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See discussions, stats, and author profiles for this publication at: https://www.researchgate.net/publication/327634491 Conceitos do Sistema Toyota de Produção propostos por Shingo e Ohno e sua aplicabilidade atual nas organizações Conference Paper · September 2018 CITATIONS 0 READS 5,026 5 authors, including: Some of the authors of this publication are also working on these related projects: Instituto Senai de tecnologia em logística e produção View project Business management in energy View project Ismael Cristofer Baierle Universidade Federal de Santa Maria 42 PUBLICATIONS 118 CITATIONS SEE PROFILE Jones Schaefer Universidade Federal de Santa Maria 50 PUBLICATIONS 131 CITATIONS SEE PROFILE Jaqueline Moraes University of Santa Cruz do Sul 27 PUBLICATIONS 26 CITATIONS SEE PROFILE Heloísa Burin Universidade Federal de Santa Maria 12 PUBLICATIONS 5 CITATIONS SEE PROFILE All content following this page was uploaded by Jones Schaefer on 13 September 2018. 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e Ohno e sua aplicabilidade atual nas organizações Ismael Cristofer Baierle (UNISINOS) ismaelb@viavale.com.br Jones Luís Schaefer (UNISC) jonesschaefer@mx2.unisc.br Jaqueline de Moraes (UNISC) jaquelinemoraes@mx2.unisc.br Heloísa Pereira Burin (UNISC) hburin@mx2.unisc.br Johanna Dreher Thomas (UNISC) jdthomas@mx2.unisc.br Resumo: O objetivo deste trabalho é realizar uma revisão da literatura sobre os conceitos, métodos e ferramentas do Sistema Toyota de Produção (STP) propostos por Shigeo Shingo e Taiichi Ohno e comparar com pesquisas recentes, para saber como as organizações estão implementando o STP. Outra preocupação é verificar se os estudos realizados e publicados nos últimos anos ainda estão utilizando os princípios e conceitos idealizados por Shigeo Shingo e Taiichi Ohno integralmente e se eles ainda são referência principal nas pesquisas atuais. Inicialmente foi realizada uma revisão bibliográfica sobre os principais conceitos do STP e após um comparativo desses conceitos com a aplicabilidade na atualidade. Foram utilizadas para a pesquisa publicações dos últimos 5 anos por meio de consultas na base de dados Scopus. Os resultados indicam que o STP não é amplamente conhecido pelas organizações e mostram que existem barreiras culturais para implementação. Palavras-chave: Sistema Toyota de Produção; Shigeo Shingo; Taiichi Ohno; Lean Production. 1. Introdução O Sistema Toyota de Produção (STP), juntamente com outras técnicas de gestão japonesas, tem sido implantadoem muitas empresas nas últimas décadas como forma de reinventar sua forma de gestão e gerenciar as operações. Alvarez & Antunes Jr. (2001) dizem que um dos primeiros modelos do STP foi apresentado no livro “O Sistema Toyota de Produção”, de Yasuhiro Monden (1984), cuja versão em inglês é de janeiro de 1982. Sendo assim, entre as décadas de 1970 e 1980 as empresas americanas e europeias começaram a aprender uma nova lição industrial baseada Total Quality Control (TQC) e no STP de empresas japonesas como a Toyota. Diversos pesquisadores americanos tais como: Deming, Juran, Crosby, Feigenbaum e Ishikawa publicaram livros e artigos sobre a implementação do TQC, enquanto que autores japoneses tais como Shigeo Shingo, Taiichi Ohno e outros começaram a divulgar e teorizar as ferramentas e os princípios da filosofia do modelo de produção japonês, que passou a ser conhecido como Sistema Toyota de Produção. Um dos primeiros modelos estruturados sobre o STP foi apresentado no livro “O Sistema Toyota de Produção”, de Yasuhiro Monden (1984), cuja versão original em inglês data de janeiro de 1982. Posteriormente, outros autores trataram de interpretar e esquematizar o STP, tornando-o palatável para o público ocidental e disseminando os conceitos da produção enxuta, também conhecida como Lean Production. O termo Lean Production foi apresentado no livro “A máquina que mudou o mundo” de Womack e Jones (1992), o qual passou a ser amplamente disseminado na américa. Lean Production vem a ser