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NÃO PODE FALTAR CONCEITO, ORIGEM E EVOLUÇÃO DO CONFLITO Eder Gonçalves de Almeida Imprimir CONVITE AO ESTUDO Olá, prezado estudante! Você está de parabéns, pois está chegando ao �nal desta bela jornada que construiu ao longo do curso de Comportamento Organizacional e Negociação. Agora, neste último passo, você trabalhará e compreenderá os con�itos nas negociações, assim como possíveis maneiras de geri-los, tendo em vista a importância desse tema para as organizações do século XXI, que atuam sob forte pressão pelo êxito contínuo e pela obtenção de resultados, ou seja, de lucros cada vez maiores. Fonte: Shutterstock. Deseja ouvir este material? Áudio disponível no material digital. 0 V e r a n o ta çõ e s Caberá a você, aluno, �nalizar esta unidade e, com isso, garantir uma das competências mais desejadas e requisitadas pelos gestores de pessoas dos mais variados tipos de empresas: o domínio dos conceitos do ambiente da negociação e da gestão dos con�itos. Além disso, ao assimilar o conteúdo que será apresentado, você estará apto a elaborar estratégias para melhorar o clima do ambiente organizacional e mitigar os con�itos disfuncionais. Gerenciar adequadamente os con�itos é absolutamente fundamental para a busca da inovação – um pilar na construção de diferencial de mercado e vantagem competitiva. Mas o que é con�ito? Esse fator é bené�co ou um elemento destrutivo nas empresas? Qual o papel da liderança nas empresas? Implantar uma administração participativa é importante e traz resultados? Os con�itos precisam ser administrados nas organizações? Para obter essas respostas, será fundamental que você se esforce para trilhar o caminho das três seções que compõem esta unidade. Na primeira seção, você compreenderá o conceito de con�ito e suas diferentes perspectivas e formas de ser trabalhado pelas empresas. Se outrora os con�itos eram evitados a todo custo, repelidos e suprimidos pelos gestores, agora são incentivados, insu�ados e passaram a ser fundamentais para que as equipes inovem e aumentem a sua e�ciência e e�cácia. Por isso, caberá ao gestor encontrar as ferramentas adequadas para gerir corretamente os con�itos que surgirão, bem como desenvolver a capacidade e a criatividade para usá-los de modo construtivo. O tema da segunda seção será: compreender e administrar corretamente o ambiente organizacional no que tange ao processo de negociação e con�ito. Nessa etapa, você trabalhará o conceito de organizações. Além disso, analisará os vários tipos de liderança e os processos de administração participativa, o que é fundamental ao pro�ssional da área de gestão, visto que esses elementos são muito valorizados no mercado de trabalho. 0 V e r a n o ta çõ e s Por �m, na última seção, o foco estará direcionado às diversas táticas aplicadas e ao papel do gestor no processo de negociação e con�itos. Nesse momento, você não apenas conhecerá os estilos de administração de con�itos e as consequências da sua execução, mas também entenderá o uso das táticas coercitivas e persuasivas no processo de administração de con�itos. Chamo a atenção, neste momento, para o papel e a importância do diálogo como competência na gestão de con�itos, a�nal sem diálogos não há o que se pensar em negociação, por isso a sua importância para gestores. Agora é com você, meu caro aluno. Animado para o início desta última etapa? Espero que ao �nal você obtenha êxito em seus objetivos e esteja mais quali�cado na perspectiva de se tornar um pro�ssional cada vez mais completo para vencer os inúmeros desa�os que o mercado e o cotidiano organizacional apresentam. Bons estudos e boa sorte! PRATICAR PARA APRENDER Os consumidores do século XXI se mostram muito bem informados e organizados de diversas formas, principalmente por meio da internet e grupos em redes sociais. Com isso, estão cada vez mais exigentes quanto à qualidade de produtos, utilizam mecanismos bem e�cazes para comparar e buscar novidades, além de pressionar as empresas a melhorarem o nível de valor dos serviços prestados. Esse é o típico cenário do ambiente de mercado na era da informação. Mas como conciliar as exigências crescentes dos consumidores com as expectativas de retornos e lucros das empresas? Como melhorar o nível de serviço e produto oferecido no mercado sem aumentar os preços e repassar os custos para os clientes? Quais os meios e ferramentas adequados para gerir corretamente esses con�itos de interesses de consumidores e empresas, gerando resultados positivos para ambas as partes? Essas são perguntas complexas e que passaremos a estudar a partir de agora. Vamos começar? 