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Redação Publicitária Digital - aula 1

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25/10/2021 11:11 UNINTER
https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 1/15
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REDAÇÃO PUBLICITÁRIA DIGITAL
AULA 1
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Profª Ana Heck
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https://univirtus.uninter.com/ava/web/roa/ 2/15
CONVERSA INICIAL
Olá, seja bem-vindo ou bem-vinda à disciplina de Redação Publicitária Digital. Nesta aula vamos
falar sobre as características dos meios digitais em uma introdução ciberespaço para entender deu
funcionamento.
Para isso, você deve ter em mente que a digitalização do mundo é um produto do homem e, ao
mesmo tempo, o modificou também. Essa trajetória não foi tranquila, aconteceu por meio da
interação entre muitos interesses e poderes. Se a realidade em que vivemos é cibercultural e
convergente, as motivações estão à nossa volta.
Entender a infraestrutura que sustenta nossa vivência atual é vital para se tornar um profissional
da publicidade – afinal, estamos todos imersos e juntos nesta nova era. Por isso, vamos começar essa
disciplina falando sobre as transformações ocorridas na transição de um mundo que era analógico
para um contexto digital, passando para a sociedade da informação, a internet, ciberespaço e
cibercultura e, por fim, da convergência dos meios. Esses temas vão te ajudar a compreender o
contexto de produção da escrita para (e na!) web.
Bons estudos!
CONTEXTUALIZANDO
 Apesar de vivermos atualmente em um mundo atravessado pela tecnologia, essa realidade é
recente. É incrível a rapidez com a qual os dispositivos midiáticos digitais foram ganhando espaço na
sociedade e nas nossas rotinas nas últimas décadas. Nesse movimento, surgiram novas formas de
relacionamento – tanto com as máquinas como de pessoas entre si – e distintas maneiras de ver,
interagir e entender o mundo foram aparecendo.
Hoje chamamos de nativos digitais e millenials as pessoas que já nasceram nessa realidade
marcada pela digitalização, e vemos como essa geração se mostra diferente em vários aspectos das
anteriores – pense na facilidade com que crianças mexem em tablets, por exemplo. Por isso, reflita, ao
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longo da aula, sobre a influência dos dispositivos digitais na vida cotidiana, imaginando as
consequências no universo publicitário caso os aparelhos e sistemas baseados em tecnologia digital
que utilizamos deixassem de existir.
TEMA 1 – DO ANALÓGICO AO DIGITAL
Pense comigo, por meio dos dispositivos e sistemas de comunicação midiática fazemos várias
coisas no nosso dia: interagimos, estudamos, conhecemos o mundo, trabalhamos, consumimos, nos
divertimos e, inclusive, nos relacionamos com outras pessoas (aposto, por exemplo, que você já fez
vários amigos e amigas ou teve um ou uma crush na internet!).
A presença dos meios de comunicação nas nossas vidas e na sociedade é indiscutível. A
humanidade só atingiu o atual nível de desenvolvimento a partir das possibilidades que surgiram
com os usos da tecnologia comunicacional, que interligou o globo e mudou a nossa história.
O desenvolvimento dos meios de comunicação sempre acompanhou os avanços tecnológicos
das sociedades, em uma relação de mútua influência – um influenciou o outro! Assim, no longo
período entre o século XIV e o XX, dos jornais impressos ao cinema, passando pela fotografia e pela
reprodução fonográfica, o modelo dos sistemas de comunicação midiática era analógico.
O conceito de como aponta John B. Thompson (2009), refletindo os ideais Iluministas da
Modernidade de domínio da natureza pela ação racional do homem, as máquinas que permitiram a
difusão de mensagens e desafiaram a barreira de espaço-tempo geográfico funcionaram com base
na similaridade/equivalência material aliada à produção massiva. Assim, a crescente mecanização
permitiu, por exemplo, que periódicos fossem impressos em larga escala e transmissões de rádio e
televisão alcançassem pontos longínquos de um país.
