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31/03/15 1 Técnicas de Higiene Brônquica Técnicas de Higiene Brônquica • Técnica fisioterapêu7cas de depuração das vias aéreas des7nadas a auxil iar na mobilização e remoção de secreções da àrvore brônquica. • Aplicadas em pacientes onde os mecanismos de limpeza mucociliar e tosse encontram-‐se em mal funcionamento ou na presença de grande quan7dade de secreção bronquial. Scanlan CL, Wilkins RL, Stoller JK. Fundamentos de Terapia Respiratória de Egan. São Paulo: Manoel, 2000, 7º ed. Costa RP. I Consenso de termos em fisioterapia respiratória. São Paulo, 2006. • Respiração especial • Aplicação de forças mecânicas externas no tórax • Dispositivos especiais. Propriedades das secreções das vias aéreas • Reologia – ciência que estuda a deformação e o deslocamento de materiais ante a aplicação de uma força externa. • Apresenta caracterís7ca de um material semi-‐sólido viscoelás7co. Quando uma força é aplicada, se comporta simultâneamente como líquido e como sólido. -‐ Como líquido o muco escoa (viscosidade) -‐ Como sólido o muco deforma (elas7cidade) Rubin BK. Mucus structure and proper7es in CF. Peadiatric Resp Rev 2007, 8:4-‐7. 31/03/15 2 Propriedades das secreções das vias aéreas • Tixotropismo-‐ Propriedade do muco de se fluidificar quando subme7do a uma agitação constante. Rubin BK. Mucus structure and proper7es in CF. Peadiatric Resp Rev 2007, 8:4-‐7. Condicionamento do Ar Inspirado na via aérea superior • Aquecimento • Umidificação • Filtração Por que a necessidade de umidificar ? • Mudanças estruturais no epitélio ciliar Bonassa. Atualização em Ventilação Pulmonar Mecânica; 1997 Umidificação e Aquecimento 31/03/15 3 Mecanismo de Defesa Físico “Clearance”muco-ciliar Sistema de depuração mecânica das vias aéreas (tapete mucoso pelo epitélio ciliado). • Camada Profunda (sol) - Extremamente fluida, na qual se desenvolve a atividade ciliar. • Camada Superficial (gel) - De maior viscosidade, atingida somente pela ponta dos cílios. Rubin BK. Mucus structure and proper7es in CF. Peadiatric Resp Rev 2007, 8:4-‐7. “Clearance”muco-ciliar Movimento do Muco Batimento Ciliar Camada Gel Camada Sol Cél. Ciliadas DOENÇA PULMONAR Conduzem os gazes respiratórios para dentro e para fora dos pulmões. • Cavidade nasal • Cavidade oral • Faringe • Laringe AÇÃO BÁSICA DAS TÉCNICAS PARA REMOÇÃO DE SECREÇÃO Descolamento Deslocamento Eliminação • Tixotropismo • Interface Gás-Líquido • Interface Gás-Líquido • Escoamento (gravidade) • Propulsão do muco pela compressão da via aérea • Interface Gás-Líquido • Sucção 31/03/15 4 Fisioterapia respiratória • Atua em doenças pulmonares hipersecre7vas. • Baseada na suposição de que é capaz de promover a clearence do muco da via aérea em função do aumento do mecanismo de transporte. • Hipótese: alteração na propriedade viscoelás7ca do muco propriciadas pela MHB. TÉCNICAS PARA REMOÇÃO DE SECREÇÃO • Tosse • Técnica de Expiração Forçada (TEF) • Drenagem Postural • Tapotagem ou Percussão • Vibrocompressão • Drenagem Autógena • ELTGOL • Oscilação Oral de Alta Freqüência (Flutter, Acapela, IPV) • Ciclo Ativo da Respiração • EPAP • PEP • Compressão Torácica de Alta Frequência • In-Exsufflator (Cough Assist) • Manobra PEEP-ZEEP • Bag Squeezing • Mobilização e Exercícios • Aspiração Traqueobrônquica Inaloterapia • Potente agente de hidratação e fluidificação das secreções pulmonares. Altera