0 V e r a n o ta çõ e s Uma determinada creche e escola infantil, fundada há mais de três décadas e situada em um bairro de classe média alta em São Paulo, tinha uma excelente reputação no mercado, corpo docente e equipe de trabalho muito quali�cada e currículo pedagógico muito elogiado. No entanto, era início de ano e o número de novos alunos e rematrículas estava caindo. Após uma análise das informações dadas pelos pais no momento do cancelamento das matrículas, bem como das principais reclamações e pesquisas de satisfação, um fator havia sido detectado como crucial para essa situação: a alimentação oferecida aos alunos era um aspecto da escola considerado negativo por aproximadamente 60% dos entrevistados. Era esse o panorama quando a nova gestora Karen estava assumindo a instituição. Além de ser uma pro�ssional renomada e com grande experiência em gestão escolar, Karen tinha motivos especiais para reverter esse quadro e voltar a fazer a escola crescer: tinha sido aluna da instituição e sua �lha estudava atualmente na instituição. Por isso, ela conhecia parcialmente o cenário, compreendia e concordava com algumas das críticas dos pais. Entretanto, do ponto de vista econômico-�nanceiro, não era um momento adequado para aumento de custos, ainda mais com a diminuição das receitas. O ponto fundamental é que a diretora sabia exatamente qual era o desejo dos pais, pois participava da comissão de pais e alunos até o ano anterior à sua posse na gestão da escola. A comissão já havia manifestado, inclusive por escrito, a solicitação para que a alimentação dos alunos fosse modi�cada e melhorada por meio do aumento considerável da quantidade de alimentos orgânicos no cardápio, porém não aceitava um reajuste na mensalidade, pois o valor já era considerado elevado para os padrões de mercado e dos serviços prestados naquele momento. Já os proprietários da escola estavam irredutíveis em assumir novos custos sem repassá-los nas mensalidades. 0 V e r a n o ta çõ e s O impasse estava instaurado! Karen, na condição de gestora da escola, precisava gerir a situação e negociar corretamente para acabar com o con�ito visando aumentar o número de novos alunos e rematrículas, mas ainda tinha algumas dúvidas: Qual era o tipo de con�ito que estava enfrentando? Qual ou quais as melhores ferramentas para gerir esse con�ito? Como esse con�ito poderia ser usado de modo construtivo por ambas as partes (escola e pais)? Realmente a gestora escolar precisa de ajuda. Portanto, convido você a iniciar seus estudos sobre os con�itos, suas ferramentas de gestão e uso construtivo, compreender a sua importância para, então, retomarmos essa situação-problema a �m de solucioná-la. Bom estudo! CONCEITO-CHAVE O planejamento adequado da negociação se tornou uma competência muito desejada nas empresas. Como sabemos, esse planejamento é crucial e diferencia os melhores negociadores, já que a preparação e a de�nição de metas aumentam consideravelmente as chances de êxito quanto aos objetivos pretendidos nas negociações. Para isso, é impreterível que o gestor tenha clareza sobre todos os termos em discussão e os aspectos do con�ito que ele pretende resolver. Mas, a�nal, o que exatamente nós podemos de�nir como um con�ito e quais as suas causas? É sempre um fator negativo nas organizações?É possível de ser gerenciado? Se sim, quais as melhores ferramentas para isso? Essas são perguntas pertinentes para iniciar essa jornada em busca de respostas. Inicialmente, vamos compreender alguns conceitos diferentes. Um con�ito é o resultado de dois ou mais relacionamentos independentes que possuam interesses, necessidades e percepções com grandes divergências. Em um con�ito pode haver características, culturas e vivências diferentes entre as partes, 0 V e r a n o ta çõ e s resultando em equívocos de interpretações e intenções dos agentes implicados na questão, uma vez que estes têm em suas mentes metas e objetivos que podem ser iguais ou absolutamente distintos (LEWICKI; SAUNDERS; BARRY, 2014). Assim, sendo o con�ito fruto de posições e interesses divergentes em uma disputa, é comum compreendermos o con�ito como algo ruim ou responsável por gerar situações desagradáveis no dia a dia. Para Hampton (apud MARTINELLI; ALMEIDA; BANDOS, 2020), o con�ito comumente nos remete a uma visão negativa na qual há desarmonia e discussões, pressupondo que não haja uma possível solução adequada e que uma das partes sempre �cará insatisfeita, sentindo-se frustrada por não ter sido atendida quanto aos seus interesses. Entretanto, como veremos adiante, o con�ito não deve ser analisado apenas pelo lado negativo, pois pode representar um fator extremamente positivo