No início do século XX tudo começa a se transformar, o desenvolvimento tecnológico das
últimas décadas, cujo ponto alto é o aperfeiçoamento e a popularização dos computadores,
modificou por completo o panorama dos meios de comunicação. E, consequentemente, as
formas como interagimos com eles.
O processo de digitalização teve início nos países considerados desenvolvidos, mas a rapidez
com que alcançou grande parte das chamadas nações em desenvolvimento é incrível. Atualmente,
muitas atividades que as pessoas realizam ao longo do dia dependem de sistemas digitais, o que
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envolve aparelhos de alta tecnologia como notebooks, smartphones, tablets e smarTVs. Agora você
deve estar se perguntado: o que caracteriza um meio como digital?
Os meios digitais são formatos de mídia que possibilitam a armazenagem, compressão e
transmissão, assim como criação, correção de erros, consumo e preservação de energia nos
processos de transmissão de informação.
Essas informações são codificadas em uma linguagem específica, que tem como base um
sistema numérico e binário, os bits, empregando os sinais 0 e 1 para a efetivação de sua
“inteligência”. Dessa maneira, “toda a linguagem digital se expressa numa relação lógica ‘on-off’,
‘true-false’ ou ‘yes-no’ (literalmente binário!)”. As informações codificadas não existem fisicamente
(até se tornarem materializadas, como ao serem impressas.
Comparando ao “mundo real”, podemos pensar nos bits (do inglês binary digit, “dígito binário”)
como átomos, elementos que constituem todo tipo de material existente no universo.
Para entender por que a digitalização tem impacto fundamental na constituição do mundo
contemporâneo, vale pensar nas quantidades de bits necessárias para o compartilhamento de um
livro, por exemplo. No caso da informação digital, o envio do arquivo em PDF de uma obra via e-mail
leva poucos segundos, sendo que este mesmo texto poderá ser replicado e enviado a um infinito
número de destinatários conectados. Caso o mesmo livro fosse enviado impresso via correio, além de
demorar dias, apenas uma cópia do material seria compartilhada por vez.
Dessa forma, as informações digitais podem ser transmitidas a uma velocidade muito
superior e a um custo super menor. Além disso, essa característica possibilita que o arquivo possa
ser transmitido e reconstituído em qualquer outro dispositivo que utilize a mesma “linguagem”.
A área da fotografia nos dá outro bom exemplo. Até o início do século XXI, as máquinas
fotográficas eram todas analógicas: o registro das imagens dependia fundamentalmente da captação
de luz no filme fotográfico por meio de reações químicas, em uma “captura” do momento
enquadrado pelo (a) fotógrafo (a). Cada espaço (ou poses, como eram chamados) no filme era
relativo a um determinado clique, e as substâncias contidas na fita magnética serviam à tentativa de
registro do momento da vida real, para um pedaço de papel. As modificações introduzidas pela
digitalização possibilitaram um enorme avanço tecnológico e diminuíram os custos à prática (pense
em quantas fotos existem na galeria do seu celular nesse momento!). O impacto disso na sociedade
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foi visível: a cada dia, milhões de fotos são feitas por câmeras (tanto profissionais quanto “amadoras”)
ao redor do mundo e a onipresença das imagens acabou influenciando profundamente as dimensões
profissionais e pessoais dos indivíduos.
É justamente a força dessa relação dos processos de digitalização com as sociedades que
constitui o aspecto mais importante de toda a revolução digital. Para que a gente pudesse chegar a
esse estágio, foi necessária uma reestruturação da arquitetura do complexo tecnológico mundial,
cuja base se encontra na combinação entre aperfeiçoamento da eletrônica e desenvolvimento das
telecomunicações. Desta maneira, a Sociedade da Informação começa a ganhar contornos.
TEMA 2 – SOCIEDADE DA INFORMAÇÃOPara entender a importância dos meios digitais na contemporaneidade, é indispensável saber
que nos encontramos em uma nova etapa da humanidade. Essa foi (e ainda é!) marcada pelos
reflexos do desenvolvimento tecnológico que se fez presente a partir da segunda metade do
século XX, e seus impactos podem ser notados nas sociedades até hoje.
