, naturalmente, consequência de penas privativas de liberdade, 
sendo que, neste caso, apresentam-se como solução: 
 As penas não privativas de liberdade; e 
 As medidas cautelares diversas à prisão; 
Estas são de irrefutável importância para redução do alto índice carcerário. Neste sentido, contribuem com 
a ideia prevencionista, aproximando, oportunamente, o autor da vítima e o réu, evita os efeitos da 
prisionalização e ainda reduz o que podemos chamar de estigma criminoso, fazendo, inclusive, com que a 
reincidência, seja evitada. 
Também temos as penas restritivas de direitos (Art. 43 a 48 do CP), no entanto, a doutrina destaca que são 
penas que encontram resistência devido à cultura conservadora fazendo com que tais medidas fiquem em 
segundo plano. 
Consequência disto, como já fora dito, é o grande número de encarceramento de pessoas, trazendo, 
sofrimento as pessoas encarceradas, efeito de estigma criminoso, pois, o preso passa a ter uma nova 
cultura dentro dos presídios sendo que, ao sair dali, dificilmente estará preparado para uma ressocialização 
e daí, passa a cometer novos crimes, tornando-se um verdadeiro reincidente. 
Note que as penas restritivas de direito, permanecessem em segundo plano, quedando-se a pena de prisão 
como hegemônica. Daí porque, parcela da doutrina garantista reage tecendo críticas no sentido de que, a 
despeito de salutar a implementação de medidas que minimizem o sofrimento das pessoas encarceradas 
– política de redução de danos -, não se deve admitir que as medidas substitutivas à prisão consistam em 
um regime adicional ao sistema penalógico tradicional e importem na relegitimização do sistema 
punitivo. (Natacha Alves, 2018. p.292) 
Fernandes Vieira, por exemplo, complementa a necessidade da alteração legislativa como medida que se 
impõe. Afinal, conforme destaca o doutrinador, a alteração tem como finalidade reduzir o índice de 
encarceramento já que a finalidade da pena não é imprimir modelos restritivos de liberdades às hipóteses 
que outrora figurava como liberdade, isso, para o autor, é ampliar o modelo punitivista do qual não 
fazemos parte (como estrutura democrática de direito). 
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4.2 – A SITUAÇÃO CARCERÁRIA BRASILEIRA E PROBLEMAS 
DECORRENTES 
 
4.2.1 – O Sistema Penitenciário Brasileiro 
Que o sistema penitenciário brasileiro, nos dias de hoje, está falido, é notório. 
Caracterizado pela superlotação nos presídios, pelas condições insalubres e desumanas dentro das celas, 
entendemos ser contestável a inidoneidade das penas privativas de liberdade para cumprimento da função 
ressocializadora. 
Aqui vale um parêntese. 
Nossa afirmação pode ser subsidiada pelas constantes rebeliões nos presídios brasileiros, a exemplo, 
citamos os casos das rebeliões tenebrosas que ocorreram nos mais variados presídios brasileiros em 2017 
e em 2018 por problemas de superlotação e por ausência de preocupação do Poder Público com as 
condições mínimas de cumprimento de pena. 
É evidente que se almejou pura e simplesmente encarcerar o criminoso, mas se esqueceu de que ele é um 
ser humano e possui vontades que podem resultar em atos animalescos e vingativos. O que se pugna é a 
solução social dos problemas, muito se valendo da prevenção primária (que será vista em item próprio) 
como a correta forma de desenvolver uma nação2. 
Por esta e outras, que a Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH) da Organização dos 
Estados Americanos (OEA) condenou os atos de violência e instou o Estado a apurar os fatos. Ressalte-se 
que o contexto sistemático de reiteração de atos de violência nas unidades prisionais do Estado brasileiro 
já levara o órgão a pronunciar advertências em outras oportunidades, clamando pela adoção de medidas 
urgentes para o enfrentamento da problemática, como redução da superpopulação carcerária e controle 
efetivo para reprimir o ingresso de armas e objetos ilícitos nos presídios, prevenir a ação de “organizações 
criminosas” nas unidades prisionais, investigar e punir atos de violência e corrupção. (Natacha Alves, 2018, 
p. 280) 
Falaremos mais sobre os dados nas penitenciárias a partir de agora. 
 