a solubilidade e o tamanho das pariculas do muco, facilitando o transporte muco-‐ciliar; • Inaloterapia + Fisioterapia = Melhora a limpeza brônquica • A ingestão de líquidos hidrata o organismo e ajuda a fluidificar as secreções. Rubin BK. Therapeu7c aerosols and airway secre7ons. J Aerosol Med. 1996 Spring;9(1):123-‐30. Pryor JA. Physiotherapy for air way clearance in adults. Eur Resp J 1999; 14:148-‐1424. Drenagem Postural • Escoamento das secreções brônquicas das regiões mais distais das vias aéreas, para regiões mais centrais, por efeito da gravidade. • Literatura: maior eficiência quando associada a outras manobras (ex.: inaloterapia) Galon A. Evalua7on of chest percussion in the treatment of pa7ent with copious sputum produc7on. Respiratory Med 1991;85: 45-‐51 Pos7aux G. Fisioterapia Respiratória Pediátrica. 2ªed. Porto Alegre: Artmed, 2004. 31/03/15 5 Drenagem Postural • Contra-‐indicações: Embolia pulmonar Edema pulmonar grave Pneumotórax extenso Hemop7se a7va PIC elevada Instabilidade Hemodinâmica. Percussão / Tapotagem/ Vibração • Interação cílios-‐muco: Efeito de ressonância ; es7mulação ciliar-‐ aumento dos ba7mentos; alteração da reologia do muco. • Interação ar-‐muco: F o r ç a d e c i s a l h a m e n t o (transferência de energia entre as moléculas de gás e as de líquido). Hilling L ,et al. Clinical prac7ce guideline-‐postural drainage therapy. Respatory Care 1991; 36: 1418-‐26. Pos7aux G. Fisioterapia Respiratória Pediátrica. 2ªed. Porto Alegre: Artmed, 2004. Pryor JA. Physiotherapy for air way clearance in adults. Eur Resp J 1999; 14:148-‐1424. Percussão/ Tapotagem/ Vibração • Literatura: Evidências clínicas inconclusivas; -‐ Coadjuvante nas obstruções de via aérea proximal e das secreções de dizcil mobilização. -‐ Não há relação entre tapotagem e BE, porém a tapotagem deve ser evitada na presença de apenas sibilos expiratórios durante a AP. • Pobre literatura sobre o uso destas técnicas manuais e da drenagem postural, em pacientes sob VM, sem fundamentação teórica. Argent AC, Morrow BM. What does chest physiotherapy do to sick infants and children? Intensive Care. Med 2004;30:1014-‐6. Branson RD. Secre7on management in mechanically ven7lated pa7ent. Resp Care.2007, vol.52,n10. PERCUSSÃO TORÁCICA Definição: – Consiste em percutir (promovendoondas mecânicas) com as mão em concha as regiões torácicas relacionadas com as áreas pulmonares em que haja secreção. Sendo executada durante todo o ciclo respiratório. 31/03/15 6 Tapotagem: • Contra-‐indicações: -‐ Osteoporose -‐ Fratura de costela -‐ Dor cicatriz -‐ Broncoespasmo -‐ Plaquetopenia -‐ Metástases ósseas Vibração • V i b r a ç ã o m a n u a l -‐ Contrações isométricas repe7das dos músculos dos MMSS. Movimentos rítmicos e rápidos. • Pode ser associada a pressão manual sobre o tórax durante a expiração no sen7do crânio-‐caudal ( aumen tando o fluxo expiratório) • Vibração instrumental Oscilação de alta frequência da caixa torácica.(HFCWO-‐High frequency chest wall oscilla7on) -‐ Veste inflável que proporciona pulsos de ar com pressão posi7va na caixa torácica. Pryor JA. Physiotherapy for air way clearance in adults. Eur Resp J 1999; 14:148-‐1424. VIBROCOMPRESSÃO Definição: – Pressão intermitente que se executa sobre a parede do tórax durante a expiração, através de contrações isomé t r icas repet idas (oscilação do fluxo) dos MMSS associadas à compressão torácica (arrastamento do muco). • Vibração: modificação das propriedades físicas do muco com diminuição da viscosidade. • 3 a 75 Hz • Frequência dos cílios: 13 HZ • Compressão torácica: aumento do fluxo expiratório. 