Desse momento em diante, as chamadas Novas Tecnologias de Comunicação e Informação
(NTICs – vou usar essa sigla a partir de agora, ok?!) passaram a ser elemento cada vez mais comum,
mudando a maneira pela qual nos comunicamos, sentimos, vivemos, aprendemos, trabalhamos,
viajamos e nos divertimos.
O que são NTICS?
Sistemas de transmissão e dispositivos, como computadores de uso pessoal e seu conjunto
de elementos relacionados (dos antigos disquetes aos cartões de memória e discos rígidos
atuais), aparelhos e redes de telefonia fixa e móvel, câmeras, videogames, TV a cabo e por
antena parabólica, tecnologia para envio de dados sem fio e a própria internet.
A “invasão” desse conjunto de tecnologias relacionadas ao domínio das telecomunicações e da
mídia teve grande influência das tensões políticas, militares e econômicas que caracterizaram o
mundo logo após a Segunda Guerra Mundial. O desenvolvimento da tecnologia atômica pelos
Estados Unidos e a antiga União Soviética, assim como a disputa ideológica entre as superpotências,
incentivou e provocou avanços cuja meta era a conquista da hegemonia mundial. Com essa
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intenção, os meios de comunicação, tanto no sentido de sistema de troca de informações quanto de
difusão de mensagens de maneira ampla, constituem-se importantíssimo recurso de poder.
O movimento de expansão do capital depois de 1945 causou a aceleração do sistema
capitalista, com a atuação das empresas multinacionais. Nesta dinâmica, a estrutura dos sistemas de
comunicação se viu privilegiada, já que a necessidade de transmissão de informações aumentou
muito – o sistema financeiro mundial é um domínio que depende diretamente da velocidade dos
fluxos de informação.
O processo de globalização tanto permitiu quanto foi incentivado pelo aprimoramento das
redes telemáticas – infraestruturas de envio, recebimento, armazenamento e processamento de
dados resultantes da combinação de tecnologias de telecomunicação e informática que
possibilitaram o surgimento das NTICs.
Boa parte dessa transformação, talvez a mais visível inicialmente, aconteceu com o
desenvolvimento dos artefatos analógicos. A transmissão via satélite permitiu ampla difusão dos
sinais de televisão e rádio – estes aparelhos, inclusive, foram tomando várias formas e tendo suas
funções reestruturadas com novidades como as fitas VHS e K7 que incentivaram o uso de aparelhos
como o videocassete e o walkman. Fica aqui um desafio: você sabe a relação entre uma fita K7 e uma
caneta bic?
A combinação entre meios analógicos e digitais se estabeleceu como uma tendência
irreversível. Com os progressos da microeletrônica, as novas gerações de sistemas e dispositivos
digitais foram se tornando menores e mais acessíveis.
No final da década de 1970, os universitários Steve Jobs e Steve Wozniak criam a empresa Apple
e desenvolvem o primeiro microcomputador de uso pessoal, batizado de Apple II. No início dos
anos 1980, a IBM passa a investir no ramo dos microcomputadores, utilizando o sistema operacional
criado pela Microsoft. O lançamento dos computadores pessoais (personal computers, ou PCs)
popularizou as máquinas de processamento de dados, e representa o início da era das grandes
empresas de informática.
A década de 1990 traz a liberação do uso comercial daquilo que se tornaria o principal marco
de uma nova época: a internet. O sistema que interliga redes de computadores em escala mundial
pode ser tomado como a principal consequência da Sociedade da Informação, pois revolucionou
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o acesso a um universo virtualmente infinito de dados e informações e possibilitou o
estabelecimento de fluxos comunicacionais entre pessoas, empresas, organizações e governos a
partir de qualquer ponto da Terra.
Saiba mais
Assista à palestra de Nicholas Negroponte para o TEDx: A 30-year history of the future.
TEMA 3 – A INTERNET
O uso da internet mudou de maneira radical os hábitos, costumes e valores das pessoas,
surgiram novas formas de interação e sociabilidade. Se você observar rapidamente, seus reflexos
são bem óbvios em várias áreas da nossa vida: organização política, mobilização social, temas
ambientais, educação, consumo, entretenimento, sistema financeiro etc.