 
2 GONZAGA, Christiano. Manual de Criminologia. 1ª. Edição. 2018. São Paulo: Editora Saraiva. 
2018. p. 39. 
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4.2.2 – Penitenciária no Brasil 
Como dissemos há pouco, o cenário brasileiro é caótico e, além das situações visíveis e 
nítidas, o caos também pode ser evidenciado pelos dados quantitativos constantes do levantamento 
Nacional de Informações Penitenciárias do Ministério da Justiça, o INFOPEN, que hoje possui dados e 
relatórios de 2014 a 2016. 
Vamos a eles, mas antes, veja como o tema foi explorado. 
 
O tema em provas 
(MPE/SC Promotor de Justiça – 2016) O Conselho Nacional de Justiça, através de seu 
Departamento de Monitoramento e Fiscalização do Sistema Carcerário, publicou no ano de 
2014 diagnóstico de pessoas presas no Brasil, posicionando-nos em terceiro lugar no ranking 
dos dez países com maior população prisional do mundo, com cômputo das pessoas que se 
encontram em prisão domiciliar no Brasil. Outras constatações relevantes e retratadas no 
referido diagnóstico foram o considerável déficit de vagas prisionais e o elevado número de 
mandados de prisão em aberto. 
a. Certo 
b. Errado 
 
Gabarito: Certo 
 
Vale destacar que a questão foi elaborada tendo por base os dados divulgados no ano de 2014. Entretanto, 
deve-se atentar que o enunciado se refere expressamente ao cômputo da população carcerária abarcando 
o número de pessoas em regime de prisão domiciliar: o que, desde aquele ano, alçava o Brasil ao terceiro 
lugar no Ranking mundial. 
 
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4.2.3 – O encarceramento no Brasil: dados e perspectivas 
O INFOPEN em dezembro de 2014, registrava uma população penitenciária composta de 622.202 pessoas, 
situando o Brasilem quarto lugar no ranking mundial de maior população carcerária, atrás apenas dos 
Estados Unidos 2.217,00, China com 1.657.812 e Rússia com 644.237. Visualmente falando, temos o 
seguinte cenário: 
 
 
Figura 1: Situação carcerária Brasil 2014. Fonte: INFOPEN 
Já em junho de 2017, o Ministério da Justiça divulgou os dados referentes ao ano de 2016, onde consta o 
crescimento carcerário que de 622.202 pessoas passou a ser de 726.712 pessoas, fazendo com que o Brasil 
ultrapassasse a Rússia, alcançando a terceira posição. Com isso, temos: 
 
Figura 2: Situação carcerária Brasil 2016. Fonte: INFOPEN 
 
Veja como o tema foi explorado em provas. 
BRASIL 
622.202 
Rússia 
644.237 
China 
1.657.812 
 
EUA 
2.217,00 
Rússia 
BRASIL 
726.712 
China 
1.657.812 
 
EUA 
2.217,00 
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O tema em provas 
(FCC/ DPE ES Defensor Público – 2016) Considerando a atual conjuntura de política criminal 
brasileira, é correto afirmar que: 
a. A eficiência do trabalho policial pode ser verificada pelo baixo índice de letalidade e o alto 
índice de prisões efetuadas. 
b. O processo de encarceramento em massa no Brasil alavancou-se no período de vigência da 
Constituição Federal de 1988, apesar desta ter como seus fundamentos a cidadania e a 
dignidade da pessoa humana. 
c. A construção de presídios tem sido uma política eficaz de redução do encarceramento em 
massa. 
d. O crescimento da população prisional é isonômico no aspecto de gênero. 
e. A proteção de direitos humanos tem sido o principal resultado da política criminal 
brasileira, uma vez que o aumento da população prisional demonstra que os bens jurídicos 
estão sendo cada vez mais protegidos por meio do direito penal. 
 
Gabarito: B 
 
4.2.4 – Situação Carcerária Feminina no Brasil 
No tocante à situação carcerária feminina, verificou-se, segundo dados divulgados pelo DEPEN, que o 
número de mulheres presas passou de 5.601 em 2000, para 44.721 em 2016, registrando-se um aumento 
de 698%, o que, segundo a quarta edição do World Female Imprisionment List divulgada em 2017, situa o 
Brasil em quatro lugar no ranking mundial dos países de maior índice de aprisionamento de mulheres, 
atrás dos Estados Unidos – cerca de 211. 870, China 107.131 e Rússia 48.4783. 
 