que culmina no crescimento pessoal dos envolvidos e fomenta a inovação nas organizações. REFLITA A grande paridade de fatores como preço, produto e custos, entre outros, provoca uma acirrada competição entre as empresas pelo market share. Do ponto de vista intraorganizacional, essa competição intensa resulta na exigência de metas e objetivos cada vez mais agressivos e ambiciosos. Essa conjunção de fatores fomenta o surgimento de con�itos nas organizações? Logo, o fato primordial nos con�itos é que eles nascem das diferenças, isto é, as divergências representam a condição básica para o seu surgimento. As partes envolvidas em discordâncias não comungam parcial ou totalmente das mesmas visões e opiniões quanto a ideias ou metas que pretendem alcançar ao �nal do percurso. Assim, durante as várias interações que realizam, serão cada vez mais perceptíveis as incompatibilidades e antagonismos nas aspirações das pessoas e grupos, tornando difíceis ou inalcançáveis os objetivos prioritariamente almejados por esses integrantes. 0 V e r a n o ta çõ e s Então, é preciso entender os pressupostos básicos relacionados aos con�itos, sendo necessário saber que não adianta tentar extingui-los, pois eles sempre vão existir! A�nal, são várias as possibilidades de suas causas, características e fatores envolvidos. Os con�itos são peculiares e intrínsecos aos humanos e estão presentes em todos os círculos sociais existentes. Por mais que haja a�nidade e percepções de mundo parecidas, até em con�itos internos os homens lidam com suas crises e insatisfações, o que pode ser positivo quando bem trabalhado, pois promove crescimento e evolução. Já pelo prisma coletivo, os con�itos são manifestações previsíveis e têm origem nas diferentes necessidades e desejos dos integrantes dos vários grupos existentes. Desse modo, constatamos que as organizações se tornaram mais complexas e diversas durante a evolução da sociedade, e essa diversidade passou a ser um elemento impreterível nas organizações do século XXI. Em contrapartida, esse é um fator que potencializa o surgimento e desenvolvimento constante de con�itos, os quais, para Burbridge e Burbridge (2012), devem ser corretamente geridos, pois podem ou não ser positivos, assim como produtivos ou destrutivos: Con�itos funcionais ou produtivos: são aqueles que provocam mudanças, criando valor, evolução, progresso, inovação, crescimento organizacional, gerando lucros, etc. Con�itos disfuncionais ou contraprodutivos: normalmente insigni�cantes, destroem valor, impedem a colaboração, geram perda de tempo e provocam prejuízos signi�cativos. Portanto, veri�camos que a percepção dos gestores sobre esse tema mudou com o passar dos anos e com a evolução natural das empresas, o que é extraordinariamente importante e bené�co. Se outrora os con�itos eram suprimidos, evitados e até mesmo punidos, atualmente procura-se fazer a justa diferenciação dos tipos e causas dos con�itos, sendo que há gestores e líderes que 0 V e r a n o ta çõ e s inclusive gostam, fomentam e procuram trabalhar esse fator, insu�ando a concorrência entre seus subordinados por meio dos chamados con�itos construtivos. Já quanto à sua gravidade, Chiavenato (2014) explica que os con�itos podem ser classi�cados de três formas: a) o con�ito percebido, o qual ocorre quando as partes constatam que possuem objetivos diferentes; b) o con�ito experienciado, que acontece de modo velado, não muito claro, provocando sentimentos hostis, como raiva, ódio, medo e descrédito entre uma parte e outra; c) e, por �m, o con�ito manifestado, também chamado de aberto, que se dá por comportamentos claros e evidentes de interferência ativa ou passiva pelos entes con�itantes sem qualquer dissimulação. A �gura a seguir mostra que as ações e fatos con�ituosos entre os envolvidos se dão por um processo dinâmico e interativo de in�uenciação mútua, baseando-se em condições que já existiam. Assim, uma das partes percebe a situação potencial de con�ito e passa desenvolver sentimentos e comportamentos contenciosos, aos quais a outra parte estimulada reagirá positiva ou negativamente, apresentando reações de ataque e defesa, prosseguindo, intensi�cando ou buscando meios para dissolução e resolução do con�ito. Figura 4.1 | Processo de con�ito 0 V e r a n o ta çõ e s Fonte: Chiavenato (2014, p. 393). Portanto, de acordo com Vasconcelos (2020), partindo da lógica de que o con�ito não é algo apenas negativo, sendo inerente à condição humana e organizacional, não podemos demonizar os con�itos ou �ngir que eles não existem. “Quando compreendemos a inevitabilidade do con�ito, somos capazes de desenvolver soluções autocompositivas.” (VASCONCELOS, 