A origem da internet foi o projeto ARPANET (Advanced Research Projects Agency Network),
iniciado pelo Departamento de Defesa dos EUA, na época da Guerra Fria com os soviéticos (chamada
assim porque não havia conflitos bélicos). A ideia era criar um sistema de trocas de dados
descentralizado e sem fluxo de direção pré-definido.
Embora seja comum pensar no empreendimento como uma tática de defesa em caso de ataque
militar, Castells (2010) comenta que, no real, a rede surgiu mais pelo interesse de pesquisadores em
criar uma estrutura de troca de dados, e seu uso por parte dos militares seria uma temática
secundária.
A primeira experiência com a estrutura, em 1969, conectou quatro computadores localizados
em centros de pesquisa universitários nas cidades de Los Angeles, Stanford, Santa Barbara e Salt Lake
City. No início da década de 1970, foi permitido o acesso de instituições universitárias à ARPANET,
sendo que, em 1975, quando já contava com cerca de uma centena de sites, esta foi considerada
“operacional”.
Na passagem os anos 1980, a rede adotou o chamado protocolo de comunicação TCP/IP, o que
possibilitou sua expansão. Em 1989, o britânico Tim Berners-Lee cria a World Wide Web (em
português, “teia mundial”), um espaço informacional que permite o acesso a diversos tipos de
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documentos e recursos digitais localizados em páginas (websites), o que é realizado por meio de
softwares denominados navegadores. Berners-Lee precisou desenvolver três padrões tecnológicos
que, juntos, possibilitaram o funcionamento da web:
O hipertexto contempla a existência de um conjunto de “nós” que são ligados por meio de
diversos elementos verbais e não verbais, gráficos e sonoros, como frases, imagens, fotografias,
sequências sonoras etc. As possibilidades do hipertexto são diferentes da linearidade das mídias
analógicas: as conexões hipertextuais permitem que os conteúdos informativos sejam acessados por
hiperlinks, que produzem ligações entre páginas e arquivos. Desta forma, a própria ideia de “começo”
e “fim” no universo das redes não faz muito sentido, porque o acesso às informações na web pode
ser iniciado em qualquer ponto.
Outros dois conceitos são importantíssimos para pensar na ambiência em rede: interatividade e
multimidialidade. Lev Manovich (2001) diz que o termo “interatividade” remete a várias
possibilidades, mas, buscando um significado mais pontual, nós vamos considerar a interface que
permite o acesso e ação das pessoas no ambiente virtual, em uma estrutura de comunicação
bidirecional.
Já a multimidialidade está relacionada com a viabilidade da mistura de linguagens na
constituição da mensagem midiática (como a união entre foto, texto e som em uma mesma peça
publicitária on-line, por exemplo): é a qualidade de ser multimídia sustentada pela rede.
No entanto, segundo Castells (1999; 2010) e Manovich (2001), assim como a interatividade, a
multimidialidade deve ser enquadrada sob uma perspectiva que ultrapasse a visão puramente
tecnicista, pois é significativamente uma ação em dimensão cultural. Para Manuel Castells (2010), a
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rede mundial não é apenas uma tecnologia, mas um meio de comunicaçãoque acabou por
constituir a organização das sociedades na atualidade.
O que a Internet faz é processar a virtualidade e transformá-la em nossa realidade, constituindo
a sociedade em rede, que é a sociedade em que vivemos (Castells, 2010, p. 287). Esse panorama é
essencial para você entender que a Sociedade da Informação e a internet deram forma a um
ambiente de existência digitalizado (ou virtualizado) e suas conformações socioculturais: o
ciberespaço e a cibercultura, e agora vamos falar sobre isso!
Saiba mais
Assista ao vídeo Como funciona a internet: Introdução.
TEMA 4 – CIBERESPAÇO E CIBERCULTURA
O ciberespaço não é apenas a infraestrutura material da comunicação digital, mas também o
universo imenso de informação que abriga, assim como as pessoas que navegam e alimentam esse
universo. Resumindo: é tudo que faz parte do ambiente digital.