 
 
3 OLIVEIRA, Natacha Alves de Oliveira. Manual de Criminologia. Salvador: Editora JusPodivm,2018. 
Pg. 281. 
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4.2.5– Panorama Geral brasileiro 
Merece destaque que, em comparação ao total registrando na década de 90, apurou-se um crescimento da 
população carcerária da ordem de 707%. 
Atualmente e, com os dados da população carcerária feminina, o crescimento da população 
carcerária alcançou a média de 7,3 % ao ano, no período compreendido entre os anos de 2000 e 2016, 
tem-se o quadro de superlotação dos estabelecimentos penitenciários, tendo se apurado, a partir do 
INFOPEN de junho de 2016, o déficit de 359.058 vagas nas unidades prisionais estaduais.4 
Vale dizer que o quadro de superlotação dos nossos presídios apresenta natureza estrutural e endêmica, o 
que resulta no mau funcionamento crônico do sistema penitenciário e espraiando-se por todos os estados 
da federação. 
Nesse contexto, é importante ressaltar que a Corte Europeia, assentou entendimento de Direitos Humanos 
de que casos graves de superlotação, por si só, implicam em, outros aspectos da condição detentiva hão de 
ser levados em consideração a fim de se verificar a dignidade da execução penal, como associarem-se à 
exiguidade de espaço, a falta de ventilação, o acesso limitado ao passeio, a audiência de intimidade na cela 
etc. (Rodrigo Roig, 2017, p. 575) 
Nesse sentido e, diante das falhas estruturais do sistema carcerário, vale lembrar da recente decisão do STF 
sobre o Sistema Carcerário Brasileiro e o Estado de Coisas Inconstitucional: 
 
Sistema Carcerário Brasileiro e o Estado de Coisas Inconstitucional 
Entenda o caso5: 
 
 
 
4 OLIVEIRA, Natacha Alves de Oliveira. Manual de Criminologia. Salvador: Editora JusPodivm,2018. 
Pg. 281. 
5 Fonte: https://www.dizerodireito.com.br/2015/09/entenda-decisao-do-stf-sobre-o-sistema.html 
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Em que consiste o chamado "Estado de Coisas Inconstitucional"? 
O Estado de Coisas Inconstitucional ocorre quando.... 
- Verifica-se a existência de um quadro de violação generalizada e sistêmica de direitos 
fundamentais, 
 
- Causado pela inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em 
modificar a conjuntura, 
 
- De modo que apenas transformações estruturais da atuação do Poder Público e a atuação de 
uma pluralidade de autoridades podem alterar a situação inconstitucional. 
 
Obs.: conceito baseado nas lições de Carlos Alexandre de Azevedo Campos (O Estado de Coisas 
Inconstitucional e o litígio estrutural. Disponível em: http://www.conjur.com.br/2015-set-
01/carlos-campos-estado-coisas-inconstitucional-litigio-estrutural), artigo cuja leitura se 
recomenda. 
 
Exemplo: no sistema prisional brasileiro existe um verdadeiro "Estado de Coisas 
Inconstitucional". 
 
Origem 
A ideia de que pode existir um Estado de Coisas Inconstitucional e que a Suprema Corte do país 
pode atuar para corrigir essa situação surgiu na Corte Constitucional da Colômbia, em 1997, 
com a chamada "Sentencia de Unificación (SU)". Foi aí que primeiro se utilizou essa expressão. 
Depois disso, a técnica já teria sido empregada em mais nove oportunidades naquela Corte. 
Existe também notícia de utilização da expressão pela Corte Constitucional do Peru. 
 
Pressupostos: 
Segundo aponta Carlos Alexandre de Azevedo Campos, citado na petição da ADPF 347, para 
reconhecer o Estado de Coisas inconstitucional, exige-se que estejam presentes as seguintes 
condições: 
a) Vulneração massiva e generalizada de direitos fundamentais de um número significativo de 
pessoas; 
b) Prolongada omissão das autoridades no cumprimento de suas obrigações para garantia e 
promoção dos direitos; 
c) A superação das violações de direitos pressupõe a adoção de medidas complexas por uma 
pluralidade de órgãos, envolvendo mudanças estruturais, que podem depender da alocação de 
recursos públicos, correção das políticas públicas existentes ou formulação de novas políticas, 
dentre outras medidas; e 
d) Potencialidade de congestionamento da justiça, se todos os que tiverem os seus direitos 
violados acorrerem individualmente ao Poder Judiciário. 
O que a Corte Constitucional do país faz após constatar a existência de um ECI? 
O ECI gera um “litígio estrutural”, ou seja, existe um número amplo de pessoas que são 
atingidas pelas violações de direitos. Diante disso, para enfrentar litígio dessa espécie, a Corte 
terá que fixar “remédios estruturais” voltados à formulação e execução de políticas públicas, o 
que não seria possível por meio de decisões mais tradicionais. 
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A Corte adota, portanto, uma postura de ativismojudicial estrutural diante da omissão dos 
Poderes Executivo e Legislativo, que não tomam medidas concretas para resolver o problema, 
normalmente por falta de vontade política. 
Situações excepcionais 
 