2020, p. 1). Ou seja, recomenda-se a aplicação de métodos em que as pessoas ou partes envolvidas busquem resolver as suas questões e diferenças explicitadas nos con�itos por conta própria, independentemente da ajuda de terceiros. FERRAMENTAS E GESTÃO DE CONFLITOS Sendo os con�itos tão diferentes entre si e percebidos de modo díspar pelos envolvidos, não é à toa que as habilidades para administrá-los se tornaram tão importantes no ambiente empresarial. Podemos até a�rmar que essa capacidade 0 V e r a n o ta çõ e s de gerir passou a ser uma competência individual muito desejada em colaboradores, especialmente nas lideranças, pois lidam cotidianamente com tais situações. A�nal, gerir as reações e os sentimentos das diversas partes durante ou após a resolução de um con�ito em que, na maioria das vezes, nem todos os interesses serão contemplados é de extrema importância para a manutenção da motivação e do foco direcionado aos objetivos em todos os membros de uma equipe. Sendo os con�itos inerentes ao cotidiano organizacional, o gestor deverá saber desativá-los a tempo de evitar a sua eclosão e consequências mais graves, pois, nesse ponto, que vai além de um embate aberto de ideias e defesa de posições antagônicas, o que se vê é uma forte guerra de egos e disputas de poder para ver quem se sobressai, independentemente das melhores perspectivas e anseios da empresa. Para Chiavenato (2014), por meios de três abordagens diferentes é possível administrar e gerir os con�itos, como mostra o quadro a seguir: Quadro 4.1 | As três abordagens de gestão de con�itos ABORDAGENS ESTRUTURAIS ABORDAGENS DE PROCESSO ABORDAGENS MISTAS 0 V e r a n o ta çõ e s ABORDAGENS ESTRUTURAIS ABORDAGENS DE PROCESSO ABORDAGENS MISTAS Descrição: o con�ito surge das percepções criadas pelas condições de diferenciação, recursos limitados eescassos e interdependência. Se esses elementos puderem ser modi�cados, as percepções e o con�ito resultante poderão ser controlados. Descrição: procuram reduzir con�itos pela modi�cação do processo, isto é, por uma intervenção no episódio do con�ito. Podem ser utilizadas por uma das partes em con�ito, por pessoas de fora ou por uma terceira parte (como um consultor, um gestor neutro ou um diretor da organização). Descrição: representam a administração do con�ito tanto nos aspectos estruturais quanto nos de processo e incluem intervenções sobre a situação estrutural e sobre o episódio con�itivo. Ferramentas Objetivos comuns Sistemas de recompensas grupais Reagrupamento Separação Rotação Ferramentas Desativação Confrontação direta Colaboração Ferramentas Regras e regulamentos Grupos e equipes de trabalho Papéis de ligação Papéis integradores Fonte: adaptado de Chiavenato (2014, p. 391-392). Portanto, abordar os con�itos de modo adequado é muito importante para a construção de soluções satisfatórias e, por isso, o gerente precisa saber qual o momento ideal e como deve utilizar as ferramentas corretas para resolver os 0 V e r a n o ta çõ e s con�itos nas empresas em conformidade com a abordagem adotada. Sendo os con�itos absolutamente inevitáveis, cabe ao gestor encontrar meios para conter os danos dos embates que ultrapassam o limite do racional e dos interesses da empresa. Independentemente da ferramenta que será adotada pelo gestor para o gerenciamento do con�ito, existe um fator que é indispensável para o seu sucesso diante desse objetivo, evitando a extrapolação dos ânimos e consequências que não possam ser revertidas: o diálogo. Com isso, no intuito de alcançar acordos vantajosos para todos os envolvidos em uma negociação, é essencial que as partes se aproximem, dialoguem e encontrem uma base comum de interesses. Para Matos (2014), sem diálogos não há o que se pensar em negociação, portanto é recomendável que todos os gestores desenvolvam essa característica para obter êxito em negociações complexas. PESQUISE MAIS A construção de diálogos produtivos acontece pelo respeito às diferenças, que é essencial na gestão dos con�itos. Assim, estudar sobre as características culturais de outros países e seus possíveis impactos na cultura de empresas, cada vez mais globais e multinacionais, pode ser muito e�caz. Leia, no livro indicado a seguir, disponível na Minha Biblioteca, sobre os per�s de negociadores de várias nações, pois, para Martinelli (2015), esse conhecimento é bem útil “quando se tem contato ou se vai tratar com pessoas desses países, seja em negociações, seja em outras atividades pro�ssionais ou sociais do dia a dia” (p. 62). MARTINELLI, D. P. Negociação empresarial: enfoque sistêmico e visão estratégica. 