uma prática que visa ajudar as empresas a identificar e eliminar desperdícios através da melhoria contínua (VERRIER, et al. 2014). O 2 Lean Production é uma filosofia de gerenciamento, não só da produção, mas de toda a organização, que busca oferecer aos clientes exatamente o que eles desejam: produtos de alta qualidade, baixo custo e no momento em que solicitam (SHINGO, 1996). Os conceitos, princípios e práticas propostos e utilizados no STP são amplamente reconhecidos como elementos constituintes de um modelo robusto de organização e gestão da produção. Dentre os princípios básicos de construção desse modelo, encontra-se o conceito de perdas (ANTUNES, 1998). Para os precursores, Shingo e Ohno, o objetivo mais importante do Sistema Toyota de Produção (STP) é justamente o aumento da eficiência através da eliminação total das perdas (OHNO, 1997; SHINGO,1996). O STP é bastante difundido e conhecido por empresas de todo o mundo, mas neste artigo o interesse é saber se ele realmente é conhecido amplamente, se a sua implementação é fácil e se não há nenhum desvio com relação aos conceitos propostos por Shingo e Ohno. De acordo com Alaya (2016), a precipitação para implementação e a falta de conhecimento de todos os princípios e conceitos resulta em uma implementação dispersa, que impede de colher efetivamente os benefícios da fabricação enxuta. Ainda com esse mesmo pensamento, Yadav, et al. (2017) também concluem que o conhecimento sobre o Lean Production é disperso e diversificado em relação à aplicação e implementação de ferramentas e conceitos, o que torna difícil para pesquisadores e profissionais obterem uma compreensão real deste tópico. Com base nisso, mesmo o STP sendo um programa com conceitos que visam a redução perdas e custos, melhora na produção, melhora na qualidade e aumento de lucratividade para as empresas, pode-se observar que o programa não é uma unanimidade nas organizações. Esse é o objetivo deste trabalho, realizar uma revisão de literatura sobre os conceitos, métodos e ferramentas do STP para identificar e mostrar quais são as principais dificuldades encontradas para se aplicar os conceitos propostos por Shingo e Ohno e o porquê de existirem essas dificuldades. Além desta introdução o artigo ainda é composto por uma fundamentação teórica, pela metodologia da pesquisa, pela seção de resultados e análise e por fim, a conclusão do artigo. 2. Fundamentação teórica Nesta seção será apresentada uma breve revisão teórica sobre o Sistema Toyota de Produção e levantar alguns conceitos básicos que Shingo (1996) trata em seu livro. É muito importante entender esses conceitos, pois na secção de análise e resultados será realizado um comparativo dos conceitos implementados por Ohno e Shingo na fábrica de automóveis Toyota e como esses conceitos são vistos e implementados atualmente. Nos últimos anos tem havido maiores esforços da comunidade empresarial para pesquisar e implementar STP. Segundo Antunes et al. (2008), os princípios básicos de construção do Sistema Toyota de são: i) Mecanismo da Função Produção; ii) o princípio do não custo; e iii) as perdas nos sistemas produtivos. No Mecanismo da Função Produção, Shingo (1996) define o sistema de produção como uma rede funcional de processos e operações. Para Ohno (1997), idealizador do STP, a base do Sistema Toyota de Produção é a eliminação total do desperdício, e, segundo ele, os pilares necessários à sustentação do sistema são: o Just-in- Time (OHNO, 1997; WOMACK, 2004,) e a Autonomação ou Jidoka (OHNO, 1997; ALVAREZ e ANTUNES Jr., 2001; LIKER e MEIER, 2007). Para Hunter (2008) o STP é funcional e diferente de qualquer outro sistema pois utiliza menos de tudo quando comparado ao sistema comum de fabricação e, quando implementado, resulta na diminuição dos defeitos e no aumento da qualidade. 