O reconhecimento do Estado de Coisas Inconstitucional é uma técnica que não está 
expressamente prevista na Constituição ou em qualquer outro instrumento normativo e, 
considerando que "confere ao Tribunal uma ampla latitude de poderes, tem-se entendido que 
a técnica só deve ser manejada em hipóteses excepcionais, em que, além da séria e 
generalizada afronta aos direitos humanos, haja também a constatação de que a intervenção 
da Corte é essencial para a solução do gravíssimo quadro enfrentado. São casos em que se 
identifica um “bloqueio institucional” para a garantia dos direitos, o que leva a Corte a assumir 
um papel atípico, sob a perspectiva do princípio da separação de poderes, que envolve uma 
intervenção mais ampla sobre o campo das políticas públicas." (Trecho da petição inicial da 
ADPF 347). 
 
ADPF e sistema penitenciário brasileiro em maio de 2015, o Partido Socialista e Liberdade 
(PSOL) ajuizou ADPF pedindo que o STF declare que a situação atual do sistema penitenciário 
brasileiro viola preceitos fundamentais da Constituição Federal e, em especial, direitos 
fundamentais dos presos. Em razão disso, requer que a Corte determine à União e aos Estados 
que tomem uma série de providências com o objetivo de sanar as lesões aos direitos dos 
presos. 
 
Na petição inicial, que foi subscrita pelo grande constitucionalista Daniel Sarmento, defende-se 
que o sistema penitenciário brasileiro vive um "Estado de Coisas Inconstitucional". 
São apontados os pressupostos que caracterizam esse ECI: 
a) Violação generalizada e sistêmica de direitos fundamentais; 
b) Inércia ou incapacidade reiterada e persistente das autoridades públicas em modificar a 
conjuntura; 
c) Situação que exige a atuação não apenas de um órgão, mas sim de uma pluralidade de 
autoridades para resolver o problema. 
A ação foi proposta contra a União e todos os Estados-membros. 
 
Medidas requeridas na ação 
Na ação, pede-se que o STF reconheça a existência do "Estado de Coisas Inconstitucional" e que 
ele expeça as seguintes ordens para tentar resolver a situação: 
 
O STF deveria obrigar que os juízes e tribunais do país: 
 
a) Quando forem decretar ou manter prisões provisórias, fundamentem essa decisão dizendo 
expressamente o motivo pelo qual estão aplicando a prisão e não uma das medidas 
cautelares alternativas previstas no art. 319 do CPP; 
 
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b) Implementem, no prazo máximo de 90 dias, as audiências de custódia (sobre as audiências 
de custódia, leia o Info 795 STF); 
c) Quando forem impor cautelares penais, aplicar pena ou decidir algo na execução penal, 
levem em consideração, de forma expressa e fundamentada, o quadro dramático do sistema 
penitenciário brasileiro; 
d) Estabeleçam, quando possível, penas alternativas à prisão; 
e) Abrandar os requisitos temporais necessários para que o preso goze de benefícios e direitos, 
como a progressão de regime, o livramento condicional e a suspensão condicional da pena, 
quando ficar demonstrado que as condições de cumprimento da pena estão, na prática, mais 
severas do que as previstas na lei em virtude do quadro do sistema carcerário; e 
f) Abatam o tempo de prisão, se constatado que as condições de efetivo cumprimento são, na 
prática, mais severas do que as previstas na lei. Isso seria uma forma de "compensar" o fato de 
o Poder Público estar cometendo um ilícito estatal. 
 
O STF deveria obrigar que o CNJ 
 
g) Coordene um mutirão carcerário a fim de revisar todos os processos de execução penal em 
curso no País que envolvam a aplicação de pena privativa de liberdade, visando a adequá-los às 
medidas pleiteadas nas alíneas “e” e “f” acima expostas. 
 
