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Aula 07- Criminologia - Carreira Jurídicas 2021

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Aula 07
Criminologia p/ Carreira Jurídica 2021
(Curso Regular)-Profs. Paulo Bilynskyj e
Beatriz Pestilli
Autores:
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo
Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
Aula 07
22 de Março de 2021
35881692373 - Batista Lima Souza
 
Sumário 
1 – Noções introdutórias .................................................................................................................................... 4 
2 – Prevenção Criminal: Noções ........................................................................................................................ 5 
2.1 – Prevenções em matéria penal - diverge da criminológica .................................................................... 7 
2.1.1 – Prevenção Geral .................................................................................................................................................... 7 
2.1.2 – Prevenção Especial ............................................................................................................................................... 9 
2.2 – Prevenções em matéria Criminológica – diverge da penal ................................................................. 17 
2.2.1 – A Prevenção como dissuasão ............................................................................................................................. 17 
2.2.2 – A Prevenção como intervenção seletiva no cenário do crime ........................................................................... 17 
2.2.3 – A Prevenção como prevenção especial .............................................................................................................. 18 
2.3 – Modelos Teóricos básicos de prevenção ao Delito .............................................................................. 18 
2.3.1 – Modelo Clássico .................................................................................................................................................. 20 
2.3.2 – Modelo Neoclássico ............................................................................................................................................ 21 
2.4 – Espécies ou Classificações da prevenção – por Medina ...................................................................... 22 
2.4.1 – Dimensão Clássica ............................................................................................................................................... 23 
A – Prevenção Primária .................................................................................................................................................. 23 
B – Prevenção Secundária .............................................................................................................................................. 25 
C – Prevenção Terciária .................................................................................................................................................. 28 
2.4.2 – Dimensão Política ............................................................................................................................................... 30 
A – Modelo Tradicional ................................................................................................................................................... 31 
B – Modelo liberal........................................................................................................................................................... 31 
C – Modelo Radical ......................................................................................................................................................... 31 
2.4.3 – Dimensão Pluridimensional ................................................................................................................................ 31 
A – Prevenção por meio do sistema de justiça penal ..................................................................................................... 32 
B – Prevenção situacional do delito ............................................................................................................................... 32 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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2 
 
C – Prevenção comunitária ............................................................................................................................................. 34 
D – Prevenção evolutiva ou de desenvolvimento .......................................................................................................... 34 
2.5 – Os Fatores Sociais como influenciadores criminológicos .................................................................... 35 
2.5.1 – Pobreza E Miséria ............................................................................................................................................... 35 
2.5.2 – Sistema Econômico ............................................................................................................................................. 36 
2.5.3 – Educação ............................................................................................................................................................. 36 
2.5.4 – Meios De Comunicação ...................................................................................................................................... 36 
2.5.5 – Mal Vivência........................................................................................................................................................ 37 
2.5.6 – Habitação ............................................................................................................................................................ 38 
2.5.7 – Política ................................................................................................................................................................ 39 
2.5.8 – Preconceito ......................................................................................................................................................... 39 
3 – Modelos de reação ao crime ...................................................................................................................... 40 
3.1 – Modelo Clássico ou Dissuasório .......................................................................................................... 41 
3.2 – Modelo Ressocializador ....................................................................................................................... 43 
3.3 – Modelo Restaurador ............................................................................................................................ 46 
4 - Processos de Criminalização ....................................................................................................................... 49 
4.1 - Criminalização Primária ...................................................................................................................... 49 
4.2 – Criminalização Secundária .................................................................................................................. 51 
4.2.1 – Desvio Secundário ou efeito reprodutor da criminalização ............................................................................... 52 
5 – Estatística Criminal e Cifras Criminais da Criminologia Contemporânea .................................................. 53 
5.1 – Cifra Negra .......................................................................................................................................... 54 
5.2 – Cifra Dourada ...................................................................................................................................... 60 
5.2.1 - Fatores de naturezasocial ................................................................................................................................... 61 
5.2.2 - Fatores de natureza jurídico-formais .................................................................................................................. 62 
5.2.3 - Fatores de natureza econômica .......................................................................................................................... 62 
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3 
 
5.3 – Cifra Cinza ............................................................................................................................................ 63 
5.4 – Cifra Amarela....................................................................................................................................... 65 
5.5 – Cifra Verde ........................................................................................................................................... 66 
Resumo ............................................................................................................................................................. 66 
Destaques à Jurisprudência e Legislação ......................................................................................................... 75 
Principais artigos .......................................................................................................................................... 75 
Súmulas ........................................................................................................................................................ 78 
Considerações finais ......................................................................................................................................... 78 
Questões comentadas...................................................................................................................................... 79 
Lista de questões ............................................................................................................................................ 109 
Gabarito ..................................................................................................................................................... 125 
 
 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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PREVENÇÃO DA INFRAÇÃO PENAL NO ESTADO 
DEMOCRÁTICO DE DIREITO 
1 – NOÇÕES INTRODUTÓRIAS 
Guerreiros, 
Na aula passada, falamos sobre a Criminologia Contemporânea, de modo que foi possível demonstrar a 
disciplina como uma ciência em constante evolução, demonstrando, portanto, uma Criminologia: 
 Amadurecida; 
 Esticada em teorias, modelos, teses, metodologias e ideologias. 
Falamos sobre a forma e métodos que ela tem sido empregada em nosso Estado Democrático de Direito. 
Amadurecemos no conceito contemporâneo e vimos que, predominantemente, em um Estado 
Democrático de Direito, o plano de fundo possui uma orientação prevencionista. Isso significa que, seu 
interesse é concentrando em evitar o delito, e não puni-lo, como antigamente. 
Por isso, destacamos: 
 Os modelos de justiça atual; 
 Também falamos das prisões como fator de influência no sistema prevencionista; 
 Destacamos as técnicas contemporâneas abordadas neste modelo de estado; 
 Também abordamos os fatores sociais criminológicos atuais; 
 Bem como os modelos de Criminologia contemporâneos. 
Evoluindo em nossa aula, expliquei que em reforço a esta ideia prevencionista, programas dirigidos à 
prevenção são criados e como exemplos desses programas destaco: a prevenção primária, a prevenção 
secundária e a prevenção terciária, e este é o tema da nossa aula. 
Nesse sentido, vale lembrar que: 
Para garantir esta orientação prevencionista, medidas indiretas atuam sobre o delito. É dizer 
que, em uma sociedade democrática, preliminarmente, o delito não é alcançado diretamente e 
sim, as causas das quais ele é o efeito. Ou seja, as medidas a serem adotadas devem ter como 
alvo o indivíduo e o meio em que ele vive. 
Sendo assim, no que tange ao indivíduo, deve-se observar: a personalidade, o caráter e o 
temperamento, com a finalidade de verificar o que motiva sua conduta. Por outro lado, em 
relação ao meio em que ele vive, ou ao meio social, a doutrina ressalta a importância de que 
seu estudo seja feito no maior raio de alcance possível, com vistas a conjugar medidas: sociais, 
políticas e econômicas que proporcionam uma melhoria na qualidade de vida das pessoas. 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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Portanto, pode-se dizer que isto é Criminologia Contemporânea. É a adoção de todos estes 
fatores, que somados, passam a ter uma medida de cunho prevencionista. A fim de garanti-la, 
passaremos agora ao estudo do atual cenário democrático, do sistema carcerário, dos modelos 
de justiça disponíveis, a forma de atuação da política criminal, os testes contemporâneos e 
demais instrumentos utilizados a fim de se garantir este modelo prevencionista. 
 
Dito isso, passaremos agora ao estudo da prevenção criminal e da reação social, como importantes fatores 
criminológicos contemporâneos. 
Boa aula. 
 
2 – PREVENÇÃO CRIMINAL: NOÇÕES 
Falar em prevenção criminal é falar em um conjunto de medidas, sejam elas públicas ou privadas, 
adotadas a fim de impedir a prática de delitos, envolvendo não só: 
 
 As políticas sociais para a redução da delinquência, 
 Como também as políticas criminais com a formulação de respostas acertadas. 
 
Nas palavras de José Cesar Naves de Lima Júnior1: 
 
 
1 LIMA JÚNIOR, José César Naves. Manual de Criminologia. 5ª. Edição. Revista atualizada e 
ampliada. Salvador: Editora JusPodivm,2018. Pg. 103. 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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A prevenção do delito consiste no conjunto de ações destinadas a evitar sua prática. Neste ponto, conforme 
afirmado por Nestor Sampaio Penteado Filho, dois tipos de medidas são adotados para alcançar esta 
finalidade, a primeira atingindo indiretamente o delito e a segunda, diretamente. 
 