2. ed. Barueri, SP: Manole, 2015, p. 62-64. O desenvolvimento contínuo do hábito de dialogar gera habilidades que, somadas a uma série de conhecimentos e atitudes corretas por parte dos gestores, resultarão em competências que promoverão a conciliação com base no diálogo, 0 V e r a n o ta çõ e s que são instrumentos poderosos na gestão de con�itos organizacionais. Quando a empresa promove e estimula o diálogo entre as lideranças e funcionários, as demais partes também serão inspiradas a desenvolvê-lo na intenção de mitigar as diferenças, aprimorar as relações por meio da fala e escuta de todos, gerando relacionamentos mais sadios e duradouros. Além do diálogo, segundo Burbridge e Burbridge (2012), é muito importante que seja feito um diagnóstico preciso do tipo de con�ito, suas causas e características, compreendendo-o em sua totalidade para, então, de�nir qual ou quais as melhores ferramentas a serem adotadas em prol de uma gestão acurada e da proposição de soluções assertivas dos con�itos. A �gura a seguir traz algumas das principais ferramentas para uma gestão e�caz de con�itos: Figura 4.2 | Ferramentas de gestão de con�itos 0 V e r a n o ta çõ e s Fonte: adaptada de Burbridge e Burbridge (2012, p. 45). Poder: de todas as ferramentas, é a única natural, pois não é necessário treinamento para exercê-la, bastando apenas obtê-la de alguma forma. Obviamente, quanto maior o poder e/ou a hierarquia de uma das partes envolvidas em um con�ito, maior será a sua condição para persuadir, negociar ou impor uma solução às partes envolvidas. Negociação: processo em que pessoas ou grupos buscam entrar em acordo, tendo em vista seus interesses, que podem ser idênticos ou diferentes. Tornou- se um elemento fundamental para as empresas solucionarem seus con�itos, sendo planejada de modo minucioso. Litígio: geralmente é a última opção e recurso em soluções de con�itos. Assim, quando todas as outras ferramentas fracassam e as divergências entre as partes se mostram insolúveis, busca-se a demanda judicial para estabelecer uma solução de�nitiva. Trata-se de uma ferramenta cara e, quase sempre, bem demorada, por meio da qual nem sempre será possível alcançar o resultado esperado. EXEMPLIFICANDO Há situações em que de�nitivamente será melhor você não negociar, mas sim rea�rmar suas opiniões, convicções e valores, adotando, inclusive, a ferramenta litigiosa de solução de con�itos para alcançar seus propósitos e sair em vantagem, seja no presente ou em perspectivas futuras. Para Lewicki, Saunders e Barry (2014, p. 8), você não deve negociar quando: Não tem alternativas ou pode perder o que tem. As demandas não são éticas ou a outra parte age com má-fé. Está despreparado ou sem tempo, pois a espera pode melhorar a situação. 0 V e r a n o ta çõ e s Ouvidoria: costuma ser uma ferramenta bastante assertiva de con�itos e poderosa para a preservação da imagem organizacional. Trata-se de uma forma de contato praticamente direto com a alta direção da empresa. É muito comum que seja um órgão independente da estrutura organizacional e que tenha algum nível de autonomia para propor soluções. Equivocadamente, as pessoas costumam confundir a ouvidoria com o SAC ou 0800 da empresa. Coaching: quando as empresas estão enfrentando con�itos intragrupos ou passando por grandes mudanças, é comum o aumento das divergências. Por isso, muitas organizações têm adotado essa ferramenta, trabalhando de modo individual ou coletivo para diminuir as tensões, tornar as relações de trabalho mais saudáveis e promover o desenvolvimento pro�ssional dos seus quadros. Comitês: recurso colaborativo e assertivo por meio do qual pessoas de grupos internos ou externos, que podem representar organizações e setores diferentes, debatem os con�itos por várias perspectivas e buscam as melhores soluções da forma mais imparcial possível. Facilitação: é uma ferramenta de gestão de con�ito muito colaborativa em que, geralmente, o gestor ou líder da organização atua na intenção de facilitar os diálogos e negociações, organizando todos os fatores a �m de alcançar pontos em comum durante as reuniões, ajudando as partes na busca da melhor solução possível para os problemas e con�itos. Mediação empresarial: é adotada quando há alguma esperança de solução antes das medidas judiciais por ser mais rápida e menos onerosa. Um experiente pro�ssional em mediação e negociação é contratado e procura resolver o con�ito, “costurando” junto às partes um acordo possível. Pode haver implicações em caso do não cumprimento do acordo previamente sacramentado. Arbitragem: ferramenta mais célere e barata diante da opção judicial para resolução de con�itos que envolvam algum elemento patrimonial ou objeto que possa