O STF deveria obrigar que a União: 
h) Libere, sem qualquer tipo de limitação, o saldo acumulado do Fundo Penitenciário Nacional 
(FUNPEN) para utilização na finalidade para a qual foi criado, proibindo a realização de novos 
contingenciamentos. 
O STF ainda não julgou definitivamente o mérito da ADPF, mas já apreciou o pedido de liminar. 
O que a Corte decidiu? 
O STF decidiu conceder, parcialmente, a medida liminar e deferiu apenas os pedidos "b" 
(audiência de custódia) e "h" (liberação das verbas do FUNPEN). 
 
O Plenário reconheceu que no sistema prisional brasileiro realmente há uma violação 
generalizada de direitos fundamentais dos presos. As penas privativas de liberdade aplicadas 
nos presídios acabam sendo penas cruéis e desumanas. 
 
Diante disso, o STF declarou que diversos dispositivos constitucionais, documentos 
internacionais (o Pacto Internacional dos Direitos Civis e Políticos, a Convenção contra a Tortura 
e outros Tratamentos e Penas Cruéis, Desumanos e Degradantes e a Convenção Americana de 
Direitos Humanos) e normas infraconstitucionais estão sendo desrespeitadas. 
 
Os cárceres brasileiros, além de não servirem à ressocialização dos presos, fomentam o 
aumento da criminalidade, pois transformam pequenos delinquentes em “monstros do crime”. 
A prova da ineficiência do sistema como política de segurança pública está nas altas taxas de 
reincidência. E o reincidente passa a cometer crimes ainda mais graves. 
 
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Vale ressaltar que a responsabilidade por essa situação deve ser atribuída aos três Poderes 
(Legislativo, Executivo e Judiciário), tanto da União como dos Estados-Membros e do Distrito 
Federal. 
 
A ausência de medidas legislativas, administrativas e orçamentárias eficazes representa uma 
verdadeira "falha estrutural" que gera ofensa aos direitos dos presos, além da perpetuação e 
do agravamento da situação. 
Assim, cabe ao STF o papel de retirar os demais poderes da inércia, coordenar ações visando a 
resolver o problema e monitorar os resultados alcançados. 
 
A intervenção judicial é necessária diante da incapacidade demonstrada pelas instituições 
legislativas e administrativas. 
 
No entanto, o Plenário entendeu que o STF não pode substituir o papel do Legislativo e do 
Executivo na consecução de suas tarefas próprias. Em outras palavras, o Judiciário deverá 
superar bloqueios políticos e institucionais sem afastar, porém, esses poderes dos processos de 
formulação e implementação das soluções necessárias. Nesse sentido, não lhe incumbe definir 
o conteúdo próprio dessas políticas, os detalhes dos meios a serem empregados. Com base 
nessas considerações, foram indeferidos os pedidos "e" e "f". 
Quanto aos pedidos “a”, “c” e “d”, o STF entendeu que seria desnecessário ordenar aos juízes e 
Tribunais que fizessem isso porque já são deveres impostos a todos os magistrados pela CF/88 
e pelas leis. Logo, não havia sentido em o STF declará-los obrigatórios, o que seria apenas um 
reforço. 
 
STF. Plenário. ADPF 347 MC/DF, Rel. Min. Marco Aurélio, julgado em 9/9/2015 (Info 798). 
Note que a permanência e a tolerância da atual conjuntura carcerária, além das flagrantes violações ao 
sistema internacional de proteção de direitos humanos, implicam em tornar letra morta as regras 
constitucionais nas quais se contêm o imperativo categórico de que, “ninguém será submetido a 
tratamento cruel, degradante ou desumano” na forma do art. 5º, inciso III da CR, in verbis: 
 
Art. 5º Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos 
estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, àigualdade, à segurança e à 
propriedade, nos termos seguintes: 
(...) 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante; 
 
Seja como for, análises críticas são tecidas ao modelo carcerário das sociedades capitalistas 
contemporâneas, é o que veremos a partir de agora. 
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4.3 – A PRISÃO E AS CRÍTICAS NA SOCIEDADE MODERNA 
 
4.3.1 – Baratta: Processo Negativo de Ressocialização no sistema prisional 
Em uma análise crítica ao cenário moderno prisional, Alessandro Baratta teceu inúmeras críticas (2014, p. 
184-186) ressaltando o processo negativo da ressocialização a que é submetido o preso. A crítica é tecida 
a partir de dupla perspectiva, a saber: 
 
Desculturação 
Trata-se do processo de desadaptação às condições necessárias à vida em liberdade, como a diminuição da 
força de vontade, a perda do senso de autorresponsabilidade econômico-social, a redução do senso de 
realidade e criança de uma imagem ilusória do mundo externo progressivo afastando valores e modelos 
comportamentais da sociedade. (Natacha Alves, 2018, p. 282) 
 
Aculturação ou Prisionalização 
É a assunção de valores e modelos comportamentais típicos da subcultura carcerária. 
 