Neste caso, quanto às medidas indiretas, os autores referem-se àquelas que atuam sobre as causas do 
delito, sendo que, quando se cessam, cessam-se também seus efeitos. 
Com isso significa que o delito não é alcançado diretamente, mas sim suas causas das quais ele é efeito. 
Estas medidas têm como alvo o indivíduo e o meio em que ele vive. Quanto ao indivíduo deve ser 
examinada a personalidade, o caráter e temperamento, com vistas a motivar sua conduta. 
Em contrapartida, no tocante ao meio social, é necessário seu estudo no maior raio de amplitude possível 
de modo a conjugar medidas sociais, e políticas que proporcionam uma melhoria na qualidade de vida das 
pessoas2. 
E aqui vale um parêntese. 
É necessário destacar que o tema prevenções, estudado a partir da Criminologia, não pode ser confundido 
com aquele estudado em matéria penal. 
Embora ambas tracem pontilhados de assuntos que se encontram, como por exemplo, as consequências 
da aplicação da pena perante a sociedade e o criminoso, nãotrabalham o mesmo contexto no tocante às 
prevenções. 
Se de um lado ao analisar o art. 59 do CP, podemos extrair que o legislador impôs ao juiz que ao fazer a 
dosimetria da pena atente-se à prevenção, veja: 
 
Art. 59 – O juiz, atendendo à culpabilidade, aos antecedentes, à conduta social, à personalidade do agente, 
aos motivos, às circunstâncias e consequências do crime, bem como ao comportamento da vítima, 
estabelecerá, conforme seja necessário e suficiente para reprovação e prevenção do crime (...). 
 
 
2 2 Op. Cit., p. 103 
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E a partir disso, podemos dividir essa aludida prevenção em prevenção geral e especial, 
sendo ainda subdivididas em positiva e negativa, e de outro, a Criminologia trouxe simplesmente a 
prevenção dividida em três graus ou formas, a saber: primária, secundária e terciária. 
 
2.1 – PREVENÇÕES EM MATÉRIA PENAL - DIVERGE DA 
CRIMINOLÓGICA 
Assim, merece destaque o seguinte esquema: 
I - Prevenções do Direito Penal: 
 
 
 
2.1.1 – Prevenção Geral 
Nesta, quando a pena é imposta a qualquer indivíduo, os demais componentes da sociedade reagem a 
isso, podendo ser feito de forma positiva ou negativa: 
 
PREVENÇÕES 
DP 
Geral 
Positiva 
Negativa 
Especial 
Positiva 
Negativa 
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a) Prevenção Geral Positiva: vai ocorrer quando os cidadãos sentem o efeito da aplicação da pena e 
integram-se socialmente, daí ter a função integradora. Em razão da aplicação da pena, a sociedade 
acredita que o sistema penal funciona e fica unida em torno disso. 
É o que ocorre quando alguém é preso por um crime qualquer que choca a nação, como um homicídio de 
pais contra filhos. Diante da prisão e posterior aplicação da pena, a sociedade acredita que as leis penais 
estão funcionando corretamente. Cumpre ressaltar que nem sempre a prevenção geral positiva tem os 
seus efeitos sentidos socialmente. 
Veja-se o caso de crimes como os de colarinho branco, os quais dificilmente são aplicadas as penas e 
devidamente punidos os autores. Nesse tipo de criminalidade não existe a prevenção geral positiva, 
ficando a sociedade desacreditada quanto à punição nesses crimes. Assim, pode-se dizer que inexiste a 
prevenção geral positiva para os crimes de colarinho branco, uma vez que eles são de difícil punição e a 
sociedade não coloca fé na aplicação de pena, o que gera uma desintegração e fragilização na confiança 
nas Instituições. 
Nas palavras de Luhmann, há uma quebra das expectativas sociais, o que gera, por consequência, uma 
desestabilização do sistema diante da falibilidade da punição nos crimes de colarinho branco. Em virtude 
disso, ao contrário, quando são feitas punições desse tipo de criminalidade de crimes de colarinho branco, 
a sociedade passa a acreditar novamente no sistema penal, pois isso não é costumeiro historicamente no 
Brasil. Com a concretização de prisões e punições, a sociedade passa a integrar-se novamente (função 
integradora) e acredita que existe uma luz no fim do túnel3. 
 
b) Prevenção Geral Negativa: Também conhecida como função exemplificadora. É que, ao aplicar uma 
pena a qualquer indivíduo, integrantes de uma sociedade vão entender isso como um exemplo do que 
ocorre com alguém quando se comete certos tipos de crime. A mensagem recebida pela sociedade é: 
ora, se alguém rouba, o sistema penal age rapidamente então, quem rouba será punido pelo sistema 
penal. 
 
A crítica da doutrina é relacionada aos crimes de colarinho branco. Para o Promotor de Justiça, Autor e 
Professor Christiano Gonzaga, a prevenção geral negativa não é tão sentida em crimes desta espécie, já 
que não são punidos, in verbis: 
(...) prevenção geral negativa não é tão sentida, mais uma vez, nos crimes de colarinho-branco. Isso se dá 
porque não há aplicação de penas para esse tipo de criminalidade. Dificilmente alguém é punido por esse tipo 
 
 
3 GONZAGA, Christiano. Manual de Criminologia. 1ª. Edição. 2018. São Paulo: Editora Saraiva. 
2018. p. 119. 
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de crime, o que causa na sociedade o estímulo de cometer esses delitos, uma vez que a punição é algo cada 
vez mais distante. Hoje em dia, os crimes de colarinho-branco, por não serem devidamente punidos, geram até 
uma certa ideia utilitarista na população de praticá-los, pois se ninguém está sendo punido e muitos estão 
praticando, a sociedade passa a fazer igual e ingressar no mundo da criminalidade. Em virtude disso, 
aumentam-se os crimes de sonegação fiscal, lavagem de dinheiro, evasão de divisas e certos crimes contra a 
Administração Pública (peculato, corrupções passiva e ativa etc.). A impunidade desses crimes está ligada de 
forma direta ao crescimento proporcional da prática dos crimes de colarinho-branco. São grandezas 
inversamente proporcionais, pois quanto menor a punição maior o crescimento em progressão geométrica 
desse tipo de delito. 
 
2.1.2 – Prevenção Especial 
Aqui, a análise sobre os efeitos da pena é na pessoa do acusado e não na sociedade, ao contrário do que 
propõe a prevenção geral. 
Embora esta também seja dividida em prevenção positiva e prevenção negativa. Vejamos: 
 
a) Prevenção especial positiva 
Positiva foca o lado útil da aplicação da pena, consistente na ressocialização do condenado. Nas palavras 
de Christiano Gonzaga4: 
 
Na prevenção especial, quando alguém está cumprindo pena, devem ser permitidos a ele os benefícios da 
execução penal, como a progressão de regime, a remição da pena pelo trabalho e pelo estudo, saídas 
temporárias, entre outros. Somente com essa reinserção social gradativa é que a pena terá cumprido o seu 
papel ressocializador. 
 
É a partir deste viés ressocializador que o STF editou a Súmula Vinculante nº 56, em que se determina o 
cumprimento da pena em regime domiciliar, caso inexistam os regimes semiaberto e aberto5: 
 
 
4 GONZAGA, Christiano. Manual de Criminologia. 1ª. Edição. 2018. São Paulo: Editora Saraiva. 
2018. p. 120. 
5 STF. Plenário. Aprovada em 29/06/2016. 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em regime prisional 
mais gravoso, devendo-se observar, nessa hipótese, os parâmetros fixados no RE 641.320/RS. 
 
Neste caso, imagine a seguinte situação: 
Exemplo. 
Mévio foi condenado à pena de 5 anos de reclusão, tendo o juiz fixado o regime semiaberto. Ocorre que, 
no momento de cumprir a pena, verificou-se que não havia no local, estabelecimento destinado ao regime 
semiaberto que atendesse todos os requisitos da LEP. 
Mévio poderá cumprir a pena no regime fechado enquanto não há vagas no semiaberto? 
NÃO! Nos moldes da Súmula Vinculante nº 56, a falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a 
manutenção do condenado em regime prisional mais gravoso. 
O juiz e professor Márcio Cavalcante6, explica: 
 
No Brasil, adota-se o sistema progressivo.Assim, de acordo com o CP e com a LEP, as penas 
privativas de liberdade deverão ser executadas (cumpridas) em forma progressiva, com a 
transferência do apenado de regime mais gravoso para menos gravoso tão logo ele preencha os 
requisitos legais. O STF destacou, no entanto, que este sistema progressivo de cumprimento de 
penas não está funcionando na prática. Isso porque há falta de vagas nos regimes semiaberto e 
aberto. Desse modo, os presos dos referidos regimes estão sendo mantidos nos 
estabelecimentos de regime fechado e provisórios. Essa situação viola duas garantias 
constitucionais da mais alta relevância: 
 A individualização da pena (art. 5º, XLVI) e; 
 A legalidade (art. 5º, XXXIX). 
 