31/03/15 7 TÉCNICA SHAKING – Variante da vibrocompressão (menor frequência de oscilação). – Duas forças compressivas são exercidas: • Uma que acompanha suavemente o movimento das costelas durante a exalação. • Conjuntamente exerce-se compressões suaves e sucessivas (“Sacudidelas” – “Shaking”) – É executada durante uma respiração profunda e tranquila (CPT até próximo ao volume residual) OSCILAÇÃO ORAL DE ALTA FREQÜÊNCIA (OOAF) • Vibrações realizadas por aparelhos específicos, que ao serem acionados durante a expiração, fazem vibrar uma esfera metá l ica, provocando ondas mecânicas vibratórias, que são transferidas para as vias aéreas, deslocando assim, as secreções brônquicas. • Aparelhos: – Flutter VRP 1 (Importado) – Shaker (Nacional) – Acapella (Importado) FLUTTER Flu�er®/Shaker® • Portá7l; • Produz pressão pos i7va expiratória de 5 a 19 cmH2O; • Oscilação vibratória de 15 a 29 Hz; • E x p i r a ç ã o p o r t e m p o prolongado; • Vibração endobrônqu ica auxilia na diminuição da aderência das secreções è deslocamento e mobilização do muco; • Shaker® mais barato. Konstan MW, Stern RC, Doershuk CF. Efficacy of the Flu�er VRPI in airway mucus clearance in cus7c fibrosis. J. of Paediatrics 124 : 689-‐693 .1994 III Congresso internacional de FC, 2006. 31/03/15 8 Acapella® • Uso individial; • Oscilação vibratória de 8 a 30 Hz; • Combina os benezcios da pressão posi7va expiratória e da oscilação vibratória; • Pacientes que apresentam baixos fluxos expiratórios (≤15L/min.) se beneficiam em comparação com o Flu�er®. Gravidade –independente; • PEP (3-‐24cmH2O) ligeiramente maior que o Flu�er®. Volsko TA. Performance Comparison of two oscilla7ng posi7ve expiratory pressure devices: acapella versus flu�er. Resp Care.2003, vol 48, n2. Expiração com pressão posi7va nas vias aéreas (EPAP) ou Pressão expiratória posi7va(PEP) • Definição: Desenvolvida na Dinamarca, envolve a expiração contra uma resistência ao fluxo variável. • Função: Auxilia a remover secreções nas vias aéreas maiores através: – Do enchimento dos seguimentos hipoventilados ou não ventilados através de ventilação colateral. – Da prevenção de colapso das vias aéreas durante a expiração. Portanto, um aumento no volume pulmonar faz com que o ar localizado atrás das secreções, que obstruem as pequenas vias, ajude a removê-las. Expiração com pressão posi7va nas vias aéreas (EPAP) ou Pressão posi7va expiratória(PEP) • Máscara ou bucal, válvula de PEEP; • Pode ser associada com inalação -‐ o7mização. Bag squeezing • Manobra de hiperinsuflação pulmonar com Ambú® associada a compressão torácica com ou sem vibração; • Procedimento comum que tem o obje7vo de es7mular a tosse e aumentar o fluxo expiratório ; • Literatura mostra resultados clínicos conflitantes; • Altas pressões e volumes podem causar efeitos hemodinâmicos adversos e injurias pulmonares (barotrauma e volutrauma); • Contra-‐indicado no caso de pacientes com instabilidade hemodinâmica, pneumotórax não drenado e elevação da PIC. Denehv L.The use of manual hyperinfla7on in airway clearance .Eur Respir J 1999; 14: 958-‐965 Branson RD. Secre7on management in mechanically ven7lated pa7ent. Resp Care.2007, vol.52,n10. 