Educação para ser criminoso 
Representa a consequência de efeito negativo da prisionalização. 
 
 
Desculturação 
e 
Aculturação 
 
Educação para ser 
criminoso 
e 
Educação para ser 
um bom preso 
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Neste caso, uma minoria de criminosos, com forte orientação antissocial, domina a hierarquia e 
organização informal da comunidade e, pelo poder e prestígio de que goza, serve de modelo para os 
demais. (Natacha Alves, 2018, p. 282) 
 
Educação para ser um bom preso 
Também representa a consequência de efeito negativo da prisionalização. 
Está relacionado a assunção de um certo grau de ordem, a partir da interiorização de modelos 
comportamentais, é considerada um dos fins reconhecidos da comunidade carcerária, da qual os chefes 
dos detidos, em troca de privilégios, fazem-se garantes frente à administração penitenciária. 
Contrariamente educativa acaba por ser relegada a um segundo plano, favorecendo a prática de atitudes 
conformistas e oportunistas. (Natacha Alves, 2018, p. 282) 
 
4.3.2 – Foucault: o Fracasso da Prisão 
Outro grande teórico que fomentou as ideias abolicionistas, apesar de não poder ser 
considerado um deles, foi Michel Foucault, ao discorrer no seu famoso livro Vigiar e punir acerca do 
sistema carcerário e das estruturas de poder. Ao analisar a forma com que se aplicavam as sanções 
criminais, Foucault ofereceu vasto material crítico para que outros pensadores pudessem desenvolver uma 
política alternativa a essa espécie de restrição da liberdade, uma vez que os presídios eram vistos apenas 
como estruturas voltadas para encarcerar e sem nenhum viés ressocializador. A forma precisa e cruel com 
que Foucault expôs as entranhas do sistema carcerário fez com que houvesse uma revisitação das ideias 
punitivas e novas concepções foram pensadas, dando ensejo até mesmo para ideias mais liberais, que 
podem ser chamadas de abolicionistas6. 
Na esteira dos pensadores que estudaram o sistema carcerário e que inclusive. 
 
 
6 GONZAGA, Christiano. Manual de Criminologia. 1ª. Edição. 2018. São Paulo: Editora Saraiva. 
2018. p. 39. 
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Nessa senda, Foucault afirma que a prisão fracassa na tarefa de reduzir a prática de crimes e, 
contrariamente, apresenta-se como meio hábil à produção da delinquência, que seria uma 
forma política ou economicamente menos perigosa de ilegalidade. Assim, produz-se o 
delinquente como sujeito patologizado, aparentemente marginalizado, mas centralmente 
controlado. Desta feita, a prisão objetiva a delinquência por trás da infração, consolidando a 
delinquência no movimento das ilegalidades. 
 
O tema em provas 
(FCC / DPE SP Defensor Público – 2015) “ O atestado de que a prisão fracassa em reduzir os 
crimes deve talvez ser substituído pela hipótese de que a prisão conseguiu muito bem 
produzir a delinquência, tipo especificado, forma política ou economicamente menos 
perigosa − talvez até utilizável − de ilegalidade; produzir delinquentes, meio aparentemente 
marginalizado mas centralmente controlado; produzir o delinquente como sujeito 
patologizado. 
O trecho acima, extraído de “Vigiar e punir”, sintetiza uma importante conclusão de Michel 
Foucault decorrente de suas análises sobre a prisão como uma instituição disciplinar 
moderna. Para o autor, a prisão permite 
a. objetivar a delinquência por trás da infração e consolidar a delinquência no movimento das 
ilegalidades. 
b. classificar a delinquência em suas categorias e erradicar a delinquência do meio social. 
c. reduzir a delinquência através do controle e controlar a delinquência por meio da 
repressão. 
d. combater a delinquência por meio da punição e erradicar a delinquência do meio social. 
e. controlar a delinquência por meio da repressão e diferenciar a delinquência da 
periculosidade. 
Gabarito: A 
 
Guerreiros, finalizada a nossa análise sobre os modelos de justiça contemporânea e os reflexos dos 
superencarceramento prisional, a situação dos presídios no Brasil, agora passaremos ao estudo das 
técnicas contemporâneas, os testes criminológicos bem como os modelos de Criminologia 
contemporâneos. 
Start! 
 
