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BDEH-1 12.05.2020 Aula 10 1 Desenvolvimento Embrionário do Sistema Respiratório Durante o dobramento, parte do saco vitelino será internalizado formando o intestino primitivo. A junção do endoderma com o mesoderma lateral (esplâncnico e somático); o mesoderma esplâncnico (tecido conjuntivo e muscular) com o endoderma (epitélio do trato gastrintestinal e respiratório, além do parênquima das glândulas anexas ao sistema digestório) formara-se a esplâncnica pleura e o mesoderma somático junto com o endoderma chama-se somatopleura. A partir do intestino primitivo terá os desenvolvimentos das vias aéreas interiores. O mesoderma divide-se em paraxial, intermediário e lateral. O mesoderma lateral tem uma divisão devido a presença do celoma, fica junto com o endoderma, chamará de mesoderma esplâncnico. Já o mesoderma lateral que fico junto com o ectoderma chama-se de somático. Arcos faríngeos (lembra as brânquias dos peixes) ao qual possuem 1,2, 3, 4 e o 6 arcos faríngeos, sendo os dois últimos (4 e 6) iram contribuir para desenvolver as cartilagens da laringe. Intestino faríngeo está na região do intestino anterior que está na cabeça do embrião. Esses intestinos faríngeos contribuem para o desenvolvimento das vias aéreas inferiores.\ FIGURA 1. Secção horizontal do embrião ilustrando o assoalho da faringe primitiva e a localização do sulco laringotraqueal O 5º arco regride nos humanos. Observa-se a presenta de um sulco laringotraqueal representa uma depressão entre os arcos laríngeos. Observa-se também o divertículo respiratório, sendo uma projeção de um tecido que está entrando, por dentro dele haverá o endoderma. A partir do divertículo formara as estruturas das vias aéreas inferiores, sendo as primeiras a traqueia e os brotos pulmonares (brotos brônquicos primários). Até o final da quarta semana, o sulco laringotraqueal se evaginou (projetou) para formar um divertículo laringotraqueal (broto pulmonar) saculiforme, que está localizado ventral à parte caudal do intestino anterior. Conforme o divertículo se alonga, este é envolvido pelo mesênquima esplâncnico. Sua extremidade distal se dilata para formar um broto respiratório globular, que representa o broto único do qual a árvore respiratória se origina. Figura 2. Estágios sucessivos do desenvolvimento do septo traqueoesofágico durante a quarta e quinta semana. A-C, vistas laterais da parte caudal da faringe primitiva mostrando o divertículo laringotraqueal e a divisão do intestino anterior em esôfago e tubo laringotraqueal. D-F, Secções transversais ilustrando a formação BDEH-1 12.05.2020 Aula 10 2 do septo traqueoesofágico e mostrando como este separa o intestino anterior em tubo laringotraqueal e esôfago. As setas indicam as mudanças celulares resultantes do crescimento. O divertículo laringotraqueal logo se separa da faringe primitiva; entretanto, ele se mantém em comunicação com esta através do canal laríngeo primitivo. As pregas traqueoesofágicas longitudinais se desenvolvem no divertículo, se aproximam uma da outra, e se fundem para formar uma divisão, o septo traqueoesofágico, até o final da quinta semana. Esse septo divide a porção cranial do intestino anterior em uma parte ventral, o tubo laringotraqueal (o primórdio da laringe, da traqueia, dos brônquios e dos pulmões) e uma parte dorsal (primórdio da orofaringe e do esôfago). A abertura do tubo laringotraqueal na faringe torna-se o canal laríngeo primitivo. A separação do intestino anterior tubular único em traqueia e esôfago resulta de um processo complexo e coordenado de múltiplas vias de sinalização e dos fatores de transcrição. Esse sulco laringotraqueal dará origem ao epitélio pulmonar. Durante o processo de diferenciação das células do 4 e 6º par de arcos faríngeos, oclui a laringe, essas células que ocluíram sofrem apoptose e com isso temos a recanalização da laringe. Com esse apoptose e a recanalização se formam as pregas vocais, a abertura da laringe (T) e os ventrículos da laringe. Passa-se a ter uma separação do que será do intestino e o que será do sistema respiratório, caso separa-se errado pode ocorrer uma fistula ou uma atresia. Para o desenvolvimento do sistema respiratório começa com o divertículo