 
6 Fonte: https://dizerodireitodotnet.files.wordpress.com/2016/08/sv-56.pdf Acesso em 19.01.2019 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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Criminologia p/ Carreira Jurídica 2021 (Curso Regular)-Profs. Paulo Bilynskyj e Beatriz Pestilli
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A manutenção do condenado em regime mais gravoso do que é devido caracteriza-se como 
"excesso de execução", havendo, no caso, violação ao direito do apenado. Vale ressaltar que 
não é possível "relativizar" esse direito do condenado com base em argumentos ligados à 
manutenção da segurança pública. A proteção à integridade da pessoa e ao seu patrimônio 
contra agressões injustas está na raiz da própria ideia de Estado Constitucional. A execução de 
penas corporais em nome da segurança pública só se justifica se for feita com observância da 
estrita legalidade. Permitir que o Estado execute a pena de forma excessiva é negar não só o 
princípio da legalidade, mas a própria dignidade humana dos condenados (art. 1º, III, da CF/88). 
Por mais grave que seja o crime, a condenação não retira a humanidade da pessoa condenada. 
Ainda que privados de liberdade e dos direitos políticos, os condenados não se tornam simples 
objetos de direito (art. 5º, XLIX, da CF/88). 
 
CONCEITO DE "ESTABELECIMENTO SIMILAR" E DE "ESTABELECIMENTO ADEQUADO" 
O Código Penal, ao tratar sobre os regimes semiaberto e aberto, prevê o seguinte: 
 Art. 33 (...) § 1º - Considera-se: 
 b) regime semiaberto a execução da pena em colônia agrícola, industrial ou 
estabelecimento similar; 
 c) regime aberto a execução da pena em casa de albergado ou 
estabelecimento adequado. 
 
Há importante discussão acerca do que vêm a ser estabelecimento similar e estabelecimento 
adequado. A Lei de Execuções Penais trata do tema nos arts. 91 a 95, mas também não define 
em que consistem tais estabelecimentos. Na prática, existem pouquíssimas colônias agrícolas e 
industriais no país. Dessa forma, alguns Estados mantêm os presos do regime semiaberto em 
estabelecimentos similares, ou seja, unidades prisionais diferentes do regime semiaberto, onde 
os presos possuem um pouco mais de liberdade. 
De igual forma, em muitos Estados não existem casas de albergado e os detentos que estão no 
regime aberto ficam em unidades diferentes dos demais presos. Há discussão se essa prática é 
válida ou não. O STF decidiu que os magistrados possuem competência para verificar, no caso 
concreto, se tais estabelecimentos onde os presos do regime semiaberto e aberto ficam, 
podem ser enquadrados como "estabelecimento similar" ou "estabelecimento adequado". 
Assim, os presos do regime semiaberto podem ficar em outra unidade prisional que não seja 
colônia agrícola ou industrial, desde que se trate de estabelecimento similar (adequado às 
características do semiaberto). De igual forma, os presos do regime aberto podem cumprir 
pena em outra unidade prisional que não seja casa de albergado, desde que se trate de um 
estabelecimento adequado. 
Veja como o STF resumiu este entendimento em uma tese: 
Os juízes da execução penal podem avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes 
semiaberto e aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis 
estabelecimentos que não se qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime 
semiaberto) ou “casa de albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto) (art. 33, 
§1º, “b” e “c”, do CP). No entanto, não deverá haver alojamento conjunto de presos dos 
regimes semiaberto e aberto com presos do regime fechado. STF. Plenário. RE 641320/RS, Rel. 
Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/5/2016 (repercussão geral) (Info 825). 
DÉFICIT DE VAGAS NO ESTABELECIMENTO ADEQUADO E PARÂMETROS ADOTADOS NO RE 
641.320/RS (PARTE FINAL DA SV): 
Beatriz V. P. Pestilli, Equipe Paulo Bilynskyj, Paulo Bilynskyj
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O que fazer em caso de déficit de vagas no estabelecimento adequado? 
Havendo “déficit” de vagas, deve ser determinada: 
a) a saída antecipada de sentenciado no regime com falta de vagas; 
b) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai antecipadamente ou é 
posto em prisão domiciliar por falta de vagas; 
c) o cumprimento de penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progrida ao 
regime aberto. STF. Plenário. RE 641320/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 11/5/2016 
(repercussão geral) (Info 825). 
 
Objetivo das medidas acima é o de que surjam novas vagas nos regimes semiaberto e aberto: 
As vagas nos regimes semiaberto e aberto não são inexistentes, são insuficientes. Assim, de um 
modo geral, a falta de vagas decorre do fato de que já há um sentenciado ocupando o lugar. 
Dessa forma, o STF determinou, como alternativa para resolver o problema, antecipar a saída 
de sentenciados que já estão no regime semiaberto ou aberto, abrindo vaga para aquele que 
acaba de progredir. 
 
Exemplo de como essas medidas fazem surgir vaga no regime semiaberto: João estava 
cumprindo pena no regime fechado e progrediu para o regime semiaberto. Ocorre que não há 
vagas na unidade prisional destinada ao regime semiaberto. João não poderá continuar 
cumprindo pena no fechado porque haveria excesso de execução. Nestes casos, o que 
acontecia normalmente é que João seria colocado em prisão domiciliar. No entanto, o STF 
afirmou que essa alternativa (prisão domiciliar) não deve ser a primeira opção para o caso. 
Diante disso, o STF entendeu que o juiz das execuções penais deverá antecipar a saída de um 
detento que já estava no regime semiaberto, fazendo com que surja a vaga para João. Em 
nosso exemplo, Francisco, que estava cumprindo pena no regime semiaberto, só teria direito 
de ir para o regime aberto em 2018. No entanto, para dar lugar a João, Francisco receberá o 
benefício da "saída antecipada" e ficará em liberdade eletronicamente monitorada, ou seja, 
ficará livre para trabalhar e estudar, recolhendo-se em casa nos dias de folgas, sendo sempre 
monitorado com tornozeleira eletrônica. Com isso, surgirá mais uma vaga no regime 
semiaberto e esta será ocupada por João. 
 
E se a ausência de vaga for no regime aberto? 
Ex: Pedro progrediu para o regime aberto, mas não há vagas, o que fazer? Neste caso, o Juiz 
deverá conceder a um preso que está no regime aberto a possibilidade de cumprir o restante 
da pena não mais no regime aberto (pena privativa de liberdade), mas sim por meio de pena 
restritiva de direitos e/ou estudo. Ex: Tiago, que estava no regime aberto, só acabaria de 
cumprir sua pena em 2018. No entanto, para dar lugar a Pedro, o Juiz oferece a ele a 
oportunidade de sair do regime aberto e cumprir penas restritivas de direito e/ou estudo. Com 
isso, surgirá nova vaga no aberto. Assim, se não há estabelecimentos adequados ao regime 
aberto, a melhor alternativa não é a prisão domiciliar, mas a substituição da pena privativa de 
liberdade que resta a cumprir por penas restritivas de direito e/ou estudo.Benefícios devem ser concedidos aos detentos que estão mais próximos de progredir ou de 
acabar a pena: 
 
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Vale ressaltar que os apenados que serão beneficiados com a saída antecipada ou com as penas 
alternativas deverão ser escolhidos com base em critérios isonômicos. Assim, tais benefícios 
deverão ser deferidos aos sentenciados que satisfaçam os requisitos subjetivos (bom 
comportamento) e que estejam mais próximos de satisfazer o requisito objetivo, ou seja, 
aqueles que estão mais próximos de progredir ou de encerrar a pena. Para isso, o STF 
determinou que o CNJ faça um "Cadastro Nacional de Presos", com as informações sobre a 
execução penal de cada um deles. Isso permitirá verificar os apenados com expectativa de 
progredir ou de encerrar a pena no menor tempo e, em consequência, organizar a fila de saída 
com observação da igualdade. 
 