ser negociado. Assim, as partes de�nem um “árbitro”, um ente 0 V e r a n o ta çõ e s jurídico quali�cado e especializado para tal �nalidade, que arbitrará e decidirá de modo rápido pontos de vista divergentes e controvérsias em caso de um con�ito contratual. Ressalta-se que essa medida tem a mesma validade de um processo judicial. Conciliação: alternativa muito simplesna qual um terceiro devidamente quali�cado, neutro e imparcial busca encontrar, de modo ativo, uma solução para o con�ito entre as partes. Essa ferramenta é muito parecida com a mediação e a facilitação, porém, ao contrário das opções anteriores, o conciliador interfere diretamente, sugerindo e propondo soluções e acordos para as partes. Desse modo, seja qual for o tipo e a característica do con�ito, o uso de ferramentas de gestão é fundamental, pois traz as disputas a um nível em que seja possível obter êxito e construir soluções satisfatórias e�cazes. O grande desa�o do gestor está em saber escolher e aplicar, de modo adequado e inteligente, a ferramenta mais indicada para cada situação con�ituosa. A ORIGEM DOS CONFLITOS Agora que compreendemos os conceitos e as melhores ferramentas de gestão, é essencial que você também conheça claramente as origens dos con�itos no intuito de administrá-los da melhor forma, seja fomentando-os, no caso de con�itos produtivos, ou desarticulando-os, quando forem destrutivos. Aqui, meu caro aluno, cabe ressaltar que o rol de possibilidades no que tange à origem dos con�itos descrito pela literatura relacionada a esse tema é enorme. Portanto, destacaremos alguns dos principais fatores mencionados por autores expoentes no assunto. Em primeiro lugar, a origem dos con�itos pode ser analisada a partir da fonte do seu surgimento, que pode ser interna ou externa à organização. De acordo com Burbridge e Burbridge (2012), no âmbito interno, os con�itos estão relacionados a causas que podem surgir de pessoa para pessoa, de grupo para grupo ou de grupo para pessoas. Já do ponto de vista externo, os con�itos se dão entre empresas ou 0 V e r a n o ta çõ e s entre a empresa e algum grupo que não tenha participação na instituição em questão. Assim, para complementar, considerando uma perspectiva tanto interna quanto externa, o quadro a seguir nos ajudará a compreender a tipologia e os níveis em que os con�itos podem ocorrer: Quadro 4.2 | Níveis dos con�itos Nível do Con�ito Descrição INTRAPESSOAL Também chamado de intrapsíquico ou de con�ito interno, esse con�ito ocorre no indivíduo. A fonte dele está na disparidade de ideias, pensamentos, emoções, valores, predisposições ou motivações. INTERPESSOAL O segundo nível importante de con�ito ocorre entre indivíduos. O con�ito interpessoal acontece entre colegas de trabalho, familiares, amigos, estudantes, vizinhos, colaboradores, entre outros. INTRAGRUPO Principal con�ito organizacional, o terceiro nível de con�ito ocorre no interior de um grupo – entre integrantes de equipes, familiares, etc. Aqui, analisamos o modo como os con�itos afetam a capacidade do grupo em relação à̀ tomada de decisão, ao trabalho produtivo, à solução de diferenças e aos caminhos para a realização de metas com e�ciência. INTERGRUPO O último nível ocorre entre organizações, grupos étnicos, nações em guerra, famílias e grupos fragmentados ou divididos. Aqui, o con�ito é muito intrincado por conta do grande número de pessoas envolvidas e das inúmeras interações possíveis. Nesse nível, temos as negociações consideradas mais complexas. 0 V e r a n o ta çõ e s Fonte: adaptado de Lewicki, Saunders e Barry (2014, p. 20). Ainda quanto à análise da origem, de acordo com Robbins (2005), as três principais causas ou fontes dos con�itos em uma empresa são: a) as divergências e ruídos no processo de comunicação entre emissores e receptores; b) diferenças de cunho estrutural e mudanças hierárquicas, sejam elas verticais ou horizontais, já que algumas estruturas potencializam o con�ito; c) e posicionamentos pessoais diferentes e interesses distintos que podem partir desde a alta direção, cargos gerenciais e lideranças até chegar aos demais colaboradores com funções operacionais. ASSIMILE Segundo Chiavenato (2014, p. 390), Por �m, os con�itos organizacionais são causados principalmente por causa de mudanças que acontecem constantemente nas empresas, choques entre metas e objetivos departamentais, e pela forte limitação de recursos como tempo, espaço e dinheiro, levando a escolhas difíceis que, não em poucos os casos, são bem impopulares e incompreendidas pelos colaboradores (até mesmo pela falta de comunicação adequada). Ainda analisando a literatura, outros autores complementam a ideia