3 Para Shingo, o princípio mais importante é o princípio do não-custo, ou seja, é preciso eliminar todo e qualquer custo desnecessário ao sistema produtivo. Isso tanto é verdade, que o próprio Shingo em seu livro, afirma que o Sistema Toyota de Produção é o sistema mais adequado para produção em um período de crescimento econômico lento. Segundo Ohno (1997) e Shingo (1996) o STP é justamente o aumento da eficiência através da eliminação total das perdas. Outro conceito do STP é vislumbrar o lucro como função dos custos e do preço de venda determinado pelo mercado (SHINGO, 1996). É o Princípio da Subtração do Custo, como o descreve Shingo (1996), em que o preço de venda dos produtos não é mais dado pela equação “Custo + Lucro = Preço de Venda”, mas substituída por “Preço – Custo = Lucro”. Na primeira equação, o preço de venda é definido pelos custos para se produzir determinado item somado ao lucro pretendido. Isso implica não haver necessidade de melhorias uma vez que todo o custo gerado pela ineficiência do sistema de manufatura é agregado ao valor do produto. A questão é que hoje, com a acirrada concorrência dos mercados consumidores, quem dita o preço não é mais o produto. O STP propõe então o princípio de que o lucro é, na verdade, o preço, determinado agora pelo mercado, menos o custo. Esta nova abordagem implica que, se uma empresa deseja manter uma determinada margem de lucro e, até mesmo, sobreviver no mercado, ela deve mover esforços implacáveis para cortar custos e, consequentemente, eliminar perdas. Ainda segundo Shingo (1996b), a subtração do custo é o conceito mais básico do Sistema Toyota de Produção, exigindo por vezes esforços extraordinários para a eliminação as perdas. Um dos principais objetivos do STP é chegar a “zero defeitos” encontrando e corrigindo erros o mais rápido possível no momento e local onde esses erros ocorrem (FURMAN e CAPLAN, 2007). Em um de seus livros, Shingo (1996), diz que para chegar a zero defeitos e conseguir a redução de perdas deve-se criar novos métodos para os processos, diminuindo custos e melhorando a qualidade dos produtos. A inspeção é muito importante, pois objetiva a prevenção de defeitos e consequente perdas com peças defeituosas ou retrabalho. Redução de setup das máquinas também é considerada muito importante, e pela simples troca de parafusos de fixação por grampos, por exemplo, Shingo conseguia diminuir a troca de ferramentas de 2 horas para 2 ou 3 minutos. Essa diminuição causa um ganho de tempo muito grande, tempo esse que pode ser utilizado para atividade que agregue valor, ou seja, para a produçãopropriamente dita. Para evitar peças defeituosas, o conceito de autonomação ou Jidoka, um dos pilares do STP (DEKIER, 2012), que vêm da junção dos conceitos de automação + autonomia, garante a qualquer trabalhador parar toda a linha de produção ao detectar algum defeito. Isso faz com que não ocorram muitas peças com o mesmo defeito, evitando-se desperdícios e retrabalhos. Além de detectar o problema e parar a produção, qualquer funcionário pode e deve consertar ou corrigir a condição imediatamente, investigar a causa raiz e instalar uma contramedida. De forma a traduzir a filosofia STP para o pensamento e culturas ocidentais foi criado o pensamento Lean que foi popularizado por pesquisadores americanos para descrever o STP (JADHAV, MANTHA e RANE, 2014). Portanto, o Lean tem suas origens no JIT (Just In Time), metodologia de produção concebida na fábrica de automóveis Toyota como sendo um sistema de produção perfeito (SCHONBERGER, 2007) que deu origem ao Sistema Toyota de Produção (STP). Mas esse conceito ainda é pouco difundido e conhecido nas indústrias ocidentais, pois segundo Pakdil e Leonard (2017), pode haver diferenças de cultura social, já que os sucessos na implementação inicial no Japão não foram seguidos pelo sucesso global. Não trabalhar com estoque ou reduzir os estoques ao menor nível possível dentro das empresas é outro grande princípio do Sistema Toyota de Produção. Segundo Shingo, é melhor deixar trabalhadores 4 ociosos do que produzir em excesso, pois grandes estoques significam dinheiro parado, o que acaba influindo negativamente nas operações das empresas não sendo bom para os negócios. Ainda nessa linha, Kull et al. (2014), afirma que as práticas do STP