Por que o STF afirma que a prisão domiciliar não pode ser a primeira opção, devendo-se adotar 
as medidas acima propostas? 
Segundo o STF, a prisão domiciliar apresenta vários inconvenientes, que irei aqui resumir: 
1º) Para ter esse benefício, cabe ao condenado providenciar uma casa, na qual vai ser acolhido. 
Nem sempre ele tem meios para manter essa residência. Nem sempre tem uma família que o 
acolha. 
2º) O recolhimento domiciliar puro e simples, em tempo integral, gera dificuldades de caráter 
econômico e social. O sentenciado passa a necessitar de terceiros para satisfazer todas as suas 
necessidades – comida, vestuário, lazer. De certa forma, há uma transferência da punição para 
a família, que terá que fazer todas as atividades externas do sentenciado. Surge a necessidade 
de constante comunicação com os órgãos de execução da pena, para controlar saídas 
indispensáveis – atendimento médico, manutenção da casa etc. 
3º) Existe uma dificuldade grande de fiscalização se o apenado está realmente cumprindo a 
restrição imposta. 
4º) A prisão domiciliar pura e simples não garante a ressocialização porque é extremamente 
difícil para o apenado conseguir um emprego no qual ele trabalhe apenas em casa. 
 
RESUMO 
Teses que foram firmadas pelo STF em repercussão geral: 
A falta de estabelecimento penal adequado não autoriza a manutenção do condenado em 
regime prisional mais gravoso; 
Os juízes da execução penal podem avaliar os estabelecimentos destinados aos regimes 
semiaberto e aberto, para qualificação como adequados a tais regimes. São aceitáveis 
estabelecimentos que não se qualifiquem como “colônia agrícola, industrial” (regime 
semiaberto) ou “casa de albergado ou estabelecimento adequado” (regime aberto) (art. 33, 
§1º, “b” e “c”, do CP). No entanto, não deverá haver alojamento conjunto de presos dos 
regimes semiaberto e aberto com presos do regime fechado. 
Havendo déficit de vagas, deverá determinar-se: (i) a saída antecipada de sentenciado no 
regime com falta de vagas; (ii) a liberdade eletronicamente monitorada ao sentenciado que sai 
antecipadamente ou é posto em prisão domiciliar por falta de vagas; (iii) o cumprimento de 
penas restritivas de direito e/ou estudo ao sentenciado que progride ao regime aberto. 
 
Até que sejam estruturadas as medidas alternativas propostas, poderá ser deferida a prisão 
domiciliar ao sentenciado. STF. Plenário. RE 641320/RS, Rel. Min. Gilmar Mendes, julgado em 
11/5/2016 (repercussão geral) (Info 825). 
APELO AO LEGISLADOR 
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No julgamento do RE 641.320/RS, o STF adotou a chamada técnica do "apelo ao legislador" 
solicitando que o Congresso Nacional avalie a possibilidade de promover mudanças na lei com 
o objetivo de: 
Reformular a legislação de execução penal, adequando-a à realidade, sem abrir mão de 
parâmetros rígidos de respeito aos direitos fundamentais; 
Compatibilizar os estabelecimentos penais à atual realidade; 
Impedir o contingenciamento do FUNPEN; 
Facilitar a construção de unidades funcionalmente adequadas – pequenas, capilaridades; 
Permitir o aproveitamento da mão-de-obra dos presos nas obras de civis em estabelecimentos 
penais; 
Limitar o número máximo de presos por habitante, em cada unidade da federação, e revisar a 
escala penal, especialmente para o tráfico de pequenas quantidades de droga, para permitir o 
planejamento da gestão da massa carcerária e a destinação dos recursos necessários e 
suficientes para tanto, sob pena de responsabilidade dos administradores públicos; 
Fomentar o trabalho e estudo do preso, mediante envolvimento de entidades que recebem 
recursos públicos, notadamente os serviços sociais autônomos; 
Destinar as verbas decorrentes da prestação pecuniária para criação de postos de trabalho e 
estudo no sistema prisional. 
 
INTERPRETAÇÃO CONFORME 
Na decisão, o STF também adotou a técnica de interpretação conforme a Constituição para: 
 
a) excluir qualquer interpretação que permita o contingenciamento do Fundo Penitenciário 
Nacional (FUNPEN), criado pela Lei Complementar 79/94; 
 
b) estabelecer que a utilização de recursos do Fundo Penitenciário Nacional (FUNPEN) para 
financiar centrais de monitoração eletrônica e penas alternativas é compatível com a 
interpretação do art. 3º da LC 79/94. 
 
MEDIDAS QUE O STF DETERMINOU AO CNJ 
A fim de tentar minimizar os problemas acima expostos e conseguir implementar as teses que 
foram definidas, o STF determinou que o CNJ apresente: 
Projeto de estruturação do Cadastro Nacional de Presos, com etapas e prazos de 
implementação, devendo o banco de dados conter informações suficientes para identificar os 
mais próximos da progressão ou extinção da pena; 
 
Relatório sobre a implantação das centrais de monitoração e penas alternativas, acompanhado, 
se for o caso, de projeto de medidas ulteriores para desenvolvimento dessas estruturas; 
Projeto para reduzir ou eliminar o tempo de análise de progressões de regime ou outros 
benefícios que possam levar à liberdade; 
Relatório, que deverá avaliar 
 
(a) a adoção de estabelecimentos penais alternativos; 
(b) o fomento à oferta de trabalho e o estudo para os sentenciados; 
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(c) a facilitação da tarefa das unidades da Federação na obtenção e acompanhamento dos 
financiamentos com recursos do FUNPEN; 
 
(d) a adoção de melhorias da administração judiciária ligada à execução penal. 
 
DECISÃO MANIPULATIVA 
Decisão manipulativa (manipuladora): A decisão tomada pelo STF e acima explicada pode ser 
classificada como uma "decisão manipulativa" de caráter aditivo. Gilmar Mendes, citando a 
doutrina italiana de Riccardo Guastini, afirma que decisão manipulativa é aquela mediante a 
qual "o órgão de jurisdição constitucional modifica ou adita normas submetidas a sua 
apreciação, a fim de que saiam do juízo constitucional com incidência normativa ou conteúdo 
distinto do original, mas concordante com a Constituição" (RE 641320/RS). Decisão 
manipulativa, portanto, como o nome indica, é aquela em que o Tribunal Constitucional 
manipula o conteúdo do ordenamento jurídico, modificando ou aditando a lei a fim de que ela 
se torne compatível com o texto constitucional. Trata-se de instituto que surgiu no direito 
italiano, sendo, atualmente, no entanto, adotada em outros Tribunais constitucionais no 
mundo. 
 
Espécies de decisões manipulativas: As decisões manipulativas podem ser divididasem: 
 
 1) Decisão manipulativa de efeitos aditivos (SENTENÇA ADITIVA): Verifica-se quando o 
Tribunal declara inconstitucional certo dispositivo legal não pelo que expressa, mas pelo que 
omite, alargando o texto da lei ou seu âmbito de incidência. 
 "A sentença aditiva pode ser justificada, por exemplo, em razão da não observância do 
princípio da isonomia, notadamente nas situações em que a lei concede certo benefício ou 
tratamento a determinadas pessoas, mas exclui outras que se enquadrariam na mesma 
situação. Nessas hipóteses, o Tribunal Constitucional declara inconstitucional a norma na parte 
em que trata desigualmente os iguais, sem qualquer razoabilidade e/ou nexo de causalidade. 
Assim, a decisão se mostra aditiva, já que a Corte, ao decidir, 'cria uma norma autônoma'', 
estendendo aos excluídos o benefício. " (LENZA, Pedro. Direito Constitucional Esquematizado. 
São Paulo: Saraiva, 2014, p. 177). 
Ex1: ADPF 54, Rel. Min. Marco Aurélio, julgada em 12/4/2012, na qual o STF julgou 
inconstitucional a criminalização dos abortos de fetos anencéfalos atuando de forma criativa ao 
acrescentar mais uma excludente de punibilidade – no caso de o feto padecer de anencefalia – 
ao crime de aborto. Ao decidir o mérito da ação, assentando a sua procedência e dando 
interpretação conforme aos arts. 124 a 128 do Código Penal, o STF proferiu uma típica decisão 
manipulativa com eficácia aditiva em matéria penal. 
Ex2: MI 670, Red. para o acórdão Min. Gilmar Mendes, julgado em 25/10/2007, na qual o STF 
determinou a aplicação aos servidores públicos da Lei nº 7.783/89, que dispõe sobre o exercício 
do direito de greve na iniciativa privada, pelo que promoveu extensão aditiva do âmbito de 
incidência da norma. 
 2) Decisão manipulativa de efeitos substitutivos (SENTENÇA SUBSTITUTIVA): Na decisão 
manipulativa substitutiva, a Corte Constitucional declara a inconstitucionalidade de parte de 
uma lei (ou outro ato normativo) e, além disso, substitui a regra inválida por outra, criada pelo 
próprio Tribunal, a fim de que se torne consentânea com a Constituição. Há, neste caso, uma 
forma de direito judicial, considerando que se trata de um direito criado pelo Tribunal. 
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Ex: a MP 2183-56 alterou o Decreto-lei nº 3.365/41 e estabeleceu que, no caso de imissão 
prévia na posse, na desapropriação por necessidade ou utilidade pública e interesse social, 
havendo divergência entre o preço ofertado em juízo e o valor do bem, fixado na sentença, 
deverá incidir juros compensatórios de até 6% ao ano. Ao julgar ADI contra esta MP, o STF 
afirmou que esse percentual de 6% era inconstitucional e determinou que este percentual 
deveria ser de 12% ao ano (ADI 2332, Rel. Min. Moreira Alves, julgado em 05/09/2001). 
 