A cibercultura se refere ao conjunto de técnicas (materiais e intelectuais), de práticas, de
atitudes, de modos de pensamento e de valores que se desenvolvem juntamente com o
crescimento do ciberespaço (Lévy, 1999, p. 17).
O ciberespaço toma forma com participação das pessoas em uma dimensão virtual, que ignora
elementos territoriais ou institucionais (não tem “fronteiras” e nem “governo”). É um “não lugar”,
ou “um universo sem totalidade”, de acordo Lévy (1999). Para Lucia Santaella (2004), ele se
caracteriza pelo que denomina como “circuitos informacionais navegáveis”, acessível a partir da
interface com a tela do dispositivo.
Quando acessarmos a internet por um smartphone ou notebook, entramos no universo das
redes e temos contato com o infindável conjunto de informações digitalizadas que, ao serem
decodificadas pelo aparelho (lembre-se da linguagem binária), apresentam-se como realidade para
nós.
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 Há décadas, pensadores como Jean Baudrillard e Umberto Eco utilizam conceitos como hiper-
realidade e simulacro/simulação para tentar explicar a complexidade da experiência virtual. Lévy
afirma que o ciberespaço é se dá pelos princípios essenciais de interconexão (estrutura primordial
porque esse dependente de conexões entre indivíduos para existir), estabelecimento de
comunidades virtuais (construídas pelo encontro de interesses e projetos das pessoas, promovendo
cooperação) e inteligência coletiva (compartilhamento de conhecimentos das pessoas, em que os
saberes de todos e todas se complementam).
Essa “mistura” estimulou a constituição de imaginários, simbolismos, esquemas mentais, hábitos,
valores e visões de mundo próprios entre as pessoas que estão interagindo, e foi sendo constituída
uma dimensão cultural que, pela primeira vez na trajetória humana, junta indivíduos sem que
necessitem conviver no mesmo local e ter origens em comum – a cibercultura!
Essa tem suas raízes ainda na década de 1960, segundo André Lemos (2003), quando novas
configurações de relações sociais orientadas por lógicas pós-modernas se combinam às da
digitalização. Ela não deve ser pensada como algo que surgiu para substituir a cultura no “mundo
real”, em que as pessoas estão próximas e convivendo presencialmente, mas interage com essa – as
duas se retroalimentam, se misturam, se inspiram.
Para Lemos (2003), a diferença é o predomínio das tecnologias digitais e sua dimensão
comunicacional que não é influenciada pelo contexto de espaço e tempo. Segundo o autor, a
cibercultura tem 3 Leis: reconfiguração de práticas e modelos são transformados, não aniquilados e
descartados; liberação do polo emissor com a pluralização das vozes, tornadas visíveis; e
conectividade, a possibilidade de contato de indivíduos entre si, deste com máquinas e de máquinas
entre si, modificando a relação espaço-tempo.
A cibercultura pode ser vista como o encontro entre a alta tecnologia e o universo dos
valores sociais, o que cria novos contextos de relações entre pessoas, e também destas com as
instituições. Assim, apontamos a “invasão” de tecnologias que ampliam a integração entre os
próprios dispositivos eletrônicos, repercutindo transformações de hábitos, costumes e valores da
sociedade. Esse movimento é acontece nas lógicas da convergência digital.
Saiba mais
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Assista às entrevistas de Pierre Levy, André Lemos e Alex Primo sobre o ciberespaço e a
cibercultura.
TEMA 5 – CONVERGÊNCIA DIGITAL
Como já falamos, a atual era da cibercultura trouxe muitas mudanças em escala global. Segundo
Henry Jenkins (2008), nos encontramos em um processo de convergência digital. Para o
pesquisador norte-americano, além de tecnológico, o âmago da convergência é cultural – as práticas
mudam, e são formados novos “horizontes interpretativos” pelas pessoas, novas formas de ver o
mundo, pois o uso da tecnologia não é mais uma intrusa, mas algo que faz parte da vivência social e
profissional.