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5 – TÉCNICAS CONTEMPORÂNEAS 
Guerreiros, a Criminologia moderna insere em seu contexto técnicas e testes criminológicos. De forma 
resumida, temos o seguinte quadro: 
 
 
Vamos ao estudo de cada um deles. 
 
5.1 – TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO 
A partir do advento da Criminologia científica com a Escola Positiva, passou-se a adotar o método 
empírico-indutivo, pelo qual o estudo da Criminologia se desenvolve a partir da observação da realidade 
fática.7 
 
 
 
7 OLIVEIRA, Natacha Alves de Oliveira. Manual de Criminologia. Salvador: Editora JusPodivm, 2018. 
Pg. 207. 
Técnicas 
Investigação 
Método empírico-
indutivo 
Investigação 
Sociológica 
Investigação 
extensiva 
Investigação 
Intensiva 
Investigação-
Ação 
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5.2 – TÉCNICAS DE INVESTIGAÇÃO SOCIOLÓGICA 
A pesquisa da Criminologia implica no uso de procedimentos teórico-metodológicos de observação do real 
por meio de estratégias de investigação8. 
Assim, podemos dizer que as técnicas de observação dependem do objeto da pesquisa. 
Nesse sentido, alguns objetos de investigação levam à utilização de métodos e técnicas de caráter mais 
quantitativo e empírico, enquanto outros permitem uma análise mais intensiva.9 
 As estratégias de investigação sociológica podem ser dediferentes espécies. Destacamos as decorrentes 
dos manuais doutrinários, a saber: investigação extensiva, investigação intensiva e investigação – ação. 
Vamos à sinopse de cada uma delas. 
 
5.2.1 – Investigação extensiva ou quantitativa 
Na investigação extensiva o destaque é o uso de técnicas quantitativas cuja vantagem é possibilitar o 
conhecimento em extensão do fenômeno criminal. 
Nas palavras de Natacha Alves (p. 208, 2018): 
Vale-se do emprego preponderante das técnicas quantitativas, permitindo o conhecimento em extensão do 
fenômeno criminal. 
 
5.2.2 – Investigação intensiva ou qualitativa 
Vale-se do emprego preponderante das técnicas qualitativas, permitindo o conhecimento em 
profundidade do fenômeno criminal, por meio de uma visão multilateral do objeto de estudo. Privilegia a 
abordagem direta das pessoas em seus próprios contextos de interação10. 
 
 
8 PENTEADO, FILHO Nestor Sampaio. Manual esquemático de criminologia. São Paulo: Saraiva, 
2012. P. 35 
9 FONTES, Eduardo & HOFFAMANN Henrique. Criminologia. 1ª. Edição. 2ª. tir.:ago/2018. Salvador: 
Editora JusPodivm, 2018. p. 255. 
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Ou ainda, como conceituado por Eduardo Fontes e Henrique Hoffmann (p. 256, 2018) in verbis: 
Distingue-se pela análise em profundidade das características e opiniões de uma população determinada, sob 
diferentes ângulos e pontos de vista. Privilegia-se a abordagem direta das pessoas em seus próprios contextos 
de interação. 
 
5.2.3 – Investigação-Ação 
Dá-se por meio da intervenção direta dos cientistas (criminólogos, delegados de polícia, promotores de 
justiça, juízes etc.), com o objetivo de aplicação direta do conhecimento produzido11. 
Dentro desta técnica, Penteado Filho vai destacar a técnica de investigação criminal chamada de 
recognição visuográfica de local de crime. 
Recognição visuográfica de local de crime 
Criador: A recognição visuográfica de local de crime foi criada por Marco Antônio Desgualdo, 
em São Paulo no ano de 1994. 
Objetivo: Reconstrução da cena do crime por meio da reconstituição de seus fragmentos e 
vestígios, levando o pesquisador experiente (delegado de polícia) a coletar informações que 
possam construir um perfil criminológico do autor do delito. A técnica, inicialmente aplicada 
aos crimes contra a vida de autoria ignorada, pretende reunir a maior gama de informações 
para a investigação do delito, tais como data, hora, local, condições climáticas, informes de 
testemunhas e de pessoas que tiveram a ciência do fato criminoso, dados sobre a vítima 
(identidade, hábitos, comportamentos etc.) e croqui descritivo. Em síntese, pretende promover 
uma “radiografia panorâmica do delito”, permitindo a construção de um perfil psicológico-
criminal de seu autor12. 
 
