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Embriologia do Sistema Respiratório

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Desenvolvimento do Sistema Respiratório
Francisco Mônico Moreira
-O sistema digestório, assim como o respiratório, é derivado do intestino primitivo, um tubo de endoderme, revestido por mesoderme esplâncnico, o qual contém 3 regiões: anterior, médio e posterior.
Como o Intestino Primitivo se desenvolve?
· Até a 3° semana o embrião é plano, sendo formado por seus tecidos e pela notocorda. No entanto, ao final da 4° semana ocorrem 3 dobramentos, o cefálico, caudal e laterais, responsáveis pela formação do intestino primitivo.
-O sistema respiratório é oriundo do Intestino Anterior e é formado por:
· Endoderme: reveste o intestino primitivo e forma o epitélio e glândulas;
· Mesoderme Esplâncnico: forma os componentes cartilaginosos, musculares e o tecido conjuntivo;
· O mesênquima dos arcos faríngeos (4° e 6°): apenas na laringe, uma exceção, esse tecido forma mùsculo e cartilagem.
De quais estruturas os órgãos do Sistema Respiratório se formam?
· Arcos Faríngeos;
· Sulco Laringotraqueal.
Arcos Faríngeos:
-Formados nas paredes do intestino anterior, em decorrência da dobradura/flexura do embrião, que gera partes enrugadas nessa estrutura.
-Formam:
· Fossas Nasais;
· Maioria das estruturas da cabeça e pescoço possuem ligações com eles.
-É um eixo de mesênquima, recoberto externamente por ectoderme e internamente por endoderme. Possuem uma artéria, uma haste cartilaginosa, um nervo e um componente muscular.
Sulco Laringotraqueal:
-É representado por Sulco formado na extremidade caudal da parede ventral da faringe primitiva.
-Ao final da região que origina a faringe, após os arcos faríngeos, há formação do sulco laringotraqueal. Após um momento, forma-se o divertículo laringotraqueal, uma ramificação maciça do sulco. Por fim, forma-se o tubo Laringotraqueal, com luz em seu interior.
-Em síntese:
1. Sulco;
2. Divertículo;
3. Tubo (com luz).
-O intestino primitivo e o tubo laringotraqueal possuem a mesma luz, no entanto, essa ligação não pode permanecer. Assim, ocorre a formação do septo traqueoesofágico, o qual separa ambas as luzes ao longo de todo o tudo.
-Apenas no orifício laríngeo primitivo, formado na região do sulco laringotraqueal, é mantida uma fenda de conexão com a faringe.
Atresia e Estenose:
-Os processos de atresia (fechamento completo da luz) e estenose (fechamento parcial/estreitamento da luz) podem resultar em problemas ao embrião, caso ocorram erros.
-A Atresia está relacionada com a formação da Fístula Traqueoesofágica (FTE), em 90% dos casos, que resulta do desvio do septo traqueoesofágico para uma direção posterior, separando incompletamente o esôfago do tubo laringotraqueal. Por outro lado, a atresia isolada, correspondente a 5-7% dos casos, resulta de uma falha na recanalização esofágica durante a 8° semana.
-A Estenose causa um estreitamento da luz do órgão, podendo ocorrer em qualquer região do esôfago, sendo mais comum em seu terço distal. Esse problema resulta da recanalização incompleta durante a 8° semana, bem como de falhas no desenvolvimento dos vasos sanguíneos esofágicos na área afetada.
Desenvolvimento da Laringe e Traqueia:
-Cada região do tubo laringotraqueal forma uma estrutura do sistema respiratório.
· Sua porção mais anterior, que está em contato com o digestório, forma a laringe;
· Pouco posterior a essa região é formado a traqueia;
· Por fim, sua extremidade se ramifica e forma os brônquios e pulmões.
-O mesênquima dos arcos faríngeos (4° e 6°) formam músculos e cartilagens da laringe (exceção*).
-Conforme as cartilagens se desenvolvem, o sulco laringotraqueal adquire uma forma característica de “T”.
Desenvolvimento dos Brônquios e Pulmões:
-Os brônquios e pulmões são originados da extremidade do tubo laringotraqueal, que se dilata, inicialmente, formando o broto traqueal.