As relações entre tecnologias, indústrias, mercados, gêneros, audiências e consumo dos meios
mudam – o que afeta, ao mesmo tempo, as sociabilidades e a economia como um todo.
A convergência é um processo cultural. Refere-se ao fluxo de imagens, ideias, histórias, sons,
marcas e relacionamentos através do maior número de canais midiáticos possíveis. Um fluxo
moldado por decisões originais, tanto em reuniões empresariais quanto em quarto de
adolescentes. Moldado pelo desejo de empresas de mídia de promover ao máximo marcas e
mensagens, e pelo desejo dos consumidores de obter a mídia que quiserem, quando, onde
quiserem. (Jenkins, 2008, p. 27)
Assim, podemos ver a transformação de muitas características da comunicação das empresas ao
longo dos últimos anos. Um exemplo é o investimento crescente nas chamadas redes sociais. Esse
setor comunicacional-midiático adquiriu grande importância para a própria existência das
instituições, sejam estas de qualquer ramo. Jenkins diz que a cultura da convergência tem como base
a convergência dos meios, a cultura participativa e a inteligência coletiva. A interação, tanto
com o público quanto com outras empresas, é agora uma necessidade.
Convergir implica mudanças significativas na produção e no consumo de produtos midiáticos. E
por meio dessas ações, conseguimos feedback do público consumidor, o que influencia nos
processos de produção (ou seja: redação!) e no estabelecimento dos processos comunicativos.
Relembrando a definição de inteligência coletiva de Lévy, Jenkins diz que acontece a constituição
de uma “economia afetiva” que envolve empresas e públicos: o consumo também passa a ser um
processo coletivo, complexo diante de um universo de possibilidades, no qual a união de recursos e
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habilidades das pessoas dá espaço e torna protagonista quem antes era entendido apenas como
receptor das mensagens.
Assim, o que a marca diz é mais importante que o suporte usado na comunicação, e, é claro,
deve fazer uso de diferentes formas de difusão de conteúdo, a partir de distintas plataformas de
mídia – multiplataforma. A circulação de conteúdos tem forte dependência da participação ativa
dos (as) consumidores (as), e ter credibilidade é uma questão-chave.
Além disso, uma mesma informação pode ser consumida por meio de múltiplos canais e
suportes, de maneira instantânea. Nesse cenário, observamos a necessidade da atuação midiática
conjunta, aglutinando processos e produtos e investindo no reforço dinâmico da identidade da
instituição.
Há crescente hibridação de conteúdos e formatos ofertados ao público por meio de distintas
plataformas, o que é representado pela produção de conteúdos narrativos transmidiáticos e cross-
midiáticos. As ações cross-mídia (ou crossmedia) estabelecem diálogo entre mídias, com a
disponibilização de conteúdo por meio de diversos formatos e plataforma. O termo vem do inglês
cross, “atravessar”, e significa a produção de material midiático para difusão por muitos meios. O
intuitoé alcançar o público com uma abordagem ampla sem que a mensagem passe por
alterações, em uma concepção de soma cumulativa de meios para reforço da mensagem.
A lógica crossmidiática deu origem à transmidiática, sendo que esse desenvolvimento passa
pelas novas tecnologias e, especialmente, pelos usos que as pessoas fazem dessas na atual cultura
convergente.
Conteúdos transmídia focam na disponibilização do tema da mensagem em múltiplos
formatos – ou seja, o conteúdo é mais importante que a mídia utilizada. Ele é fluido, transmitido
por diferentes histórias (independentes) e meios (linguagens) que, em conjunto, oferecem uma nova
narrativa (transmedia storytelling). O mais bacana é que essa narrativa pode receber comentários e
circular por redes sociais e dispositivos móveis. O objetivo é estabelecer um mote que chame a
atenção do seu público, em uma perspectiva complementar entre os meios – despertando o
interesse do público em buscar mais informações!