bem sucedidas são mais que simplesmente implementar ferramentas e técnicas, é preciso também ocorrer uma mudança de pensamento, uma mudança de ordem cultural na empresa que planeja implantar os conceitos do STP e do Lean. 3. Metodologia da pesquisa Como forma de auxiliar e orientar o pesquisador foi utilizado neste artigo uma abordagem qualitativa simples, como forma de geração de conhecimento para o avanço da ciência. (PRODANOV e FREITAS, 2013). Segundo Gil (2010), a forma qualitativa visa traçar um caminho planejado para o atingimento da meta inicial proposta pelo autor. Gil (2007) ainda apresenta um esquema de classificação das fontes bibliográficas. Esse esquema pode ser adaptado para esta pesquisa, de maneira que as publicações analisadas foram divididas em dois tipos fundamentais: livros dos principais autores sobre um determinado tema e as publicações científicas publicadas em periódicos científicos. De acordo com o exposto pode-se dividir esta pesquisa em duas etapas: a primeira através da leitura dos livros dos autores precursores do Sistema Toyota de Produção, Ohno, 1997 e Shingo, 1996 de forma a adquirir os conhecimentos prévios e necessários sobre os assuntos da pesquisa. E a segunda, realizada através de buscas por publicações recentes na base de dados Scopus (Elsevier) para um período de cinco anos (2013 – 2017) utilizando os termos de busca Lean Production e Toyota Production System. Foi selecionando o operador booleano “OR” para que pelo menos um dos dois termos de busca conste, e também foi utilizado o filtro de seleção para que os termos de busca constem no título, resumo ou palavras-chave dos artigos. Outro filtro utilizado a seleção de artigos provenientes da área de engenharia. As pesquisas na base de dados Scopus ocorreram no dia 29 de março de 2018. De posse dos resultados pode-se, posteriormente, realizar uma análise quantitativa das publicações existentes e também verificar quais são os periódicos científicos que têm mais publicações relacionadas aos termos de busca utilizados. 4. Resultados e análise No total, foram encontrados 486 artigos internacionais que contém os termos de busca “Lean Production” ou “Toyota Production System”. Os artigos que foram classificados por ano para possibilitar uma análise quantitativa das publicações conforme Figura 1. 5 FIGURA 1 - Total de artigos publicados por ano. Fonte: Elaborado pelos autores de acordo com dados obtidos na base de dados Scopus (2018). A esses 486 artigos encontrados inicialmente foi aplicado um filtro pelas principais revistas e journals da área de engenharia, pois estes meios são os meios científicos que refletem e disponibilizam os estudos mais atuais e de maior qualidade na área. Desta forma foi elaborada a Figura 2 apresentada a seguir. FIGURA 2: Publicações nas revistas de referência em Engenharia. Fonte: Elaborado pelos autores de acordo com dados obtidos na base de dados Scopus (2018). Através da análise dos gráficos de nossas pesquisas de artigos científicos em revistas e periódicos, podemos ver que nos últimos 5 anos o Lean Production e o Sistema Toyota de Produção continuam sendo alvos de estudos e publicações científicas, pois o número de artigos científicos sobre esses temas têm evoluído de uma forma considerável, o que nos indica que os conceitos do STP continuam sendo considerados, estudados e aplicados, influenciando de 60 58 99 124 145 0 20 40 60 80 100 120 140 160 2013 2014 2015 2016 2017 ARTIGOS 6 alguma maneira os estudos sobre melhorias nos processos de produção e eliminação de todos os tipos de desperdícios nas empresas. Outro fato que ressalta a importância desses temas na atualidade é o alto fator de impacto JCR-2016 de alguns dos periódicos com mais publicações sobre os temas nos últimos 5 anos, como por exemplo (INCITES JOURNAL CITATIONS REPORTS, 2018): Production Planning and Control: 2,369; Journal of Cleaner Production: 5,715; International Journal of Production Research: 2,325; International Journal of Advanced Manufacturing Technology: 2,209. Para Anholon e Sano (2016) muitas empresas