Observe que, com o intuito de conceder à pena o caráter ressocializador, todas as interpretações legais 
devem estar atinentes àquilo que beneficia o condenado, pois se deve primar pelo seu retorno ao 
convívio social7. 
b) Prevenção especial negativa: 
Com enfoque mais voltado ao condenado em si, almeja-se que ele não volte a delinquir, uma vez que a 
aplicação de pena e consequente envio ao cárcere impedirá que se pratiquem novos delitos. Essa é a 
função chamada de neutralizadora. Uma vez que ele se encontra recolhido ao estabelecimento prisional, o 
cometimento de novos delitos torna-se bastante difícil.8 
Obviamente, não podemos afirmar que todas as vertentes da prevenção possuem a finalidade atendida. 
Principalmente aqui no Brasil. Na opinião do professor Christiano Gonzaga, com quem concordamos: 
Deve ser apenas destacado que, no Brasil, como sói acontecer, não é fácil fazer valer qualquer espécie de 
prevenção, até mesmo a especial negativa, que tem por fim neutralizar o condenado. Em episódio recente de 
carnificina humana, alguns presidiários no norte do país se rebelaram e mataram os rivais pertencentes a 
outra facção criminosa, num verdadeiro banho de sangue. Ora, aparentemente neutralizados, os presidiários 
cometeram inúmeros crimes de homicídio, restando totalmente falha a prevenção especial negativa nesse 
ponto. 
O que podemos concluir, é que as prevenções no direito penal, NÃO SÃO, nem poderiam ser hábeis, em 
todas as suas especificações (seja na em relação ao condenado, seja em relação à sociedade), para impedir 
novos cometimentos de delitos. 
 
 
7 GONZAGA, Christiano. Manual de Criminologia. 1ª. Edição. 2018. São Paulo: Editora Saraiva. 
2018. p. 120. 
8 GONZAGA, Christiano. Manual de Criminologia. 1ª. Edição. 2018. São Paulo: Editora Saraiva. 
2018. p. 120. 
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É por esta razão que se estudada as formas de prevenção da Criminologia (que pode ser de três ordens: 
primária, secundária e terciária). A intenção é, certamente, dar melhores soluções no combate ao 
surgimento do crime ou, após seu surgimento, impedir que o crime se propague. 
 
2.2 – PREVENÇÕES EM MATÉRIA CRIMINOLÓGICA – DIVERGE DA 
PENAL 
Como dissemos acima, a prevenção na sistemática da Criminologia, é estudada a partir de uma ideia ou 
intuito de: 
 Melhorar as soluções no combate ao surgimento do crime ou, 
 Após o seu surgimento, impedir que ele se alastre. 
 
Natacha Alves (2018, p. 154) nos explica que Garcia Pablos de Molina, sistematiza as diferentes acepções 
do termo prevenção em três categorias, a saber: 
 
 
2.2.1 – A Prevenção como dissuasão 
Significa dissuadir o potencial infrator por meio do efeito intimidatório da pena, operando sobre seu 
processo motivacional (dissuasão). 
 
2.2.2 – A Prevenção como intervenção seletiva no cenário do crime 
Trata-se da dissuasão mediata ou (in)direta, alcançada por meio de instrumentos não penais que alterem o 
cenário do crime, modificando alguns de seus fatores ou elementos – espaços físicos, desenho 
arquitetônico e urbanístico, atitude da vítima etc., de modo a aumentar os riscos e diminuir os benefícios 
para o infrator. 
 
Prevenção como 
dissuasão 
Prevenção como 
intervenção seletiva 
no cenário do crime 
Prevenção como 
prevenção especial 
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2.2.3 – A Prevenção como prevenção especial 
A prevenção do delito não seria um objetivo autônomo da sociedade e dos poderes públicos, mas sim o 
efeito último perseguido pelos programas de ressocialização e reinserção, que teria como destinatário não 
infrator potencial, mas o apenado, com o escopo precípuo de evitar sua reincidência (e não de evitar a 
criminalidade). Verifica-se em tal acepção um déficit etiológico – implica em uma intervenção tardia no 
problema criminal – social (aponta uma marca cega, individualista e ideológica na eleição de seus 
destinatários e no desenho dos correspondentes programas) e comunitário (concede um protagonismo 
desmedido às instâncias oficiais do sistema legal). 
Em reforço ao tema, Nestor Sampaio Penteado Filho (2016, p. 95) conceitua a prevenção criminal da 
seguinte forma: 
A prevenção criminal dá-se por meio da adoção de um conjunto de medidas direta (profilaxia direta: 
Direcionam-se à infração penal em formação in intinere) ou indiretas (profilaxia indireta: Recaem de forma 
indireta sobre o crime, atuando sobre suas causas e tendo como alvo o indivíduo e o meio em personalidade,caráter e temperamento, como motivadores de sua conduta), com o escopo inibitório do fenômeno criminal. 
 
2.3 – MODELOS TEÓRICOS BÁSICOS DE PREVENÇÃO AO DELITO 
Bem, seguindo na ideia da orientação de cunho prevencionista, diz-se que a prevenção delitiva, portanto, 
nada mais é do que o conjunto de ações que visam evitar, direta ou indiretamente, a ocorrência do 
delito.9 
É por esta razão que um conjunto de normas e regras às quais todos devem se sujeitar são editadas. Daí 
porque, havendo a transgressão cabe aos Estados acionar o Judiciário para o Exercício de sua pretensão 
punitiva restaurar a ordem. 
 
Nas palavras de Hoffmann (2018. p. 2015): 
Reparar o dano, ressocializar o delinquente e reprimir o crime são focos centrais do conteúdo científico da 
criminologia no cenário atual. Nesse panorama, a prevenção do delito é um assunto recorrente em todas as 
esferas do poder público. Estudam-se os fatores inibidores e estimulantes da criminalidade para a elaboração 
 
 
9 FONTES, Eduardo & HOFFAMANN Henrique. Criminologia. 1ª. Edição. 2ª. tir.:ago/2018. Salvador: 
Editora JusPodivm, 2018. p. 215. 
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de programas prevencionista. Fatores como desemprego, miséria, falta de assistência social, desigualdade e 
corrupção estimulam o fenômeno criminal, enquanto trabalho, educação, saúde, democracia, igualdade e 
justiça social inibem o crime. 
 
É por essa razão, dois tipos de medidas para prevenção criminais são adotados, a saber: 
 
Dentre os princípios prevencionistas, Hoffmann10 destaca: 
 Existencialismo absoluto da relação causa-efeito (nada existe sem uma causa); 
 Prevenção é a única responsável pela neutralização das causas criminógenas; 
 Solução para o problema criminal está na transformação do mau caráter em bom 
caráter. 
Nesse sentido, dois modelos teóricos do delito são estudados, a saber: 
 
 
10 FONTES, Eduardo & HOFFAMANN Henrique. Criminologia. 1ª. Edição. 2ª. tir.:ago/2018. Salvador: 
Editora JusPodivm, 2018. p. 216. 
M
e
d
id
a
s
 p
a
ra
 p
re
v
in
ir
 
(IN)direta 
Atuam de maneira mediata sobre o 
crime, ao incidir em relação às 
causas do delito 
Ex. melhorias na 
condição de vida 
populacional 
Direta 
Incidem de forma imediata sobre o 
póprio delito. 
Ex. pena e regime 
prisional 
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1. Modelo Clássico 
2. Modelo Neoclássico 
 
É o que estudaremos a seguir, mas antes, vale mencionar a prevenção situacional. Cuida-se de método de 
prevenção do crime que busca diminuir as oportunidades que influenciam na concretização do delito. 
Pressupõe a seletividade do crime11. 
 