respiratório que formará uma traqueia e dois brotos pulmonares. A epiglote se desenvolve da parte caudal da eminência hipofaríngea, uma proeminência produzida pela proliferação do mesênquima na extremidade ventral do terceiro e quarto arcos faríngeos. A parte rostral dessa eminência forma o terço posterior ou parte faríngea da língua. Devido aos músculos da laringe se desenvolverem dos mioblastos do quarto e sexto pares de arcos faríngeos, esses são inervados pelos ramos laríngeos do nervo vago (nervo craniano X) que suprem esses arcos. A laringe é encontrada em uma posição alta no pescoço de neonatos; esse posicionamento permite a epiglote entrar em contato com o palato mole. Isso proporciona uma separação quase completa dos tratos respiratório e digestório, facilitando a amamentação, entretanto, significa também que neonatos respirem pelo nariz quase obrigatoriamente. A descida estrutural da laringe ocorre em torno dos primeiros 2 anos de vida. Figura 3. Estágios sucessivos do desenvolvimento da laringe. A, 4 semanas. B, 5 semanas. C, 6 semanas. D, 10 semanas. O epitélio de revestimento da laringe é de origem endodérmica. As cartilagens e músculos da laringe desenvolvem-se do mesênquima do quarto e sexto pares de arcos faríngeos. Note que o canal laríngeo muda sua forma, de uma abertura semelhante à fenda, para um canal em forma de T, à medida que o mesênquima ao redor da laringe em desenvolvimento se prolifera. O mesoderma esplâncnico formará a pleura visceral e o mesoderma somático formará a pleura parietal. Pleura visceral se forma junto com o pulmão, já a pleura parietal forma-se junto com a parede torácica. Fenda laringotraqueoesofágica Raramente, a laringe e a parte superior da traqueia falham em se separar completamente do esôfago. Isso resulta em uma conexão persistente de comprimento variável entre essas estruturas normalmente separadas, ou fenda laringotraqueoesofágica. Os sintomas dessa anomalia congênita são similares aqueles BDEH-1 12.05.2020 Aula 10 3 da FTE por causa da aspiração de líquidos e/ou comida para os pulmões. A afonia (incapacidade de falar) é a característica distintiva. Estenose e atreseia traqueal A estenose (estreitamento) e a atresia da traqueia são anomalias congênitas incomuns, que estão normalmente associados com uma das variedades de FTE. A estenose e a atresia provavelmente resultam da divisão desigual do intestino anterior em esôfago e traqueia. Às vezes, forma-se uma rede de tecido que obstrui a passagem do ar (atresia traqueal incompleta). Atresia ou agenesia (ausência) da traqueia é invariavelmente fatal. Divertículo traqueal (brônquio traqueal) O divertículo ou brônquio traqueal consiste em uma projeção da traqueia, semelhante a um brônquio, em fundo cego. O crescimento pode terminar em um tecido pulmonar aparentemente normal, formando um lobo traqueal do pulmão. Esse divertículo pode causar infecções recorrentes e angústia respiratória em recém- nascidos. Desenvolvimento dos Brônquios e dos Pulmões Durante o dobramento forma-se uma cavidade única denominado canal pericárdio peritoneal, local onde o pulmão se desenvolverá. O broto respiratório se desenvolve na extremidade caudal do divertículo laringotraqueal durante a quarta semana. O broto logo se divide em duas evaginações, os brotos brônquicos primários. Esses brotos crescem lateralmente para dentro dos canais pericardioperitoneais, o primórdio das cavidades pleurais. Brotos brônquicos secundários e terciários logo se desenvolvem. Junto com o mesênquima esplâncnico ao redor, os brotos brônquicos se diferenciam em brônquio e suas ramificações nos pulmões. No início da quinta semana, a conexãode cada broto brônquico com a traqueia aumenta para formar o primórdio do brônquio principal. O brônquio principal subdivide-se em brônquio secundário que forma os ramos lobares, este se divide em segmentares, que originam os intrassegmentares. No lado direito, o brônquio lobar superior suprirá o lobo superior do pulmão, entretanto, o brônquio lobar inferior se subdivide em dois brônquios, o brônquio lobar médio e o brônquio lobar inferior. No lado esquerdo, dois brônquios secundários suprem o lobo superior e o lobo inferior dos pulmões. Cada brônquio lobar sofrerá progressivas ramificações. Os