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Logoterapia de Viktor Frankl

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Biografia de Viktor Frankl
Viktor Emil Frankl foi um reconhecido neuropsiquiatra austríaco que criou um método terapêutico chamado logoterapia. Ele nasceu em Viena (Áustria) no dia 26 de março de 1905.
Origem
Viktor Frankl nasceu no berço de uma família judaica em Viena. Seu pai era funcionário público e a família teve um cotidiano confortável até a chegada da Primeira Guerra Mundial, em 1914.
Formação
Interessado em filosofia e psicologia, durante o ensino médio Viktor Frankl deu uma palestra chamada Sobre o sentido da vida. Ainda adolescente, ele trocou correspondências com Sigmund Freud para fazer o seu trabalho de conclusão de curso (o trabalho intitulado Sobre a Psicologia do Pensamento Filosófico, escrito em 1923).
Frankl entrou para a Faculdade de Medicina da Universidade de Viena e começou a estudar casos de depressão e suicídio. Aos 19 anos, publicou o seu primeiro artigo científico na revista International Journal of Individual Psychology.
Retrato de Viktor Frankl 
Em permanente estudo, Viktor Frankl terminou o seu doutorado em 1930 e entrou para a equipe de funcionários de um hospital psiquiátrico em Viena onde se manteve entre 1933 e 1937 ajudando a prevenir casos de suicídio feminino. 
Perseguição nazista
Por ser judeu, Viktor foi obrigado a fechar o seu consultório particular depois do exército anexar a Áustria em 1938. Nessa época, tornou-se chefe do Vienna’s Rothschild Hospital.
Com a piora crescente do antissemitismo, Viktor Frankl e a sua família foram enviados em 1942 para o campo de concentração Theresienstadt. Em 1944 os membros da família Frankl que sobreviveram foram enviados para Auschwitz (onde a mãe e Tilly Grosser, a esposa de Viktor, foram assassinadas). Viktor Frankl e a família foram enviados para o campo de concentração
Com um olhar observador, Viktor Frankl reparou no campo de concentração que aqueles que tinham um propósito maior para sobreviver aguentavam condições adversas por mais tempo. Ele próprio tentou se motivar desenvolvendo um manuscrito de um livro que começou a escrever antes de ir para o campo.
A vida depois do campo de concentração
Depois da abertura dos campos de concentração, em 1945, Viktor Frankl retornou para Viena e se tornou o chefe do departamento de Neurologia da General Polyclinic Hospital.
Frankl também começou a lecionar na Universidade de Viena (onde permaneceu até 1990) e em uma série de universidades americanas.
Seu legado fez com que em 1992 fosse fundado um instituto em Viena que carrega o seu nome (The Viktor Frankl Institute). 
Morte
Viktor Frankl faleceu em Viena no dia 2 de setembro de 1997 aos 92 anos, sendo vítima de um colapso cardíaco.
Logoterapia
A logoterapia é uma técnica psicoterápica que procura estimular os pacientes a buscarem o sentido da vida. Segundo essa corrente de pensamento, o homem é interpretado como o resultado de um conjunto entre o corpóreo, o psíquico e o espiritual.
Para Viktor Frankl, o homem está no centro e tem como impulso primário aquilo que chamou de "vontade de sentido", isto é, a vontade de descobrir o sentido da vida (que pode ser encontrado no amor, numa obra ou executando uma determinada tarefa).
O sentido da vida não é, portanto, algo dado a priori, mas algo que se descobre. Viver quer dizer assumir a responsabilidade de encontrar essas respostas para os problemas que a vida nos coloca e encontrar um sentido mais profundo que nos norteie. 
Pilares da Logoterapia
A Logoterapia, independentemente de como se apresente, possui três pilares muito essenciais para construir sua filosofia. Por meio deles, conseguimos levantar questionamentos pertinentes a respeito de nossa permanência aqui, bem como tomar diretrizes. Assim, nos centraremos melhor em nossa busca se observarmos:
Liberdade da vontade
Nós, segundo a Logoterapia, temos liberdade para decidir sem sermos determinados por condições. Somos capazes de tomar atitudes em relação ao que acontece dentro de nós, bem como externamente. A liberdade ganha o sentido de espaço para conduzir nossa vida de acordo com as possibilidades dadas.
Isso advém diretamente da nossa realidade espiritual em relação ao mundo e à própria mente. Ligados ao espírito, nos tornamos capazes de moldar nossas vidas. A partir daí, conseguimos lidar adequadamente com sintomas e recuperar nossa autodeterminação.
Sentido da vida
O sentido da vida aqui é considerado um objeto palpável e distante de qualquer ilusão de cada pessoa. Além disso, os humanos são conduzidos a darem o melhor de si ao mundo notando o sentido em cada situação. Com isso, se ressalta cada potencial em relação sentido. Ao fim, é notado de se manifesta de acordo com a pessoa e ao momento.
Basicamente, esse sistema teórico não impõe um sentido universal à vida. Isso vai de acordo com cada pessoa, dando flexibilidade para entender e moldar as suas vidas de modo mais relevante.
Vontade de sentido
A liberdade do ser humano se configura também no direcionamento deste a algo. Com isso, é levantado que cada um de nós tem um propósito e objetivos a serem alcançados. Quando procuramos por eles, imediatamente procuramos por um sentido em nossas vidas. Sem a vontade de sentido, qualquer um experimenta um vazio existencial e sem sentido.
Assim, a Logoterapia fomenta a busca deste para captar potencialidades com base nas próprias perspectivas.
Consequências da vida sem sentido
A Logoterapia indica que os indivíduos sem essa busca são passíveis de serem atormentados por problemas físicos e psicológicos. Dessa forma, a frustração em não achar o sentido da própria vida acaba se voltando ao próprio corpo e à mente. Isso pode ser visto na agressão, já que este se encontra sensível em relação à falta de uma função.
Além disso, a depressão pode tomar conta de sua vida, diminuindo ainda mais o seu olhar a algo. Caso o quadro existencial continue e ela não seja tratada, pode nutrir tendências suicidas e distúrbios neuróticos. Ademais, as doenças psicossomáticas podem surgir, atingindo de forma sistêmica o indivíduo.
Técnicas da logoterapia
Na logoterapia são usadas três técnicas, que incluem desreflexão, intenção paradoxal e diálogo socrático.
Desreflexão: 
A desreflexão é usada quando uma pessoa é excessivamente absorvida em um problema ou na realização de um objetivo. Ao redirecionar a atenção ou desviar a atenção do “eu”, a pessoa pode se tornar completa pensando nos outros e não em si mesma.
Intenção paradoxal: 
A intenção paradoxal envolve pedir o que mais tememos. Para pessoas que experimentam ansiedade ou fobias, o medo pode paralisá-las. Mas, usando humor, eles podem desejar o que mais temem, removendo o medo de sua intenção e aliviando os sintomas de ansiedade associados a ela.
Diálogo socrático: 
O diálogo socrático é uma técnica na qual o logoterapeuta usa as palavras da própria pessoa como um método de autodescoberta. Dessa maneira, ao ouvir atentamente o que a pessoa diz, o terapeuta pode apontar padrões específicos de palavras ou soluções de palavras para o paciente e deixar que ele veja um novo significado neles. Esse processo permite que uma pessoa perceba que a resposta está dentro e está apenas esperando para ser descoberta.
Críticas
A terapia não ficou sem críticas, como a possibilidade de que o criador da terapia usava seu tempo nos campos nazistas como forma de promover sua marca. Por fim, Frankl estava ciente das críticas e sustentou que a logoterapia realmente educa a pessoa em terapia sobre sua própria responsabilidade.

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