2.3.1 – Modelo Clássico 
O foco deste modelo é no efeito intimidatório que vem do rigor e severidade da pena – aquela abstrata 
prevista para o delito. In verbis: 
Centra os olhares na pena, isto é, na suposta eficácia preventiva decorrente do caráter intimidador da sanção 
penal em relação ao criminoso12. 
A crítica apontada ao modelo são várias, dentre elas, destacamos, nas palavras de Molina (MOLINA, Gomes 
2008, p. 404-405): 
 
 
11 FONTES, Eduardo & HOFFAMANN Henrique. Criminologia. 1ª. Edição. 2ª. tir.:ago/2018. Salvador: 
Editora JusPodivm, 2018. p. 217. 
12 FONTES, Eduardo & HOFFAMANN Henrique. Criminologia. 1ª. Edição. 2ª. tir.:ago/2018. Salvador: 
Editora JusPodivm, 2018. p. 217. 
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i. A capacidade preventiva de determinado meio não depende de sua natureza penal ou não 
penal, mas dos efeitos que produz; 
ii. A intervenção penal possui elevados custos à sociedade; 
iii. A pena, em verdade, reflete o fracasso do Estado no enfrentamento efetivo das mazelas 
sociais; 
iv. Trata-se de uma demonstração simplória do processo motivacional e do mecanismo 
dissuasório da pena. 
 
2.3.2 – Modelo Neoclássico 
Em sentido contrário, o modelo Neoclássico foca no efetivo funcionamento do ordenamento jurídico, 
especialmente como é percebido pelo infrator. 
As críticas são (MOLINA, Gomes 2008, p. 404-405): 
 
 
i. Efetividade do sistema penal não enfrenta efetivamente as causas do crime; 
ii. Ignora outras variáveis que devem ser consideradas na análise do incremento da 
criminalidade para além da efetividade ou não do sistema penal. 
 
 
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2.4 – ESPÉCIES OU CLASSIFICAÇÕES DA PREVENÇÃO – POR 
MEDINA 
Quanto às classificações da prevenção e a sistematização feita por Medina Ariza (apud VIANA, 2017, p. 
340/341), esta é proposta, sob três modelos principais, de classificação da prevenção criminal, a saber: 
 
1. Dimensão Clássica; 
2. Dimensão Política; e 
3. Dimensão Pluridimensional. 
 
Podemos resumi-las da seguinte forma: 
 
Veremos a partir de agora, cada uma delas. 
 
Classificação de 
Medina 
Dimensão 
Clássica 
Prevenção 
primária 
Prevenção 
Secundária 
Prevenção 
Terceária 
Dimensão 
Política 
Modelo 
tradicional 
Modelo liberal 
Modelo radical 
Dimensão 
Pluridimensional 
Prevenção por 
meio do sistema 
de justiça penal 
Prevenção 
situacional do 
delito 
Recompensa 
Sentimento de 
Culpa do infrator 
Prevenção 
Comunitária 
Prevenção 
evolutiva ou 
desenvolvimento 
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2.4.1 – Dimensão Clássica 
Nas palavras de Garcias-Pablos Molina (2003, p. 984), essa classificação se pauta em diferentes critérios, a 
saber: maior ou menor relevância etiológica dos respectivos programas, seus destinatários, os 
instrumentos e mecanismos utilizados, âmbito e fins perseguidos. 
 
A – Prevenção Primária 
Nas palavras de José Cesar Naves de Lima13, in verbis: 
A prevenção primária consiste nos programas de prevenção destinados a criar os 
pressupostos aptos a neutralizar as causas do delito, como a educação, e a socialização – enfoque etiológico -. 
Incide sobre as causas do problema, quer dizer, na concretização de direito fundamentais de todos, como 
acesso a saúde, educação, moradia, trabalho, segurança, enfim, da qualidade de vida. Tem como destinatário 
toda a população, demanda investimento de alto custo, e exige tempo para produzir resultados, pois visa a 
melhoria da qualidade de vida das pessoas, de forma a permitir que resolvam seus conflitos sem violência. Os 
administradores públicos (Presidente da República, Governadores etc.) são incumbidos de sua concretização, 
que deverá incidir sobre a raiz do problema. Assim, a qualidade na prestação de serviços públicos, intervenção 
comunitária, implementação de direitos sociais e a conscientização da sociedade devem reduzir as situações 
carências criminógenas. Trata-se, pelo exposto, de instrumentos preventivos de médio e longo prazo. (Grifo 
do autor) 
 
Noutras palavras,podemos dizer que a prevenção primária consiste na forma mais eficaz de prevenir o 
cometimento de crimes, uma vez que ela age antes do seu nascedouro, operando-se uma planejada 
realização de políticas públicas. 
É sabido que países mais desenvolvidos, como Suécia, Suíça e Japão, possuem um viés de implementação 
de políticas públicas muito acentuado, em que o Estado é responsável em prover todas as necessidades 
 
 
13 13 LIMA JÚNIOR, José César Naves Manual de Criminologia. 5ª. Edição. Revista atualizada e 
ampliada. Salvador: Editora JusPodivm,2018. Pg. 104. 
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básicas (direitos sociais) dos seus cidadãos. Não havendo a falta de direitos elementares, o cidadão não se 
sente motivado a cometer crimes para ter saúde (hospital), educação (escola) e segurança pública 
(policiamento). Ele já tem isso só pelo fato de ser cidadão, sendo tal fator suficiente para ter-se o mínimo 
existencial. Em que pese essa seja a melhor forma de prevenir-se o crime, é a mais morosa de ser 
implementada, pois a construção de um hospital, de escolas ou equipar adequadamente a polícia, tudo 
isso é difícil e esbarra em inúmeros fatores burocráticos. Ademais, para fins puramente eleitoreiros, a 
prevenção primária é ruim, posto que a sociedade já está cansada de falsas promessas de construção de 
escolas, hospitais e mais segurança pública. Essa promessa estéril de construir uma sociedade com base 
sólida na educação, com atendimento médico de primeiro mundo e proteção policial em cada esquina já se 
tornou desanimadora e está cada vez mais desacreditada. Daí nem mesmo nesse ponto com justificativa 
eleitoral está valendo a prevenção primária. Todavia, é bom que se registre que ela é a forma mais eficaz 
de impedir-se o surgimento do crime, uma vez que a sua atuação é feita na origem de tudo14. 
 
O tema em provas 
(CESPE/PCPE Delegado de Polícia Civil – 2016) A Criminologia reconhece que não basta reprimir 
o crime, deve-se atuar de forma imperiosa na prevenção dos fatores criminais. Considerando 
essa informação, assinale a opção correta acerca de prevenção de infração penal. 
a. Para a moderna criminologia, a alteração do cenário do crime não previne o delito: a falta 
das estruturas físicas sociais não obstaculiza a execução do plano criminal do delinquente. 
b. A prevenção terciária do crime implica na implementação efetiva de medidas que evitam o 
delito, com a instalação, por exemplo, de programas de policiamento ostensivo em locais de 
maior concentração de criminalidade. 
c. No estado democrático de direito, a prevenção secundária do delito atua diretamente na 
sociedade, de maneira difusa, a fim de implementar a qualidade dos direitos sociais, que são 
considerados pela criminologia fatores de desenvolvimento sadio da sociedade que mitiga a 
criminalidade. 
d. Trabalho, saúde, lazer, educação, saneamento básico e iluminação pública, quando 
oferecidos à sociedade de maneira satisfatória, são considerados forma de prevenção primária 
do delito, capaz de abrandar os fenômenos criminais. 
 
 
14 GONZAGA, Christiano. Manual de Criminologia. 1ª. Edição. 2018. São Paulo: Editora Saraiva. 
2018. p. 121. 
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e. A doutrina da criminologia moderna reconhece a eficiência da prevenção primária do delito, 
uma vez que ela atua diretamente na pessoa do recluso, buscando evitar a reincidência penal e 
promover meios de ressocialização do apenado. 
 