anterior citando outros fatores de origem, como: destinação dos investimentos e recursos na empresa, diferenças de valores e diretrizes institucionais, mudanças na cultura organizacional, percepções diferentes sobre um mesmo assunto, etc. (BERG, 2012). O USO CONSTRUTIVO DOS CONFLITOS Existem nas organizações certas condições que tendem a gerar con�itos. São condições inerentes à natureza das organizações e tendem a criar percepções entre pessoas e grupos, as quais predispõem ao con�ito. Recebem o nome de condições antecedentes por constituírem as razões dos con�itos. Basicamente, existem quatro condições antecedentes dos con�itos: 1) ambiguidade de papel; 2) objetivos concorrentes; 3) recursos compartilhados; 4) e interdependência de atividades. “ 0 V e r a n o ta çõ e s Como já estudamos, os con�itos podem ser produtivos, desde que estimulem a competição e mudanças bené�cas, impulsionando a organização ao crescimento, vantagem competitiva, inovação e lucros. Logo, os con�itos podem construir oportunidades e fazer a diferença. Muitos gestores não apenas gostam, mas trabalham e estimulam os con�itos em suas equipes no cotidiano das organizações por meio do aumento de concorrência, estabelecimento de metas agressivas, potencialização da ambição nos colaboradores, entre outros estímulos que acentuam a competição e levam os colaboradores ao desenvolvimento contínuo. Em contrapartida, as recompensas às pessoas variam desde aquelas de cunho �nanceiro até as relacionadas a status e reconhecimento na organização, podendo, até mesmo, ser elemento determinante em políticas de promoções. Dessa forma, por meio de ações que geram a concorrência entre equipes ou seus membros, os con�itos podem ser usados de modo construtivo, criando uma cultura que trará excelentes resultados para todos, obviamente desde que sejam bem geridos. “Assim, cada vez mais, administrar con�itos destaca-se como um imperativo de saúde das organizações, de valorização e desenvolvimento humano, de qualidade de vida e prática democrática.” (SARFATI, 2010, p. 34). PESQUISE MAIS A leitura do artigo indicado a seguir pode ser de grande utilidade para compreender um tipo de situação que é muito comum: o con�ito entre gerações diferentes. O texto aborda as características das gerações X e Y, suas divergências e o papel do líder na gestão dos con�itos e na valorização das habilidades dos integrantes de sua equipe em prol dos objetivos organizacionais. GONÇALVES, L. R.; RODRIGUES, M. G. Um estudo sobre con�itos entre as gerações X e Y nas organizações contemporâneas. Ciência Atual, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 2-13, 2015). 0 V e r a n o ta çõ e s O fato é que características e sentimentos como inquietação, insatisfação com o status quo, curiosidade, discordâncias, competição, criatividade, concorrência, diversidade, entre outros, são elementos absolutamente imprescindíveis para que se crie e perpetue a inovação de modo sustentável nas organizações. Em síntese, é possível a�rmarmos que os con�itos não só fazem parte, mas são imprescindíveis no processo de inovação. Entretanto, quando a inovação não ocorre, temos que lidar com a frustração dos envolvidos e, consequentemente, com o aumento considerável de con�itos que precisarão ser bem administrados para evitar danos maiores à organização. Logo, mesmo que envolto nos muitos con�itos funcionais e positivos que possam existir, é muito importante que o gestor saiba gerir cada situação con�ituosa e construa soluções assertivas e colaborativas que vão ao encontro dos objetivos organizacionais. Nesse sentido, Chiavenato (2014) nos fala queas abordagens estruturais são mais fáceis para o trabalho com as equipes e exigem menos habilidades humanas que as abordagens de processo, citadas anteriormente. Por �m, para o autor, os principais resultados positivos e construtivos de um con�ito são: Despertar nos membros do grupo energia e sentimentos que estimulem o interesse em descobrir soluções criativas e inovadoras. Incentivar sentimentos de identidade e aumentar a coesão intragrupal. Criar meios para chamar a atenção dos problemas existentes, funcionando como mecanismo de correção para evitar problemas mais sérios. Desse modo, é importante que você continue aprimorando os seus estudos, compreendendo cada vez mais a relevância da gestão de con�itos, a �m de mudar a percepção do senso comum, que promove a aversão a essas situações de divergência. Assim será possível abrir espaço para que o con�ito seja um fator natural e que caminhe em conjunto com o diálogo, envolvimento, respeito às diferenças e estímulo à diversidade, fatores tão importantes para as organizações atuais. Ótimos estudos e até a próxima! 