brônquios segmentares, com a massa de mesênquima circundante, formam o primórdio dos segmentos broncopulmonares. Por volta da 24ª semana, aproximadamente 17 ordens de segmentos estão formados e os bronquíolos respiratórios se desenvolveram. Além disso, sete gerações de vias respiratórias se formam após o nascimento. Figura 4. Ilustração do crescimento dos pulmões em desenvolvimento no mesênquima esplâncnico adjacente às paredes mediais do canal pericardioperitoneal (primórdio da cavidade pleural). O desenvolvimento das camadas da pleura é também mostrado. A, 5 semanas. B, 6 semanas. Figura 5. Estágio sucessivos do desenvolvimento dos brotos brônquicos, brônquios e pulmão. Figura 6. Desenhos de secções histológicas ilustrando os estágios de desenvolvimento do pulmão. A e B, Estágios iniciais de desenvolvimento pulmonar. C e D, Note que a membrana alveolocapilar é delgada e alguns capilares se projetam para o interior dos sacos terminais e alvéolos. BDEH-1 12.05.2020 Aula 10 4 Figura 7. Fotomicrografia de secções do desenvolvimento embrionário e fetal dos pulmões. A, Estágio pseudoglandular, 8 semanas. Note a aparência “glandular” do pulmão. B, Estágio canalicular, 16 semanas. A luz do brônquio e bronquíolo terminal está dilatada. C, Estágio canalicular, 18 semanas. D, Estágio do saco terminal, 24 semanas. Observe a fina parede dos sacos terminais (alvéolos primitivos) que se desenvolveram no final dos bronquíolos respiratórios. Observe também que o número de capilares aumentou e alguns estão intimamente associados aos alvéolos em desenvolvimento. Maturação dos Pulmões Dividido em quatro estágio: o pseudoglandular, o canalicular, saco terminal e o estágio alveolar. o Estágio Pseugoglandular (5-17 semana) Com 16 semanas, todos os principais componentes dos pulmões estão formados, exceto aqueles envolvidos com as trocas gasosas. A respiração não é possível; portanto, fetos nascidos durante esse período são incapazes de sobreviver. o Estágio Canalicular (16-26 semana) Desenvolvimento do segmento cranial dos pulmões amadurece mais rápido do que o segmento caudal. Durante o estágio canalicular, a luz dos brônquios e dos bronquíolos terminais tornam-se maiores e o tecido pulmonar torna-se altamente vascularizado. Por volta da 24a semana, cada bronquíolo terminal forma dois ou mais bronquíolos respiratórios, que irão se dividir em três a seis passagens: os ductos alveolares primitivos. o Estágio de Saco Terminal (24 semana ao final do período feta) Muitos mais sacos terminais (alvéolos primitivos) se desenvolvem e seus epitélios tornam-se muito finos. Os capilares tornam-se protuberantes nesses sacos. O íntimo contato entre o epitélio e as células endoteliais estabelece a barreira hematoaérea, que permite uma troca adequada de gases, necessária para a sobrevivência do feto caso este nasça prematuramente. Na 26a semana, os sacos terminais são revestidos principalmente por células epiteliais pavimentosas de origem endodérmica, os pneumócitos tipo I, através dos quais a troca gasosa ocorre. A rede de capilares se prolifera rapidamente no mesênquima ao redor dos alvéolos em desenvolvimento, contudo, não é concomitante ao desenvolvimento ativo dos capilares linfáticos. Dispersas entre as células epiteliais pavimentosas, BDEH-1 12.05.2020 Aula 10 5 estão células epiteliais secretoras arredondadas, os pneumócitos tipo II, que secretam o surfactante pulmonar, uma mistura complexa de fosfolipídios e proteínas. O surfactante se forma como uma película monomolecular na parede interna dos sacos alveolares e neutraliza as forças de tensão superficial na interface ar-alvéolo. Este facilita a expansão dos sacos terminais por prevenirem a atelectasia (colapso dos sacos durante a expiração). A maturação dos pneumócitos tipo II e a produção do surfactante variam amplamente entre os fetos de diferentes idades gestacionais. A produção do surfactante aumenta durante os estágios terminais da gestação, particularmente durante as últimas 2 semanas. A produção de surfactante começa entre a 20a e a 22a semana, mas o surfactante está presente apenas em pequenas quantidades em bebês prematuros, não estando presente em níveis adequados até o final do período fetal. Por volta da 26a à 28a semana, o feto frequentemente