-O broto traqueal se ramifica/divide em duas porções, os brotos brônquios primários, originando os brotos principais esquerdo e direito.
-O broto brônquico primário direito origina 3 brotos brônquicos secundários. Por outro lado, o broto brônquico primário esquerdo origina apenas 2 brônquios secundários.
· Em uma visão anatômica, o pulmão apresenta uma diferença na quantidade de lobos por conta da posição do coração, que produz a incisura cardíaca no esquerdo, o qual apresenta apenas 2 lobos;
· No entanto, em uma visão embrionária, a diferença na quantidade de lobos é decorrente da diferença na ramificação dos brotos brônquicos primários.
-Esses brotos continuam a se ramificar, formando toda a arvore brônquica.
· Ao final do 5° mês há 17 gerações de ramos e, após o nascimento, 7 novas gerações são formadas.
-As ramificações dos brotos brônquicos ocorrem com seus ramos mergulhados na mesoderme esplâncnico ao redor dessa região. Essa, por sua vez, será a responsável pela formação da pleura visceral.
-O mesoderme somático, mais externo, posterior ao celoma, formará a pleura parietal, que reveste externamente o órgão.
-Por fim, o celoma presente entre ambas mesodermes formará a cavidade pleural.
Períodos de maturação pulmonar:
-Existem modificações que ocorrem e caracterizam os 4 períodos de maturação:
· Pseudoglândular;
· Canalicular;
· Saco Terminal;
· Alveolar.
-Período Pseudoglândular:
· 6° à 16° semana;
· Não há desenvolvimento, ainda, de elementos relacionados a trocas gasosas (alvéolos) nas extremidades;
· Marca o inicio das ramificações dos brotos brônquicos.
-Período Canalicular:
· 16° à 26° semana;
· Formação de bronquíolos respiratórios, ductos alveolares e sacos terminais (alvéolos primitivos);
· Aumento da vascularização local e da luz dos brônquios e bronquíolos;
· Há presença de elementos relacionados com as trocas gasosas (alvéolos) ao final do período, mas a estrutura é primitiva marcado por células cúbicas (as células devem ser pavimentosas, que facilitam e possibilitam as trocas gasosas).
Células cúbicas
-Período Saco Terminal:
· 26° até o nascimento;
· Estabelecimento da barreira hematoaérea células se tornam pavimentosas para facilitar a hematose;
· Tipos celulares:
· Pneumócitos 1 (Células alveolares do tipo 1): estão em grande quantidade e se tornam pavimentosas com o desenvolvimento desse período;
· Pneumócitos 2 (células alveolares do tipo 2): menor quantidade, são volumosas, sendo responsável por produzir surfactante (substância que forma uma membrana fosfolipídica, que reduz a tensão superficial dos alvéolos, facilitando a expansão alveolar durante a inspiração, mas também não deixa com que a superfície alveolar colabe). 
Pontos críticos do nascer prematuramente:
1. Pneumócitos 1 não estão devidamente delgados, dificultando a troca gasosa;
2. A quantidade de surfactante é insuficiente, gerando insuficiência respiratória.
-Período Alveolar:
· 32° aos 8 anos a alveolar e o saco terminal se interpõem;
· Alvéolos tipicamente maduros (após o nascimento) os alvéolos estavam formados antes, mas os pulmões estavam cheio de líquidos, sendo que adquirem funcionalidade respiratória apenas após o nascimento;
· O processo de deglutição e aspiração do líquido amniótico é essencial para a movimentação da musculatura respiratória, preparando para o processo após o nascimento;
· Parte do líquido é expelido durante o parto, e parte é absorvido por capilares sanguíneos e linfáticos.
· Células mais delgadas, aumento de surfactante;
· Crescimento de estruturas e desenvolvimento de novos ramos após o nascimento;
· Alterações pulmonares: 
· Produção adequada de surfactante;
· Transformação dos pulmões (secretores trocas gasosas);
· Estabelecimento da circulação pulmonar e sistêmica.
Desenvolvimento do Sistema R
espiratório
 