Gabarito: D 
 
(VUNESP/ PCSP Fotógrafo Técnico Pericial) A prevenção criminal 
_______________________destina-se a atuar na educação, emprego, moradia e segurança, 
onde o Estado deve garantir o exercício dos direitos sociais a todos. Assinale a alternativa que 
preencha corretamente a lacuna. 
a. Secundária 
b. Terciária 
c. Primária 
d. Quaternária 
e. Especial 
 
Gabarito: C 
 
 
B – Prevenção Secundária 
 
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José Naves vai nos dizer que, segundo o magistério de Sumariva, a prevenção secundária 
atua em momento posterior ao crime ou na sua iminência. Desta maneira, conduz sua atenção para o 
momento e local em que o fenômeno da criminalidade se revela, orientando-se pelos grupos que 
apresentam maior risco de sofrer ou praticar o delito, e complementa: 
Portanto, tem como foco os setores do corpo social que mais podem sofrer com a criminalidade, e não o 
indivíduo propriamente dito, estando relacionado com as ações policiais, programas de apoio, e controle das 
comunicações, dentre outros instrumentos seletivos de curto e médio prazo. Diante do clamor público e da 
onda crescente da criminalidade que assola o país a prevenção secundária é a mais presente nas ações de 
Estado, seja por meio do aumento de efetivo policial, reaparelhamento das polícias, políticas públicas dirigidas 
a grupos de risco ou vulneráveis, como os alcoólatras, usuários de drogas, vítimas de violência doméstica e 
familiar, homossexuais, e outras minorias. 
Note que a prevenção secundária é, naturalmente, mais falha que a primária. Isso porque, atua depois que 
o crime surgiu. Neste caso, o combate ao crime é feito no local onde ele surgiu, comumente nos locais mais 
pobres das periferias, em que comunidades são carentes de direitos sociais básicos, daí terem que apelar 
para a prática de delitos para ter saúde, por exemplo, medicamento para mãe que está doente. 
Pertinentemente, cumpre citar um trecho da Obra do Professor Christiano Gonzaga15, que expõe o 
seguinte: 
 
Nesse tipo de prevenção, impera o fortalecimento da Polícia, uma vez que qualquer crime que 
ocorra deve ser por ela combatido, devendo isso dar-se nos chamados focos de criminalidade. 
Em virtude disso, é que se tem a criação de certas equipes especiais de policiamento, como 
aquelas destinadas a fazer rotas nas periferias, em locais onde o crime já surgiu e é ali 
demasiadamente praticado. Esse tipo de política de atuação amealha muito mais votos do que 
a prevenção primária, pois ela permite uma falsa sensação de segurança quando se tem 
policiamento nas ruas e nos focos de criminalidade. Não é com outra razão que muitos políticos 
são eleitos porque levantam a bandeira da segurança pública. Até mesmo aqueles que não 
possuem legitimidade constitucional (Artigo 22, I, CF: compete privativamente à União legislar 
 
 
15 GONZAGA, Christiano. Manual de Criminologia. 1ª. Edição. 2018. São Paulo: Editora Saraiva. 
2018. p. 122. 
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sobre: Direito Penal) para fazer leis penais, como Vereadores e Deputados Estaduais, são 
eleitos quando bradam aos quatro cantos que o compromisso primordial é com o combate ao 
crime e com a elaboração de leis penais mais duras. 
 
Ora, é sabido que para fazer leis penais é necessário estar no Congresso Nacional, seja como 
Deputado Federal, seja como Senador. Todavia, o povo não tem esse conhecimento da 
Constituição Federal para a competência legislativa, sendosuficiente para a eleição de certos 
políticos o discurso emocional e com bravatas. Apesar de ser a prevenção secundária a forma 
mais eficaz de eleger-se o político, ela demonstra que a sociedade perdeu a luta contra o crime, 
que nasceu nos grotões de pobreza exatamente pela falta de implementação de políticas 
públicas. Um bom exemplo de implementação da prevenção secundária nos focos de 
criminalidade é o que se fez na cidade do Rio de Janeiro, nos locais de alto índice de 
criminalidade, como na famosa comunidade carente chamada de “favela da Rocinha”. Nela foi 
implantada a Unidade de Polícia Pacificadora, ou simplesmente UPP, em que se instala uma 
unidade da Polícia Militar de forma permanente no coração da comunidade carente, como 
forma de inibir os criminosos a cometerem delitos, pois a presença estatal tem por fim impor 
esse freio aos criminosos. Ainda que a ideia seja boa, sabe-se que uma simples UPP no meio de 
um furacão da criminalidade é quase que remar contra a maré, pois é difícil colocar um policial 
com poucos recursos no meio de uma localidade dominada pelo tráfico com armas de última 
geração. Todavia, a chamada UPP não deixa de ser um exemplo de prevenção secundária. 
Desta forma, só podemos concluir que face ao crescimento do índice da criminalidade e do clamor público 
fomentado pela mídia a prevenção secundária é, sem dúvidas, a mais presente nas ações do Estado, 
vislumbrando nos investimentos para incremento quantitativo e qualitativo das polícias, bem como na 
adoção de políticas públicas dirigidas a grupos de risco ou vulneráveis. 
 
O tema em provas 
(CESPE/ DPF Delegado Federal – 2013) No que se refere à prevenção da infração penal, julgue 
o próximo item. 
Ações como controle dos meios de comunicação e ordenação urbana, orientadas a 
determinados grupos ou subgrupos sociais, estão inseridas no âmbito da chamada prevenção 
secundária do delito. 
 
Gabarito: Certo 
 
 
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C – Prevenção Terciária 
A prevenção terciária atua após o delito e tem como destinatária a população 
carcerária, assumindo caráter ressocializador com o escopo de evitar a reiteração criminosa16. 
Aqui, semelhança há com a prevenção secundária, já que, está prevenção também é operacionalizada pela 
Política Criminal e o Direito Penal. 
No conceito trazido por José Naves, temos que: 
Incide sobre os detentos através de programas destinados a prevenir a reincidência. Sua realização se dá por 
meio de medidas alternativas, como serviços comunitários, e liberdade assistida. Atua após a prática do crime 
revelando caráter punitivo e ressocializante, cuja finalidade é evitar a reiteração do comportamento delituoso 
(reincidência). Sumariva afirma que a prevenção terciária é insuficiente e parcial por não agir sobre as causas 
do delito. Tendo como destinatário a população carcerária, com raras exceções, tem-se revelado na prática 
muito ineficiente. Calhau atribuiu ao conjunto informal de regras existentes no universo prisional, seja da 
administração penitenciária que, como demonstrado, atua tardiamente. Regras orais, não escritas, injustas, 
desproporcionais e punitivas criam um ambiente de angústia e sofrimento permanente para os detentos que 
aos poucos vão sendo despersonalizados, e acabam perdendo a humanidade, transformando-se em objeto. 
Note que a prevenção terciária é a forma mais falha de que se tem notícia. Ora, é que o criminoso é o alvo 
a ser mirado. 
Após ter dado errada a implementação de políticas públicas, bem como não ter sido possível combater os 
focos de criminalidade, agora a única saída que se tem é a atuação em cima do criminoso. Com base nisso, 
o Estado busca as melhores formas de impedir que ele volte a delinquir, seja por meio de sua neutralização 
numa penitenciária, seja por métodos mais eficazes de ressocialização, como a já aplicada remição pelo 
estudo. Em que pese seja uma forma de prevenir o crime, não é a mais adequada, sendo também a mais 
falha e menos útil com fins eleitorais, uma vez que o condenado não tem mais os seus direitos políticos 
enquanto estiver cumprindo pena, daí não ser útil para qualquer fim político. Todavia, de forma a tornar a 
sociedade mais segura, pois esse condenado irá sair algum dia, a melhor forma é pensar em algo que faça 
com que ele se torne um cidadão mais evoluído quando tiver que ser reinserido socialmente. Por ser uma 
 
 
16 De OLIVEIRA, Natacha Alves. Criminologia. 1ª. Edição, 2ª. Tir. Out./2018. Salvador: Editora 
JusPodivm,2018. Pg. 158. 
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prevenção que demonstra a falência do combate ao crime, ela tem poucas análises doutrinárias mais 
relevantes17. 
 
O tema em provas 
(CESPE/PCGO Delegado de Polícia Civil Substituto – 2017) Considerando que, para a 
criminologia, o delito é um grave problema social, que deve ser enfrentado por meio de 
medidas preventivas, assinale a opção correta acerca da prevenção do delito sob o aspecto 
criminológico. 
a. A transferência da administração das escolas públicas para organizações sociais sem fins 
lucrativos, com a finalidade de melhorar o ensino público do Estado, é uma das formas de 
prevenção terciária do delito. 
b. O aumento do desemprego no Brasil incrementa o risco das atividades delitivas, uma vez que 
o trabalho, como prevenção secundária do crime, é um elemento dissuasório, que opera no 
processo motivacional do infrator. 
c. A prevenção primária do delito é a menos eficaz no combate à criminalidade, uma vez que 
opera, etiologicamente, sobre pessoas determinadas por meio de medidas dissuasórias e a 
curto prazo, dispensando prestações sociais. 
d. Em caso de a Força Nacional de Segurança Pública apoiar e supervisionar as atividades 
policiais de investigação de determinado estado, devido ao grande número de homicídios não 
solucionados na capital do referido estado, essa iniciativa consistirá diretamente na prevenção 
terciária do delito. 
e. A prevenção terciária do crime consiste no conjunto de ações reabilitadoras e dissuasórias 
atuantes sobre o apenado encarcerado, na tentativa de se evitar a reincidência. 
 