 
 
10 OLIVEIRA, Natacha Alves de Oliveira. Manual de Criminologia. Salvador: Editora JusPodivm, 2018. 
Pg. 207. 
11 Op. Cit. 
12 Op. Cit., p. 208. 
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Outro tema de grande relevância e, ainda trabalhado por alguns doutrinadores, dentro do capítulo de 
investigação-ação é o Perfilamento Criminal. 
 
Perfilamento Criminal 
Também chamado de Criminal Profiling, dirige-se à sincronia entre personalidade e comportamento 
criminal. Reflete a aplicação de conhecimentos múltiplos, ou seja, tem poder de unir a Psicologia, 
Criminologia, Antropologia etc. 
Vale dizer que: 
 
O perfilamento criminal usa como um de seus instrumentos a recognição visuográfica de local 
de crime. Ao registrar e analisar um conjunto de dados, utiliza o método indutivo para concluir 
sobre os traços comuns da personalidade13. 
Merece atenção a lei 12.654/2012. Com seu advento, o perfil genético do criminoso PODE ser OBTIDO a 
partir da coleta não invasiva de material genético do suspeito ou condenado, basicamente em duas 
hipóteses: 
 
1. Lei de identificação criminal: Art. 5º, Lei 12.037/2009 
Art. 5o-A. Os dados relacionados à coleta do perfil genético deverão ser armazenados em banco de dados de 
perfis genéticos, gerenciado por unidade oficial de perícia criminal. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
§ 1o As informações genéticas contidas nos bancos de dados de perfis genéticos não poderão revelar traços 
somáticos ou comportamentais das pessoas, exceto determinação genética de gênero, consoante as normas 
 
 
13 FONTES, Eduardo & HOFFAMANN Henrique. Criminologia. 1ª. Edição. 2ª. tir.:ago/2018. Salvador: 
Editora JusPodivm, 2018. p. 256. 
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constitucionais e internacionais sobre direitos humanos, genoma humano e dados genéticos. (Incluído pela Lei 
nº 12.654, de 2012) 
§ 2o Os dados constantes dos bancos de dados de perfis genéticos terão caráter sigiloso, respondendo civil, 
penal e administrativamente aquele que permitir ou promover sua utilização para fins diversos dos previstos 
nesta Lei ou em decisão judicial. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
§ 3o As informações obtidas a partir da coincidência de perfis genéticos deverão ser consignadas em laudo 
pericial firmado por perito oficial devidamente habilitado. (Incluído pela Lei nº 12.654, de 2012) 
 
2. Lei de execuções Penais: Art. 9º da Lei 7.2010/84 
Art. 9º A Comissão, no exame para a obtenção de dados reveladores da personalidade, observando a ética 
profissional e tendo sempre presentes peças ou informações do processo, poderá: 
I - Entrevistar pessoas; 
II - Requisitar, de repartições ou estabelecimentos privados, dados e informações a respeito do condenado; 
III - realizar outras diligências e exames necessários. 
Art. 9o-A. Os condenados por crime praticado, dolosamente, com violência de natureza grave contra pessoa, 
ou por qualquer dos crimes previstos no art. 1o da Lei no 8.072, de 25 de julho de 1990, serão submetidos, 
obrigatoriamente, à identificação do perfil genético, mediante extração de DNA - ácido desoxirribonucleico, 
por técnica adequada e indolor. 
§ 1o A identificação do perfil genético será armazenada em banco de dados sigiloso, conforme regulamento a 
ser expedido pelo Poder Executivo. 
§ 2o A autoridade policial, federal ou estadual, poderá requerer ao juiz competente, no caso de inquérito 
instaurado, o acesso ao banco de dados de identificação de perfil genético. 
 § 3º Deve ser viabilizado ao titular de dados genéticos o acesso aos seus dados constantes nos bancos de 
perfis genéticos, bem como a todos os documentos da cadeia de custódia que gerou esse dado, de maneira 
que possa ser contraditado pela defesa. (Incluído pela Lei nº 13.964, de 2019) 
§ 4º O condenado pelos crimes previstos no caput deste artigo que não tiver sido submetido à identificação 
do perfil genético por ocasião do ingresso no estabelecimento prisional deverá ser submetido ao procedimento 
durante o cumprimento da pena. 
 
6 – TESTES CRIMINOLÓGICOS CONTEMPORÂNEOS 
No tocante aos testes criminológicos, destacamos na Criminologia contemporânea o seguinte panorama:

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