realmente alcançaram resultados significativos nas últimas décadas adotando a filosofia de Lean Production, mas sua implementação ainda deixa margem para melhorias em diversos segmentos. Alguns processos ainda são críticos durante a implementação de projetos Lean e estes processos deveriam ser identificados e estruturados de forma a se garantir uma melhor performance na sua implementação e garantindo resultados ainda melhores. Netland (2016), sugere, neste mesmo sentido, de que a implementação do STP não deve ser generalizada, mas sim estudada de acordo com cada caso de modo a melhor atender os objetivos específicos de cada empresa. Algumas produções científicas enfatizam que a maioria das empresas que implementam programas baseados nos conceitos do STP e Lean Production não tiveram sucesso na execução dos seus objetivos (BORTOLOTTI, BOSCARI e DANESE, 2015). Para Crandall e Crandall (2011) um fator de insucesso de algumas empresas de não conseguirem implantar os conceitos Lean, é que elas buscam realizar essa implantação da mesma forma como se fossem implantar uma nova máquina no processo. Um dos principais conceitos de Shingo é o de autonomia, onde todo e qualquer funcionário deve ter autoridade para parar o processo de produção ao constatar alguém problema. Porém esse conceito de autonomia encontra muitas barreiras e até um certo preconceito no mundo ocidental, pois não é difundido, e segundo Camara e Fuentes (2017), induz as empresas a realizar mudanças na organização no trabalho, algo que não é facilmente absorvido pelas empresas ocidentais. Chiarini (2015) fez uma comparação entre a Manufatura de Classe Mundial (WCM), o STP e a produção Lean através de um estudo no grupo Fiat. A Fiat lançou a WCM causando uma transformação radical nas diferentes funções atribuídas aos trabalhadores no processo de fabricação, com vistas a alcançar os objetivos do WCM (GARIBALDO, 2008). O modelo WCM da Fiat está rapidamente se tornando uma espécie de alternativa ao STP. 5. Conclusão Pode-se concluir que Shingo e Ohno ainda são muito importantes quando se fala em Sistema Toyota de Produçãopois seus conceitos, criados na segunda metade do século XX ainda são claramente aplicáveis na atualidade. Porém, percebe-se que alguns conceitos estão sendo desvirtuados, dando origem a outros tipos de sistemas de produção mistos e/ou híbridos que acabam por ter características de mais de um modelo de produção. Prova disso é o que nos diz Chiarini (2015), quando diz que a Fiat está criando um modelo alternativo ao STP, porém utilizando-o como ponto de partida. Ou seja, os conceitos de Shingo e Ohno não estão ultrapassados, apenas sofrem influência principalmente da cultura ocidental, sendo então aplicados de forma a adquirirem características ocidentais e também serem adaptados para funcionarem nas indústrias que operam em sistemas mais flexíveis do que os japoneses. 7 Um estudo de Bevilacqua, Ciarapica e Sanctis (2017), apresenta uma revisão da literatura de 83 estudos que tratam do grau de adoção de Lean Production em todo o mundo e os vínculos entre essas práticas e o desempenho da organização. Os resultados revelaram que a aplicação de práticas Lean ainda é fragmentado e desconsidera a ligação sistêmica entre os conceitos, que é essencial. 41 artigos obtiveram como resultados um efeito positivo com aplicação das práticas Lean. No entanto, cinco estudos indicaram que algumas práticas enxutas tiveram um efeito negativo. Isso nos evidencia que antes de implementar o STP é preciso conhecer a fundo todos os seus conceitos, e cada um desses conceitos deve ser aplicado dentro da realidade das empresas, pois para que o STP funcione, além de muito conhecimento, ele necessita do envolvimento de 100% das pessoas. Isso quer dizer que desde o funcionário do chão de fábrica até a gerência devem estar comprometidos com o programa, pois caso não esteja todo mundo engajado, o Lean não terá os efeitos positivos desejados quando da sua implantação. Referências ALAYA, L.B.F-B. 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