Mas, você precisa estar atento (a): considerando a grande oferta de dispositivos e sistemas
midiáticos, a atenção do público se mostra cada vez mais dividida, assim, é necessário estar
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presente em um amplo território comunicacional para criar interesse, repercussão, reconhecimento e
engajamento com uma marca. O conteúdo publicitário depende da criatividade tanto do emissor
(a) quanto dos receptores (a), sendo esperado que estes (as) façam circular em diferentes lugares a
mensagem produzida.
Ao mesmo tempo, é uma incrível oportunidade de exercer o máximo da sua criatividade. A
intenção dos conteúdos transmídia é em envolver o (a) consumidor (a) em um enredo, instigar
sua disposição de desvendar a história oferecendo elementos que precisam ser buscados em
diferentes meios. Ou seja: fazer com que as pessoas sintam vontade de interagir.
Gosciola (2014) diz que a questão do engajamento sucessivo em cada mídia é decisiva nas
ações transmedia storytelling, pois indica o processo de compreensão e diversão do público com a
narrativa com base em cada meio utilizado. A história principal deve ter a dosagem certa de ações
que permitam à audiência compreendê-la, mas não deve contar tudo. Sendo assim, o jogo entre as
narrativas, ou as partes da história, deve despertar a curiosidade do seu público em saber maiores
detalhes da história principal.
Saiba mais
Leia o artigo Transmídia na publicidade brasileira: O case Trakinas 3.0 De Christine Bahia de
Oliveira, Cristiano Max Pereira Pinheiro, Mauricio Barth, Adriana Germani.
TROCANDO IDEIAS
Ao longo desta aula, vimos como as pessoas foram se adaptando a um novo universo, uma
realidade construída com base na tecnologia e nas redes. Desta junção, surge uma dimensão cultural
inédita, que existe sem que os indivíduos se encontrem no mesmo local: a cibercultura. Acesse o
fórum da disciplina e comente: em sua opinião, uma estrutura cultural desterritorializada como a
cibercultural pode se tornar a principal dimensão cultural dos indivíduos? Por quê?
NA PRÁTICA
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Imagine que a você seja solicitada uma ação no Facebook para anunciar um smartphone que
tem como objetivo falar positivamente as consequências da cultura da convergência no mundo atual.
Seu target é o público adulto nacional, dos 35 aos 49 anos, que não faz parte da geração millenial –
ou seja, que participou do processo de popularização dos computadores pessoais e da internet, mas
não pode ser considerado “nativo digital”. Crie um post para a ação.
FINALIZANDO
Nesta aula trouxe um conteúdo mais teórico para que você entenda melhor como as Novas
Tecnologias de Comunicação e Informação (NTICs), a internet e a vivência em rede mudaram o
mundo nas últimas décadas. Como você já deve saber, é preciso conhecer as mídias para poder tirar
proveito de suas possibilidades e escrever de maneira adequada.
Hoje temos aparelhos que possibilitam diversos tipos de comunicação de qualquer parte do
mundo, e a cultura da convergência se alimenta das fotos que tiramos com o celular e
compartilhamos nas mídias sociais como Facebook e Instagram e dos vídeos que enviamos para
pessoas distantes via WhatsApp. Toda essa transformação indica e provoca novos caminhos para a
atuação publicitária. Os desafios são imensos, e a criatividade deve seguir junto ao conhecimento dos
sistemas tecnológicos e sua repercussão em distintos espaços sociais.
Na próxima aula, vamos falar sobre temas relacionados à publicidade on-line. Vamos dar início
ao estudo sobre formas e estratégias publicitárias na rede, buscando entender mais a fundo o (a)
usuário (a) no atual período de transição da Web 2.0 para a Web 3.0, examinando temáticas como a
proliferação dos dispositivos tecnológicos móveis e a maior expressão de análise do (a) consumidor
(a): o Big Data.
REFERÊNCIAS
BERNARDO, N. How to build an exciting and convincing transmedia storyworld. Nuno
Bernardo, 20 nov. 2015. Disponível em: <http://nunobernardo.com/build-exciting-convincing-
transmedia-storyworld/>. Acesso em: 23 jun. 2021.
CASTELLS, M. A sociedade em rede. São Paulo: Paz e Terra, 1999.
25/10/2021 11:11 UNINTER
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