0 V e r a n o ta çõ e s FAÇA VALER A PENA Questão 1 De acordo com Burbridge e Burbridge (2012), é de grande importância que seja feito um diagnóstico e uma análise precisa do tipo de con�ito, suas causas e características, compreendendo-o em sua totalidade para, então, de�nir qual ou quais as melhores ferramentas a serem adotadas em prol de uma gestão acurada e da proposição de soluções assertivas para os con�itos organizacionais do dia a dia. Qual ferramenta de gestão de con�itos é adotada quando há alguma esperança de solução antes das medidas judiciais por ser mais rápida e menos onerosa? a. Arbitragem. b. Ouvidoria. c. Litígio. d. Comitês. e. Mediação. Questão 2 Os con�itos são característicos e intrínsecos dos seres humanos, tornando-se presentes em todos os círculos sociais existentes. Por mais que haja a�nidade e visões de mundo parecidas, o con�ito é próprio do homem que, até mesmo internamente, lida com suas crises e insatisfações, o que pode ser um aspecto positivo quando bem trabalhado, já que move o indivíduo ao crescimento e à evolução. Diante do contexto apresentado, analise as a�rmativas a seguir sobre os conceitos de con�itos: I. As organizações se tornaram mais complexas e diversas no decorrer da evolução da sociedade. É essa diversidade o fator catalizador para o surgimento constante de con�itos nas empresas. II Os con�itos eram suprimidos mas neste século são analisados quanto aos 0 V e r a n o ta çõ e s II. Os con�itos eram suprimidos, mas, neste século, são analisados quanto aos seus tipos, sendo que há gestores que gostam de trabalhá-los, insu�ando a competição entre colaboradores. III. Os con�itos organizacionais devem ser corretamente geridos, pois podem ou não representar aspectos positivos, produtivos e construtivos ou, ainda, contraprodutivos e destrutivos. IV. Os con�itos disfuncionais são aqueles que destroem valor, normalmente são insigni�cantes ou de pouca relevância, geram perda de tempo e, ainda, provocam prejuízos signi�cativos. V. Quanto à origem dos con�itos, é possível classi�cá-los de três formas diferentes: con�ito percebido; con�ito experienciado; e con�ito manifestado. Considerando o contexto apresentado, é correto o que se a�rma em: a. I, III e IV, apenas. b. II, IV e V, apenas. c. I, II, III e IV, apenas. d. II, III, IV e V apenas. e. I, II, III, IV e V. Questão 3 Os con�itos podem ser classi�cados como produtivos ou funcionais, desde que estimulem a competição e gerem mudanças bené�cas, impulsionando a organização ao crescimento e à obtenção de vantagem competitiva, inovação e lucros. Logo, os con�itos são necessários e podem favorecer ou construir oportunidades que farão a diferença na empresa. Dessa forma, analise as a�rmativas a seguir sobre o uso construtivo dos con�itos: I. Um dos principais resultados construtivos de um con�ito é se tornar um meio para chamar a atenção dos problemas existentes, a �m de promover correções e evitar problemas mais sérios. 0 V e r a n o ta çõ e s REFERÊNCIAS BERG, E. A. Administração de con�itos: abordagens práticas para o dia a dia. Curitiba: Juruá, 2012. BURBRIDGE, A.; BURBRIDGE, M. Gestão de con�itos: desa�os do mundo corporativo. São Paulo: Saraiva, 2012. CHIAVENATO, I. Gestão de pessoas: e o novo papel dos recursos humanos nas organizações. 4. ed. Barueri: Manole. 2014. GONÇALVES, L. R.; RODRIGUES, M. G. Um estudo sobre con�itos entre as gerações X e Y nas organizações contemporâneas. Ciência Atual, Rio de Janeiro, v. 6, n. 2, p. 2-13, 2015. Disponível em: https://bit.ly/2VNWkIf. Acesso em: 8 jan. 2021. II. Os con�itos são imprescindíveis no processo de inovação, entretanto, quando a inovação não ocorre, temos a frustração dos envolvidos e maior necessidade de administração de con�itos. III. A concorrência, o estabelecimento de metas agressivas e o desenvolvimento da ambição nos colaboradores podem ser estímulos capazes de explorar construtivamente os con�itos nas equipes. IV. Estimular sentimentos de identidade, aumentar a energia e coesão intragrupal e incentivar a elaboração de soluções criativas e inovadoras são alguns dos principais resultados positivos de um con�ito. Considerando o contexto apresentado, é correto o que se a�rma em: a. II e III, apenas. b. I e IV, apenas. c. I, III e IV, apenas. d. II, III e IV apenas. e. I, II, III e IV. 0 V e r a n o ta çõ e s http://www.cnad.edu.br/revista-ciencia-atual/index.php/cafsj/article/view/120/pdf LEWICKI, R. J.; SAUNDERS, D. M.; BARRY, B. Fundamentos de negociação. 5. ed. Porto Alegre: AMGH, 2014. Disponível em: https://bit.ly/3fY5Uzq. 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