Francisco Mônico Moreira
 
 
-
O sistema digestório, assim como o 
respiratório, é derivado do 
i
ntestino primitivo
, 
um 
tubo de endoderme, revestido por 
mesoderme esplâncnico
, o qual contém 3 
regiões: anterior, médio e posterior.
 
Como o 
Intestino 
P
rimitivo
 
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olve?
 
·
 
Até a 3° semana o embrião é plano, 
sendo formado por seus tecidos e pela 
notocorda
. No entanto, ao final da 4° 
semana ocorrem3 dobramentos, o 
cefálico, caudal e laterais, 
responsáveis pela formação do 
intestino primitivo.
 
-
O sistema respiratório 
é oriundo d
o Intestino 
A
nterior e é formado por
:
 
·
 
Endoderme: 
reveste o intestino 
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o epitélio e gl
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;
 
·
 
Mesoderme Espl
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ico: 
forma os 
componentes cartilaginosos, 
musculares e o tecido conjuntivo
;
 
·
 
O 
mesênquima
 
dos arcos faríngeos
 
(4° 
e 6°)
: apenas na 
laringe
, 
uma 
exceção
, 
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sculo e 
cartilagem
.
 
De quais estruturas os órgãos do S
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Respiratório se formam?
 
·
 
Arcos Far
íngeos;
 
·
 
Sulco Laringotraqueal
.
 
Arcos Faríngeos:
 
-
Forma
do
s nas paredes do intestino anterior, 
em decorr
ência da dobradura
/flexura do 
embrião, 
que gera partes 
enrugadas
 
nessa 
estrutura.
 
-
Formam:
 
·
 
Fossas Nasais;
 
·
 
Maioria das estruturas da cabeça e 
pescoço possuem ligaç
ões com eles.
 
-
É um e
ixo de mesênquima, 
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coberto 
externamente por ectoderme e internamente 
por endoderme
. Possuem 
uma artéria, uma 
haste cartilaginosa, um nervo e um 
componente muscular
.
 
 
Sulco Laringotraq
ueal:
 
-
É representado por 
Sulco formado na 
extremidade caudal da parede ventral da 
faringe primitiva
.
 
-
Ao final da região que origina a faringe, após 
os arcos faríngeos, há formação do 
sulco 
l
aringotraqueal
.
 
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al
, uma ramificação 
maciça do sulco. Por fim, forma
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tubo 
Laringotraqueal
,
 
com luz em seu interior.
 
-
Em s
íntese:
 
1.
 
Sulco
;
 
2.
 
Divertículo
;
 
3.
 
Tubo (co
m luz).
 
-
O intestino
 
primitivo e 
o tubo laringotr
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possuem a mesma luz, no entanto, essa 
ligação não pode permanecer
. Assim, ocorre 
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uma fenda de conexão 
com a faringe.
 
 
Desenvolvimento do Sistema Respiratório 
Francisco Mônico Moreira 
 
-O sistema digestório, assim como o 
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um tubo de endoderme, revestido por 
mesoderme esplâncnico, o qual contém 3 
regiões: anterior, médio e posterior. 
Como o Intestino Primitivo se desenvolve? 
 Até a 3° semana o embrião é plano, 
sendo formado por seus tecidos e pela 
notocorda. No entanto, ao final da 4° 
semana ocorrem 3 dobramentos, o 
cefálico, caudal e laterais, 
responsáveis pela formação do 
intestino primitivo. 
-O sistema respiratório é oriundo do Intestino 
Anterior e é formado por: 
 Endoderme: reveste o intestino 
primitivo e forma o epitélio e glândulas; 
 Mesoderme Esplâncnico: forma os 
componentes cartilaginosos, 
musculares e o tecido conjuntivo; 
 O mesênquima dos arcos faríngeos (4° 
e 6°): apenas na laringe, uma exceção, 
esse tecido forma mùsculo e 
cartilagem. 
De quais estruturas os órgãos do Sistema 
Respiratório se formam? 
 Arcos Faríngeos; 
 Sulco Laringotraqueal. 
Arcos Faríngeos: 
-Formados nas paredes do intestino anterior, 
em decorrência da dobradura/flexura do 
embrião, que gera partes enrugadas nessa 
estrutura. 
-Formam: 
 Fossas Nasais; 
 Maioria das estruturas da cabeça e 
pescoço possuem ligações com eles. 
-É um eixo de mesênquima, recoberto 
externamente por ectoderme e internamente 
por endoderme. Possuem uma artéria, uma 
haste cartilaginosa, um nervo e um 
componente muscular. 
 
Sulco Laringotraqueal: 
-É representado por Sulco formado na 
extremidade caudal da parede ventral da 
faringe primitiva. 
-Ao final da região que origina a faringe, após 
os arcos faríngeos, há formação do sulco 
laringotraqueal. Após um momento, forma-se 
o divertículo laringotraqueal, uma ramificação 
maciça do sulco. Por fim, forma-se o tubo 
Laringotraqueal, com luz em seu interior. 
-Em síntese: 
1. Sulco; 
2. Divertículo; 
3. Tubo (com luz). 
-O intestino primitivo e o tubo laringotraqueal 
possuem a mesma luz, no entanto, essa 
ligação não pode permanecer. Assim, ocorre 
a formação do septo traqueoesofágico, o qual 
separa ambas as luzes ao longo de todo o 
tudo. 
 
-Apenas no orifício laríngeo primitivo, formado 
na região do sulco laringotraqueal, é mantida 
uma fenda de conexão com a faringe.

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