pesa cerca de 1.000 g e estão presentes sacos alveolares e surfactante suficientes para permitir a sobrevivência de bebês nascidos prematuramente. Antes disso, os pulmões são, geralmente, incapazes de prover trocas gasosas adequadas, em parte, porque a área de superfície alveolar é insuficiente e a vascularização é pouco desenvolvida. A presença de sacos terminais delgados ou um epitélio alveolar primitivo não é tão importante para a sobrevivência e desenvolvimento neurológico de bebês prematuros, quanto uma adequada vascularização pulmonar e produção de surfactante suficiente. Fetos nascidos entre a 24a e a 26a semana após a fecundação podem sobreviver se tiverem cuidados intensivos; entretanto, eles podem sofrer de desconforto respiratório pela deficiência de surfactante. A sobrevivência desses bebês tem aumentado pelo uso de corticosteroides (esteroides produzidos pelo córtex da adrenal) pré-natal, que induzem a produção de surfactante e também com a terapia pós-natal de reposição de surfactante. o Estágio Alveolar (final do período fetal aos 8 anos) Se inicia o estágio alveolar depende da definição do termo alvéolos. Os sacos terminais análogos aos alvéolos estão presentes na 32a semana. O epitélio de revestimento desses sacos atenua-se para uma fina camada epitelial pavimentosa. Os pneumócitos tipo I tornam-se tão delgados que os capilares adjacentes projetam-se para os sacos alveolares. Ao final do período fetal (38 semanas), os pulmões são capazes de realizar a respiração, pois a membrana alveolocapilar (barreira de difusão pulmonar ou membrana respiratória) é delgada o suficiente para realizar as trocas gasosas. Embora os pulmões não comecem a realizar essa função vital até o nascimento, estes são bem desenvolvidos e, portanto, capazes de funcionar prontamente quando o bebê nasce. No início do estágio alveolar (32 semanas), cada bronquíolo respiratório termina em um aglomerado de sacos alveolares de paredes delgadas, separados um dos outros por tecido conjuntivo frouxo. Esses sacos representam os futuros ductos alveolares. A transição da dependência da placenta na troca gasosa para a troca gasosa autônoma requer as seguintes mudanças adaptativas dos pulmões: • Produção de surfactante nos sacos alveolares. • Transformação dos pulmões de órgãos secretores para órgãos capazes de realizar as trocas gasosas. • Estabelecimento das circulações sistêmicas e pulmonar em paralelo. Aproximadamente 95% dos alvéolos maduros desenvolvem- se no período pós- natal. Antes do nascimento, os alvéolos primordiais aparecem como pequenas projeções nas paredes dos bronquíolos respiratórios e dos sacos alveolares, dilatações terminais dos ductos alveolares. Após o nascimento, os alvéolos primitivos se ampliam conforme a expansão dos pulmões, mas o maior aumento no tamanho dos pulmões resulta do aumento no número de bronquíolos respiratórios e alvéolos primitivos, mais do que um aumento no tamanho dos alvéolos. O desenvolvimento alveolar está, em grande parte, completoaos 3 anos de idade, mas novos alvéolos são acrescentados até aproximadamente 8 anos de idade. Ao contrário dos alvéolos maduros, os alvéolos imaturos possuem o BDEH-1 12.05.2020 Aula 10 6 potencial para formar alvéolos primitivos adicionais. Conforme esses alvéolos aumentam em tamanho, eles se tornam alvéolos maduros. O principal mecanismo para o aumento do número de alvéolos é a formação de septos secundários de tecido conjuntivo que subdividem os alvéolos primitivos existentes. Inicialmente, os septos são relativamente espessos, mas estes logo são transformados em septos delgados maduros que são capazes de realizar as trocas gasosas. O desenvolvimento dos pulmões durante os primeiros meses após o nascimento é caracterizado pelo aumento exponencia l na superfície da ba rreira h ema toa érea através da multiplicação dos alvéolos e capilares. Aproximadamente, 150 milhões de alvéolos primitivos, metade do número em adultos, estão presentes nos pulmões de um recém-nascido a termo. Na radiografia de tórax, portanto, os pulmões dos neonatos são mais densos que os pulmões dos adultos. Entre o terceiro e oitavo ano de vida, são alcançados os 300 milhões de alvéolos dos adultos.
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