Gabarito: E 
 
 
 
17 GONZAGA, Christiano. Manual de Criminologia. 1ª. Edição. 2018. São Paulo: Editora Saraiva. 
2018. p. 122. 
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(VUNESP/PCSP Atendente de Necrotério Policial – 2014) A prevenção terciária consiste em: 
a. Programas destinados a crianças e adolescentes de resistência ao consumo de drogas. 
b. Atuação por meio de ações policiais sobre os grupos que apresentam maior risco de sofrer 
ou praticar mais delitos. 
c. Atuação, por meio de punição exemplar do delinquente em público, como meio de 
intimidação aos demais criminosos. 
d. Programas destinados a prevenir a reincidência, todo por público-alvo o preso e o egresso 
do sistema prisional. 
e. Programas destinados a criar pressupostos aptos a neutralizar e inibir as causas da 
criminalidade. 
 
Gabarito: D 
 
2.4.2 – Dimensão Política 
A dimensão política é sintetizada a partir de 03 (três) modelos, conforme propõe a doutrina majoritária. 
Neste caso, embora já tenhamos falado, não é demais lembrá-los que temos a seguinte divisão: 
 
 
DimensãoPolítica 
Modelo tradicional Modelo liberal Modelo radical 
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A – Modelo Tradicional 
A prevenção deve se voltar à dissuasão geral e especial, sob o efeito intimidatório da pena de prisão, 
devendo-se adotar, para aumentar a efetividade desta, estratégias situacionais de vigilância e 
incapacitação18. 
 
B – Modelo liberal 
A prevenção deve se voltar tanto ao âmbito individual quanto ao âmbito social, haja vista considerar o 
crime um problema social, devendo-se adotar estratégias de tratamento individual ou intervenção familiar 
comunitária19. 
 
C – Modelo Radical 
A prevenção deve visar a redução das igualdades sociais, uma vez que o crime é considerado uma 
construção histórica e social, produto dos grupos detentores de poder, refletindo, assim, as desigualdades 
inerentes às estruturas sociais vigentes20. 
 
2.4.3 – Dimensão Pluridimensional 
A dimensão pluridimensional é seccionada pela doutrina em 04 categorias, vale lembrar: 
 
 
 
 
18 De OLIVEIRA, Natacha Alves. Criminologia. 1ª. Edição, 2ª. Tir. Out./2018. Salvador: Editora 
JusPodivm,2018. Pg. 160. 
19 De OLIVEIRA, Natacha Alves. Criminologia. 1ª. Edição, 2ª. Tir. Out./2018. Salvador: Editora 
JusPodivm,2018. Pg. 160. 
20 De OLIVEIRA, Natacha Alves. Criminologia. 1ª. Edição, 2ª. Tir. Out./2018. Salvador: Editora 
JusPodivm,2018. Pg. 160. 
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Vamos a elas. 
A – Prevenção por meio do sistema de justiça penal 
A prevenção se exerce sob ameaça de um castigo, leia-se, pelo efeito intimidatório da pena, valendo-se 
das estratégias de dissuasão (fazer com que o criminoso reconheça que o crime é um mal com 
consequências graves), incapacitação ou inocuização (retirar o criminoso de circulação mediante sua 
segregação ao cárcere) e reabilitação (adequar o preso ao convívio social.)21 
 
B – Prevenção situacional do delito 
Inspirada nas teorias criminológicas da eleição racional e das atividades cotidianas é exercida pela 
redução das oportunidades que influenciam na concretização da vontade delitiva, mediante a modificação 
 
 
21 De OLIVEIRA, Natacha Alves. Criminologia. 1ª. Edição, 2ª. Tir. Out./2018. Salvador: Editora 
JusPodivm,2018. Pg. 161. 
Classificação de 
Medina 
Dimensão 
Pluridimensional 
Prevenção por 
meio do sistema 
de justiça penal 
Prevenção 
situacional do 
delito 
Recompensa 
Sentimento de Culpa 
do infrator 
Prevenção 
comunitária 
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do cenário do crime, incrementando os riscos, dificuldades ou custos e reduzindo as expectativas e lucros 
associados a práticas delitivas22. 
A exemplo, citamos a instalação de ofendículos e a contratação de vigilantes. 
São modalidades de prevenção situacional do delito: prevenção situacional da recompensa e prevenção 
situacional do sentimento de culpa do ofendido. 
 
i. Prevenção situacional da recompensa: Visa reduzir as recompensas ou ganhos 
decorrentes das condutas criminosas, minimizando os estímulos sua prática. Ex. 
Substituição do dinheiro em moeda por cartão magnético. 
ii. Prevenção situacional do sentimento de culpa do ofendido: Dar-se-á pela adoção de 
medidas, como campanhas educativas, que reforcem a condenação moral da conduta 
desviante e influenciam positivamente o comportamento do indivíduo, em 
conformidade com as regras e normas de conduta, visando um comportamento pró-
social. Ex. Proibição da embriaguez ao volante e campanhas educativas “se dirigir não 
beba”. 
 
O tema em provas 
(VUNESP / PCSP Fotógrafo Técnico Pericial – 2014) A modalidade preventiva que cuida da 
diminuição das oportunidades que influenciam na vontade delitiva, dificultando a prática do 
crime, é chamada de prevenção: 
a. Geral 
b. Qualitativa 
 
 
22 De OLIVEIRA, Natacha Alves. Criminologia. 1ª. Edição, 2ª. Tir. Out./2018. Salvador: Editora 
JusPodivm,2018. Pg. 161. 
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c. Especial 
d. Quantitativa 
e. Situacional 
 
Gabarito: E 
 
C – Prevenção comunitária 
A prevenção visa ao enfretamento de comportamentos antissociais da sociedade, exercendo-se por meio 
da adoção de programas com estratégias orientadas a alterar as condições sociais e instituições sociais (ex. 
Família, clubes, organizações etc.) que neles repercutem, vinculando-se às explicações da sociologia 
urbana23. 
 
D – Prevenção evolutiva ou de desenvolvimento 
Essa prevenção procura elidir o desenvolvimento do comportamento criminoso individual, mediante a 
redução dos fatores de risco e ampliação dos fatores de proteção revelados a partir de estudos de 
desenvolvimento humano24. 
 
 
 
 
23 De OLIVEIRA, Natacha Alves. Criminologia. 1ª. Edição, 2ª. Tir. Out./2018. Salvador: Editora 
JusPodivm,2018. Pg. 162. 
24 De OLIVEIRA, Natacha Alves. Criminologia. 1ª. Edição, 2ª. Tir. Out./2018. Salvador: Editora 
JusPodivm,2018. Pg. 162. 
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2.5 – OS FATORES SOCIAIS COMO INFLUENCIADORES 
CRIMINOLÓGICOS 
Guerreiros, 
Os fatores sociais são, sem dúvidas, fortes influenciadores criminológicos. 
Também chamados pela doutrina de fatores sociais criminógenos, o desemprego, a miséria, a falta de 
assistência social, desigualdade, corrupção política, outros empecilhos, são elementos que estimulam a 
criminalidade, enquanto a justiça social, garantia do trabalho, educação, saúde, democracia, igualdade de 
oportunidades e outros direitos sociais consubstanciam, sem dúvida alguma, meios recalcitrantes da 
criminalidade25. 
É com base nesse estudo, que programas prevencionistas são elaborados. Veremos a partir de agora, numa 
abordagem de cunho sociológico, estes importantes fatores sociais que influenciaram a criminalidade. 
 
2.5.1 – Pobreza E Miséria 
A pobreza e a miséria, considerada uma forma extrema de pobreza, em que há 
ausência de condições mínimas para a sobrevivência, por vezes, ensejam um sentimento de exclusão e 
revolta social, fazendo com que, pessoas comuns, passem a integrar o mundo do crime, seja de forma 
esporádica, seja adotando-o como forma de subsídio para uma dignidade mínima. 
Embora, a pobreza, nas estatísticas criminais, demonstre que a maioria dos autores de crimes, 
principalmente aqueles relacionados a patrimônio, são de situação econômica pobre, é obvio que ela não é 
pode ser considerada fator condicionante único da criminalidade. No Brasil, tal percepção pode se dar 
através da grande monta de cometimento de crimes de colarinho branco, que ultimamente tem assolado 
nosso país. 
 
 
25 LIMA JÚNIOR, José César Naves Manual de Criminologia. 5ª. Edição. Revista

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