31/03/15 9 Bag squeezing TOSSE • Tosse voluntária • Tosse assistida • Tosse provocada TOSSE “A tosse é considerada um mecanismo reflexo controlado pela estimulação do nervo vago, que origina uma série complexa de ações musculares” • A tosse tem grande eficácia para mobilizar secreções localizadas à partir das vias aéreas segmentares e que tenha uma característica um pouco mais viscosa; • A tosse se torna um mecanismo de defesa importante em um processo de hipersecreção. TOSSE 1a Etapa – Inspiração profunda 2a Etapa – Fechamento da glote 3a Etapa – Contração do grupo muscular expiratório 4a Etapa – Abertura da glote 31/03/15 10 TOSSE Ineficácia na Tosse: • Fraqueza da musculatura expiratória; • Severa obstrução (DPOC, broncoespasmo); • Dor (tosse reprimida); • Via aérea artificial; • ↓ Capacidade Vital (restrição); • Sedativos e anestésicos. TOSSE MANUALMENTE ASSISTIDA (TMA) Definição: – O terapeuta orienta o paciente para que o mesmo realize uma inspiração profunda e durante a expiração o fisioterapeuta comprime bruscamente o tórax tentativa de aumentar a pressão e o fluxo expiratório. (Compressão Brusca) TOSSE MANUALMENTE ASSISTIDA (TMA) - Tosse assistida Consiste na aplicação de uma pressão externa sobre a caixa torácica, fornecendo assim um auxilio ao ato de tossir. O fisioterapeuta posiciona uma de suas mãos na região póstero-superior do tórax do paciente, o qual deve estar sentado, enquanto que a outra mão apóia a região anterior. Pede-se uma inspiração profunda e, em conjunto com a expiração do paciente, o terapeuta exerce uma pressão a qual aumenta a força compressiva durante a expiração, gerando aumento da velocidade do ar expirado, simulando com isso, o mecanismo natural da tosse. 31/03/15 11 TOSSE INDUZIDA -‐ A tosse pode ser estimulada manualmente através da excitação dos receptores da tosse localizados na região da traqueia. Pode ser obtida pela indução manual denominada tic- t raqueal , o qual consiste em real izar movimentos circularesou um movimento lateral da traquéia durante a fase inspiratória. • Tipos de tosse: seca ou produ7va. • Quanto a efe7vidade: eficaz ou ineficaz. • Sem uma tosse eficaz, a maior parte das técnicas de higiene brônquica não consegue a depuração completa das s e c r e ç õ e s , s e n d o u m r e c u r s o indispensável dentro da fisioterapia respiratória. Aspiração nasotraqueal/orotraqueal • Indicado quando há grande quan7dade de secreção e o paciente não consegue eliminá-‐la; • Técnica invasiva, requer rigor sép7co, habilidade e destreza do fisioterapeuta; • Sonda estéril no nariz, sendo conduzida até a traqueia do paciente; • Sonda deve estar ligada a um sistema de vácuo e deve ser lubrificada com gel de lidocaína, para facilitar sua introdução.; • Pré-‐oxigenação; • Oxímetro de pulso; • Riscos de traumas de vias aéreas, sangramentos, edemas de glote, arritmias, ↓ SpO2 e vômitos; 31/03/15 12 Aspiração traqueal • Deve ser feita quando necessária, ou seja, mediante inspeção visual e ausculta pulmonar e não ro7neiramente; • Ins7lação de solução salina ajuda a soltar secreção e provoca tosse ajudando a mobilizar a secreção; não fluidifica a mesma. • Sistema de aspiração fechado e aberto. Branson RD. Secre7on management in mechanically ven7lated pa7ent. Resp Care.2007, vol.52,n10. Conclusão Na prá7ca clínica obtemos bons resultados com algumas das técnicas descritas, entretanto, há grande necessidade de pesquisas cienificas melhores estruturadas nesta área.